Agliofobia (medo da dor): sintomas, causas, tratamentos - Ciência - 2023


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o agiofobia É um transtorno psicopatológico caracterizado por um medo irracional, excessivo e injustificado da dor. Pessoas com esse transtorno temem, acima de tudo, sentir e experimentar sensações de dor. O medo de estímulos dolorosos pode afetar significativamente seu comportamento e desempenho durante sua vida cotidiana.

Da mesma forma, quando indivíduos com agiofobia sofrem sensações dolorosas, eles respondem com uma resposta de ansiedade marcada que é altamente desagradável. No entanto, os mais novos tratamentos psicológicos são eficazes para intervir neste distúrbio. Ao aplicar as técnicas e psicoterapias apropriadas, uma pessoa com agiofobia pode superar seu medo da dor.

Hoje, a literatura sobre esse transtorno é muito abundante, fato que permite uma compreensão adequada da agiofobia e o desenvolvimento de intervenções eficazes para seu tratamento.


Características da agiofobia

A agiofobia é um transtorno de ansiedade, especificamente um dos muitos tipos de fobia específica que foram descritos hoje.

Fobias específicas são um grupo de transtornos caracterizados pela presença de ansiedade clinicamente significativa em resposta à exposição a situações ou objetos temidos específicos.

No caso da agiofobia, o elemento temido é a dor, por isso esse transtorno é definido como o medo fóbico dos elementos dolorosos.

A dor é uma experiência extremamente subjetiva e pessoal. Existem pessoas que podem ser mais intolerantes a essas sensações e indivíduos que podem estar mais acostumados com a dor. Esse fato faz com que a agiofobia seja um distúrbio ligeiramente mais complexo do que outros tipos de fobia específica.

Em casos como a fobia de aranhas ou a fobia de altura (dois tipos muito comuns de fobia específica), os elementos temidos são claramente identificáveis.


No entanto, na agiofobia, os estímulos temidos podem ser muito mais variáveis. Dependem de cada caso, pois cada indivíduo pode perceber diferentes elementos e situações dolorosas.

Sintomas de agiofobia

A sintomatologia da agiofobia é principalmente ansiosa. Quando a pessoa com essa alteração é exposta aos seus elementos temidos, ela responde com uma alta resposta de ansiedade.

Na verdade, certos sintomas de ansiedade e nervosismo podem aparecer mesmo sem a presença do elemento temido. A simples antecipação de que a dor pode ser sentida em um determinado momento pode levar a manifestações de ansiedade.

A ansiedade da agiofobia é caracterizada por afetar três planos diferentes da pessoa: o plano físico, o plano cognitivo e o plano comportamental.

- Plano físico

A agiofobia causa uma ampla gama de alterações físicas na pessoa. Na verdade, quando ele é exposto aos seus estímulos fóbicos, as primeiras manifestações são fisiológicas.


As manifestações físicas da agiofobia podem ser variáveis ​​em cada caso. Nem todas as pessoas apresentam os mesmos sintomas ou um grupo único de distúrbios.

No entanto, a sintomatologia física da agliofobia está no aumento da atividade do sistema nervoso central do cérebro. Assim, as pessoas com esse transtorno apresentam algumas das seguintes manifestações.

  1. Frequência respiratória aumentada.
  2. Respiração aumentada
  3. Sensação de sufocamento
  4. Tensão muscular.
  5. Calafrios.
  6. Suor excessivo
  7. Dilatação pupilar.
  8. Náusea ou tontura
  9. Sensação de irrealidade.
  10. Boca seca.

Plano cognitivo

O plano cognitivo inclui uma infinidade de pensamentos que a pessoa com agiofobia pode desenvolver em relação ao medo da dor.

Essas cognições podem ser múltiplas e variam em cada caso. Porém, todos eles se caracterizam por apresentarem uma alta carga de atributos negativos e temerosos frente à vivência da dor.

Esses pensamentos motivam a evitação de estímulos relacionados à dor. E quando o indivíduo é exposto a eles, eles se retroalimentam com sintomas físicos para aumentar o medo e a ansiedade vivenciados.

- Plano comportamental

Por fim, a agiofobia é caracterizada por ser um distúrbio que afeta significativamente o comportamento da pessoa. Os dois comportamentos mais prevalentes são evitação e fuga.

A evitação se refere a todos os comportamentos que a pessoa desenvolve ao longo do dia que permitem evitar o contato com seus estímulos temidos.

A fuga, por sua vez, refere-se ao comportamento de fuga realizado por indivíduos com agiofobia quando deixam de evitar o estímulo temido e entram em contato com ele.

Ambos os comportamentos são motivados pelo medo da dor e perseguem o mesmo objetivo: evitar a ansiedade e o desconforto causado pelo contato com estímulos temidos.

Diagnóstico

O diagnóstico desse transtorno deve ser feito por um profissional médico. Que, através da aplicação de vários testes, como questionários e entrevistas, irá determinar a presença ou ausência de agiofobia.

Para fazer esse diagnóstico, uma série de critérios deve ser cumprida. Estes são:

  1. Medo ou ansiedade intensa pela experiência da dor, ou por elementos e situações específicas a ela relacionadas (elementos fóbicos).
  2. Os elementos fóbicos quase sempre provocam medo ou ansiedade imediatos.
  3. Elementos fóbicos são ativamente evitados ou resistidos com intenso medo ou ansiedade.
  4. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real representado pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural.
  5. O medo, a ansiedade ou a evitação são persistentes, geralmente durando seis ou mais meses.
  6. O medo, a ansiedade ou a evitação causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento.
  7. A perturbação não é melhor explicada por sintomas de outro transtorno mental.

Causa

Não há uma causa única que possa causar esse transtorno. Na verdade, hoje existe um grande consenso científico em afirmar que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da agiofobia.

Nesse sentido, o condicionamento clássico parece ser um dos mais importantes. Ter vivido experiências traumáticas, ter visualizado elementos desagradáveis ​​ou ter recebido informações negativas relacionadas à dor parecem ser fatores que desempenham um papel importante.

Da mesma forma, alguns autores postulam a presença de fatores genéticos na doença. Nem todas as pessoas têm a mesma probabilidade de desenvolver medos fóbicos. Indivíduos com familiares com transtornos de ansiedade seriam mais suscetíveis.

Finalmente, certos fatores cognitivos, como crenças irrealistas sobre o dano que poderia ser recebido se exposto ao estímulo temido, viés de atenção em relação a ameaças relacionadas à fobia, baixa percepção de autoeficácia e percepção exagerada de perigo são elementos que podem ser importantes na manutenção da agiofobia.

Tratamento

A intervenção que tem demonstrado maior eficácia no tratamento da agiofobia é a psicoterapia. Especificamente, a aplicação de tratamento cognitivo-comportamental mostra taxas de recuperação notavelmente altas nesse transtorno.

Essa intervenção se baseia na exposição do sujeito com agiofobia aos seus temidos elementos. Dessa forma, o indivíduo se acostuma com os estímulos e aos poucos vai superando o medo deles.

Para tanto, é construída uma hierarquia de estímulos, de forma que a pessoa possa ser exposta gradativamente. Da mesma forma, a intervenção se concentra em evitar a resposta de ansiedade quando a pessoa é exposta aos seus elementos temidos.

No caso da agiofobia, recomenda-se que tal exposição seja realizada por meio de realidade virtual. Esta técnica permite que o indivíduo se concentre no jogo interativo.

De fato, um estudo recente realizado na Universidade de Barcelona mostrou a influência positiva que a realidade virtual exerce na diminuição da percepção da dor.

Além disso, outras técnicas psicoterapêuticas podem ser aplicadas. As mais utilizadas são técnicas de relaxamento para reduzir os sintomas de ansiedade e proporcionar um estado de tranquilidade e técnicas cognitivas para modificar pensamentos alterados sobre a dor.

Referências

  1. Antony MM, Brown TA, Barlow DH. Heterogeneidade entre tipos específicos de fobia no DSM-IV. Behav Res Ther 1997; 35: 1089-1100.
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