Liderança empática: características, princípios e modelo - Ciência - 2023
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Contente
- Emergência de liderança empática
- Características da liderança empática
- Entusiasmo
- Calor
- Serenidade
- Apenas rigidez
- Empatia
- Humildade
- Princípios de liderança empática
- 1- Humanismo
- 2- Conhecimento
- 3- Justiça
- 4- Motivação
- 5- Tomada de decisão
- 6- Serviço
- 7- Conselhos
- 8- Valores
- Modelo de liderança empática
- Liderança empática em organizações
- Referências
o liderança empática É um tipo de liderança que permite ao líder estar no lugar dos seguidores. Como o próprio nome sugere, é um tipo de liderança que usa a empatia com os outros como principal ferramenta.
A liderança empática é realizada por meio do conhecimento dos indivíduos, habilidades de negociação e técnicas de intervenção e integração. A realização deste tipo de atividade permite formar equipas de trabalho com elevado valor acrescentado nas suas ações, hoje confere uma certa vantagem competitiva e aumenta a performance das equipas.
A liderança empática constitui uma nova alternativa de liderança que visa responder às necessidades particulares dos membros que integram as equipas.
Atualmente, a empatia é um dos elementos mais valorizados em uma grande diversidade de grupos, razão pela qual cada vez mais organizações optam por utilizar este tipo de ferramenta.
Emergência de liderança empática
A liderança empática surge em resposta às necessidades básicas que as organizações e grupos de trabalho cada vez mais apresentam. Nos últimos anos, diversos movimentos sociais em diferentes regiões do planeta têm mostrado uma forte rejeição às posições autoritárias e absolutistas.
Nesse sentido, a liderança de grupos de pessoas hoje requer ferramentas e ações diferentes das utilizadas há décadas. Especificamente, fica evidente a necessidade de valorização pessoal e individual de cada um dos sujeitos que compõem os grupos.
A realização dessas ações é um aspecto fundamental para aumentar a motivação do grupo e a liderança aceita, apoiada e valorizada por todos os membros. Várias investigações têm mostrado que a empatia é a ferramenta mais eficaz para responder a essas necessidades.
Conhecer os interesses, necessidades, preocupações e exigências das pessoas traz benefícios diretos para elas. Da mesma forma, aumenta seu bem-estar e aumenta a coesão do grupo.
Conclui-se que a liderança empática pode ser uma das principais ferramentas para melhorar o funcionamento das organizações e aumentar sua produtividade.
Características da liderança empática
A liderança empática engloba uma série de características que definem como gerenciar uma equipe. Essas características são baseadas nas ações e atitudes que o líder deve desenvolver.
Desta forma, a liderança empática não define apenas um tipo de liderança que incorpora a empatia na sua atividade; vai muito além e atualmente consiste em um processo bem definido e delimitado.
Nesse sentido, a liderança empática tem seis características principais propostas por Guillermo Velazquez Valadez, pesquisador da Universidad La Salle em 2005. Devem nortear as ações do líder e especificar o tipo de relação que ele estabelece com o restante do grupo.
Entusiasmo
As ações empreendidas na liderança empática devem gerar um alto senso de entusiasmo. Ou seja, o líder assume um papel plenamente ativo na direção da organização.
A liderança deve ser regida pelo dinamismo e realizada com energia e paixão. Esses elementos não devem ser desenvolvidos apenas pelo líder, mas ele também tem a responsabilidade de transmiti-los e estendê-los a cada um dos indivíduos.
Calor
Calor refere-se ao carinho e compreensão que o líder faz dos demais sujeitos do grupo.
A liderança empática deve ser calorosa, portanto, você deve realizar uma série de ações que demonstrem e expressem afeto diretamente.
Essa segunda característica exige certa habilidade do líder para se relacionar afetivamente. E vai muito além de ações concretas que mostram sensibilidade aos colegas.
Na verdade, o calor que caracteriza a liderança empática define a relação que o líder estabelece com os membros do grupo.
Não deve ser meramente técnico ou profissional, mas o líder deve se preocupar com cada uma das necessidades (profissionais e pessoais) dos membros.
Serenidade
O calor da liderança empática pode levar a uma gestão excessivamente emocional ou sentimental. Este fato deve ser superado por meio da serenidade da liderança.
O calor não deve limitar a racionalidade das atividades desenvolvidas pelo líder, muito pelo contrário.
A liderança empática requer um amplo estudo e avaliação de todas as soluções e atividades possíveis a serem empreendidas. Para realizar tais tarefas, são levados em consideração os aspectos profissionais e pessoais da situação.
Apenas rigidez
Os três pontos anteriores podem colocar em questão o papel do líder perante o grupo. O estabelecimento de relacionamentos próximos com os membros pode ser interpretado como uma certa perda de poder e / ou autoridade.
Este fator deve ser administrado com cuidado pelo líder. Apesar de ser caloroso e empático, também deve haver um certo grau de rigidez na liderança empática.
O líder avalia e leva em consideração as necessidades de todos os seus membros, mas deve ser ele quem toma as decisões. Nesse sentido, a detecção das atividades necessárias ao desenvolvimento deve ser realizada de um ponto de vista subjetivo e justo.
O líder deve adotar uma postura de não se comprometer com ninguém e colocar os interesses institucionais antes dos pessoais. Mesmo assim, sempre que puder e for justo fazê-lo, tentará atender a todos os tipos de interesse que surjam na organização.
Empatia
Obviamente, a empatia é uma das principais características da liderança empática.
Por empatia entende-se a capacidade cognitiva de perceber o que o outro pode sentir. Ou seja, consiste em desenvolver uma série de sentimentos que permitem que a pessoa se coloque no lugar do outro.
O líder empático deve adotar essa prática rotineiramente em sua atividade. As ações específicas relativas à empatia devem servir para descobrir os desejos, necessidades e exigências dos membros do grupo.
Da mesma forma, as informações coletadas por meio do processo empático devem ser utilizadas para gerenciar o grupo e decidir as atividades a realizar. Ou seja, o líder deve ter empatia e ser consistente com essa ação.
Humildade
Arrogância e orgulho são elementos que não podem aparecer na liderança empática. Na verdade, quando o líder de um grupo adota esse tipo de atitude, ele não é mais um líder empático.
Apesar das diferenças de papéis, o líder empático trata todos no grupo da mesma forma. Da mesma forma, ele não diferencia suas qualidades pessoais e profissionais das dos outros.
A diferenciação de papéis, ou seja, de líder x não líder, reflete-se apenas na tomada de decisões e na gestão das atividades, mas não diz respeito às qualidades e classificação pessoal dos integrantes.
O líder empático não se acredita melhor, simplesmente mostra sua maior capacidade de decisão devido ao cargo e às tarefas que afetam sua figura.
Princípios de liderança empática
8 princípios de liderança empática foram sugeridos. Estes devem ser internalizados e compartilhados pelo líder e devem orientar seu comportamento. O líder empático deve sentir e compartilhar esses elementos básicos que orientam como as pessoas funcionam.
Se o líder, seja por convicções pessoais, traços de personalidade ou interpretação sobre o funcionamento das pessoas, não compartilha desses 8 elementos, será difícil desenvolver uma liderança empática.
Esse fator mostra que nem todos possuem as características necessárias para ser um líder empático. Da mesma forma, alcançar a liderança empática ideal é complicado e requer habilidades e treinamento.
Para desenvolver um processo de liderança empática, o líder deve compartilhar os seguintes princípios em seu desempenho pessoal e profissional:
1- Humanismo
O líder empático deve, por definição, ser humano. Ou seja, devem ser capazes de compreender os aspectos pessoais dos membros e conseguir integrá-los aos seus.
2- Conhecimento
Obviamente, o líder empático deve ser um especialista no campo de ação em que se desenvolve. A liderança deve ser justificada por uma ampla capacidade e conhecimento das atividades a serem desenvolvidas.
3- Justiça
O líder empático deve possuir uma grande habilidade para encontrar o equilíbrio entre recompensar e penalizar. Deve reger suas ações de gestão por meio de análises objetivas e procedimentos de decisão, e inserir o raciocínio em sua atividade.
4- Motivação
O líder empático deve ser capaz de transmitir energia para a equipe de trabalho. Ninguém pode apresentar mais motivação e convicção nas tarefas a realizar do que ele.
Ele deve adotar a posição de guia e fazer com que todos os indivíduos o sigam por meio da firme convicção e motivação que o líder apresenta sobre as atividades a serem realizadas.
5- Tomada de decisão
O líder empático deve desenvolver um método e uma estratégia confiável que lhe permita decidir sobre as melhores alternativas. Você deve orientar seu desempenho por meio de processos congruentes e não transmitir instabilidade ou variação em sua liderança.
6- Serviço
Para que os membros do grupo estejam a serviço do líder, isso também deve ser para os demais. O líder empático trabalha junto com os outros e mostra solidariedade com os colegas.
7- Conselhos
O líder empático não apenas comanda ou dirige. Ele também aconselha e apóia cada um de seus colegas. Respeita a autonomia e capacidade de iniciativa dos membros do grupo e oferece-lhes apoio quando precisam.
8- Valores
Por fim, o líder empático deve estimular a observação dos valores institucionais e individuais. Você deve fazer isso de forma prática e dar o exemplo aos outros sobre os valores que devem ser desenvolvidos dentro do grupo.
Modelo de liderança empática
O modelo de liderança empática implica o desenvolvimento de um sistema de planejamento que permite a coordenação e integração de todos os demais sistemas administrativos e humanos.
O principal objetivo da gestão empática é a criatividade. Pois desta forma é possível obter valor agregado nas atividades realizadas. Da mesma forma, para que o modelo de liderança seja frutífero, ele deve estar inserido em um arcabouço institucional devidamente delineado pela alta direção da organização.
O processo de liderança deve integrar em suas estratégias objetivos bem específicos para cada um dos campos de atuação. E seu funcionamento deve estar intimamente relacionado aos princípios humanos e ecológicos.
As principais áreas do modelo de liderança empática são: energia, projeção, qualidade, criatividade, inovação e pesquisa. Eles devem funcionar por meio do sistema de planejamento e devem ser capazes de fornecer feedback uns aos outros o tempo todo.
Liderança empática em organizações
A liderança empática é a base a partir da qual qualquer organização deve construir. Especificamente, este tipo de gestão de grupo apóia os dois pilares estruturais fundamentais: o indivíduo e a organização.
Dessa forma, a liderança empática forma uma ponte de recursos humanos que garante que os dois pilares sejam totalmente unificados e compartilhem objetivos.
A ponte que compõe a liderança empática é caracterizada pelos processos de comunicação, integração, motivação, treinamento, gestão de conflitos e tomada de decisões.
O objetivo final alcançado por meio desse tipo de liderança é a empatia organizacional. Ou seja, a capacidade de uma organização de atender às necessidades de seus grupos de trabalho para o desenvolvimento de suas atividades.
O alcance desses objetivos leva a um ótimo funcionamento do grupo, ao aumento da produtividade e ao alcance da excelência nos serviços e processos desenvolvidos.
Referências
- Velazquez Valadez Guillermo. Liderança empática "Um modelo de liderança para organizações mexicanas". Jornal do Centro de Pesquisa. La Salle University, vol. 6, não. 23 de janeiro a junho de 2005, pp. 81-100.
- Dubrin J. Andrew, Leadership: Easy Series, Pearson, México, 1999.
- Drucker, Peter. A sociedade pós-capitalista, Ed. Norma, Colômbia, 1994.
- Llanos Cifuentes Carlos, Humildade e liderança, Ediciones Ruz, México, 2004.
- Rodríguez Estrada Mauro, Relações Humanas: série de treinamento abrangente Vol. 2, Manual Moderno, México, 1985.
- Rodríguez Estrada, Mauro. “Integração de equipes” (treinamento abrangente, Vol. 3), Manual Moderno, México, 1985.