Os 6 tipos de afasias (causas e características) - Médico - 2023


medical
Os 6 tipos de afasias (causas e características) - Médico
Os 6 tipos de afasias (causas e características) - Médico

Contente

O ser humano articula, em média, entre 13.000 e 20.000 palavras por dia. O desenvolvimento da linguagem é uma característica que nos diferencia das demais espécies animais, pois a capacidade de expressar pensamentos e sentimentos por meio das palavras nos permitiu avançar ao longo dos séculos de forma coletiva e individual.

Portanto, não é surpreendente saber que existem cerca de 7.000 línguas no mundo, cada uma delas enraizada em uma história e momento histórico específicos. Se a linguagem e a transmissão de informações (oral ou escrita) são tão importantes, o que acontece quando um indivíduo é privado dessa capacidade?

Disto viemos falar com vocês hoje, de uma série de distúrbios que atrapalham uma das características que nos tornam humanos: a voz e a escrita. Bem-vindo ao mundo da afasia, uma série de sinais clínicos trágicos e fascinantes de doenças cerebrais. Fique conosco, pois mostramos os 6 tipos de afasias, suas causas e os eventos mais relevantes a elas relacionados.


  • Recomendamos que você leia: "25 curiosidades e fatos interessantes sobre o cérebro"

O que é uma afasia?

De acordo com portais especializados, a afasia é o distúrbio da linguagem que ocorre como resultado de uma patologia cerebral. O paciente que o apresenta pode ter dificuldade em ler, escrever e expressar o que deseja dizer. Conforme apontado por revistas epidemiológicas, há uma tendência maior de sofrer desse transtorno nos homens do que nas mulheres, e 74% dos pacientes estão na faixa etária entre 50 e 79 anos.

Afasia é um sinal de outra condição subjacente, como um derrame (ACV). Estima-se que 21-38% dos acidentes vasculares cerebrais são acompanhados por algum tipo de afasia. Entre os sintomas mais comuns da doença, encontramos os seguintes:

  • Fale frases curtas ou incompletas.
  • Articule frases sem sentido.
  • Substitua um som ou palavra por outro que não corresponda.
  • Diga palavras irreconhecíveis.
  • Não entender as conversas das outras pessoas.
  • Escreva frases sem sentido.

Quais são os tipos de afasias?

Depois de introduzir o termo que nos interessa aqui, é hora de descobrir os 6 tipos de afasia. Na maioria dos portais informativos são diferenciadas 4 variantes diferentes, mas queríamos ir um pouco mais longe e, consultando fontes médicas e de pesquisa, coletamos mais algumas. Não os perca.


1. Afasia motora ou de Broca

Esta primeira variante é caracterizada por uma expressão verbal muito afetada e uma capacidade de compreensão limitada, embora em menor grau. Recebe seu nome característico por ser produto de uma lesão na região de Broca, giro cerebral frontal inferior responsável pelo processo de linguagem.

São muitas as características que definem essa variante, mas uma das mais importantes é a incapacidade de articular uma língua fluente, além da redução dos sistemas articulatórios, do vocabulário restrito, do agrammatismo e da capacidade de leitura e escrita reduzida. A afasia motora também recebe esse nome porque, infelizmente, três quartos dos pacientes que a apresentam apresentam também um déficit motor mais ou menos grave no lado direito do plano corporal.

2. Sensorial ou afasia de Wernicke

Nesse caso, a linguagem da pessoa afetada apresenta uma articulação fluida, embora com bastante parafasia (substitua palavras não evocadas por semelhantes) e uma enorme dificuldade de compreensão. A produção da parafasia pode impossibilitar completamente a comunicação falada com o paciente, pois esta pode se tornar completamente incompreensível, termo conhecido como "jargão ou jargão".


Novamente, seu nome evoca o local lesado, neste caso a área de Wernicke, uma parte do cérebro localizada no lobo temporal do hemisfério dominante que é principalmente responsável pela decodificação auditiva da função linguística. Este distúrbio tem certos sinais característicos:

  • O paciente fala muito, como se estivesse agitado.
  • As palavras que ele usa são alteradas, movidas e modificadas em sua fonética.
  • O paciente não entende o que lhe está sendo transmitido e não tem conhecimento de seus erros linguísticos.

3. Afasia de condução

Afasia de condução é uma entidade um tanto comprometida, pois não está tão bem definida quanto as duas descritas anteriormente. Nesta ocasião, o paciente tem uma incapacidade acentuada de repetir, além da articulação relativamente fluida com parafasia abundante. Por outro lado, o entendimento é relativamente preservado. Acredita-se que seja o resultado de uma lesão do fascículo arqueado, uma via neural que conecta as áreas de Broca e Wernicke.

4. Afasias transcorticais

Esta patologia aparece devido a lesões no córtex pré-frontal esquerdo. As afasias transcorticais podem ser sensoriais, motoras ou mistas e, dependendo da tipologia, os sinais clínicos do paciente variam. A fala espontânea é significativamente prejudicada, mas, ao contrário da afasia de condução, a capacidade de repetição é relativamente preservada. É um tipo de afasia semelhante ao motor, mas de natureza mais suave.

5. Afasia anômica

Neste caso, introduzimos um novo termo, anomia, que se refere ao dificuldade para o paciente lembrar os nomes das coisas. Pode ocorrer por lesão de várias áreas cerebrais (sendo a mais comum a apresentada na região angular) ou, na sua falta, pode ser um distúrbio residual de outros tipos de afasias após um processo de reabilitação bem-sucedido.

Essa variante é caracterizada principalmente pelo uso de circunlóquios que buscam substituir a palavra que não foi encontrada, além da articulação de “filler words” que o paciente utiliza para protelar na busca pelo termo. Expressão, compressão e repetibilidade são relativamente normais, razão pela qual estamos enfrentando um distúrbio mais brando do que os mostrados até agora.

6. Afasias devido a lesões subcorticais ou globais

Afasias por lesões subcorticais são aquelas que, como o próprio nome sugere, são produzidas em decorrência de uma lesão nas estruturas subcorticais do hemisfério cerebral esquerdo. Está eles geralmente apresentam problemas motores e de comunicação. A semiologia resultante dessa variante pode ser diversa, ou seja, abarcar muitos dos eventos aqui descritos: anomias, problemas na fluência verbal, falta de compreensão e muitos outros sinais característicos.

Se a lesão subcortical for extensa, pode causar afasia global, o outro nome para essa variante. O tipo de distúrbio de linguagem apresentado dependerá inteiramente da área lesionada e da gravidade da lesão em si.

Avaliações e outras classificações

Mostramos os 6 tipos de afasia coletados em publicações científicas. Mesmo assim, outros meios médicos igualmente válidos agrupam as afasias em três padrões diferentes. Dizemos a você resumidamente:

  • Afasias abrangentes: caracterizado por uma capacidade de compreensão muito melhor do que a de fala e expressão.
  • Afasias expressivas: Pessoas com esse padrão de afasia conseguem se expressar com fluência, embora as frases utilizadas, apesar de longas e complexas, não tenham sentido.
  • Afasias globais: o paciente tem uma capacidade reduzida de se expressar e compreender.

Por outro lado, também é necessário limitar que o Instituto Nacional de surdez e outros distúrbios da comunicação organiza as afasias em dois grandes blocos:

  • Afasias fluentes: é o grupo mais comum. O paciente pode articular frases longas e complexas, mas não fazem sentido.
  • Afasias não fluentes: os pacientes falam em frases curtas e interrompidas.

Resumo

Deve-se notar que todos os critérios de classificação que mostramos nestas linhas são complementares, ou seja, respondem aos mesmos distúrbios. Por exemplo, a afasia de Wernicke é o tipo mais comum de afasia fluente, enquanto a de Broca é o representante mais claro da afasia não fluente.

O que esses critérios classificatórios tentam compartimentar é o transtorno com base na capacidade do paciente de compreender, expressar e repetir. Cada um desses sinais clínicos tem suas peculiaridades e é essencial descrevê-los para se deduzir a área do cérebro que o paciente tem mais acometido.