Psicometria: o que é e pelo que é responsável? - Psicologia - 2023
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Contente
- A psicometria como medida da psique
- Que compreende?
- 1. A criação da teoria
- 2. A balança
- 3. Instrumentos de medição
- Alguns conceitos relevantes
- 1. Correlação
- 2. Variância e desvio padrão
- 3. Confiabilidade
- 4. Validade
- Um pouco de história
- Os primeiros testes psicológicos
- Desenvolvimentos posteriores
- Algumas aplicações e utilidade da psicometria
- 1. Psicologia clínica
- 2. Neuropsicologia
- 3. Avaliação de desenvolvimento
- 4. Avaliação de capacidade
- 5. Recursos humanos
- 6. Pesquisa
- Problemas metodológicos
A psicologia é a ciência que estuda a mente e os processos mentais. No entanto, esses processos não são diretamente observáveis pelo ser humano nem são facilmente quantificáveis. Podemos observar que uma pessoa age de forma extrovertida, mas não é fácil determinar em que grau isso ocorre.
Por isso, tornou-se necessário projetar diferentes mecanismos e formas de medir as características psíquicas. O desenvolvimento destes métodos, a sua aplicação, a análise destes dados e o estudo da sua fiabilidade e validade são é o objeto de estudo da psicometria. A seguir falaremos sobre esta área da psicologia.
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A psicometria como medida da psique
A psicometria é entendida como a disciplina que é responsável pela medição quantitativa dos processos mentais e capacidades.
Desta forma, um valor numérico pode ser atribuído a características e eventos específicos, permitindo a comparação e contraste com outras pessoas ou com critérios específicos que podem ser usados para estabelecer e testar teorias e hipóteses sobre o funcionamento da mente. Graças à psicometria é possível quantificar e operacionalizar o psíquico, tendo amplamente permitido o desenvolvimento da psicologia como uma ciência.
Como a mente é algo não diretamente observável, é necessário utilizar elementos que possam indicar o aspecto a ser tratado e o grau em que ele é possuído, utilizando indicadores observáveis como o comportamento ou o registro da atividade fisiológica.
Em linhas gerais, podemos dizer que a psicometria utiliza cálculos estatísticos e análises de resultados para poder adquirir informações sobre um determinado construto (que fala de algum aspecto psicológico) por meio de um elemento de medida que ela criou anteriormente.
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Que compreende?
Como vimos, a psicometria é o ramo da psicologia responsável por medir aspectos específicos da mente. Isso implica, por um lado, estabelecer uma teoria que possa vincular características mentais a elementos mensuráveis, por outro, a criação de escalas de medição e, por fim, a elaboração de mecanismos e instrumentos que permitam tal medição.
1. A criação da teoria
Em relação ao primeiro aspecto, a psicometria estabelece a possibilidade de medir construtos não observáveis de elementos que podem servir para indicá-los, como características de comportamento. Também elabora e estabelece como eles podem ser observados e a partir de diferentes dados tenta estabelecer o que esses indicadores podem ser.
2. A balança
A criação de escalas ou escalonamento é outro dos elementos básicos que a psicometria cuida. Essas escalas permitem atribuir valores específicos às variáveis analisadas., para que possam ser operacionalizados e trabalhados. Trata-se de tornar uma variável específica quantificável.
3. Instrumentos de medição
O terceiro e último dos aspectos mencionados é a criação, a partir das escalas previamente elaboradas para quantificar uma variável específica, de instrumentos que permitam tal medida.
Exemplos claros deles são os testes psicológicos. Nesta elaboração devemos ter em mente que é necessário buscar objetividade, consistência e capacidade de discriminar os sujeitos, e que sejam válidos e confiáveis.
Alguns conceitos relevantes
Como disciplina que permite medir o inobservável a partir do observável, a psicometria deve levar em consideração vários conceitos para que essa medida seja correta e representativa. Alguns dos conceitos mais relevantes são os seguintes.
1. Correlação
O conceito de correlação se refere a a existência de algum tipo de ligação entre duas variáveis, o que faz com que as mudanças em um deles coincidam com variações também no segundo, embora isso não garanta que a relação seja causa-consequência.
2. Variância e desvio padrão
A variância é o grau em que as pontuações de um teste ou da mesma variável eles podem dispersar. O desvio padrão refere-se a quanto as pontuações normalmente devem se espalhar em relação à média.
3. Confiabilidade
Confiabilidade se refere ao grau em que um item ou elemento usado na medição de uma característica não produz erros, obtendo resultados consistentes em diferentes medições da mesma característica no mesmo assunto e contexto.
4. Validade
A validade é entendida como o grau em que os elementos que usamos para medir você está medindo o que deseja medir. Existem vários tipos de validade, como construto, conteúdo ou ecológico.
Um pouco de história
A história da psicologia está intimamente ligada à de medir as características e capacidades dos indivíduos. A psicologia como ciência não apareceu até a criação do primeiro laboratório de psicologia pelas mãos de Wilhelm Wundt, que começou a realizar experimentos nos quais tentava medir os tempos de reação e levaria em consideração aspectos subjetivos através do método de introspecção.
No entanto, considera-se que o nascimento da psicometria remonta a meados do século XIX, quando Francis Galton começou a trabalhar no estabelecimento de mecanismos para medir a existência de diferenças individuais entre os indivíduos.
Galton usaria mecanismos voltados para a medição de elementos fisiológicos, seus estudos sendo limitados a processos básicos. Mas, graças aos seus estudos, surgiram conceitos fundamentais em psicometria, como os princípios de correlação entre variáveis e regressão, que acabaria por ser formalizado por Karl Pearson, seu aluno.
Os primeiros testes psicológicos
Cattell idealizaria pela primeira vez o conceito de teste mental, aplicando-o à medição das capacidades sensoriais, mas foi só com Alfred Binet que as escalas de medição das capacidades intelectuais começaram a ser desenvolvidas. Binet, com seu assistente Theodore Simon, criou a primeira escala de inteligência baseada em critérios funcionais.
Posteriormente, com o tempo, vários tipos de escalas acabariam sendo confeccionados, alguns até usados no exército (como o Exército Alfa e o Exército Beta, usados para classificar os soldados de acordo com seu nível de inteligência). Mais tarde também uma tentativa seria feita para levar em consideração a presença de possíveis vieses culturais diante de uma análise correta da capacidade mental.
Spearman interpretaria a correlação de Pearson, indicando que a presença de uma correlação entre as variáveis mostra a presença de um elemento comum. Com base nisso, ele acabaria gerando sua teoria sobre o fator G da inteligência.
Desenvolvimentos posteriores
Alguns dos principais autores que permitiram o desenvolvimento da psicometria foram principalmente os citados Galton, Binet, Pearson e Spearman, embora muitos outros autores tivessem uma participação fundamental nesta disciplina.
Spearman elaboraria a teoria clássica dos testes segundo a qual as pontuações obtidas nos testes deve ser comparado com o grupo de referência a fim de dar-lhes um significado, embora isso limite sua confiabilidade e validade por ser capaz de alterar os resultados de acordo com quem a comparação é feita.
Com o tempo, outras teorias surgiram, como a teoria da resposta ao item, que tentaria combater essa limitação, propondo o teste como forma de medir o nível de um sujeito em determinado traço interpretando-o com base em probabilidade estatística. Com o tempo, outros testes, como testes de aptidão ou testes de personalidade, surgiram.
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Algumas aplicações e utilidade da psicometria
A psicometria é uma disciplina de especial importância para a psicologia, uma vez que permite operacionalizar os diferentes processos mentais e fazer medições, definir critérios, estabelecer comparações e até desenvolver modelos explicativos e preditivos. Além disso, permite relacionar variáveis e ajudar a estabelecer a existência de relações entre elas.
Tudo isso é necessário em áreas muito diferentes, como por exemplo a seguir.
1. Psicologia clínica
Os diferentes testes e medidas de avaliação psicológica são de grande importância na prática clínica. Ser capaz de fazer medições em relação às características ou estados mentais nos permite visualizar e ter uma ideia do estado e da gravidade do assunto, além de priorizar determinados aspectos durante o tratamento de acordo com as características do paciente.
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2. Neuropsicologia
Testes e avaliações psicológicas e neuropsicológicas eles nos dão pistas de como as capacidades mentais de um sujeito são comparadas a um critério estabelecido, a média da população ou seu próprio estado em medições anteriores.
3. Avaliação de desenvolvimento
Ao longo de nosso ciclo de vida, desenvolvemos nossas capacidades de uma determinada maneira. A presença de alterações no referido desenvolvimento Pode ser detectado graças a vários procedimentos desenvolvidos graças à psicometria, permitindo que elementos disfuncionais que dificultam a adaptação da pessoa ao ambiente sejam antecipados e tratados.
4. Avaliação de capacidade
Características de personalidade, habilidades e habilidades são alguns dos múltiplos elementos cuja possibilidade de medição emergiu de instrumentos desenvolvidos graças à psicometria.
5. Recursos humanos
Determinar a capacidade de um indivíduo para enfrentar determinado trabalho não é uma tarefa fácil. Contratar ou não contratar pessoa física Deve-se levar em consideração seu nível de habilidade e seu estado mental para detectar o nível de adequação ao cargo e à empresa.
Esta avaliação é efectuada através de entrevistas com os candidatos, bem como através de testes psicométricos que reflectem o seu nível de aptidão em diferentes aspectos.
6. Pesquisa
A psicologia é uma ciência que avança continuamente. A pesquisa é um elemento essencial a fim de obter uma melhor compreensão da psique e da realidade. Estabelecer relações entre diferentes situações e / ou estímulos e / ou gerar dados que possam ser contrastados são aspectos fundamentais neste processo, para os quais a psicometria é fundamental, pois é a base para a criação de métodos de medição.
Por outro lado, a psicometria implica na discussão sobre em que medida é razoável ou não operacionalizar as hipóteses em instrumentos de medição e variáveis concretas e quais os limites epistemológicos de fazê-lo dessa forma.
Problemas metodológicos
A psicometria não nos fornece ferramentas que nos permitam captar uma imagem totalmente objetiva das predisposições psicológicas dos sujeitos estudados. Existem muitas limitações associadas aos métodos e ferramentas psicométricas.
Por exemplo, um problema comum é o fato de o contexto em que os testes psicológicos são passados afetam a forma como os sujeitos estudados se comportam. Algo tan simple como la antipatía o la antipatía hacia quien pasa una herramienta de evaluación puede sesgar los resultados obtenidos, igual que los nervios ante la necesidad de hacer algo a lo que no se está acostumbrado (rellenar varios folios con pruebas que miden la inteligencia, por exemplo).
Por outro lado, aqueles testes de personalidade baseados em autorrelato Eles não medem exatamente os padrões de comportamento que caracterizam esses padrões de personalidade, mas sim a maneira como os indivíduos se veem. Ou seja, entre o que se deseja estudar e os dados obtidos existe um filtro de introspecção: é preciso parar para pensar sobre suas ações e oferecer uma interpretação sobre elas. Isso não é o ideal, embora se assumirmos que a maioria dos sujeitos estudados tende a responder com honestidade, pode ajudar a se aproximar de sua personalidade, seus hábitos, etc.