Como é o tratamento do vício em cocaína? - Psicologia - 2023


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Como é o tratamento da dependência de cocaína? - Psicologia
Como é o tratamento da dependência de cocaína? - Psicologia

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A cocaína é provavelmente a droga ilegal mais usada na Espanha e, a cada ano, leva à dependência de milhares de pessoas.

Infelizmente, essa realidade se contrapõe a outra: essa substância é, ao mesmo tempo, uma das mais normalizadas entre os adultos, principalmente em contextos de diversão noturna. Muitas vezes, quando você reage para acabar com essa dependência do uso de cocaína, ela já é muito forte e é necessário ter ajuda de um profissional para superá-la.

Neste artigo, veremos um resumo sobre como é o tratamento do vício em cocaína, para compreender a forma como o paciente e o terapeuta estão travando esse transtorno.

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Como ocorre a dependência de uma droga?

Existem pelo menos duas maneiras de entender o modo como os vícios se desenvolvem: uma neurológica e outra psicológica.


A perspectiva neurológica

No nível neurológico, o vício em uma substância como a cocaína começa a surgir depois de consumi-la várias vezes, nosso sistema nervoso se acostuma com a presença dessas novas moléculas que entram no corpo.

Essa substância entra em contato com nossos neurônios e, ao interagir com sua membrana, desencadeia reações nervosas que ativam áreas de prazer, ou seja, aquelas que nos predispõem a repetir a ação que resultou na vivência dessa sensação. Nesse caso, o comportamento que desencadeou essa experiência é cheirar uma linha de cocaína, por exemplo.

Com o passar do tempo, o uso de cocaína está transformando a maneira como os neurônios em nosso cérebro se interconectam entre si, e aos poucos vão se organizando para que o consumo dessa droga seja uma das prioridades mais importantes da pessoa. Assim, outras experiências agradáveis, como comer ou ler um bom livro, ficam em segundo plano ao custo de concentrar a atividade psicológica na obtenção e consumo da substância viciante.


Além disso, outro efeito da cocaína no cérebro é que, embora desencadeie o que é praticamente a única sensação agradável para a pessoa, é cada vez mais fugaz, e ela precisa cada vez mais da droga para se sentir satisfeita.

A perspectiva psicológica

Se o tratamento da dependência de cocaína inclui psicoterapia, é porque a psicologia tem muito a dizer sobre esse transtorno. E é que o fato da dependência de uma droga não é apenas um fenômeno neurobiológico, mas também algo em que a forma como a pessoa viciada interage com o meio ambiente importa, e os ambientes a que costuma estar exposta.

Se uma pessoa que tem dificuldade para parar de usar cocaína sempre faz festa nos mesmos lugares e interage com as mesmas pessoas, é praticamente impossível para ela vencer o vício.

Por outro lado, existem algumas pessoas que, sem ir à terapia, superam seus vícios após a mudança, quase que espontaneamente. Isso é algo que foi comprovado com um caso muito radical: a crise da dependência de heroína de soldados enviados para a Guerra do Vietnã. Ao voltar para casa dos Estados Unidos, uma porcentagem muito alta deles conseguiu parar de usar a heroína.


Obviamente, a grande maioria das pessoas nunca passará pela experiência de desenvolver um vício restrito a um ambiente radicalmente diferente de sua cidade natal e em um contexto de guerra, portanto, na grande maioria dos casos, é necessária a intervenção dos profissionais.

Os segredos para tratar o vício em cocaína

Aqui veremos as principais idéias-chave para entender como o tratamento da dependência de cocaína é realizado.

1. Exame médico e monitoramento

O vício de substâncias envolve processos biológicos muito delicados, especialmente porque envolve um conjunto de órgãos tão importantes para a sobrevivência quanto o cérebro.

Por esse motivo, as equipes de especialistas no tratamento de dependências trabalham com médicos supervisionando pacientes, algo de especial importância na fase de desintoxicação, mas que também é relevante nas fases posteriores, principalmente se o paciente sentir desconforto por outras complicações de saúde e tentar "compensar" com a sensação agradável de consumir drogas.

2. Desintoxicação

Os primeiros dias após a interrupção do uso da cocaína são os mais difíceis para os pacientes, pois é nessa fase que os sintomas de abstinência surgem com maior intensidade. Por esse motivo, na fase de desintoxicação, em que o organismo elimina os restos da droga que permanecem no sangue e nos tecidos, é delicado e requer atenção especial de especialistas.

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3. Verificação de antecedentes do consumidor

Como acontece com qualquer outro transtorno desse tipo, o vício em cocaína se expressa nos momentos em que a pessoa sente vontade de buscar drogas e aliviar o desconforto gerado pela falta de consumo.

Nesta fase surgem pensamentos e sentimentos que indicam quando existe um risco maior de ceder à tentação de recaídae é por isso que os profissionais de intervenção em dependências treinam os pacientes para que possam identificar muito bem esses processos psicológicos que servem de alerta. Dessa forma, fica muito mais fácil interromper seus efeitos, evitando que eles levem a pessoa ao consumo.

4. Pesquise novos incentivos

É de pouca utilidade refrear o desejo de usar drogas se alternativas não forem oferecidas. Portanto, no tratamento da dependência de cocaína também o contexto em que cada paciente vive é analisado caso a caso, bem como seus interesses, características pessoais e gostos potenciais, para oferecer a você muitas outras atividades nas quais se concentrar e com as quais eclipsar o poder de influência do transtorno de dependência.

5. Pesquise novos contextos

Outra chave para o sucesso da terapia contra o vício em cocaína está em ajudar o paciente a generalizar os resultados obtidos nas sessões de terapia para diferentes áreas de sua vida. Isso inclui guiá-lo nas diretrizes de comportamento que você pode seguir para evitar se expor à tentação de usar novamente, ou diretamente para não sentir mais interesse por aquela atividade. Por exemplo, isso acontece por não se limitar a um grupo de amigos em que a maioria das pessoas tem problemas de dependência, ou a planos de vida noturna em que não consumir substâncias psicoativas é quase uma excentricidade.

Também o ajuda a descartar crenças nocivas que facilitavam a existência do vício: crenças que mantinham baixa autoestima, que o levavam a acreditar que essa droga não tem muitos efeitos adversos à saúde, etc.

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