Vicente Leñero: biografia, estilo, obras, frases - Ciência - 2023


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Vicente Leñero (1933-2014) foi um escritor, jornalista, dramaturgo, acadêmico e engenheiro civil mexicano que se destacou por desenvolver uma prolífica obra literária repleta de naturalidade e precisão. Este autor englobou gêneros como o romance, o conto, o teatro e o ensaio.

As características mais predominantes da obra de Leñero foram uma linguagem clara e precisa, acompanhada de espontaneidade e sutileza na narrativa, qualidades que conferiram a seus textos um tom agradável e atraente. A particularidade de sua obra fez dele um dos intelectuais mais lidos no México.

As publicações mais destacadas de Vicente Leñero foram: Uma mistura de sentimentos, Sentimentos de culpa, Mais pessoas assim, Os pedreiros, Os jornalistas, A gota d'água, A visita do anjo Y Quando fica tarde. A obra literária do escritor rendeu-lhe diversos prêmios, entre eles: o Prêmio Nacional de Ciência e Artes e o Prêmio Nacional de Jornalismo.


Biografia

Nascimento

Vicente Leñero Otero nasceu em 9 de junho de 1933 na cidade de Guadalajara, no estado de Jalisco. Ele vinha de uma família culta de classe média e seus pais eram Vicente Leñero e Isabel Otero. Desde cedo Leñero foi inspirado pelo amor às letras e à leitura, orientações que desde cedo prepararam o seu percurso como escritor.

Estudos

Leñero estudou seus primeiros anos de formação acadêmica em sua cidade natal. Ao terminar o ensino médio, foi para a capital do país estudar engenharia civil na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), mas nessa época se interessou por literatura e ficou para trás na carreira.

Ele conseguiu se formar como engenheiro e imediatamente começou os estudos de jornalismo na Escola de Jornalismo Carlos Septién García. O jovem Vicente formou-se aos 23 anos em 1956, e a partir daí fez da escrita a sua maior paixão. Em 1959, o escritor nascente lançou sua primeira publicação A poeira e outras histórias.


Primeiros passos

Vicente Leñero iniciou sua carreira profissional como jornalista em diversos meios de comunicação impressos em seu país. Trabalhou para a revista Sinal e muitos de seus escritos foram publicados nas páginas de jornais Excelsior Y O Arauto do México. No início dos anos 1960, o Centro Mexicano de Escritores concedeu-lhe uma bolsa para avançar na carreira literária.

Boom profissional

O escritor mexicano teve a oportunidade de publicar seu primeiro romance em 1961, ao qual intitulou A voz dolorida. Com este escrito, Leñero mostrou-se um autor realista e ao mesmo tempo sensível, ao descrever com profundidade psicológica as experiências de um paciente com distúrbios metálicos.

A década de 1960 foi bastante produtiva para Leñero, publicou cinco romances e também escreveu vários ensaios e artigos de jornal. Em 1967 recebeu a bolsa Guggenheim e em 1968 iniciou a sua produção como dramaturgo com Pessoas rejeitadas.


Desenvolvimento teatral

A carreira profissional de Leñero foi em constante crescimento e criatividade. No início dos anos setenta dedicou-se à produção de libretos para teatro, a partir desta atividade foram obras como: Os pedreiros, a tenda Y Filhos de Sánchez, baseado no trabalho etnográfico do antropólogo norte-americano Óscar Lewis.

Naquela época, o dramaturgo também publicou a peça O julgamento: o júri de León Toral e a mãe Conchita. Em matéria jornalística, em 1976 Vicente participou na criação da revista Processo e atuou como vice-diretor por mais de duas décadas.

Participação no cinema

Leñero não se contentou em ser romancista, contista, jornalista e dramaturgo, mas seu gosto pela escrita também o levou a ser roteirista. Então, em 1973, ele se aventurou na sétima arte com o filme O mosteiro dos abutres, e dessa data até 2010 escreveu dezoito scripts.

Últimos anos e morte

As duas últimas décadas da vida deste intelectual mexicano foram dedicadas ao seu trabalho jornalístico e literário. O cinema, o teatro e as redes sociais do seu país foram as principais testemunhas do seu talento e capacidade intelectual.

Suas postagens mais recentes foram: A vida que vai embora, Vivendo do teatro, Dramaturgia Terminal e O ataque. A vida de Vicente Leñero foi desligada no dia 3 de dezembro de 2014 na Cidade do México, quando ele tinha 81 anos.

Prêmios e reconhecimentos

- Prêmio Short Library em 1963.

- Prêmio Mazatlán de Literatura em 1987.

- Prêmio Nacional de Literatura Juan Ruiz de Alarcón em 1992.

- Prêmio Nacional Fernando Benítez de Jornalismo Cultural em 1997.

- Prêmio Xavier Villaurrutia em 2000, pela obra A inocência deste mundo.

- Prêmio Nacional de Literatura e Lingüística em 2001.

- Mayahuel de Plata em 2007.

- Medalha Salvador Toscano em 2008.

- Prêmio Sinaloa de Literatura em 2009.

- Medalha de Belas Artes em 2011.

- Prêmio Nacional de Jornalismo Carlos Septién García em 2010.

Estilo

O estilo literário de Vicente Leñero caracterizou-se pelo uso de uma linguagem simples e precisa, às vezes com toques de ironia e sarcasmo. Suas obras tiveram um caráter realista e foram desenvolvidas em profundidade e conseguiram refletir a realidade da sociedade mexicana em suas várias nuances.

Seus assuntos eram variados, ele escrevia sobre a vida, a religião, o xadrez, o teatro e a própria literatura, sempre do ponto de vista divertido e atraente. A sua simplicidade e bom humor nas narrativas fizeram-no conquistar um vasto público, tanto a nível nacional como internacional.

Tocam

Histórias

A poeira e outras histórias (1959).

Gaveta de alfaiate (1981)

Era composto das seguintes histórias:

- "Caminho de terra".

- "A carteira".

- "A aventura perfeita".

- "Nada".

- "Que pena."

- "Quem matou Agatha Christie?"

- “Drama de um homenzinho que não sabia ler Cem anos de Solidão".

- "Noite triste de Raquel Welch."

- "O carregado".

- "Arreola: aula de xadrez".

- "O passeio".

- "Deixe a terra tremer em seu centro."

Histórias puras (1987)

Era composto das seguintes histórias:

- "A poeira."

- "Raiva".

- "Caminho de terra".

- "A poeira."

- "O pedreiro morto."

- "San Tarsicio".

- "Próximo setembro."

- "Que pena."

- "Zona Rosa".

Autorretrato com 33 e seis andares (2002)

A obra foi composta pelas seguintes histórias:

- "O castigo".

- "Auto-retrato".

- "A carteira".

- "O charuto".

- "Nada".

- "A aventura perfeita".

- "Quem matou Agatha Christie?"

Sentimento de culpa. Histórias de imaginação e realidade (2005)

Composto por:

- "Flashbacks".

- "Sentimento de culpa".

- "Stanley Ryan".

- "Pedaço tocado".

- "O dia que Carlos Salinas".

- "Onde coloquei meus óculos."

- "Lendo Graham Greene."

- "Talvez esteja na capa."

- "Não é falta de carinho."

- "Eles estão roubando um velho!"

- "Santificado seja o teu nome".

- "Um certo Juan Rulfo."

- "Toque de sacrifício."

- "Vingança".

Pessoas assim. Verdades e mentiras (2008)

As histórias a seguir inventaram:

- "A Cordilheira".

- "Da literatura".

- "Lesões e aplausos a José Donoso."

- "À maneira de O'Henry".

- "O romance do jovem Dostoiévski".

- "Os quatrocentos anos de Hamlet."

- "Ressentimento".

- "Caro Oscar Walker."

- "Abrindo Topalov".

- "Jogadores de xadrez".

- "Gêmeos".

- "Hotel Ancira".

- "Cajón de Alfonso Sastre".

- “O mínimo e pobre Tomás Gerardo Allaz”.

- "Lua cheia".

- “A morte de Iván Illich”.

- "Belen".

- Parábolas. A arte narrativa de Jesus de Nazaré (2009).

Mais pessoas gostam disso (2013)

Integrado por:

- "As uvas eram verdes."

- "Guerra santa".

- "Ferido pelo amor, ferido."

- "O lenço amarelo."

- "Só existe uma mãe."

- "Quem matou Agatha Christie?"

- "Plágio"

- "As reuniões".

- "A morte do cardeal."

- "Enigma do doodle".

- "Cruzeiro".

- "Notas de rodapé".

- "O crime".

- "Quatro amores na praça."

Muito mais pessoas assim (2017, edição póstuma)

Era composto de:

- "Fumar ou não fumar".

- “Ao assédio de Marcos”.

- "Orações fúnebres".

- "Yuliet".

- "O armário do diabo."

- "Manual para vendedores".

- "Xadrez de Capablanca".

- "Amanhã o meu pai vai morrer."

- "A paixão".

- "O pequeno espinho de Alfonso Reyes".

- "A noite de Rayo López".

- "Rainha Federika".

Romance

- voz dolorida (1961).

- os pedreiros (1964).

- Estudo Q (1965).

- O doodle (1967).

- Por força de palavras (1967). Foi a edição definitiva do A voz dolorida.

- aprisco de ovelhas (1972).

- Os jornalistas (1978).

- O Evangelho de Lucas Gavilán (1979).

- gota d'água (1983).

- Assassinato. O duplo crime das Flores Muñoz (1985).

- Vida que vai (1999).

Ensaios, testemunhos, memórias e outros

- Autobiografia inicial (1967).

- Viagem a Cuba (1974).

- Ao vivo do teatro (1982).

- passos de Jorge (1989).

- Ao vivo do teatro II (1990).

- De corpo inteiro (1992).

- Sim, Jalisco (1993).

- O teatro dos insurgentes (1993).

- Loteria, retrato de amigos (1995).

- Ao vivo do teatro (2012).

- Escreva sobre teatro (2013).

Jornalismo

- O direito de chorar e outros relatos (1968).

- A zona rosa e outros relatórios (1972).

- Manual de jornalismo (1986). Desenvolvido em conjunto com Carlos Marín.

- Talacha jornalística (1989).

- Jornalismo de emergência (2007).Foi uma nova edição de Talacha jornalística aumentada e reestruturada.

Teatro publicado

- Pessoas rejeitadas (1969).

- os pedreiros (1970).

- O julgamento: júri de León Toral e mãe Conchita (1972).

- A mudança (1980).

- As noites brancas (1980).

- A visita do anjo (1981).

- Martirio de Morelos (1981).

- Teatro instrumental (1981). Incluiu as obras O julgamento, companheiro Y Pessoas rejeitadas.

- Eles vão lutar dez rounds (1985).

- Jesus Cristo Gomez (1986).

- Você se lembra do Rulfo, Juan José Arreola? (1987).

- O inferno (1989). Paráfrase de "Inferno" do Divina Comédia de Dante Alighieri.

- Em (1989).

- Três teatro (1989). Integrado por: Jesus Cristo Gomez, Martírio de Morelos Y Ninguém sabe de nada.

- A noite de Hernán Cortés (1992).

- A muito tempo atrás. Peça em um ato (1994).

- Eles vão lutar dez rodadas, Os filhos de Sánchez Y Ninguém sabe de nada (1994).

- Os perdedores. Sete pequenos trabalhos sobre temas esportivos (1996).

- Quando fica tarde (1997).

- Dramaturgia terminal. Quatro obras (2000). Composto por: “Avaria”, “Antigamente”, “Dom Juan em Chapultepec” e “Somos todos Marcos”.

- Teatro completo I (2008). Composto por doze peças teatrais.

- Teatro completo II (2008). Composto por onze peças.

Scripts publicados

- Justo para os pecadores. Três roteiros de filmes (1982). Composto por: “Os pedreiros”, “Prisão perpétua” e “Assassinato”.

- Miroslava (1995).

- O beco dos milagres (1997).

Conto de fadas

- O cordoncito (1997).

Antologia

- A inocência deste mundo (2000).

Produção como dramaturgo

- Pessoas rejeitadas (1968).

- os pedreiros (1969). Estreou em 27 de junho de 1969 no Teatro Antonio Caso, na capital mexicana, e foi dirigido por Ignacio Retes.

- Sócio (1970).

- A carpa (1971).

- O juizo (1972). Composto por Júri de León Toral Y Madre Conchita.

- os filhos de Sánchez (1972).

- A mudança (1979).

- Alice talvez (1980).

- As noites brancas (1981).

- A visita do anjo (1981).

- O martírio de Morelos (1981).

- Eles vão lutar dez rounds (1981).

- Você se lembra do Rulfo, Juan José Arreola? (1986).

- Em (1986).

- Jesus Cristo Gomez (1987).

- Ninguém sabe de nada (1988).

- O inferno (1989).

- Há muito tempo (1990).

- A noite de Hernán Cortés (1992).

- Somos todos Marcos (1995).

- Os perdedores (1996).

- Está ficando tarde logo (1996).

- Don Juan em Chapultepec (1997).

Roteiros de filmes

- O mosteiro dos abutres (1973). Escrito em parceria com o diretor Francisco del Villar.

- O grito da tartaruga (1975).

- os pedreiros (1976). Desenvolvido em conjunto com Luis Carrión e Jorge Fons.

- Os de baixo (1978).

- Prisão perpétua (1978).

- Quando as aranhas tecem (1979). Roteiro desenvolvido em parceria com Francisco del Villar e Fernando Galiana.

- As grandes águas (1980) Escrito em parceria com o diretor do filme Servando González.

- Mariana, Mariana (1987). Com base no trabalho narrativo As batalhas do deserto de José Emilio Pacheco quando tivermos a informação.

- Miroslava (1993).

- Adoro aquela morte (1994). Roteiro escrito com Patricia Sentíes e Javier González.

- O beco dos milagres (1995).

- lei de Herodes (1999).

- O quarto azul (2002).

- O crime do padre Amaro (2002, dirigido por Carlos Carrera e indicado ao Oscar).

- A mudança (2003). Escrito com Gabriel Retes.

- Fora do Céu (2006).

- Mulher de alabastro (2006).

- A tentativa (2010). Baseado no romance O arquivo do ataque pontuado por Álvaro Uribe.

Frases

- “Todos os escritores, o que fazemos ao escrever romances é reinventar e contar a nossa própria vida, para isso inventamos personagens. A realidade te ajuda a dizer o que você sente ”.

- “A dramaturgia é duradoura. O teatro é efêmero ”.

- “O jornalista não é chamado para resolver crises, é chamado para dizê-las”.

- “Não gosto que as histórias acabem, nem no cinema, nem na literatura, nem na vida. Sempre tem que haver mais possibilidades, mais caminhos, mais respostas ”.

- "A ironia é a melhor arma que o jornalista e o escritor têm."

- “Reconheço que o melhor em mim não é a minha imaginação. Não consigo pensar em histórias originais. "

- “O jornalismo e a literatura têm sido as minhas forças purificadoras. Camus tem uma frase lapidar: "Quando o mistério acaba, a vida acaba". Eu considero isso um aviso pessoal ”.

- "Em algum momento eu queria escrever meus roteiros para encontrar um diretor, mas todos os diretores, ou quase todos os diretores no México e no mundo têm sua própria história."

- "Amor por isso, como um jovem, que se contenta com a pura ilusão e que está se tornando grande com a ausência."

- "A realidade faz com que se escreva histórias mais interessantes do que se possa imaginar."

Referências

  1. Loustaunau, M. (2017). 13 frases profundas do grande Vicente Leñero. México: MX City. Recuperado de: mxcity.mx.
  2. Vicente Leñero. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
  3. Vicente Leñero. (2018). México: Enciclopédia de Literatura no México. Recuperado de: elem.mx.
  4. Vicente Leñero. (2013). México: Durango Más. Recuperado de: durangomas.mx.
  5. Vicente Leñero. (S. f.). México: Coleção de Jornalismo Cultural. Recuperado de: cultura.gob.mx.