Henry Lane Wilson: biografia, posições políticas, memórias - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Educação e empregos
- Família
- Acusações políticas
- Embaixador no Chile
- Diplomata na Bélgica
- Papel no México
- Sem confiança
- Pacto da Embaixada
- Últimos anos
- Recordações
- Referências
Henry Lane Wilson (1857-1932) foi um político americano, muito lembrado por suas contínuas tentativas de acabar com o governo de Francisco Madero no México enquanto era embaixador naquele país. Participou de movimentos como o Tragic Ten ou o Pacto da Embaixada.
Ele desempenhou um papel de liderança em tornar hostis as relações entre os Estados Unidos e o México. Durante sua fase diplomática, a opção de intervenção dos EUA no México foi levantada por recomendação de Wilson.
O objetivo de Wilson, ao chegar ao México, era proteger os interesses dos monopólios e licenças que empresas e investidores norte-americanos haviam obtido no país latino-americano. Esses interesses começaram a ser afetados com o início da revolução.
Ele primeiro trabalhou como advogado, foi editor de jornal e, em seguida, entrou totalmente no mundo diplomático. Foi embaixador no Chile, Bélgica e México, onde ocupou seu cargo de forma polêmica.
Ele ocupou um cargo diplomático durante três governos diferentes. Ele trabalhou primeiro para William McKinley, depois para Theodore Roosevelt e, finalmente, com William Howard Taft.
Sua atuação no México foi tão polêmica que ele foi proibido de retornar ao país após ser afastado do cargo de embaixador.
Biografia
Henry Lane Wilson nasceu em Crawfordsville, uma das onze cidades que compõem o condado de Montgomery em Indiana, Estados Unidos. Ele veio ao mundo em 3 de novembro de 1857 graças à união entre James Wilson e Emma Ingersoll.
Educação e empregos
Henry Lane estudou no Wabash College onde se graduou em 1879. A instituição, localizada em sua cidade natal, caracterizava-se por ser um campus privado e aceitar apenas homens como alunos, características que permanecem até os dias de hoje.
Por alguns anos ele esteve intimamente ligado ao mundo do direito. Ele passou a trabalhar em escritórios de advocacia localmente. Ele também era dono de um meio de comunicação local e se tornou editor.
Depois que se casaram, Wilson tomou a decisão de se mudar para a cidade de Spokane, no leste de Washington. Neste novo local, voltou a exercer a advocacia, mas também se envolveu com questões bancárias e imobiliárias. Algumas más decisões fizeram com que ele perdesse quase toda sua riqueza.
Família
A política sempre foi algo muito presente na família Henry Lane. Seu pai era James Wilson, que morreu quando Henry tinha apenas 10 anos. Ele foi embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, onde morreu quando tinha apenas 42 anos.
Sua mãe era Emma Ingersoll e ele teve dois outros filhos além de Henry: John Lockwood e Tilghman Howard. O mais velho dos irmãos, John, também estava envolvido no mundo político, pois fazia parte do Senado e do Congresso dos Estados Unidos.
Henry Lane conseguiu começar sua própria família quando se casou com Alice Wilson em 1885. O casal teve quatro filhos: John, Warden, Stewart e Helen.
Acusações políticas
Wilson era ativo no Partido Republicano dos Estados Unidos, um grupo formado apenas três anos antes do nascimento de Henry. Sua primeira atividade foi apoiar a candidatura de seu irmão mais velho, John Wilson, candidato a uma vaga na Câmara dos Representantes de Indiana.
Henry Wilson também apoiou as candidaturas de Benjamin Harrison e William McKinley à presidência do país. O primeiro veio oferecer a Wilson o cargo de embaixador da Venezuela, o mesmo cargo que seu pai ocupara no passado, mas a proposta foi rejeitada.
Seus primeiros passos como diplomata foram dados durante o governo de William McKinley. Ele então trabalhou com Theodore Roosevelt por dois mandatos presidenciais, e sua vida como embaixador terminou durante o mandato de William Howard Taft. Todos os três presidentes eram representantes do Partido Republicano.
Embaixador no Chile
O presidente William McKinley iniciou seu governo em 4 de março de 1897 e, três meses depois, nomeou Wilson como embaixador dos Estados Unidos no Chile. Não teve grandes choques ou conflitos no país sul-americano durante a execução de sua obra.
Ao longo dessa etapa, Wilson demonstrou preocupação com os diversos eventos em solo chileno. Em primeiro lugar, foi contrário às políticas implementadas pelos governos locais no nível econômico, especialmente por causa dessas decisões que foram a causa da alta inflação no país sul-americano.
Ele também testemunhou múltiplas violações durante a guerra civil de 1991. Considerou-se que ele teve um papel proeminente em ajudar o Chile e a Argentina a resolver os conflitos que travavam em relação aos limites da fronteira.
Seu trabalho foi muito valorizado em solo chileno. Ele foi premiado com o reconhecimento da Universidade do Chile em 1911, anos depois de deixar seu cargo como embaixador naquele país. Wilson recebeu um doutorado em filosofia, humanidades e artes por suas contribuições.
Em 1902, ainda como embaixador, o presidente Theodore Roosevelt ofereceu-lhe temporariamente a embaixada grega. Wilson não aceitou a nova designação e a decisão irritou o presidente por um tempo.
Diplomata na Bélgica
Wilson terminou seu mandato como embaixador no Chile em 1904 e um ano depois mudou-se para a Bélgica. Antes da mudança de nação, ele passou alguns meses nos Estados Unidos como observador e apoiador político de Roosevelt nas eleições de 1904.
Seu trabalho na Bélgica não teve grandes choques. Ele foi um dos convidados da Conferência de Haia realizada em 1907, entre 15 de junho e 18 de outubro. O objetivo dessas reuniões era limitar o uso de armas pelas nações do mundo.
Ele também esteve presente na coroação do Rei Albert I da Bélgica em 1909.
Papel no México
Quando William Taft foi eleito presidente dos Estados Unidos, em 4 de março de 1909, era considerado diplomático em vários países. Rússia, Áustria e Turquia eram algumas das opções, mas Wilson optou por ir para o México.
Seu período como embaixador no país latino-americano começou em março de 1910 e acabou sendo o mais polêmico de toda sua carreira política.
Wilson chegou ao México quando Porfirio Díaz ainda era presidente do país e veio vivenciar o nascimento dos primeiros movimentos revolucionários. Quando Francisco Madero chegou ao poder, começaram os problemas para Wilson. Não havia um bom relacionamento entre os dois políticos, Madero até tinha uma opinião muito ruim sobre o gosto de Wilson pelo álcool.
Desde o início, Wilson criticou as decisões de Madero. Ele fez lobby junto ao governo mexicano com a desculpa de proteger os interesses americanos e para isso relatou uma infinidade de violações dos direitos dos americanos que viviam no país.
Ele informou o governo presidido por Taft nos Estados Unidos sobre todos os tipos de situações e recomendou a mobilização dos militares americanos para a costa do México. Sua insistência para que Madero renunciasse do cargo era constante.
Foi um dos aliados de Victoriano Huerta, que comandava o exército mexicano e decidiu trair Madero para chegar ao topo do poder. As negociações para finalizar os detalhes da futura presidência de Huerta foram polidas na embaixada dos Estados Unidos com Wilson como testemunha e junto com Félix Díaz, oponente de Madero.
Embora Wilson tenha aconselhado o governo Taft a apoiar o novo governo mexicano, liderado por Huerta, isso não aconteceu. Especialmente depois que Madero foi assassinado junto com seu vice-presidente.
Sem confiança
O democrata Woodrow Wilson chegou ao poder em 4 de março de 1913 e o reconhecimento do novo governo no México dependia deles. Wilson assegurou que com Huerta os interesses dos Estados Unidos estavam garantidos, mas já havia dúvidas sobre o diplomata por parte de seus próprios compatriotas.
O presidente Woodrow enviou emissários para obter mais informações sobre a situação no país vizinho, incluindo William Bayard Hale. Os relatórios sobre as ações de Wilson como embaixador não foram os melhores e ele foi obrigado a retornar aos Estados Unidos.
Em 17 de julho de 1913, Wilson retornou ao seu estado natal, Indiana, e sua renúncia como embaixador foi tornada pública duas semanas depois. No anúncio da demissão de Wilson, foi assegurado que sua participação nos primeiros estágios da Revolução Mexicana foi uma das causas da dispensa de seus serviços.
Pacto da Embaixada
Wilson assinou com alguns dos opositores de Madero e juntamente com Victoriano Huerta o Pacto da embaixada. O acordo foi assinado na embaixada dos Estados Unidos no México. O documento estabelecia que Huerta assumiria a presidência do país. Também era conhecido como Pacto da Cidadela.
Últimos anos
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito na Europa que ocorreu entre 1914 e 1918. Durante os primeiros anos, Wilson fez parte de uma organização conhecida como League for Peace Enforcement. Ele renunciou em 1917 porque não compartilhou algumas idéias ou metas de outros líderes da organização.
Durante os governos de Warren Harding e Calvin Coolidge, ele teve algumas funções de consultoria, especialmente em questões que tinham a ver com problemas em países latino-americanos. Enquanto isso, ele continuou sua carreira nos negócios.
No final de 1932 ele morreu na capital Indiana. Seus restos mortais estão no cemitério Crown Hill, um dos maiores do país. Ele nunca recebeu qualquer tipo de honra ou reconhecimento nos Estados Unidos por seu trabalho diplomático.
Recordações
Poucos trabalhos ou trabalhos em Henry Lane Wilson. Foi o próprio advogado quem se encarregou de escrever suas memórias e registrar algumas de suas decisões como político.
Em 1927 o livro foi lançado Episódios diplomáticos no México, Bélgica e Chile. Nesse trabalho, o diplomata se encarregou de relatar algumas das ações que realizou como embaixador nesses países, bem como seu papel na revolução no México.
Referências
- Flores Torres, Oscar. O outro lado do espelho. Centro de Estudos Históricos UDEM, 2007.
- Ingoldsby, Larry. Henry Lane Wilson: Ministro controverso do México, 1909-1913. Fresno State College, 1968.
- Prida, Ramón. A culpa de Lane Wilson. Boots Editions, 1962.
- Wilson, Henry Lane. Episódios diplomáticos no México, Bélgica e Chile. Kennikat Press, 1971.
- Zepeda Trejo, Valeria e Patricia Galeana. Henry Lane Wilson e a queda do presidente Madero. Instituto Nacional de Estudos Históricos das Revoluções do México, 2018.