Pascual Ortiz Rubio: biografia, governo, contribuições - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Revolução Mexicana
- Carreira política
- Europa e Oriente Médio
- Embaixador
- Candidatura presidencial
- Campainha
- Eleições
- Tentativa
- Presidência
- Últimos anos e morte
- governo
- Governo fraco
- Suspensão de pagamentos de dívidas
- Renúncia
- Contribuições
- Propostas aprovadas
- Publicações
- Referências
Pascual Ortiz Rubio Foi um político, geógrafo e historiador mexicano que ocupou a presidência da República entre 1930 e 1932. Nascido em Morelia em 1877, Ortiz participou da Revolução Mexicana apoiando Francisco Madero e, após a rebelião de Huertas, com os constitucionalistas de Carranza.
Após o fim do conflito, Ortiz foi nomeado governador de Michoacán, cargo que ocupou por três anos. Mais tarde, foi membro dos governos de Adolfo de la Huerta e Álvaro Obregón. Cansado da política, Ortíz deixou o país para viajar para a Espanha e o Egito. No entanto, o presidente Obregón o solicitou para servir como embaixador no Brasil.
O assassinato de Obregón marcou o início da etapa conhecida como Maximato. Apesar de ter tido vários presidentes nesse período, o verdadeiro homem forte no poder foi Plutarco Elías Calles. Foi ele quem convenceu Ortiz a concorrer às eleições de 1929.
Pascual Ortiz foi o vencedor dessas eleições, embora as acusações de fraude fossem massivas. Assim que assumiu o cargo, o novo presidente sofreu um atentado que o deixou com consequências psicológicas. Seu governo era bastante fraco, com Calles controlando todas as decisões. Diante disso, Ortiz apresentou sua renúncia apenas dois anos depois.
Biografia
Pascual José Rodrigo Gabriel Ortiz Rubio é o nome completo deste político mexicano nascido em Morelia, no estado de Michoacán. O futuro presidente veio ao mundo em 10 de março de 1877, no seio de uma família interessada na vida política. Seu pai, com o mesmo nome, ocupou diversos cargos na administração federal e estadual.
O jovem Ortiz começou a estudar engenharia na Universidade de San Nicolás, mas foi expulso em 1895 por exercer atividades políticas anti-reeleição. Por isso, teve que terminar a carreira de engenheiro agrimensor na Escola Nacional de Minas.
Revolução Mexicana
Depois de terminar seus estudos, Pascual Ortiz voltou a Michoacán, onde exerceu sua profissão até o início da Revolução, da qual participou ativamente.
Com a chegada à presidência de Francisco Madero, Ortiz era deputado federal. O levante de Victoriano Huerta fez com que fosse preso junto com os demais legisladores. Durante sua estada na prisão, ele aproveitou a oportunidade para escrever “Memórias de um penitente”.
Uma vez libertado, Ortiz se juntou ao Exército Constitucionalista liderado por Carranza para lutar contra Huertas. Durante o conflito alcançou o posto de coronel, além de ganhar popularidade que o ajudou a receber cargos governamentais quando a rebelião triunfou. Assim, Ortiz é enviado aos Estados Unidos em busca de papel-moeda que não poderia ser falsificado.
Carreira política
Entre 1917 e 1920, Pascual Ortiz foi governador de Michoacán. Uma de suas medidas nessa etapa foi transformar a instituição em que havia estudado em universidade.
Em 1920, Ortiz aderiu ao Plano Água Prieta, liderado por Plutarco Elías Calles. Foi um manifesto contra o presidente Venustiano Carranza. Em apenas algumas semanas, os rebeldes ganharam o controle da maior parte do país. Finalmente, depois do assassinato de Carranza, adolfo de la Huerta ocupou a mais alta magistratura mexicana por um período interino.
Ortiz foi nomeado Secretário de Comunicações e Obras Públicas por De la Huerta e, após as eleições, foi ratificado pelo vencedor, Álvaro Obregón.
Europa e Oriente Médio
O período em que Ortiz ocupou o cargo de Secretário de Comunicações foi bastante curto. Logo ele começou a entrar em choque com outros membros do governo e, em 1921, renunciou. Além disso, decidiu deixar o México e se mudar para a Espanha, onde, junto com sua esposa, abriu uma tabacaria e uma livraria.
Posteriormente, Ortiz mudou novamente de residência. Desta vez, ele escolheu o Egito, país onde viveu por seis meses. Naquela época, ele estudava os sistemas de irrigação construídos pelos ingleses.
Embaixador
Em 1925, Álvaro Obregón ofereceu-lhe o cargo de embaixador do México na Alemanha. Ortiz aproveitou a estada naquele país europeu para fazer amizade com oficiais superiores do exército alemão.
Segundo seus biógrafos, Ortiz se adaptou muito bem à sua vida na Alemanha. Por isso, mostrou seu descontentamento quando o governo mexicano decidiu lhe oferecer a embaixada no Brasil. Porém, o político acabou aceitando a nomeação e permaneceu no país sul-americano por três anos, até 1929.
Foi então que Emilio Portes Gil, que ocupou a presidência após o assassinato de Álvaro Obregón, pediu-lhe que voltasse ao país para ocupar o Ministério do Interior.
Candidatura presidencial
Na verdade, essa nomeação foi apenas o primeiro passo para Ortiz se candidatar à presidência. Plutarco Elias Calles, um homem forte no país, acreditava que a falta de apoio de Ortiz entre os partidos políticos tornava Ortiz administrável.
Para ser nomeado candidato, Elías Calles teve de retirar o favorito do seu partido, Aarón Sáenz, numa manobra denominada "madrugada".
O próprio Ortiz, em suas memórias, escreveria que “(Calles) me pediu que aceitasse ser Pré-candidato à Presidência do Partido por ele organizado, concorrendo com Sáenz por quem me deu a entender que talvez a maioria não aceitasse e havia o perigo de dissolução da família revolucionária; que estava em condições excepcionais para liderar o partido devido à minha ausência do país por muitos anos e meu nenhum compromisso político com as facções dominantes ...
A isso ele adicionou o seguinte:
“No caso do meu triunfo, ele me deu um grupo completamente viciado nele, um tanto escravo de Calles, e provavelmente foi difícil lidar com isso. Mas não havia outra opção: aceitei ser candidato por seu partido e tinha que cumprir meu compromisso.
A candidatura de Ortiz foi oficializada em março de 1929, no congresso realizado em Querétaro.
Campainha
A campanha eleitoral começou no final de maio de 1929. À frente da candidatura de Ortiz estava a de José Vasconcelos, do Partido Anti-reeleição, e também de Pedro Rodríguez, do Partido Comunista.
Um levante armado, liderado por Gilberto Valenzuela e Antonio I. Villarreal obrigou a paralisação da campanha, que não foi retomada até que os rebeldes fossem derrotados pelo general Calles.
Eleições
As eleições foram realizadas em 17 de novembro de 1929. Por se tratar de uma convocação extraordinária devido ao assassinato de Obregón, o vencedor teve que ocupar o cargo apenas até 1934.
O contexto político mexicano era bastante turbulento. Vasconcelos conquistou o apoio de jovens do norte e baseou sua campanha na denúncia das práticas antidemocráticas de Elías Calles, em sua opinião.
Após a votação, houve denúncias de fraude, a tal ponto que essas eleições são consideradas por muitos historiadores como as mais fraudulentas da democracia mexicana. Apesar das provas documentais apresentadas por Vasconcelos sobre a manipulação de votos, Pascual Ortiz foi declarado vencedor.
Tentativa
Pascual Ortiz tomou posse em 5 de fevereiro de 1930. A cerimônia aconteceu no Estado Nacional e, quando terminou, dirigiu-se ao Palácio Nacional para receber as felicitações de seus apoiadores.
Um carro o aguardava no portão do estádio para fazer a transferência, mas Ortiz preferiu usar o veículo da esposa, que também estava lá. Essa mudança de planos evitou o assassinato do novo presidente, por se tratar de um carro mais robusto.
Enquanto o carro avançava, Daniel Flores González atirou em Ortiz, ferindo-o na bochecha. Os ferimentos sofridos, embora não fatais, obrigaram o presidente a convalescer durante dois meses no hospital.
Por sua vez, o atirador foi detido e condenado a 19 anos de prisão. No entanto, depois de um ano na prisão, ele foi encontrado morto em sua cela.
Presidência
Além das consequências físicas causadas pelo tiroteio, Ortiz também sofreu problemas psicológicos em decorrência do ataque. Segundo os biógrafos, o político sofria de uma neurose que dificultava seu retorno à vida pública.
A isto se deve somar o controle que Elías Calles quis manter sobre todas as decisões tomadas. Tudo isso acabou tornando insustentável a posição de Ortiz, que renunciou após dois anos à presidência, em 1932.
Suas palavras ao deixar o cargo foram as seguintes:
"Saio com as mãos limpas de sangue e dinheiro, e prefiro ir embora, e não ficar aqui apoiado pelas baionetas do exército mexicano."
Últimos anos e morte
O substituto de Pascual Ortiz Rubio na presidência da República foi Abelardo L. Rodriguez. Após deixar o poder, Ortiz mudou-se para os Estados Unidos e permaneceu fora de seu país até 1935.
Naquele ano, o presidente Lázaro Cárdenas, amigo pessoal de Ortiz, ofereceu-lhe a gestão da empresa Petromex. Além de ocupar o cargo, o político também exerceu outras atividades encomendadas pelo presidente.
Depois disso, Ortiz se concentrou nos negócios pessoais, além de se dedicar a viagens pelo país. Sua morte ocorreu em 4 de novembro de 1963 na Cidade do México, quando ele tinha 84 anos.
governo
O período presidencial de Pascual Ortiz não pode ser entendido sem levar em conta o contexto político em que passou: o chamado Maximato. Este período durou seis anos, entre 1928 e 1932, e foi marcado pela figura de Plutarco Elías Calles, conhecido pela alcunha de “chefe máximo”.
Durante os anos da Maximato, três presidentes diferentes se sucederam. O primeiro foi Emilio Portes, o segundo Pascual Ortiz e o terceiro Abelardo I. Rodriguez. No entanto, o verdadeiro poder era exercido por Elías Calles.
Este político ocupou a presidência do México entre 1924 e 1928. Sua influência política, porém, não terminou nessa época, pois continuou a tomar as decisões dos governos seguintes.
O assassinato de Álvaro Obregón, vencedor das eleições de 1928 e único político com carisma suficiente para enfrentar Calles, marcou o início da Maximato.
Depois do crime, Calles propôs Portes Gil como presidente interino até a convocação de novas eleições e foi ele quem também promoveu a candidatura de Ortiz Rubio.
Enquanto isso, Plutarco Elías Calles fundou o Partido Revolucionário Nacional, o germe do futuro PRI. Ortiz Rubio apareceu nas eleições como candidato daquele partido e, com múltiplas acusações de fraude, venceu.
Governo fraco
As consequências do atentado sofrido no dia da sua posse e as contínuas intervenções de Elías Calles nas suas decisões tornaram o governo muito fraco. O próprio gabinete ministerial foi uma imposição de Calles, o que significava que o poder real de Ortiz era muito limitado.
Por outro lado, Ortiz não tinha apoio político próprio, segundo seus biógrafos, não tinha um caráter forte. Desse modo, as decisões de seu governo eram tomadas por ministros que obedeciam totalmente a Calles.
Suspensão de pagamentos de dívidas
Como o resto do planeta, o México sofreu os efeitos da Grande Depressão que eclodiu nos Estados Unidos em 1929. A economia sofreu uma contração, obrigando o governo Ortiz a desvalorizar a moeda. Além disso, o desemprego cresceu dramaticamente, deixando os líderes mexicanos sem opção a não ser suspender o pagamento da dívida por dois anos.
Renúncia
A situação de Pascual Ortiz como presidente tornou-se insustentável. Calles, autoproclamado "Chefe Máximo da Revolução", não lhe permitia nenhum tipo de iniciativa e, além disso, sua saúde não era muito boa.
Apenas dois anos depois de se tornar presidente, Pascual Ortiz Rubio apresentou sua renúncia em um ambiente tenso e com rumores de um golpe.
Contribuições
Uma das primeiras medidas de Ortiz Rubio após assumir a presidência foi uma visita aos Estados Unidos. Lá ele se encontrou com Hoover, o presidente do país, e com o gerente da Standard Oil.
Ortiz ofereceu aos americanos o fim do agrarismo que caracterizava a política mexicana e as facilidades para o investimento privado. Ambos os aspectos foram bem recebidos pelos bancos internacionais e pelo governo dos Estados Unidos.
Propostas aprovadas
Uma das medidas mais importantes do governo Ortiz Rubio foi a proclamação da Doutrina da Estrada. Tornou-se público em 26 de setembro e apoiou a não intervenção nas políticas de outros países, em clara referência aos Estados Unidos, e o direito à autodeterminação dos povos.
Além disso, o governo estabeleceu relações com a República Espanhola e ordenou a incorporação do México à Liga das Nações.
Em matéria de assuntos internos, o governo Ortiz ratificou a liberdade de culto e promulgou a Lei Federal do Trabalho. Por outro lado, a península da Baja California foi dividida em dois territórios e Quintana Roo foi anexada a Yucatán.
Publicações
Além da atividade política, Ortiz Rubio foi autor de diversos livros sobre diversos temas. Suas publicações incluem As notas históricas da revolução de 1910, Memórias de um penitente, Notas geográficas do estado de Michoacán, História de Michoacán Y Recordações.
Referências
- Carmona Dávila. Doralicia. Pascual Ortiz Rubio. Obtido em memoriapoliticademexico.org
- EcuRed. Pascual Ortiz Rubio. Obtido em ecured.cu
- Arauto do México. Pascual Ortiz Rubio, presidente do ataque e da Comissão Nacional de Turismo. Obtido em heraldodemexico.com.mx
- A biografia. Biografia de Pascual Ortiz Rubio (1877-1963). Obtido em thebiography.us
- Pílula de pessoas. Pascual Ortiz Rubio. Obtido em peoplepill.com
- Enciclopédia de História e Cultura da América Latina. Ortiz Rubio, Pascual (1877–1963). Obtido em encyclopedia.com
- NOS. Biblioteca do Congresso. The Maximato. Recuperado de countrystudies.us