Macrófitas: características, habitat, classificação e importância - Ciência - 2023


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Macrófitas: características, habitat, classificação e importância - Ciência
Macrófitas: características, habitat, classificação e importância - Ciência

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As macrófitas ou plantas aquáticas são espécies de plantas adaptadas para viver em ambientes aquáticos. São constituídos por um conjunto funcional heterogêneo de plantas de importância econômica em ecossistemas aquáticos.

Na verdade, espécies tão diferentes quanto as plantas vasculares -angiospermas e pteridófitas-, algas filamentosas, briófitas, algumas monocotiledôneas e dicotiledôneas compõem esse grupo.

Nesse sentido, as macrófitas ou hidrófitas aquáticas têm suas estruturas vegetativas (raízes, caules e folhas) flutuando ou submersas na água. Esta categoria inclui plantas totalmente submersas, parcialmente submersas e flutuantes.

Fatores como clima, condições geológicas e hídricas e topografia são fundamentais para determinar a distribuição das macrófitas. A colonização de vários ecossistemas aquáticos está sujeita à abundância de rizomas, desenvolvimento clonal e mecanismos de dispersão.


Da grande variedade de macrófitas aquáticas, a alface-d'água (Pistia stratiotes), o jacinto de água (Eichhornia Crassipes) e salvinia (Salvinia Spp.) Da mesma forma, a pequena rodada de água (Ranunculoides Hydrocotyle), e certas espécies de lentilha d'água (Spirodella Spp. Y Lemna Spp.).

Caracteristicas

- Macrófitas são plantas macroscópicas da vida aquática, constituídas por macroalgas, angiospermas e pteridófitas (fetos e musgos).

- Estas plantas se adaptaram aos habitats aquáticos, nesse sentido desenvolveram epiderme delgada e pouco lignificada e estômatos especializados.

- Os caules herbáceos e rizomatosos apresentam um aspecto frágil devido ao extenso aerênquima que os rodeia.

- O sistema radicular é pouco extenso e compacto, caracterizado por um grande volume de raízes adventícias.


- As raízes geralmente têm uma função de ancoragem, pois a absorção de água e nutrientes é realizada pelo caule e folhas modificados.

- A maioria das folhas possui morfologias diferentes, tons verde-cremosos e funcionalmente adaptadas para sobreviver em ambientes aquáticos.

- Localizam-se dois tipos de folhas, as flutuantes, geralmente ovais e suculentas, e as submersas, filamentosas e fracionadas.

- As flores são geralmente vistosas e de cores vivas, ou minúsculas e modificadas, com polinização anemofílica ou zoofílica.

- A propagação realiza-se normalmente por multiplicação vegetativa, sendo a reprodução sexuada por semente limitada devido à baixa viabilidade das sementes.

- Os habitats vivos são completamente variáveis, desde plantas total ou parcialmente submersas até plantas de vida livre ou flutuantes.

Habitat

As plantas aquáticas ou macrófitas freqüentemente habitam fontes de água salgada ou doce, além de preferirem aqüíferos estáticos e de baixa circulação. Os principais corpos d'água onde se desenvolvem são lagoas, represas, pântanos, margens de rios, drenos e até ecossistemas de manguezais.


Classificação

A classificação das macrófitas é feita com base na forma de desenvolvimento e na relação com o meio em que vivem.

Macrófitas enraizadas e flutuantes

São plantas aquáticas com uma grande área foliar suspensa na superfície de água estagnada ou suaves correntes de água. Os rizomas fortes com um grande número de raízes secundárias são fixados no fundo do substrato.

As espécies mais representativas são Ceratophyllum demersum (jopozorra), usada como planta ornamental em tanques de peixes, e Myriophyllum spicatum (miriófilo). Da mesma forma, o Nymphaea alba (Lírio d'água branco europeu) e Nuphar Luteum (nenúfar amarelo), usado em jardins aquáticos.

Macrófitas submersas

A principal característica desse tipo de planta aquática é que ela fica totalmente submersa na água. São plantas de grande volume, localizadas na região fótica do corpo d'água, onde aproveitam recursos do meio aquático e terrestre.

O sistema radicular cumpre apenas a função de ancoragem, a absorção de água e nutrientes é realizada através do caule modificado. Alguns exemplos são Carolinian Cabomba, Egeria naias, Myriophyllum aquaticum, Potamogeton ferrugineum Y P. pedersenii.

Macrófitas do pântano ou hidrófitas emergentes

Plantas aquáticas que estão localizadas nas zonas úmidas ao redor dos corpos d'água ou à beira dos rios. Eles são caracterizados pela presença de tecidos especializados -aerrênquima- que lhes permite manter o oxigênio armazenado para suas funções vitais.

Espécies como Ludwigia grandiflora Y L. peploides Eles têm hastes flutuantes de onde nascem as estruturas foliares. Apium nodiflorum (aipo de borda), Sagittaria montevidensis (sagitário) e Rorippa nasturtium-aquaticum (agrião ou agrião) são outras espécies representativas.

Macrófitas de vida livre ou flutuantes

As plantas aquáticas que habitam a superfície da água, grande parte de sua estrutura - caules, folhas e flores - são flutuantes. Neste caso as raízes não estão sujeitas ao fundo do corpo d'água, pois apresentam um rizoma de rápido crescimento.

Alguns exemplos são Lemna sp. (lentilha d'água) caracterizada por um rebento robusto e Azolla sp. (samambaia de água) com folhas flutuantes. Assim como Eichhornia Crassipes (aguapé) e Pistia stratiotes (repolho d'água) com formato de roseta e folhas modificadas para flutuar.

Importância

Macrófitas são estruturas vegetais adaptadas para viver em condições especiais na superfície da água ou em áreas inundadas. Do ponto de vista prático, costumam ser utilizados como fonte de carbono -húmus- em solos pobres em matéria orgânica.

Nesse sentido, são matéria-prima para o preparo de alimentos concentrados para bovinos, caprinos, ovinos, peixes e até mesmo para consumo humano. Algumas espécies possuem propriedades medicinais e cosméticas, da mesma forma que são utilizadas para a fabricação de celulose e a obtenção de biogás.

São considerados excelentes bioindicadores da qualidade da água, pois são altamente sensíveis às mudanças químicas, físicas e hidrológicas da água. Nesse sentido, a presença de macrófitas em um ecossistema é determinada pelo pH, eutrofização, temperatura e circulação de água.

No entanto, a presença de algumas espécies de plantas aquáticas pode constituir um sério problema ecológico. O aumento da população da espécie Lemna menor constitui uma praga invasiva em tanques de sedimentação ou cultura de peixes e crustáceos.

O acúmulo de macrófitas favorece a ausência de oxigênio nos corpos d'água devido ao acúmulo de matéria orgânica. Na verdade, eles evitam que a luz entre na região fótica, reduzindo a liberação de oxigênio das algas fotossintéticas.

Algumas espécies atuam como ambiente de propagação de pragas e doenças, e o acúmulo e decomposição geram odores ruins. Nas obras hidráulicas, tendem a causar obstruções em canais, albufeiras, barragens e cursos de água, fragilizando as referidas infra-estruturas.

Referências

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