Efeito de homogeneidade em relação ao grupo externo: o que é e como nos influencia - Psicologia - 2023
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Contente
- Efeito da homogeneidade em relação ao grupo externo: definição
- Entre o viés de erro e o mecanismo de adaptação
- Estudo deste fenômeno
- Possíveis explicações para este efeito
- Teoria da autocategorização
Quantas vezes já ouvimos falar de 'todos os X são iguais? As pessoas tendem a agrupar sob a mesma definição pessoas que compartilham algum tipo de característica, atribuindo-lhes falsamente características comuns.
Este fenômeno é o que na psicologia social tem sido chamado efeito da homogeneidade em relação ao grupo externo, e neste artigo vamos ver isso em maior profundidade.
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Efeito da homogeneidade em relação ao grupo externo: definição
O efeito da homogeneidade em relação ao grupo externo é um fenômeno social que ocorre quando uma pessoa, que pertence a um determinado grupo, vê os membros de outros grupos como mais semelhantes entre si, enquanto percebe os membros do grupo como muito variados. o mesmo grupo. Ou seja, esse fenômeno se refere a como as pessoas tendemos a ver o grupo externo, ou seja, um grupo estranho, como algo uniforme, embora estejamos cientes das nuances presentes no endogrupo, o nosso.
Quando conhecemos alguém, tendemos a ter uma primeira impressão, que pode ser muito influenciada pela maneira como vemos, em termos muito gerais, o resto de seus pares que compartilham alguma característica. Essas características podem ser raça, sexo, idade, nacionalidade, profissão, entre muitas outras..
Como você pode entender, essa tendência comum na maioria dos seres humanos é a matéria-prima usada pelos estereótipos.
Entre o viés de erro e o mecanismo de adaptação
Existe alguma controvérsia sobre se esse fenômeno deve ser considerado um viés devido a crenças erradas ou, ao invés, se ele serve como um mecanismo adaptativo de percepção social.
Com viés, neste caso, significaria que as pessoas, com base em informações erradas, nós julgamos os outros sem realmente saber como eles sãoEnquanto, como mecanismo adaptativo da percepção social, esse efeito teria a função de simplificar as informações do mundo, fazendo com que a generalização e a categorização nos ajudem a sintetizar o mundo.
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Estudo deste fenômeno
Uma das primeiras abordagens científicas neste sentido encontra-se no trabalho de Jones, Wood e Quattrone de 1981. No seu estudo, perguntaram a estudantes universitários, que frequentavam quatro clubes diferentes, o que pensavam dos membros do seu próprio clube e daqueles quem eles frequentavam os outros três.
Os resultados mostraram que houve uma tendência importante de generalização no que se refere à descrição dos sócios dos demais clubes, atribuindo-lhes as mesmas características e comportamentos. Contudo, quando falaram de seu próprio clube, enfatizaram que havia diferenças individuais, que cada um era como era e não indo para o mesmo lugar tinha que ser o mesmo.
Muitos outros estudos abordaram esse fenômeno, mas levando em consideração características difíceis de modificar, como gênero, raça e nacionalidade. É bem sabido como nos Estados Unidos, principalmente nas cidades onde a distribuição de negros e brancos é altamente localizada de acordo com quais bairros, à medida que se afasta de bairros de maioria negra e entra em bairros de maioria branca, a ideia de que os da outra raça são todos iguais torna-se muito mais forte.
Possíveis explicações para este efeito
Embora a pesquisa possa sugerir que a razão pela qual as pessoas tendem a generalizar as características de pessoas que pertencem a um grupo que não é seu é devido à falta de contato entre os membros de um grupo e o outro, isso tem se mostrado O caso.
Pode-se pensar que não conhecer os membros de outro grupo estimula estereótipos e preconceitos mais fortes decorrentes da falta de contato e da evitação de tomá-lo. No entanto, há muitos casos da vida cotidiana que mostram que essa crença é falsa.
Um exemplo claro disso é a diferenciação que homens e mulheres fazem em relação ao outro gênero. Esses preconceitos não surgem porque os homens têm pouco contato com as mulheres e vice-versaVisto que, embora seja verdade que homens e mulheres tendem a ter mais amigos de seu gênero, não são poucas as pessoas do outro que costumam fazer parte da lista de contatos. Frases como "todos os homens / mulheres são iguais" não surgem precisamente da ignorância, mas do interesse em generalizar sobre o outro grupo.
É por isso que foi necessário propor algumas explicações mais sofisticadas para entender melhor o porquê disso. Uma delas é a forma como os seres humanos armazenam e processam as informações relativas ao endo e exogrupo. Uma das teorias que melhor expôs essa ideia é a teoria da autocategorização.
Teoria da autocategorização
Segundo essa teoria, o efeito de homogeneidade ao grupo externo ocorre devido aos diferentes contextos presentes no momento de perceber o endo e o grupo externo.
Assim, hipoteticamente, o efeito da homogeneidade ao grupo externo ocorre devido a diferentes contextos, nos quais são feitas comparações intra e intergrupo.
Quando qualquer pessoa, que pertence a um determinado grupo, tem conhecimento de outro grupo, é normal que faça uma comparação entre o seu grupo e o outro, realizando-se aqui um processo intergrupal.
Para facilitar essa comparação, é necessário sintetizar as informações correspondentes ao próprio grupo e ao outro, ou seja, fazer generalizações tanto do endo quanto do outgroup; assim o processo fica mais fácil para você.
É aqui que a ênfase especial é colocada nas características que são compartilhadas pela maioria dos membros do grupo externo, tendo em mente a ideia de que são todos iguais. Mas, quando se trata de comparar exclusivamente os membros do in-group, ou seja, um processo intragrupo, ocorre que se dá mais atenção aos traços diferenciais entre seus membros.
Ao fazer parte do mesmo grupo e conhecer melhor vários de seus integrantes, ele terá consciência das diferenças individuais de seus pares, diferenciando-se dele mesmo e dos demais colegas.
A teoria da autocategorização tem mostrado algumas evidências ao ver que, em situações intergrupais, tanto o endo quanto o outgroup são percebidos de forma mais homogênea. No entanto, em um contexto em que um grupo está isolado dos outros, as diferenças e a heterogeneidade surgem com mais facilidade.