Genética forense: história, objeto de estudo, metodologia - Ciência - 2023
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Contente
- História da genética forense
- Impressão digital de DNA
- Objeto de estudo
- Metodologia
- Dificuldades desta metodologia
- Referências
o genética forense É uma especialidade que utiliza técnicas e conhecimentos de genética e medicina para resolver problemas jurídicos. Atualmente sua principal função é a identificação de pessoas com base na análise de DNA, molécula que armazena toda a informação genética de um indivíduo com a peculiaridade de ser única e diferente para cada ser humano.
A genética forense é aplicada, por exemplo, para realizar testes de paternidade e, em criminologia, para determinar os autores de crimes ou identificar cadáveres com base em fluidos biológicos ou restos anatômicos.
No primeiro, são analisadas amostras de sangue, sêmen, urina, saliva, muco ou lágrimas. Enquanto isso, para examinar vestígios anatômicos, são necessários dentes, pele, cabelo, ossos ou órgãos.
Por outro lado, uma atividade cada vez mais importante dentro desta disciplina são os bancos de dados de DNA. Neles são carregadas as informações genéticas de criminosos, pessoas desaparecidas e restos mortais não identificados, que são então utilizadas e reunidas para solucionar diversos crimes.
Outro aspecto relevante da genética forense é a padronização dos sistemas de controle de qualidade nos laboratórios responsáveis pela análise das amostras, para evitar erros e contaminação.
História da genética forense
A história da genética forense começou no início do século 20, quando o biólogo austríaco Karl Landsteiner conseguiu identificar os quatro principais grupos sanguíneos (A, B, AB e 0, conhecido como sistema AB0) e mostrou que as transfusões entre eles eram seguras.
Percebeu então que certas características do sangue eram herdadas e, a partir de 1912, passou a ser usado para confirmar a paternidade nos casos de dúvidas. Ao mesmo tempo, essa análise também começou a ser usada para examinar manchas de sangue em cenas de crime.
O grupo sanguíneo é uma classificação feita com base nas características presentes na superfície dos glóbulos vermelhos e do soro sanguíneo. As duas categorias mais importantes são antígenos (o sistema AB0) e o fator Rh
Inicialmente, as investigações criminais se concentraram no estudo de antígenos eritrocitários (sistemas AB0 e MN, fator Rh), MN), proteínas séricas, enzimas eritrocitárias e o sistema de antígenos leucocitários humanos (HLA).
Com esses marcadores, uma pessoa poderia ser incriminada ou liberada, por ter ou não a mesma combinação genética encontrada na cena do crime.
No entanto, essa técnica tinha muitas limitações quando se tratava de analisar amostras pequenas ou degradadas, manchas de cabelo ou esperma, por isso não podia ser usada na maioria dos casos.
Impressão digital de DNA
Tudo mudou quando, em 1984, o geneticista britânico Alec Jeffreys descobriu as técnicas de impressão digital genética e perfil de DNA, que revolucionaram a medicina legal.
Esse método foi usado pela primeira vez em litígios de imigração ilegal e permitiu que uma criança, cuja família era originária de Gana, fosse verificada sobre a origem britânica e, assim, impedida de ser deportada do país.
Então, no ano seguinte, foi usado para identificar um estuprador e assassino de adolescentes, a partir de amostras de sêmen obtidas dos cadáveres de duas meninas.
Outro caso famoso em que essa técnica foi usada foi para confirmar a identidade do médico nazista Josef Mengele, falecido em 1979, comparando o DNA obtido de um fêmur de seu cadáver com o de sua viúva e filho.
Objeto de estudo
O principal objeto de estudo em medicina legal são os genes. Eles formam uma cadeia de ácido desoxirribonucléico (DNA) que armazena informações genéticas e as transmite de pais para filhos.
Muito do DNA é semelhante em todas as pessoas. No entanto, existem regiões herdadas que variam de uma para outra. Dessa forma, ao analisar determinados fragmentos, é possível gerar um perfil genético de cada indivíduo, que é característico e único.
Essas variações são conhecidas como "polimorfismos". Atualmente, a maioria dos perfis genéticos é realizada através do estudo simultâneo de 10 a 17 regiões curtas de DNA, conhecidas como Repetições curtas em tandem (SHTs).
Eles são analisados em laboratórios e comparados com amostras de casos de investigação de paternidade biológica e perícia criminalística. Além disso, eles também são usados para identificar cadáveres e restos de ossos.
Metodologia
Na criminologia, geralmente as manchas, fluidos e restos biológicos são coletados na cena do crime e de lá encaminhados para o laboratório.
Com eles, os médicos legistas obtêm um perfil genético e o comparam com as amostras dos suspeitos, obtidas por meio de coleta bucal com swab ou extração de sangue.
Eles também podem enviar as informações para um banco de dados, para ver se há uma correspondência com o DNA de criminosos ou pessoas desaparecidas ou com amostras encontradas em outras cenas de crime.
Os avanços na genética forense e seu grau de especificação estão aumentando, permitindo a detecção de quantidades cada vez menores de DNA.
No futuro, prevê-se que, a partir dele, seja possível prever as características físicas de uma pessoa e saber, por exemplo, sua pele, cor dos cabelos e olhos, além de outras características faciais, que serão muito úteis durante um investigação policial.
Dificuldades desta metodologia
As principais dificuldades que esta metodologia oferece são a contaminação e a avaliação das evidências. Para resolver o primeiro, foram criados padrões de qualidade para garantir seu controle, tanto na coleta das amostras quanto no manuseio no laboratório, mas erros sempre são possíveis.
No que se refere à avaliação das provas, é importante ter em mente que a detecção de DNA no local onde foi cometida uma infração não determina a culpabilidade de uma pessoa, por isso é fundamental analisar o contexto.
Por exemplo, se um indivíduo aperta a mão de outro, eles deixam sua marca genética nele. E se ele for encontrado posteriormente na cena do crime, o DNA da pessoa que nunca esteve lá também pode ser encontrado.
Dessa forma, a genética forense pode marcar com grande precisão de quem vem uma determinada amostra. Mas não como ele chegou ao lugar em si.
Isso deve ser analisado com cuidado pelos tribunais responsáveis pela administração da justiça, juntamente com outras provas que definam a culpa ou não de um suspeito.
Referências
- Euroforgen (Rede Europeia de Excelência em Genética Forense) e Sense about Sience (2017). Interpretando genética forense. Disponível em: senseaboutscience.org.
- Crespillo Márquez, Manuel e Barrio Caballero, Pedro. Genética forense. Do laboratório aos tribunais. Edições Díaz de Santos. Espanha.
- Sociedade Internacional de Genética Forense. Disponível em: isfg.org
- Carracedo Álvarez, Angel. Genética Forense. Enciclopédia de Biodireito e Bioética. Disponível em: encyclopedia-bioderecho.com
- Interpol. DNA. Disponível em: interpol.int
- Genética forense, Wikipedia. Disponível em: wikipedia.org