Paralisia cerebral: tipos, causas, sintomas e tratamento - Psicologia - 2023


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O desenvolvimento do cérebro humano é um processo longo e altamente complexo que começa durante o desenvolvimento fetal e continua ao longo da vida. Este órgão e todo o sistema nervoso são as bases a partir das quais se regula o conjunto de funções do nosso organismo, tanto ao nível das funções básicas dos nossos órgãos como, por exemplo, ao permitir ações como o movimento voluntário.

Porém, por vezes, ocorrem vários problemas durante o desenvolvimento fetal, durante o parto ou nos primeiros anos de vida, em que o desenvolvimento do cérebro não ocorre de maneira adequada e acaba impedindo que diferentes habilidades sejam apresentadas ou diferentes funções sejam realizadas. Quando esses problemas de origem cerebral geram a incapacidade de realizar movimentos voluntários, estamos falando sobre paralisia cerebral.


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O que é paralisia cerebral?

A paralisia cerebral é entendida como a condição médica na qual a presença de alterações ou lesões cerebrais durante o desenvolvimento do cérebro faz com que o desenvolvimento da capacidade de movimento e habilidades psicomotoras sejam muito limitadas. Essas limitações são geralmente congênitas e envolvem uma alteração permanente que altera processos como o aprendizado.

Geralmente aparecem problemas de movimento, rigidez muscular, falta de coordenação, tremores, hipotonia e hipercinesia nas articulações. Esses tipos de sintomas podem ser generalizados ou vistos em maior extensão nas extremidades ou em um meio corpo específico. Além disso a falta ou dificuldade de controle motor causado pela paralisia cerebral pode causar dificuldades na alimentação, respiração e excreção. A percepção sensorial às vezes também é afetada.


É frequente que apareçam atrasos no desenvolvimento do sujeito e que seja tarde ou que vários marcos típicos de indivíduos sem este problema não sejam ultrapassados, dada a existência de um problema no sistema nervoso central que impede o seu correto amadurecimento. Pode ser acompanhada de deficiência intelectual, embora não seja um sintoma dessa condição.

A gravidade dessa paralisia pode ser enormemente variável, desde apenas perceptível até uma grave deficiência para o sujeito que a sofre, exigindo apoio e cuidados constantes nos casos mais graves.

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Tipos de paralisia cerebral

Não existe um único tipo de paralisia cerebral, mas este termo abrange diferentes subtipos de problemas. Alguns dos mais comuns são os seguintes.

1. Paralisia cerebral espástica

Uma das formas mais conhecidas e frequentes, é um tipo de paralisia cerebral em que sujeitos têm um alto nível de rigidez muscular e grandes problemas na mobilização de grupos musculares.


Pode haver tetraplegia (embora também diplegia, paraplegia ou hemiplegia), convulsões, apraxias, alto nível de excitação e ativação e espasticidade. Posturas e contrações anormais, hipertonia e hiperflexibilidade são comumente observadas.

2. Paralisia cerebral atáxica

Nas formas menos frequentes, geralmente ocorre na forma de falta de tônus ​​muscular, falta de coordenação e desequilíbrio. Andar, no caso de quem tem, é difícil e apresenta risco de quedas. A coordenação olho-mão também se torna complexabem como orientação.

3. Paralisia cerebral discinética

Neste subtipo de paralisia cerebral, hipotonia e a presença de movimentos distônicos ou coreicos involuntários, geralmente na forma de uma contração. São especialmente visíveis nos músculos da face, que juntamente com os problemas auditivos que também costumam apresentar podem gerar grandes dificuldades na área da comunicação.

Etiologia (causas)

As causas da paralisia cerebral podem ser muito variadas, mas geralmente são devidas à presença de alterações ou lesões durante o desenvolvimento fetal, durante o parto ou nos primeiros anos após o nascimento.

Essas alterações e lesões geralmente são congênitas, mas também podem ser adquiridas ao longo do desenvolvimento. Alguns dos distúrbios adquiridos podem ser meningite, encefalite e infecções intrauterinas. Também acidentes cardiovasculares, trauma ou anoxia podem ocorrer durante o desenvolvimento ou entrega. Em algumas ocasiões, houve casos de paralisia cerebral resultante de abuso na forma de bater ou sacudir bebês.

Tratamento

Embora seja uma condição que não tem cura por ser produzida por uma lesão crônica e irreversível, é possível realizar diversos tratamentos sob uma perspectiva multidisciplinar que permite ao indivíduo reforçar e otimizar suas capacidades, criar e melhorar a comunicação e, em última análise, para garantir que alcance o mais alto nível de desenvolvimento e bem-estar possível.

No nível médico, muitas intervenções diferentes podem ser necessárias, dependendo das dificuldades que surgem, do aplicação de drogas relaxantes e anticonvulsivantes ao uso de cirurgia para tratar deformações articulares ou para colocar tubos gástricos. Ao nível da prevenção, é necessário ter cuidado com a alimentação durante a gravidez (especialmente perante condições como hipertensão ou diabetes) e evitar o consumo de substâncias como álcool ou drogas.

Uma das estratégias a serem empregadas é a terapia ocupacional, que permite a estimulação adequada da criança. O uso de fisioterapia e fonoaudiologia também é necessário, para que as habilidades de movimento e comunicação sejam reforçadas tanto quanto possível.

Outro aspecto a ser levado em consideração, e que requer mais atenção, é a educação, uma vez que os sintomas dificultam o aprendizado normativo. É necessário estabelecer planos individualizados para essas crianças e dar-lhes os apoios necessários. É necessário estimular esses assuntos e reforçar as funções e tarefas básicas da vida diária, ou educar o meio ambiente ou cuidadores caso eles não estejam se defendendo sozinhos.

A psicoeducação é fundamental não só para o menor, mas também para os seus familiares. Recomenda-se também a frequência de grupos de apoio em que o menor e família possam se encontrar e compartilhar experiências, pensamentos, dúvidas e sentimentos.

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  • Rosenbaum, P.; Paneth, N.; Leviton, A.; Goldstein, M. & Bax, M. (abril de 2006). Um relatório: A definição e classificação da Paralisia Cerebral. Developmental Medicine & Child Neurology, 49: 1-44.