É ruim falar sozinho? A ciência tem a resposta - Psicologia - 2023


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É ruim falar sozinho? A ciência tem a resposta - Psicologia
É ruim falar sozinho? A ciência tem a resposta - Psicologia

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Quantas vezes nos pegamos falando para nós mesmos enquanto tentamos resolver um problema? Ou fizemos uma piada com um amigo ou colega de trabalho que também pegamos falando sozinho?

Embora esse costume seja objeto de piadas e ridículo, ou possa preocupar algumas pessoas, a verdade é que, desde que não seja acompanhado de nenhuma patologia, como delírios ou alucinações, falar sozinho pode ser benéfico para o nosso desenvolvimento cognitivo.

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Por que não é ruim falar sozinho?

Tradicionalmente, percebemos o fato de que em muitas ocasiões as crianças falam sozinhas como algo natural. No entanto, quando esse costume se estende até a idade adulta começamos a percebê-lo como algo estranho ou patológico.


Mas nada mais longe da verdade, a explicação de que na infância existe essa tendência de falar sozinho é conhecida como “fala privada”. A fala privada consiste na expressão oral de nossos pensamentos e é um hábito extremamente útil e benéfico para o desenvolvimento cognitivo.

A fala privada na infância é considerada um mecanismo externo de pensamento, por isso favorece o raciocínio e os processos cognitivos. Com o tempo, esse mecanismo é gradualmente internalizado na forma de pensamento verbal.

Existe um consenso geral que sustenta a ideia de que a linguagem é essencial para o correto desenvolvimento cognitivo, uma vez que nos dá um meio de expressar nossas idéias e questões.Se pararmos para pensar, toda vez que temos que resolver um problema, o fazemos por meio de palavras e frases mentais. Então, quão estranho é expressarmos essas palavras em voz alta quando estamos sozinhos?

A verdade é que existem muitos estudos que valorizam muito esse hábito. De acordo com alguns pesquisadores, como a psicóloga e pesquisadora americana Laura E. Berk, o hábito ou mecanismo da fala privada nunca desaparece. Pelo contrário, esta ferramenta costuma reaparecer nas ocasiões em que temos de enfrentar problemas ou exigências do meio que nos são muito desafiadoras, constituindo um hábito extremamente eficaz no que diz respeito a desenvolver novas habilidades e habilidades.


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Que benefícios reais isso traz?

Como dissemos, manter a privacidade da fala pode ser muito benéfico para o nosso desenvolvimento cognitivo. E não só na infância, Ao longo de nossas vidas, esse costume nos fornecerá ferramentas e instalações para a resolução de problemas.

A seguir, veremos todas as habilidades e mecanismos que podem ser aprimorados pela fala privada:

1. Aumente a memória

Existem muitos estudos sobre processos de memória que apontam para a ideia de que falar em voz alta durante o estudo ou fala autodirigida expressa durante a execução de uma tarefa, melhorar a memorização e favorecer o estabelecimento de memórias.

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2. Ajuda a refletir melhor

Expor em voz alta as nossas ideias ou preocupações, bem como o raciocínio que daí decorre, ajuda-nos a esclarecer essas ideias, bem como facilita a criação de estratégias para a resolução de problemas. Se ouvirmos o que pensamos ou dizemos será muito mais fácil para nós colocar essas ideias em ordem.


3. Favorece o estabelecimento e a lembrança de objetivos

Este ponto está intimamente relacionado aos dois anteriores. Falar em voz alta, declarar nossos objetivos nos ajuda a esclarecer nossas metas e fortalece a memória destes.

4. É um guia para ação

Falar em voz alta enquanto realizamos atividades que exigem um padrão de comportamento nos ajudará a internalizar essas etapas e nos ajudará aprenda mais rápido.

5. Reforce-se positivamente

Parabenizar-se por um trabalho bem executado ou por realizações é altamente benéfico para a autoestima. Reconhecer seus próprios sucessos e reforçá-los em voz alta pode ser altamente recomendado em momentos de grande demanda ou desafios, tanto pessoais, de trabalho e acadêmicos.

6. Como estratégia motivacional

Outro benefício que falar sozinho pode nos dar é o de nos motivar a fazer coisas que, mesmo que não tenhamos vontade, são obrigatórias. Motivar-nos e encorajar-nos Pode tornar um pouco menos difícil para nós realizar todas as atividades que à primeira vista parecem pouco atraentes.

7. Promove o desenvolvimento da inteligência

Alguns estudos recentes apontam para a possibilidade de que a fala privada ou falar sozinho pode favorecer a criação de novas conexões neurais. Isso significa que falar sozinho pode aumentar a capacidade de desenvolvimento do nosso cérebro e, portanto, aumentar suas funções e poderes.

8. Outros benefícios

Além de todos os benefícios mencionados acima, falar sozinho pode ser muito útil para nós em muitas outras coisas. Entre eles estão:

  • Reduza os níveis de ansiedade e estresse.
  • Favorece a criatividade.
  • Ele destaca pensamentos irracionais e nos ajuda a modificá-los.
  • Promove a organização do pensamento.
  • Coloca conflitos ou problemas em perspectiva.
  • Favores a tomada de decisões.

Então, quando você precisa se preocupar?

Não podemos negar que existem certos casos em que falar sozinho pode ser um sintoma de transtorno mental. Porém, nessas ocasiões, a pessoa costuma apresentar muitos outros sintomas que revelam a existência de um transtorno psiquiátrico.

Nos casos de psicose, a pessoa não fala apenas para si mesma, mas também este sintoma é acompanhado por outros, como delírios, alucinações ou distúrbios comportamentais. Nesses distúrbios, a pessoa pode falar sozinha em resposta a uma série de alucinações auditivas; assim, a pessoa não estaria falando consigo mesma, mas com sua própria alucinação. Ao contrário da fala privada, esses discursos são caracterizados por serem incompreensíveis e desprovidos de qualquer lógica.

Da mesma forma, outro caso em que a fala privada é prejudicial é naqueles situações em que a pessoa o usa para se depreciar ou transmitir mensagens negativas. Essa expressão em voz alta de idéias e pensamentos negativos pode levar a estados de ansiedade e depressão.

Portanto, falar sozinho não deve ser considerado algo anormal, patologia ou sintoma de transtorno mental, desde que não seja acompanhado de outros sintomas e não interfira com o funcionamento normal da pessoa.