Reflexo tricipital: via aferente e eferente, fisiologia - Ciência - 2023
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Contente
- Componentes e caminhos de direção
- Via aferente e eferente
- Fisiologia
- Exploração
- Descobertas clínicas
- Ausência
- Referências
o reflexo do tríceps É uma resposta motora independente da vontade causada por um estímulo mecânico ao nível do tendão do tríceps. Pertence ao grupo dos chamados reflexos osteotendinosos, os reflexos que se originam pela estimulação do fuso neuromuscular por alongamento na altura das fibras do ventre muscular.
O músculo e o tendão funcionam apenas como transmissores de tensão; ou seja, o reflexo depende do nervo a ser explorado. O estudo desse reflexo é muito importante no exame neurológico de rotina de qualquer paciente que requeira um exame físico completo, pois fornece informações sobre o estado das vias de condução do sistema nervoso.
O estudo dos reflexos tendinosos é muito útil no diagnóstico diferencial de síndromes como o neurônio motor superior e inferior.
Componentes e caminhos de direção
- Receptor.
- Vias aferentes, correspondentes aos axônios dos neurônios sensoriais localizados nos gânglios espinhais.
- Interneuron.
- Centro nervoso, localizado na medula espinhal, que por sua vez é composto por um neurônio sensorial, um interneurônio e um neurônio motor no nível C7.
- Vias eferentes, constituídas por axônios do neurônio motor.
As vias de comunicação nervosa - que juntas formam o arco reflexo - são formadas por um receptor, via aferente, integração central, via eferente e, finalmente, o órgão efetor
Via aferente e eferente
A via aferente no reflexo tricipital é representada por neurônios que estão localizados nos gânglios espinhais do corno posterior da medula espinhal.
Por sua vez, a via eferente é composta pelas fibras motoras eferentes do corno anterior da medula espinhal.
Fisiologia
A principal característica do reflexo tricipital é ser um reflexo monossináptico, por pertencer ao grupo dos ROTs (reflexos tendinosos), o que implica que seja feita apenas uma única sinapse entre os neurônios aferentes e eferentes.
O receptor que é ativado no reflexo tricipital é denominado fuso muscular. Quando esticado ou alongado, esse fuso gera um impulso nervoso que viaja para a medula espinhal na coluna vertebral por meio de fibras chamadas de aferentes.
Uma vez na medula espinhal, essas fibras fazem sinapse com um neurônio motor alfa; por feedback, esse neurônio motor gera um sinal excitatório que é transmitido ao músculo para realizar a contração.
O receptor nesse tipo de reflexo está dentro do próprio músculo, o que significa que é um dos poucos exemplos em que o receptor e o órgão que fará o movimento involuntário estão no mesmo lugar. Essa série de eventos juntos é chamada de arco reflexo.
Exploração
No caso de exploração desse reflexo, devem ser feitas considerações gerais comuns ao exame de todos os reflexos tendinosos.
O paciente deve estar em relaxamento muscular completo; Esse relaxamento é conseguido de diferentes maneiras, entre as quais:
- Utilizar a manobra de Jendrassik, na qual o paciente é solicitado a contrair um grupo muscular distante do grupo muscular a ser explorado.
- Desvie a atenção do paciente. Você pode falar com ele ou pedir que desvie o olhar.
Uma vez que o paciente está relaxado, o procedimento para a exploração do reflexo é realizado da seguinte forma: com uma das mãos o antebraço do paciente é agarrado pelo cotovelo e o antebraço caído, buscando gerar um ângulo reto.
O tendão do tríceps é percutido; como resultado, a extensão do antebraço sobre o braço é alcançada.
Descobertas clínicas
O grau de contração reflexa deve ser o mesmo em ambos os membros - ou seja, no membro superior direito e no membro superior esquerdo -, pois uma assimetria pode sugerir alguma alteração nas áreas anatômicas, neurológicas ou homeostáticas.
A partir do exame clínico do reflexo do tríceps, um dos seguintes resultados pode ser obtido:
- Um reflexo de características normais; ou seja, extensão do antebraço sobre o braço.
- Recursos aumentados no reflexo; ou seja, hiperextensão do antebraço sobre o braço (hiperreflexia).
- Um reflexo de características diminuídas; ou seja, hipoextensão do antebraço sobre o braço (hiporreflexia).
- Ausência do reflexo tricipital.
Na história clínica, os resultados descritos acima são representados da seguinte forma:
- 0: Areflexia.
- - +: Contração sem deslocamento.
- ++: normal.
- +++: Hiperreflexia.
- ++++: Clonus (contrações e relaxamentos musculares repetidos).
Ausência
A diminuição ou desaparecimento total desse reflexo costuma revelar algum tipo de interrupção do arco ou defeito muscular; assim, o problema pode estar na via aferente sensorial, receptores, neurônio motor, interneurônio, aparelho efetor ou via eferente.
Outros processos pelos quais a hiporreflexia ou arreflexia podem ser geradas são a anestesia geral, choque espinhal, coma profundo, distúrbios eletrolíticos e hipotireoidismo, entre outros.
O exagero dos reflexos do tendão é considerado evidência de lesão do neurônio motor superior devido a alterações no controle supraespinhal das células do corno anterior, que se tornam indevidamente excitáveis.
Nesse caso, os neurônios motores são estimulados por fibras como as fibras reticulospinais e vestibulospinais.
Outras causas de hiperreflexia incluem ansiedade, hipertireoidismo, distúrbios eletrolíticos, tetania, tétano, entre outros.
Referências
- Coordenação e reflexos prejudicados. (2017). Recuperado de: semiologíaclínica.com
- Reflexos osteotendinosos. Departamento de Ciências Fisiológicas (2000). Recuperado de: med.javeriana.edu.co
- González, Nancy. (2007). A História Clínica e Semiologia da Propedêutica Médica. Universidade de Zulia, Maracaibo, Venezuela.
- Snell R.S. Neuroanatomia clínica. 4ª edição. Editorial Médica Panamericana. Madrid (1998)
- Kandell E.R., Schwartz J.H e Jessel T.M. Principles of Neuroscience. McGraw-Hill / Interamericana. Madrid (2001)