Louis Pasteur: biografia, descobertas e contribuições para a ciência - Ciência - 2023


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Louis Pasteur: biografia, descobertas e contribuições para a ciência - Ciência
Louis Pasteur: biografia, descobertas e contribuições para a ciência - Ciência

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Louis Pasteur Foi um cientista especializado em química e biologia, nascido na França em 1822. Entre suas descobertas mais importantes estão as contribuições para o desenvolvimento de vacinas ou a invenção do sistema de eliminação de microrganismos dos alimentos que levam seu nome: a pasteurização.

Apesar de não ter sido um aluno muito brilhante na infância, sua mudança para o ensino superior significou uma grande mudança em seus interesses. Ele deixou para trás sua predileção pelas artes para se concentrar nas ciências, especialmente a química. Ele foi professor em várias universidades de seu país.

Este trabalho docente foi combinado com pesquisas ao longo de sua vida. Ele se destacou tanto que o governo lhe confiou vários trabalhos de campo, como a erradicação de uma praga que ameaçava a indústria do bicho-da-seda. Pasteur recebeu grande reconhecimento por criar uma vacina contra a raiva.


Esse reconhecimento obtido não foi apenas no meio científico, mas também na esfera popular. Na verdade, foi esse apoio que lhe permitiu fundar o Instituto Louis Pasteur, graças a uma assinatura nacional. Logo essa instituição se tornou referência mundial no estudo das doenças infecciosas.

Biografia de Louis Pasteur

Primeiros anos

Louis Pasteur nasceu na cidade de Dôle, França, em 22 de dezembro de 1822. Passou os primeiros anos em sua cidade natal, onde concluiu o ensino fundamental. O futuro cientista não se destacou naqueles primeiros anos por se interessar muito pela ciência, mas seu gosto estava mais voltado para as artes.

Foi o pai, curtidor, que o obrigou a se matricular no Liceo de Besançon para concluir o ensino médio. Lá, Pasteur obteve o bacharelado em letras em 1840 e o de ciências 2 anos depois.

Ensino médio e primeiros empregos

No final dessa etapa, ele continuou seu treinamento na Ecole Normale Supérieure de Paris, embora não tenha durado muito no centro. Depois de um ano de volta à sua cidade, voltou a Paris e, agora, concluiu os estudos.


Foi durante este período que se interessou pela ciência e, embora o seu primeiro emprego tenha sido como professor de Física no Liceu de Dijon, começou a optar pela Química. Foi nesta área que se doutorou em 1847, sob a direção de Dumas e Balard.

Suas primeiras pesquisas trataram do ácido racêmico e do ácido paratartárico. Da mesma forma, ele desenvolveu uma teoria inovadora - embora errônea - da assimetria molecular.

Vida profissional

Como mencionado acima, Pasteur começou a trabalhar como professor em 1848 no Liceo de Dijon. Naquela época ele se casou com a filha do reitor da universidade, Marie Laurent, e obteve a cadeira de química.

Em 1854 mudou-se para Lille para ensinar a mesma matéria na universidade da cidade. Além disso, atuou por três anos como reitor da Faculdade de Ciências. Para além do trabalho docente, em Lille realizou importantes pesquisas sobre fermentação para melhorar as indústrias do vinho e da cerveja na zona.


No final de seu mandato como reitor, ele retornou a Paris. Ele primeiro ocupou o cargo de diretor do departamento de ciências da École Normale e depois se tornou professor de química. Ele esteve lá até 1875 e destacou sua polêmica acadêmica contra os defensores da teoria da geração espontânea da vida.

Doença do bicho da seda

Uma comissão do governo francês o enviou ao sul da França para tentar encontrar uma solução para uma epidemia que ameaçava a indústria do bicho-da-seda na região.

As pesquisas de Pasteur foram essenciais para acabar com a praga que atingiu os vermes. Durante esta tarefa, ele recebeu a confirmação de sua crença na responsabilidade dos microorganismos patogênicos em muitas infecções. Este foi um passo adiante no desenvolvimento de sua teoria sobre patologia microbiana.

Outras investigações

Outro acontecimento, neste caso belicoso, obrigou Pasteur a deixar Paris em 1871. A guerra civil o fez mudar-se para Clermont-Ferrand, onde não interrompeu suas pesquisas.

Ao retornar à capital, seu prestígio o levou a uma pensão vitalícia, além da nomeação como membro da Academia de Medicina e da Academia Francesa. Da mesma forma, ele foi condecorado com a Legião de Honra do país.

Entre as contribuições mais importantes nesse período estão suas pesquisas sobre o cólera, que afetou as galinhas e que foi o primeiro passo para a criação de vacinas.

Vacina

Outras pesquisas com animais, neste caso sobre a doença do antraz que afetava o gado, levaram Pasteur a avançar no desenvolvimento dessas vacinas. Em 1881, ele descobriu como inocular animais com patógenos enfraquecidos para fortalecer o sistema imunológico. Logo depois, o mesmo princípio serviu para criar a vacina anti-rábica.

Essas contribuições o tornaram tão famoso que uma coleção popular o ajudou a abrir o Instituto Pasteur em 1888. Deste centro de pesquisa, ele continuou estudando doenças infecciosas.

Morte

A saúde do cientista estava muito debilitada desde a hemiplegia que sofreu em 1868. Os prémios e reconhecimentos foram constantes nestes últimos anos, entre os quais se destaca uma impressionante homenagem na Sorbonne por ocasião dos seus 70 anos de vida.

Pasteur morreu três anos depois disso, em 28 de setembro de 1895, na cidade de Marnes-la-Coquette.

Descobertas e contribuições

Pasteurização

Este processo que leva seu nome salvou milhões de vidas em todo o mundo desde o seu início. A teoria mais aceita na época era que nenhum organismo participava da fermentação como um processo químico. No entanto, enquanto fazia pesquisas sobre o vinho, Pasteur descobriu que dois tipos de levedura eram a chave para esse processo.

Um tipo de fermento produzia álcool e o outro causava o aparecimento de ácido lático, culpado de azedar a bebida. Depois dessa descoberta, foi proposto eliminar a causa da deterioração do vinho.

Para fazer isso, ele introduziu o líquido em recipientes herméticos e rapidamente o aqueceu a 44 graus. Este procedimento simples o tornou livre de microorganismos prejudiciais. Desde então, esse método de aquecimento tem sido usado para tornar muitos alimentos mais seguros.

Desenvolvimento de vacinas

Como outras descobertas importantes na história da ciência, a primeira vacina foi descoberta por acaso. Pasteur estava estudando como a bactéria que causa a cólera aviária era transmitida, inoculando-a em animais saudáveis ​​para investigar seus efeitos.

De acordo com a história conhecida, o cientista saiu de férias e deixou ao seu assistente a tarefa de infectar algumas galinhas com a bactéria antes de também tirar as férias.

No entanto, o assistente se esqueceu de fazê-lo e, quando os dois voltaram ao trabalho um mês depois, a cultura de bactérias estava gravemente enfraquecida. Mesmo assim, eles o usaram para inocular um grupo de pássaros e sobreviveram à infecção.

Isso deu a Pasteur a ideia de origem da vacina. Ele expôs os animais sobreviventes a bactérias normais e, como eles criaram uma resposta imunológica, sobreviveram à doença. Depois disso, ele experimentou outras doenças causadas por bactérias, como o antraz em bovinos, sendo um sucesso.

Vacina anti-rábica

A raiva era uma doença mortal que causava muitas vítimas em animais e humanos infectados por eles. Pasteur começou a trabalhar em uma possível vacina usando coelhos para descobrir qual era o patógeno causador.

Diz-se que em 1885 um menino mordido por cães com a doença veio ajudá-lo. Até aquele momento, o cientista havia testado apenas os resultados de suas pesquisas com cães e, além disso, como não era médico, corria o risco de sofrer consequências legais se algo desse errado.

Diante da morte certa do menino e, após consultar outros colegas, Pasteur decidiu usar sua vacina. Felizmente, o tratamento funcionou e o menino se recuperou totalmente.

Pesquisa sobre fermentação

Intimamente relacionada à pasteurização, essa descoberta o levou vários anos, dos anos 1950 ao século XIX. Ele foi o primeiro a mostrar que a fermentação era iniciada por organismos vivos, especificamente por leveduras.

Importância da temperatura no controle do crescimento de bactérias

Sua pesquisa com galinhas não foi importante apenas para o desenvolvimento da vacina. Eles também o ajudaram a observar como a temperatura era importante para o crescimento das bactérias.

Pasteur observou que o antraz não sobreviveu no sangue dessas aves e descobriu que era porque seu sangue está a uma temperatura mais alta do que a de outros mamíferos.

Anaerobiose redescoberta

Em 1857, enquanto estudava a fermentação, Pasteur descobriu que o processo poderia ser interrompido pela introdução de ar no fluido.

Com essa observação, ele concluiu que havia uma forma de vida capaz de existir mesmo sem oxigênio. Assim, ele desenvolveu os conceitos de vida aeróbia e vida anaeróbia.

Do lado prático, isso levou ao desenvolvimento do chamado Efeito Pasteur, que inibe a fermentação pelo oxigênio.

Salvou a indústria europeia da seda

Enquanto trabalhava em sua teoria dos germes, em 1865, Pasteur descobriu que uma doença grave do bicho-da-seda, pebrine, era causada por um pequeno organismo microscópico que agora é conhecido como Nosma bombycis.

Nessa época, a indústria da seda francesa foi seriamente afetada e a doença estava começando a se espalhar para outras áreas. Por meio de um método inventado por Pasteur, foi possível identificar quais bichos-da-seda estavam infectados e impedir a disseminação da praga.

Demonstrou a importância da temperatura no controle do crescimento de bactérias

Por meio de sua pesquisa com galinhas infectadas com a febre esplênica do antraz, que permaneceu imune à doença, ele conseguiu demonstrar que a bactéria que produzia o antraz não conseguia sobreviver na corrente sanguínea das galinhas.

A razão é que seu sangue está 4 graus Celsius acima da temperatura do sangue de mamíferos como vacas e porcos.

Sendo o antraz a principal causa de morte em animais que pastam e também uma causa ocasional de morte em humanos, o desenvolvimento de uma vacina contra essa bactéria produziu uma queda dramática na gama de infecções.

Determinou a existência de assimetria nos cristais

Louis Pasteur em 1849, enquanto trabalhava como professor de física na escola Tournon, estudou como certos cristais podem afetar a luz.

Para fazer isso, ele resolveu um problema com os cristais de ácido tartárico, que polarizavam a luz de maneiras diferentes - alguns girando no sentido horário e outros no sentido anti-horário.

Com isso, Pasteur descobriu que a molécula de ácido tartárico é assimétrica e pode existir em duas formas diferentes, mas semelhantes, como no caso de duas luvas, a esquerda e a direita que são semelhantes, mas não iguais.

Além disso, ele continuou a estudar a relação entre configuração molecular e estrutura cristalina, e com isso ele foi capaz de perceber que a assimetria é uma parte fundamental da matéria viva e dos seres vivos.

Demonstrou a veracidade da teoria do germe

Anteriormente, os fenômenos de fermentação e putrefação eram considerados espontâneos.

Por muito tempo, essa teoria da geração espontânea foi apoiada por vários cientistas de sua época, incluindo o naturalista John Tuberville Needham e o naturalista francês Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon.

Outros, como o fisiologista italiano Lazzaro Spallanzani, acreditavam que a vida não poderia ser gerada a partir de matéria morta.

Louis Pasteur resolveu esclarecer essa controvérsia por meio de sua teoria dos germes, e para isso fez um experimento simples: esterilizar um caldo de carne fervendo-o em uma "garrafa pescoço de ganso". Isso evitou a entrada de qualquer tipo de contaminante, pois possui um gargalo longo que retém as partículas e os contaminantes antes de entrarem no corpo da garrafa onde estava o caldo.

Quando o gargalo da garrafa foi quebrado e o caldo foi novamente exposto a um ambiente não esterilizado, escureceu, indicando contaminação microbiana.

Esse experimento mostrou que a teoria da geração espontânea não estava correta, pois enquanto o caldo estava na garrafa ele permanecia estéril.

Esse experimento não apenas esclareceu o problema filosófico da origem da vida, mas também foi a base para a fundação da ciência da bacteriologia.

Ele fundou o Instituto Louis Pasteur

Para continuar o legado de suas pesquisas, Pasteur fundou o instituto que leva seu nome em 1887.

Hoje é um dos principais centros de pesquisa, com mais de 100 unidades de pesquisa, 500 cientistas permanentes e cerca de 2.700 pessoas trabalhando na área.

As conquistas do Instituto Pasteur são um maior conhecimento das doenças de origem infecciosa, tendo feito importantes contribuições no campo dos tratamentos, prevenção e cura das doenças infecciosas existentes até hoje como difteria, febre tifóide, tuberculose entre outras.

Referências

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