Cultura baiana: características, artesanato e navegação - Ciência - 2023
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Contente
- História
- Características da cultura baiana
- Estético
- Hierarquia
- Cultura
- Gastronomia
- Casa
- Navegação
- Ornamentos, ferramentas e artesanato
- Referências
o cultura da baía Foi uma civilização que se distribuiu pelos territórios costeiros e florestais do leste do que hoje corresponde ao Equador. Estima-se que habitaram essas regiões entre 600 aC. e 600 DC, dividindo-se em duas etapas históricas: Bahía I e Bahía II, cada uma com uma duração de 500 anos.
Foi uma das civilizações indígenas equatorianas mais importantes da região costeira. Estabeleceram-se na região correspondente à Bahia de Caráquez e durante sua existência sempre se estenderam para o sul ao longo da costa, penetrando e se adaptando também aos ecossistemas florestais, mas nunca sendo considerados uma civilização das montanhas equatorianas.
O território ocupado pela cultura baiana fica entre a Bahía de Caráquez e a Isla de Plata. Apesar de sua longa existência - e de sua contemporaneidade com outras civilizações indígenas -, poucos vestígios da cultura baiana foram resgatados para reconstruir os mecanismos internos e o cotidiano dessa civilização.
História
No início do século XX, realizaram-se as primeiras expedições arqueológicas que revelaram a possibilidade de uma civilização pré-hispânica, até então desconhecida, nas proximidades da Ilha da Prata.
A descoberta definitiva da cultura baiana é atribuída ao arqueólogo e historiador guayaquil Francisco Huerta, em meados da década de 1940.
Outros foram os arqueólogos que deram continuidade à investigação da cultura baiana, como Emilio Estrada, que mergulhou nos aspectos cronológicos da existência baiana, dividindo-a em duas grandes etapas.
Características da cultura baiana
Estético
De acordo com os achados e pesquisas, a Bahia tem sido considerada uma cultura que atribuía grande importância à aparência e aos ornamentos como parte da imagem pessoal e de seus integrantes.
Os homens da baía revelaram que às vezes furam suas orelhas e partes do corpo para adorná-los com acessórios preciosos ou rudimentares, dependendo de sua posição.
Hierarquia
Semelhante a alguns de seus contemporâneos do litoral e até mesmo da serra, a cultura baiana não possuía organização nem hierarquia militar entre seus integrantes, e seu chefe tinha uma superioridade mais próxima dos religiosos do que dos militares.
A civilização da baía era regida pela prática da agricultura e pesca, como principais atividades econômicas e de subsistência.
Cultura
Os aborígenes souberam aproveitar as qualidades do clima em que viviam para otimizar a domesticação de suas lavouras e os resultados das explorações, bem como para oferecer uma maior quantidade de produtos às culturas vizinhas que não tinham as mesmas vantagens climáticas.
Gastronomia
Apesar da proximidade com o mar, pesquisas mostraram que o milho era o principal componente da dieta baiana, deixando os produtos da pesca em segundo lugar e os de caça terrestre ainda mais longe.
Casa
As moradias da baía foram construídas no interior, mais perto da floresta do que do mar, embora não totalmente distantes da praia, para garantir a sua integridade ao longo do tempo.
Eram feitos principalmente com madeira e revestimento de cana e folhas, e devido à solidez do solo, foram construídos ao nível deste, em bases retangulares, ao contrário das civilizações que habitavam terrenos irregulares.
Navegação
A cultura baiana também é reconhecida por suas habilidades de navegação. Pelas condições naturais do meio ambiente, além de seu habitat principalmente costeiro, os indígenas tiveram que desenvolver seus conhecimentos para aproveitar os benefícios que o mar lhes oferecia.
A navegação permitiu à cultura baiana o contato e a interação com comunidades inacessíveis diretamente do continente, como os assentamentos de La Tolita e Guangala, civilizações com domínios e ordens próprias cujo contato com a Bahia resultou em influências mútuas para o desenvolvimento comercial e cultural.
Estima-se que membros da civilização baiana construíram pequenos barcos que utilizavam para pesca, transporte e exploração.
Esses barcos tinham pequenas velas que lhes permitiam aproveitar as correntes e ventos a seu favor. Eles puderam percorrer os 50 quilômetros de distância que separam a Bahía de Caráquez da Isla de Plata.
De acordo com as evidências encontradas principalmente na Isla de Plata, os pesquisadores concluíram que esta era considerada uma área cerimonial e de peregrinação, devido à quantidade de adornos e objetos cerimoniais encontrados.
Com isso deduziu-se que a cultura baiana manteve seus principais assentamentos no continente, embarcando para fins específicos.
Ornamentos, ferramentas e artesanato
Como outras civilizações pré-hispânicas andinas, a cultura baiana conseguiu deixar um legado de representações pictóricas por meio de gravuras em cerâmicas e outros objetos, que faziam parte dos assentamentos ou eram usados em cerimônias ou atividades de caráter cultural.
Essa cultura priorizou as representações de animais na maioria de seus bustos de cerâmica, com a presença de cobras e répteis em objetos ornamentais supostamente destinados a cerimônias.
É difícil determinar se essas feras eram relacionadas a divindades específicas, como aconteceu em outras culturas.
Quanto às suas esculturas, também em cerâmica, exaltavam os ornamentos da cabeça, orelhas, nariz e peito nas figuras masculinas e femininas. Diz-se que os baianos trabalharam com moldes que lhes permitiam criar figuras em diferentes posições de forma muito mais habilidosa.
As figuras humanas sempre tiveram detalhes relacionados à vestimenta cotidiana de muitos de seus membros, bem como alguns mais aprofundados no caso de estatuetas de maior importância religiosa ou hierárquica.
Essas figuras foram encontradas em tamanhos diferentes; alguns com até quase um metro de altura.
O sistema de criação e processamento de cerâmica não se limitava apenas à representação animal ou antropomórfica, mas incluía a produção de utensílios cotidianos para a vida da cultura baiana e para o intercâmbio comercial com civilizações vizinhas.
Entre os principais materiais trabalhados pelos aborígenes baianos para o comércio e a produção de ferramentas estão pedra, osso e conchas; para roupas e coberturas macias, como cobertores, faziam grande uso de algodão.
Referências
- Azevedo, P. O. (2009). O Centro Histórico da Bahia revisitado. Andaime.
- Bosqued, M. C., & Ramos, L. J. (s.f.). FIGURAS DA CULTURA BAHÍA (EQUADOR) NO MUSEU DA AMÉRICA EM MADRID. Madrid.
- Enciclopédia do Equador. (s.f.). Cultura baiana. Obtido na Enciclopédia do Equador: encyclopediadelecuador.com.
- Museu Chileno de Arte Pré-colombiana. (s.f.). Baía. Obtido no Museo Chileno de Arte Precolombino: precolombino.cl.
- Zeidler, J. A., & Pearsall, D. M. (1994). Arqueologia regional no norte de Manabí, Equador, Volume 1: Meio ambiente, cronologia cultural e subsistência pré-histórica no vale do rio Jama. Pittsburgh, Quito: University of Pittsburgh.