O que são órgãos linfóides secundários? - Ciência - 2023
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Contente
- Gânglios linfáticos
- -Localização
- -Histologia
- Zona cortical
- Zona medular
- -Função dos gânglios linfáticos
- Baço
- -Localização
- -Histologia
- Polpa branca
- Polpa vermelha
- -Função baço
- Tecidos linfoides associados à mucosa
- Referências
o órgãos linfóides secundários ou periféricos são os órgãos encarregados da regulação das interações celulares dos antígenos com as células do sistema imunológico.
Ou seja, nos órgãos linfoides secundários ocorre o processo de reconhecimento do antígeno invasor; os linfócitos serão ativados apenas na presença de alguém que não seja próprio.
Essa capacidade dos linfócitos de discriminar entre seus próprios e os estranhos se deve ao fato de terem sido devidamente treinados no timo para fazê-lo.
O reconhecimento do antígeno levará a uma série de eventos, como fagocitose, apresentação do antígeno e ativação de outras células do sistema imunológico, com produção de anticorpos e citocinas.
Devido a essa função, os órgãos linfoides secundários estão estrategicamente localizados nas possíveis entradas de antígenos para o corpo.
Os órgãos envolvidos são: os gânglios linfáticos e o baço, que são órgãos capsulados bem definidos, mas também existem tecidos linfoides associados a membranas mucosas estrategicamente distribuídas no corpo.
Os últimos são o tecido intestinal GALT (placas de Peyer), o tecido brônquico BALT, o tecido nasofaríngeo NALT (amígdalas) e a pele (SALT).
Gânglios linfáticos
Os gânglios são estruturas complexas de formato ovoide, ricas em células do sistema imunológico, principalmente linfócitos e macrófagos.
-Localização
Os gânglios linfáticos estão localizados em grupos por todo o corpo.
-Histologia
Os gânglios são revestidos por uma cápsula composta de tecido conjuntivo. As trabéculas partem da cápsula e dividem o órgão em porções mais ou menos irregulares.
A cápsula é irrigada por vasos linfáticos aferentes e mais um vaso linfático eferente converge no hilo junto com o sistema nervo-vascular do nó.
Dentro do gânglio existe uma área chamada seio marginal (espaço subcapsular) de onde se irradiam canais finos, conhecidos por sua disposição como seios radiais ou intermediários.
Esses seios radiais convergem com o vaso linfático eferente, ao nível do hilo. Como tecido de suporte, o gânglio contém células reticulares e tecido conjuntivo.
Ao fazer um corte transversal do gânglio, duas áreas de tecido linfóide são claramente visíveis: uma área cortical e a área medular.
Zona cortical
Também chamada de área independente do timo, porque essa área contém principalmente linfócitos que não amadurecem no timo, ou seja, linfócitos B, que são agrupados em folículos (folículos primários).
Quando as células B são ativadas pela presença de um antígeno diretamente ou pelo contato com uma célula apresentadora de antígeno, as células B se tornam células plasmáticas.
Essas células ativadas são capazes de secretar anticorpos e citocinas, dessa forma o folículo primário passa a ser folículo secundário, que se distingue pela grande atividade mitótica observada em sua zona central; portanto, também são chamados de centros germinativos de Flemming.
As células de memória também são formadas nesta área e outras células, como os linfócitos T e as células dendríticas foliculares de suporte, também podem ser encontradas em menor extensão.
Zona medular
Também chamada de área dependente do timo, porque os linfócitos maduros estão concentrados aqui no timo, ou seja, os linfócitos T.
Apesar da separação nítida das duas zonas, na área independente do timo, especificamente na zona cortical profunda, podem ser encontrados alguns linfócitos T, e na zona dependente do timo (cordões medulares) também podem ser encontrados linfócitos B ou plasmócitos.
-Função dos gânglios linfáticos
A função dos gânglios é dividida fundamentalmente em duas: a primeira é a filtração do material do fluido intersticial e da linfa à medida que esses fluidos circulam pelo sistema canalicular e pelas células reticulares.
É assim que os antígenos livres ou ligados às células apresentadoras de antígenos entram no gânglio através dos vasos linfáticos aferentes, onde entram em contato com as células do sistema imunológico a serem eliminadas.
A segunda função consiste na manutenção do sistema de circulação dos linfócitos do sangue pelas vênulas pós-capilares, onde ocorre a interação dos linfócitos com as células dos elementos vasculares.
Quando os gânglios detectam um antígeno e os centros germinativos são formados, o tamanho do gânglio aumenta significativamente. Esta característica é facilmente detectável à palpação em processos infecciosos.
Baço
-Localização
Ele está localizado na passagem da corrente sanguínea, ao nível do hipocôndrio esquerdo do corpo.
-Histologia
É um órgão ovóide, é circundado por uma espessa cápsula fibromuscular, com trabéculas que o dividem. Nele, são detectados dois tipos de tecido: a polpa branca e a polpa vermelha.
Polpa branca
É encontrada ao redor da arteríola central, que por sua vez é protegida por uma bainha formada principalmente por tecido linfoide periarteriolar.
Os linfócitos T circundam os vasos sanguíneos, enquanto os linfócitos B se concentram para formar os centros germinativos ou folículos primários.
No limite entre as zonas da polpa branca e vermelha estão os macrófagos, que agem como células apresentadoras de antígenos e envolvem as células danificadas.
Polpa vermelha
A polpa vermelha envolve a polpa branca e é composta principalmente de eritrócitos, e ao redor dos vasos estão os linfócitos B.
É fornecido pelos sinusóides vasculares que se conectam à veia esplênica.
-Função baço
O baço filtra metade do volume sanguíneo do corpo todos os dias, sendo um mecanismo eficaz para limpar o sangue de qualquer microorganismo invasor que possa ter entrado na circulação, além de eliminar células envelhecidas ou não funcionais.
Portanto, o baço cumpre dois tipos de funções, uma relacionada ao sistema imunológico e outra não imunológica.
Os não imunológicos incluem a manutenção da homeostase, remoção de eritrócitos danificados do sistema circulatório, conversão de hemoglobina em bilirrubina e liberação de ferro para reutilização.
Já a função imune está relacionada a facilitar a resposta imune, tanto humoral quanto celular, uma vez que contém linfócitos maduros e células plasmáticas.
Tecidos linfoides associados à mucosa
Esses tecidos especializados estão distribuídos pelo corpo e possuem células características do local com diferentes funções, mas todos possuem linfócitos em sua composição.
Geralmente, os tecidos especializados absorvem os antígenos ligados às células.
O tecido linfóide associado à mucosa é organizado em folículos primários e secundários, conforme descrito nos nódulos linfáticos e no baço, ricos em linfócitos B e células plasmáticas, respectivamente.
Em torno dos folículos encontram-se os linfócitos intraepiteliais, que correspondem em sua maioria ao tipo CD8 ou citotóxico, que interagem diretamente com o antígeno.
Nesses locais, a resposta imune é reforçada pela ação de anticorpos do tipo IgA, normalmente presentes na mucosa.
Referências
- Matta N. Sistema imunológico e genética: uma abordagem diferente para a diversidade de anticorpos. Acta biol. Colomb. 2011; 16 (3): 177 – 188
- Vega G. Imunologia para o clínico geral Órgãos linfóides. Rev Fac Med UNAM. 2009; 52 (5): 234-236
- Muñoz J, Rangel A, Cristancho M. (1988). Imunologia básica. Editora: Mérida Venezuela.
- Roitt Ivan. (2000). Fundamentos da imunologia. 9ª edição. Editora Médica Panamericana. Buenos Aires, Argentina.
- Abbas A. Lichtman A. e Pober J. (2007). "Imunologia celular e molecular". 6th Ed. Sanunders-Elsevier. Filadélfia, EUA.