Transtorno dismórfico corporal: sintomas, causas, tratamento - Ciência - 2023
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Contente
- Sintomas
- Defeitos percebidos mais frequentes
- Causas
- Fatores de risco
- Critérios de diagnóstico para o transtorno (DSM IV)
- Tratamento
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
- Medicamento
- Terapia familiar
- Complicações
- Os procedimentos cosméticos funcionam?
- Conclusões
- Referências
o transtorno dismórfico corporal, anteriormente conhecida como dismorfofobia, é caracterizada pela crença de que uma pessoa tem um defeito físico que na verdade é imaginário, já que sua aparência é normal.
Essa crença não baseada na realidade faz com que a pessoa não se relacione com os outros por medo de que eles a critiquem ou riam de sua feiura. Esse transtorno psicopatológico pode se desenvolver tanto que a pessoa que o sofre pode perder suas habilidades sociais.
Pelas suas características, esse transtorno também tem sido denominado de "feiura imaginária". É uma psicopatologia que começa na adolescência e afeta homens e mulheres.
Um dos sintomas desse transtorno são as idéias de referência; a pessoa pensa que tudo o que acontece ao seu redor tem a ver com ela. Isso pode levar ao isolamento social.
Sintomas
Aqui estão os principais sintomas de pessoas com transtorno dismórfico corporal (TDC):
- Eles pensam que têm manchas irreais.
- Preocupações constantes com manchas.
- Eles querem melhorar a aparência que consideram problemática e podem considerar tratamentos dermatológicos, cosméticos ou cirurgia plástica. No entanto, esses tratamentos geralmente não resolvem o problema.
- Os tratamentos podem ser feitos por eles próprios ou por outras pessoas e podem levar ao agravamento do problema.
- Eles podem apresentar ações repetitivas ou compulsivas, como camuflagem (com roupas, maquiagem ou chapéus).
- Eles constantemente se olham no espelho ou o evitam.
- Podem ocorrer níveis elevados de depressão e fobia social.
- Pensamentos suicidas.
- A necessidade de pedir a opinião de outras pessoas sobre o físico.
- Evite aparecer em fotos.
- Idéias sobre suicídio ou tentativas de suicídio podem ocorrer neste transtorno.
Defeitos percebidos mais frequentes
Estes são os defeitos imaginários mais frequentes nessas pessoas:
- Cabelo
- Nariz
- Pele
- Olhos
- Cabeça ou rosto
- Constituição corporal
- Lábios
- Estômago ou cintura do queixo
- Dentes
- Joelhos de pernas
- Seios / músculos do corpo
- Orelhas
- Bochechas
- Traseiro
- Pênis
- braços
- Pescoço
- Frente
- Músculos
- Ombros
- Ancas
Causas
Não se sabe especificamente o que causa o TDC. Como outros transtornos psicopatológicos, pode resultar de uma combinação de fatores:
- Genética: alguns estudos mostraram que o TDC é mais comum em pessoas cujos parentes também têm a doença, indicando que pode haver um gene associado a esse distúrbio.
- Ambientais: o meio ambiente, as experiências e a cultura podem contribuir, principalmente se houver experiências negativas relacionadas ao corpo ou à autoimagem.
- Cérebro: anormalidades na estrutura do cérebro podem desempenhar um papel.
Fatores de risco
Os fatores de risco que tornam o aparecimento do problema mais provável são:
- Experiências de vida negativas, como bullying.
- Pressão social ou expectativas de beleza.
- Ter outro transtorno psiquiátrico, como ansiedade ou depressão.
- Ter parentes com o mesmo transtorno.
- Traços de personalidade, como baixa autoestima.
Critérios de diagnóstico para o transtorno (DSM IV)
A) Preocupação com um defeito imaginário na aparência. Se houver uma pequena anormalidade, a preocupação da pessoa é exagerada.
B) A preocupação causa ansiedade ou danos significativos na vida social, no trabalho e em outras áreas importantes da vida.
C) A preocupação não é explicada por outro transtorno mental (por exemplo, insatisfação com a forma ou tamanho do corpo na anorexia nervosa).
Tratamento
Os principais tratamentos recomendados são:
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Uma meta-análise descobriu que a terapia cognitivo-comportamental é mais eficaz do que a medicação 16 semanas após o início do tratamento.
Acredita-se que pode melhorar as conexões entre o córtex orbitofrontal e a amígdala.
O objetivo é ensinar os pacientes a reconhecer pensamentos irracionais e mudar padrões de pensamentos negativos para pensamentos positivos.
Medicamento
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) estão incluídos, o que pode ajudar a controlar os sintomas obsessivos.
Os SSRIs são um tipo de antidepressivo que aumenta os níveis no cérebro de um neurotransmissor chamado serotonina.
Terapia familiar
O suporte social é importante para o sucesso do tratamento, sendo importante que a família saiba o que é o TDC e como proceder para tratá-lo.
Complicações
Pode haver várias complicações causadas pelo BDD:
- Isolamento social.
- Fobia social.
- Falta de relacionamento pessoal.
- Dificuldade em chegar ao trabalho ou treinamento.
- Baixa auto-estima.
- Internações repetidas.
- Depressão.
- Ansiedade.
- Pensamentos e comportamentos suicidas.
- TOC.
- Distúrbios alimentares.
- Abuso de substâncias.
Os procedimentos cosméticos funcionam?
Embora pareça que um procedimento cirúrgico possa corrigir o defeito imaginário, ele não corrige o distúrbio nem alivia seus sintomas.
Na verdade, as pessoas não se sentem beneficiadas com as cirurgias, podem repetir várias vezes ou até processar os cirurgiões por negligência.
Conclusões
Recomenda-se que a pessoa com TDC vá a um profissional de saúde mental -psicólogo ou psiquiatra- para avaliar seu caso e estabelecer um diagnóstico e tratamento.
A terapia cognitivo-comportamental é o tratamento mais eficaz e a cirurgia plástica deve ser evitada, pelo menos até que a psicopatologia seja tratada e corrigida.
Referências
- Hunt TJ, Thienhaus O & Ellwood A (julho de 2008). "O espelho mente: transtorno dismórfico corporal." American Family Physician 78 (2): 217–22. PMID 18697504.
- Grant, Jon; Won Kim, Suck; Crow, Scott (2001). "Prevalência e características clínicas do transtorno dismórfico corporal em pacientes psiquiátricos adolescentes e adultos." J Clin Psychiatry: 527-522.
- Hartmann, A. “Uma comparação de auto-estima e perfeccionismo na anorexia nervosa e transtorno dismórfico corporal”. O jornal da doença nervosa e mental.
- Prazeres AM, Nascimento AL, Fontenelle LF (2013). "Terapia cognitivo-comportamental para transtorno dismórfico corporal: Uma revisão de sua eficácia". Tratamento de doenças neuropsiquiátricas.
- Fonte da imagem.