Nervos cranianos: anatomia, características e funções - Médico - 2023


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Nervos cranianos: anatomia, características e funções - Médico
Nervos cranianos: anatomia, características e funções - Médico

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O sistema nervoso é a rede de telecomunicações do nosso corpo. Os bilhões de neurônios que o compõem se unem para dar origem a "rodovias" por meio das quais a informação flui na forma de impulsos elétricos por todo o corpo.

Absolutamente todas as mensagens, ordens e percepções do ambiente viajam por esses nervos, que tendem a nascer na medula espinhal e, a partir daí, ramificar-se, dando origem aos nervos periféricos que acabam atingindo todos os órgãos e tecidos do corpo. corpo.

No entanto, existem alguns nervos especiais que não se originam dessa medula espinhal, mas vêm diretamente do cérebro, que é a parte do sistema nervoso central composta pelo cérebro, cerebelo e medula oblonga.

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Esses nervos, que formam um conjunto de 12 pares, são chamados de nervos cranianos. e estão envolvidos em funções essenciais dentro do sistema nervoso, desde a transmissão dos impulsos sensoriais ao controle dos músculos faciais, passando pela regulação de diferentes glândulas do corpo e outras ações que analisaremos no artigo de hoje.


Quais são os nervos cranianos?

Os nervos cranianos são um conjunto de 12 pares de nervos que se originam diretamente do cérebro, mas o que é um nervo? Por que é especial o fato de nascerem do cérebro? Vamos ver.

Um nervo é, em termos gerais, um conjunto de neurônios interconectados formando uma espécie de rodovia Através das quais, graças a um processo conhecido como sinapses, conseguem transmitir entre si um impulso elétrico no qual é codificada uma determinada mensagem.

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Portanto, é por meio desses nervos que o cérebro envia ordens a qualquer órgão ou tecido do corpo mas também, na direção oposta, que os órgãos sensoriais (aqueles que permitem os sentidos da visão, audição, tato, paladar e olfato) enviam o cérebro informa sobre o que está acontecendo no ambiente externo para que ele processe a mensagem e aja de acordo.


Uma vez que isso aconteça, ou seja, o cérebro tem uma "ordem" para enviar a alguma parte do corpo, seja ao coração para dizer que continue batendo ou aos músculos dos braços para que possamos levantar um objeto, a mensagem viaja pelo cérebro e sai em direção à medula espinhal, de onde sairá pelos nervos periféricos até chegar ao destino.

É o que acontece na maioria dos casos, uma vez que o cérebro não tende a funcionar como ponto de saída dos nervos. O cérebro é o centro de comando, aquele que cria as informações. A transmissão de impulsos elétricos e a ramificação em nervos costumam ser tarefa da medula espinhal.

Mas dizemos "normalmente" porque, como sempre, há exceções. E é aqui que os nervos cranianos entram em ação. Esses 12 pares de nervos são os únicos nervos que surgem do próprio cérebro e se comunicam com outras áreas periféricas., sem primeiro precisar passar pela medula espinhal.


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Na base do crânio existem diferentes orifícios que permitem a esses nervos atingir diferentes regiões da cabeça, embora alguns sejam capazes de se estender para áreas mais remotas, como o pescoço e até o abdômen.

Cada um desses 12 nervos (deve-se levar em conta que são 24, dois de cada) cumpre uma função específica. Alguns estão relacionados aos sentidos, outros ao controle dos músculos e outros à regulação da atividade de diferentes glândulas.

Quais são os nervos cranianos e quais as funções que desempenham?

Cada nervo craniano nasce em uma área específica do cérebro e se comunica com uma região diferente. Por sua vez, cada um é especializado na transmissão de informações específicas. Seja como for, a função de todos eles é muito importante, pois as disfunções dos nervos cranianos estão associadas à perda de visão, paralisia facial, problemas de audição, vertigens ...

A seguir, veremos cada um dos 12 nervos cranianos, que são numerados (de 1 a 12) e com um nome próprio. Também analisaremos em quais funções cada um deles está envolvido.

1. Nervo olfatório (Par 1)

O olfatório é um nervo aferente, o que significa que ele transmite impulsos nervosos de algum órgão sensorial para o sistema nervoso central. Nesse caso, como o próprio nome sugere, o nervo olfatório coleta os impulsos elétricos gerados na cavidade nasal (olfato) e os envia diretamente ao cérebro, que processará as informações para realizar a verdadeira experimentação do olfato.

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2. Nervo óptico (Par 2)

A óptica é outro nervo aferente, ou seja, serve para “entrar” informações no cérebro, não para “sair” dele. Nesse caso, o nervo óptico capta os impulsos elétricos gerados pelos neurônios fotorreceptores na retina do olho e transmite esses sinais nervosos ao cérebro. Uma vez lá, o cérebro converte essa informação elétrica em projeção de imagem, ponto em que realmente vemos.


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3. Nervo oculomotor (Par 3)

O oculomotor é um nervo eferente, que se diferencia dos dois anteriores no sentido de que serve para o cérebro dar ordens, não para captar informações do ambiente. Nesse sentido, o nervo oculomotor envia mensagens do cérebro aos músculos oculares para controlar a pupila a se contrair ou dilatar involuntariamente dependendo da quantidade de luz no ambiente.

É também o nervo que permite a elevação (e abaixamento) das pálpebras e a capacidade de mover voluntariamente os olhos para cima e para baixo.

4. Nervo troclear (par 4)

A troclear continua sendo um nervo eferente, o que significa que serve para transmitir informações geradas no cérebro para outra região periférica. Nesse caso, o nervo troclear é complementado pelo oculomotor para permitir o movimento dos olhos para baixo, mas também para dentro.


5. Nervo trigêmeo (Par 5)

O nervo trigêmeo é um nervo que atua como nervo eferente e aferente. E está envolvida na mastigação (ação eferente) e na sensibilidade facial (ação aferente). Este nervo transmite ordens geradas no cérebro para os músculos da mandíbula, permitindo que a mandíbula se mova e mastigue.

Da mesma forma, é o nervo que permite a sensibilidade facial, ou seja, transmite a informação do sentido do tato da pele para o cérebro. Quando há problemas com esse nervo, há perda de sensibilidade no rosto.

6. Nervo abdutor (Par 6)

O nervo abdutor é outro nervo eferente que complementa os nervos oculomotor e troclear para permitir bons movimentos oculares. Nesse caso, o nervo abdutor é responsável por transmitir impulsos elétricos para permitir que os olhos se movam para fora.

7. Nervo facial (Par 7)

O facial é um nervo eferente muito importante, pois é aquele que transmite os sinais para permitir os movimentos faciais, ou seja, todas as expressões. Sorria, franzir a testa, abrir a boca, fazer careta ... Tudo o que tem a ver com mover os músculos do rosto é possível graças a este nervo.


O nervo facial, além disso, também regula a atividade das glândulas salivares e lacrimais. Nesse sentido, é esse nervo que determina quantas lágrimas geramos em nossos olhos e quanta saliva produzimos em nossa boca.

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Também tem um papel importante na transmissão de mensagens do paladar e no controle de alguns músculos do ouvido.

8. Nervo vestibulococlear (Par 8)

O nervo vestibulococlear desempenha um papel muito importante na audição e no equilíbrio. E é que esse nervo, além de participar da transmissão das informações auditivas dos ouvidos para o cérebro, é o que controla o sentido de equilíbrio. Portanto, quando há problemas neste nervo, a pessoa tende a ter problemas de tontura ou vertigem.

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9. Nervo glossofaríngeo (Par 9)

O nervo glossofaríngeo desempenha um papel muito importante na deglutição e fala e no reflexo do vômito. Este nervo regula o movimento da língua, aumenta a produção de saliva ao comer, manda os músculos do pescoço deglutir e transmite informações ao cérebro quando, por diferentes motivos, o conteúdo do estômago deveria ser expelido, ou seja, vomitar . Nesse sentido, o nervo glossofaríngeo controla os movimentos do abdômen, já que as contrações desta área ao vomitar são possíveis graças a ele.


10. Nervo vago (Par 10)

O nervo vago complementa a ação da glossofaringe, por isso são geralmente estudados juntos. E é que esse nervo também está envolvido na deglutição, na fala e no reflexo do vômito.

11. Nervo acessório (Par 11)

O nervo acessório, também conhecido como nervo espinhal, é outro nervo eferente que, neste caso, se estende até o pescoço. Sua função é permitir o movimento do pescoço, mas não dos músculos internos, como o glossofaríngeo e o vago, mas sim dos músculos externos. E é que o nervo acessório é aquele que nos permite virar o pescoço para os lados e encolher os ombros.

12. Nervo hipoglosso (Par 12)

O nervo hipoglosso é outro nervo eferente que transmite ordens do cérebro para a língua, permitindo-nos realizar todos os tipos de movimentos com ele. Portanto, o nervo hipoglosso tem importante influência na fala e na deglutição.

Referências bibliográficas

  • Calle Escobar, M.L., Casado Naranjo, I. (2011) “Exploração dos nervos cranianos”. Lembrete de Semiologia.
  • Palmieri, R.L. (2010) "Avaliação pelos pares". Enfermagem.
  • García Collado, M., Ramos Rodríguez, C., Ferrer Milian, D., Pacho Rodríguez, O. (2014) “Nervo ignorado: zero nervo craniano”. Revista de Informação Científica.