Qual é o Deontologismo de Immanuel Kant? - Ciência - 2023


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o Deontologismo de Inmanuel Kant, do grego deon (obrigação) e logotipos (ciência), é uma doutrina de ética que indica que a moralidade é uma questão de deveres e obrigações. Segundo o deontologismo, o ser humano tem o dever moral de agir de acordo com uma série de princípios que estabelecem a diferença entre o bem e o mal.

Para o deontologismo, as consequências das ações não importam, mas as próprias ações. Isso significa que, se uma ação moralmente incorreta termina em um ato moralmente correto, a ação ainda é incorreta.

Ao contrário, se uma ação moralmente correta degenera em uma conclusão moralmente incorreta, a ação inicial não deixa de ser boa por esse motivo.

Nesse sentido, o deontologismo se opõe a outras correntes filosóficas, como a teoria teleológica e a doutrina do utilitarismo, que afirmam respectivamente que (1) se o resultado é moralmente bom, então a ação geradora é moral e (2) se o resultado garante felicidade, então a ação geradora é boa.


A maioria dos trabalhos sobre a doutrina do deontologismo vem de Immanuel Kant (1724-1804), filósofo e cientista europeu, e de sua obra enquadrada no racionalismo; Entre suas obras sobre o assunto estão: "Bases para a metafísica da moralidade" (1785), "Crítica do raciocínio prático" (1788) e "Metafísica da moralidade" (1798).

Por meio do deontologismo, Kant tentou estabelecer a fonte da moralidade, concluindo que a origem da moralidade está na capacidade do ser humano de raciocinar.

Immanuel Kant e o racionalismo 

Immanuel Kant levantou uma questão fundamental para o racionalismo e o deontologismo, a saber: qual é a fonte da moralidade? Em outras palavras:

O que as ações das pessoas têm que as torna suscetíveis de serem interpretadas como certas ou erradas?

Para responder a essa pergunta, Kant estabeleceu três casos em que as ações não podem ser classificadas como corretas ou incorretas:


  1. Ações realizadas por plantas e objetos inanimados.
  2. Ações realizadas por animais que seguem seus instintos.
  3. Ações realizadas por humanos de forma não intencional.

Levando em consideração essas três afirmações, Kant concluiu que a fonte da moralidade é nossa capacidade de tomar decisões racionais e nossa liberdade de ação (entendida como livre arbítrio).

Disto se segue que a moralidade se aplica a todas as séries racionais e não vem do prazer, desejo ou emoções.

Kant e o moralmente bom 

Immanuel Kant destacou que a moralidade não está relacionada aos desejos, nem às emoções. Portanto, ações que são realizadas com base em desejos e na obtenção de prazer não são moralmente corretas, embora possam gerar boas ações.

Assim, Kant estabeleceu a diferença entre o moralmente bom e o bom em geral. Enquanto o bem moral depende da boa vontade das pessoas, o bem em geral depende das necessidades e desejos.


Por exemplo, um bom guarda-chuva é aquele que o protege da chuva; Isso não significa que o guarda-chuva seja moral, uma vez que apenas seres racionais podem ser morais.

Da mesma forma, Kant afirma que um ato não tem valor moral se não for feito por uma questão de moralidade. Vamos pegar o seguinte exemplo para ilustrar esse conceito: 

Existem dois comerciantes: um que vende a mercadoria a preço justo porque é a coisa certa a fazer, e outro que vende a mercadoria a preço justo porque teme que, do contrário, as autoridades fechem seu negócio.

Nestes dois casos, apenas o primeiro comerciante é moral, porque age em nome da moralidade.

Ações e intenções 

O deontologismo indica que há ações corretas e ações incorretas. Mas como podemos distinguir entre certo e errado?

Por exemplo, suponha que um homicídio foi cometido. De acordo com o deontologismo, não podemos dizer imediatamente se é uma ação moral ou imoral, uma vez que nem todos os homicídios são moralmente iguais.

Se a pessoa pretendia cometer assassinato, a ação seria imoral; Mas se a pessoa cometeu homicídio involuntário, então não se pode dizer que foi moralmente certo ou errado.

As ações são o resultado de nossas escolhas, portanto, as ações devem ser entendidas em termos de escolhas.

Isso significa que as eleições são feitas por uma razão e com um propósito em mente. Nesse sentido, o deontologismo indica que não é possível saber que tipo de ação é até que a intenção seja conhecida.

Kant e as máximas

Immanuel Kant considerou que toda vez que o ser humano age ou toma uma decisão, o faz seguindo uma máxima. Conseqüentemente, na terminologia de Kant, máximas equivalem a intenção.

As máximas são os princípios pessoais que nos guiam. Por exemplo: vou me casar só por amor, vou me divertir de qualquer maneira, vou pedir dinheiro emprestado mesmo sabendo que não posso pagar, farei todos os meus deveres o mais rápido possível, entre outros.

Para Kant, o ponto-chave da moralidade reside em que tipos de máximas são usadas ao tomar decisões morais e que tipos de máximas devem ser evitadas.

Segundo o filósofo, as máximas que devemos seguir devem ter a capacidade de ser aplicáveis ​​a qualquer ser racional, sem estar subordinadas a um interesse particular.

Deontologismo e outras doutrinas filosóficas

O deontologismo se opõe à teoria teleológica, segundo a qual um ato moral é aquele que gera uma conclusão moralmente correta. No deontologismo, as consequências não importam, o que importa é que a primeira ação é moral.

Por sua vez, a doutrina do deontologismo difere do utilitarismo, teoria que afirma que o objeto de tudo é a felicidade e justifica qualquer ação realizada para alcançar a felicidade. Ou seja, o utilitarismo se propõe a seguir desejos pessoais e não a raciocinar.

Referências

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