Idade do Cobre: ​​características, ferramentas e invenções - Ciência - 2023


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Idade do cobre: ​​características, ferramentas e invenções - Ciência
Idade do cobre: ​​características, ferramentas e invenções - Ciência

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o Idade do Cobre o Calcolítico foi a primeira fase da chamada Idade do Metal. Também chamado de Eneolítico, sua principal característica é que os humanos passaram a usar metais, neste caso o cobre, para fazer ferramentas. Este período começou por volta de 6.000 aC. C e terminou por volta de 4.000 aC. C.

Essa cronologia não conta com o consenso de toda a comunidade científica. Por um lado, os humanos começaram a usar cobre cerca de 3.000 anos antes. No entanto, ele fez frio, sem usar metalurgia. Por isso, os especialistas consideram que isso faz parte do Neolítico.

O outro fator que torna difícil datar o Calcolítico é o geográfico. As características do período ocorreram apenas na Europa, Oriente Médio e Egito. Considera-se, portanto, que o resto da África e da América não passaram por essa fase, mas que sua evolução foi diferente.


Em linhas gerais, os antropólogos afirmam que esta foi uma etapa de transição entre o primado da pedra e o surgimento de metais mais resistentes, como o bronze. Além disso, esses especialistas dão mais importância à evolução das técnicas agrícolas e ao desenvolvimento das cidades do que ao próprio uso do cobre.

Caracteristicas

Até agora, as evidências mais antigas da existência da metalurgia foram encontradas na Anatólia e na Mesopotâmia. Esses vestígios foram datados de 6.000 aC. C, um pouco mais antigo do que os encontrados na área dos Balcãs.

Dessas partes do planeta, o uso da metalurgia foi se espalhando por toda a Europa e Oriente Médio e, por volta de 3.000 aC. C, já era de uso comum na maioria dos assentamentos humanos.


O primeiro metal usado pelos humanos foi o cobre. Foi muito fácil de obter, pois era abundante e não eram necessárias técnicas de mineração para obtê-lo. Os primeiros usos foram antes do início da Idade do Cobre, quando os humanos da época modelavam o material a frio.

Além da utilização desse material, o Calcolítico se caracterizou pela continuidade da evolução social, política e econômica iniciada no Neolítico.

o início

De acordo com os vestígios arqueológicos encontrados, os especialistas acreditam que os primeiros usos do cobre ocorreram por volta do ano 9.500 aC. A datação é baseada nos objetos que apareceram no Iraque durante uma escavação arqueológica. Esses foram fabricados de forma muito rudimentar, sem o uso de técnicas metalúrgicas.

Somente cerca de 3.500 anos depois, os humanos começaram a derreter cobre para poder trabalhá-lo com mais eficiência. Os primeiros vestígios que mostram esta nova tecnologia foram encontrados na Anatólia (na atual Turquia), Iraque e Irã.


Organização social

A sociedade calcolítica continuou a evoluir da mesma forma que durante o Neolítico. A metalurgia foi apenas um dos fatores que contribuíram para o aumento de sua complexidade e o surgimento de estruturas de poder dentro dela.

Fazer objetos com cobre exigia certas habilidades e nem todos eram capazes de fazer o trabalho. Isso contribuiu para acentuar a divisão do trabalho já iniciada no período anterior.

Por outro lado, esse metal era usado na maioria das ocasiões para a confecção de enfeites, como anéis, pulseiras ou colares. Muito em breve, a posse desses objetos foi associada às classes que estavam acumulando riqueza e poder.

Essa estratificação social, muito visível nos cemitérios, deu origem ao surgimento de três grupos distintos dentro dessas sociedades. No topo da pirâmide estavam os mais poderosos econômica e politicamente, que quando morreram foram enterrados com inúmeros objetos feitos de cobre.

Numa segunda etapa foram localizados os artesãos especializados. Atrás deles, na base da escala social, estavam os camponeses e fazendeiros.

Crescimento populacional

O aperfeiçoamento das técnicas agrícolas e pecuárias permitiu uma verdadeira explosão populacional. As populações, portanto, começaram a crescer em tamanho e em número de habitantes.

Este crescimento foi especialmente notável na área do Mediterrâneo. A evolução das populações deu origem ao surgimento do primeiro planejamento urbano. Da mesma forma, a cidade passou a refletir a estratificação social.

Por fim, segundo os historiadores, essas sociedades deram origem ao que chamam de proto-estados.

Aspecto econômico

A economia da Idade do Cobre era muito semelhante à do período anterior, o Neolítico. A agricultura e a pecuária continuaram a ser a base econômica, enquanto o comércio aumentou notavelmente.

Por outro lado, novas invenções permitiram que as safras melhorassem. Nesse sentido, destacaram o surgimento do arado e de novas técnicas de irrigação que permitiram a expansão das terras agricultáveis.

Durante o Calcolítico, ocorreu a mudança no paradigma produtivo. Antigamente, a maior parte do que se produzia era destinado ao consumo interno, o que mudou com as melhores safras. Isso fez com que uma classe social passasse a acumular excedentes e, portanto, riquezas.

Melhorias agrícolas e pecuárias

Conforme observado, durante a Idade do Cobre, surgiram novas invenções e técnicas que possibilitaram o aprimoramento das atividades agrícolas e pecuárias.

Por um lado, começaram a ser construídas valas que permitiam que a água dos rios fosse transportada para os campos. Isso, por um lado, levou a safras maiores e, por outro, aumentou a área agricultável.

No campo da agricultura, a novidade mais importante foi a domesticação de mais espécies animais. Já não se tratava apenas de gado destinado à alimentação, mas também de animais, como burros ou bois, que serviam para facilitar o trabalho dos camponeses.

Religião

Não há muitos dados sobre as crenças religiosas dos humanos calcolíticos. É sabido que eles realizavam cerimônias ao ar livre em que possivelmente eram feitas oferendas.

As construções megalíticas da época, como os menires, podem ter tido fins religiosos. Alguns autores acreditam que era onde os ritos fúnebres eram realizados, enquanto outros afirmam que eram a sede das cerimônias em que o sol era adorado.

Por outro lado, algumas teorias indicam que o surgimento da metalurgia poderia mudar algumas das crenças do ser humano. De acordo com essa hipótese, essa tecnologia seria a causa do aparecimento de novas divindades modificadoras da matéria.

Finalmente, a incipiente hierarquia social também se refletiu no panteão da Idade do Cobre. Os deuses passaram a ser divididos de acordo com suas importações e passaram de femininos (a Deusa-Mãe) a masculinos e com caráter guerreiro.

Arte

Um dos campos em que a mudança de época foi mais notável foi na arte. Além das pinturas que continuaram a ser feitas, surgiu toda uma indústria dedicada à decoração de objetos. Eles costumavam ser temas geométricos, semelhantes a um tabuleiro de xadrez.

Um dos exemplos mais importantes da arte da Idade do Cobre são os vasos em forma de sino, nomeados por sua forma de sino invertida. Esses contêineres foram encontrados em escavações realizadas em toda a Europa.

Da mesma forma, destacou-se a produção de elementos funerários, tanto cerâmicos quanto metálicos. Finalmente, em algumas áreas do continente europeu também foram feitas esculturas antropomórficas.

Ferramentas e invenções

Embora tenha sido o uso do cobre que marcou a mudança na época histórica, na realidade esse metal raramente era usado na confecção de ferramentas. Na maioria dos casos, os homens calcolíticos ainda preferiam a pedra como matéria-prima.

Entre os utensílios feitos com cobre estavam algumas pequenas armas, como punhais ou pontas de flecha. Além disso, o metal era usado para fazer ferramentas como formões ou punções.

Metalurgia

A invenção mais importante da Idade do Cobre foi a metalurgia. Muito provavelmente, seu aparecimento foi devido a algum acidente, talvez quando um pedaço de cobre caiu no fogo. Outros autores acreditam que pode ter sido um processo de tentativa e erro baseado no que foi feito com a cerâmica.

O que se sabe é que a metalurgia apareceu em épocas diferentes dependendo da parte do mundo. Assim, no Oriente Médio e nos Bálcãs, foi detectado que essa tecnologia surgiu muito cedo, mas na maior parte da África ou da América seu uso demorou muito.

Uma vez que o ser humano dominasse o processo de fundição desse metal, ele poderia começar a fazer algumas ferramentas e ornamentos com ele. No entanto, o sílex continuou a ser um material importante, especialmente para fazer alguns tipos de armas e implementos agrícolas.

Cerâmica em forma de sino

Este tipo de cerâmica começou a ser feito na Península Ibérica e continuou a ser feito até meados da Idade do Bronze. Era um tipo de vasilha em forma de sino que era usada nas celebrações e enterros da classe alta.

Técnicas de irrigação

Um dos avanços mais importantes neste período foi a introdução de técnicas de irrigação. Sua complexidade e eficácia dependiam da área geográfica, mas no geral representou um grande avanço para a agricultura.

O mais comum era a construção de valas e canos para transportar água da nascente até os campos. Isto não só alargou a área cultivável, mas também permitiu a introdução de alguns produtos inovadores que, com o tempo, se tornariam característicos da zona mediterrânica, como a oliveira e a videira.

Esses últimos alimentos passaram a ser considerados bens quase de luxo. Por esse motivo, os consumidores costumavam ser oriundos da classe dominante. Além disso, logo se tornaram um dos produtos mais valiosos quando se trata de comercialização.

Arado

A grande invenção do Calcolítico também estava relacionada à agricultura: o arado. Apesar de sua aparente simplicidade, sua introdução foi um grande avanço para os humanos da época.

Este implemento agrícola apareceu na Mesopotâmia por volta de 5.000 aC. C e de lá se espalhou para o resto da Ásia e o continente europeu. Graças ao seu uso, os camponeses da época puderam preparar melhor as terras e aumentar as colheitas, o que resultou na produção de mais excedentes.

Idade do cobre na Europa

Os historiadores dividem a Europa da Idade do Cobre em duas zonas diferentes. Cronologicamente, onde a metalurgia chegou primeiro foram os Bálcãs, onde apareceram os primeiros proto-estados.

A segunda dessas áreas é a Europa Ocidental. Lá, a Idade do Cobre começou por volta de 2.500 AC. C, quando as técnicas metalúrgicas vieram possivelmente da área do Mar Egeu.

Os Balcãs no IV milênio aC. C.

Até algumas décadas atrás, a teoria mais amplamente aceita era que a metalurgia havia chegado ao Mar Egeu da Anatólia. Os historiadores pensaram que essa tecnologia veio de Tróia I e que seus primeiros usos nos Bálcãs ocorreram em 3000 aC. C.

No entanto, as técnicas modernas de datação por carbono-14 mostraram que o surgimento da metalurgia nesta área ocorreu cerca de 1000 anos antes do que se pensava.

Desta forma, hoje acredita-se que esta tecnologia foi a causa da criação da primeira civilização da Europa, localizada na área do Danúbio e datada de 4000 aC. C.

As populações mais importantes naquela área eram Vinça, Gumelnitsa, Salcuta, Cucuteni e Tiszapolgar, consideradas pelos historiadores como proto-estados. Eram localidades com uma estrutura social muito complexa e organizada, e até começaram a desenvolver formas de escrita.

Declivedos estados proto-balcânicos

Depois de ter vivido uma época de grande esplendor, as populações dos Balcãs começaram a declinar. Em pouco tempo, sua indústria de metal caiu 90% e eles até perderam os métodos de escrita incipientes que haviam criado.

Embora a causa desse declínio não seja conhecida, alguns autores sugerem que pode ser devido a invasões por outros povos do leste. Uma das evidências que esses especialistas apontam é o surgimento de cerâmicas com decoração tipicamente oriental na região.

O egeu

Localizada entre a Anatólia e a Grécia, a área do Egeu foi outra das áreas da Europa que mais se desenvolveu durante a Idade do Cobre.

As transformações começaram a ocorrer no final do IV milênio aC. Foi então que surgiu na área a metalurgia aplicada ao cobre. A demografia aumentou e os contatos entre as populações das ilhas e as das costas do continente aumentaram.

Os assentamentos começaram a crescer e em alguns deles foram erguidos muros defensivos. Junto com esse processo, houve também um aumento da hierarquia social.

No início, essas cidades muradas não eram muito grandes, embora logo tenham começado a crescer. Entre os mais importantes estavam Troy I, Dimini, Termi ou Galandrini.

Todas essas aldeias criaram uma rede para troca de conhecimentos e produtos. Essas rotas conectavam as Cíclades, o Peloponeso, a Ática, Creta, Rodes e a Anatólia para o comércio de objetos feitos de pedra ou metal.

malte

A ilha de Malta, no meio do Mediterrâneo, desenvolveu-se durante a Idade do Cobre a uma taxa semelhante à do Mar Egeu. A principal contribuição de seus habitantes foi a construção dos primeiros templos do mundo construídos em pedra.

Muito pouco se sabe sobre os assentamentos da ilha, mas foram encontrados vestígios que revelam como eram esses santuários. Segundo os historiadores, seu uso era cerimonial e funerário. Além disso, cada um deles foi construído por uma família proeminente na área, portanto, eles também eram um símbolo de seu poder.

Os templos foram construídos seguindo um padrão muito semelhante, embora existam diferenças em sua complexidade. Assim, eles consistiam em um corredor central que conduzia a várias salas ovais. Sua forma geral lembra a de um trevo.

Outro edifício proeminente encontrado na ilha foi um hipogeu (uma estrutura subterrânea usada para enterros) chamado Hal Saflieni. Suas dimensões chegam a 500 metros quadrados, o suficiente para abrigar cerca de 7.000 corpos.

Península Ibérica

O outro grande foco do desenvolvimento humano na Europa durante o Calcolítico foi do outro lado do Mediterrâneo, na Península Ibérica. Na atual Espanha, surgiram duas culturas que alcançaram grande importância, embora não se tornassem proto-estados como aconteceu nos Bálcãs.

Entre as principais características dessas culturas estava a fortificação de seus assentamentos. Eram também populações bastante grandes, especialmente no caso de Los Millares e Zambujal.

Para além destas grandes povoações, nas actuais regiões espanholas da Andaluzia e da Extremadura, bem como no Alentejo e no Algarve português, surgiram também pequenas cidades fortificadas. Um dos elementos comuns era a presença de antas e cavernas artificiais.

sul da França

Como o resto dos lugares importantes do Calcolítico na Europa, os assentamentos franceses estavam no sul, perto do Mediterrâneo.

Esta área francesa tinha uma grande população, embora em vez de viver em grandes centros urbanos, o fizessem em cidades pequenas. As casas foram construídas com pedra e muitas localidades foram protegidas com paredes.

Este último parece ser uma consequência dos conflitos armados na área.Esqueletos com pontas de flechas apareceram em várias escavações, bem como crânios que passaram por trepanação.

Por outro lado, o Midi francês era um importante ponto de comércio, especialmente para sílex e obsidiana. Da mesma forma, havia várias áreas ricas em cobre.

Idade do Cobre na África

A grande maioria do continente africano não passou pela Idade do Cobre. Por exemplo, em toda a África Subsaariana, nenhuma evidência de seu uso foi encontrada.

A causa apontada pelos historiadores é que a população não deixou de ser semi-nômade ou de ter uma economia baseada na coleta e na caça, nem mesmo durante o Neolítico. Naquela época, os africanos optavam pela pecuária em vez da agricultura.

As mudanças associadas à Idade do Cobre também não ocorreram no norte do continente. Houve apenas uma exceção, o Egito, que tinha mais relações com os povos do Oriente Médio e do Egeu do que com o resto dos territórios africanos.

Egito

Dentro da periodização da história do Egito, a Idade do Cobre incluiria desde o período pré-dinástico até o faraônico.

Neste país do Norte da África, alguns dos primeiros objetos feitos com cobre nativo foram encontrados frios. Especialistas os dataram do V milênio, mesmo dentro do Neolítico.

Mais tarde, em 4.000 aC. C, uma cultura chamada Nagada apareceu no vale do Nilo. Esta já usava metalurgia, embora ainda preferisse fazer suas ferramentas com pedra. Como nos Bálcãs, essa cultura é considerada um proto-estado pelos antropólogos.

Para além do conhecimento da metalurgia, a cultura nagada caracterizou-se pela introdução da irrigação, bem como pela construção de uma imensa necrópole em que aparecem traços nítidos de estratificação social.

Sabe-se também que desenvolveram uma indústria artesanal muito importante. Além do cobre, os artesãos usavam ouro e prata para fazer suas obras.

Tanto a arte quanto a religião daquela época são consideradas os antecedentes do Egito dos faraós.

Idade do cobre no Oriente Médio

O Oriente Médio foi uma das áreas do planeta em que a Idade do Cobre atingiu seu maior esplendor. Foi lá, na Anatólia, que o ser humano começou a fundir esse metal para fazer ferramentas ou enfeites, embora sem deixar de usar a pedra.

As evidências mais antigas do uso da metalurgia apareceram em Çatalhöyük e Hacilar. Agulhas, alguns enfeites e perfuradores foram encontrados nesses sites.

Cronologicamente, o Calcolítico no Oriente Próximo durou de 4 500 aC. C e 3 500 a. Os historiadores dividiram este período em várias fases: fases III e IV do período Ubaid e do período Uruk, embora os dois últimos tenham coincidido no tempo.

Mesopotâmia

A Mesopotâmia ("entre dois rios") é uma região do Oriente Próximo localizada entre o Tigre e o Eufrates. Suas condições ambientais favoráveis ​​levaram ao local onde a agricultura e a pecuária apareceram pela primeira vez durante o Neolítico. Por esse motivo, não é de se estranhar que tenha sido também um marco na Idade do Cobre.

Os habitantes da área incorporaram sistemas de irrigação para levar água dos rios para os campos. Além disso, o Eufrates tinha fluxo suficiente para torná-lo navegável, o que favoreceu o comércio e o intercâmbio cultural e tecnológico.

Já a partir de 5 000 a. C, os humanos desta região começaram a fazer suas ferramentas com cobre, embora naquela época o trabalhassem a frio. Da mesma forma, surgiu um novo tipo de cerâmica que utilizava tecnologias como o torno ou a roda.

A fertilidade de seus campos permitiu a introdução de culturas como cevada ou trigo e, além disso, foram os pioneiros na domesticação de animais como cabras ou cordeiros.

Sedentarização e comércio

Tell Halaf era a cultura mais importante da região. Seus domínios iam do norte da atual Síria à costa mais mediterrânea, passando por terras que fazem fronteira com o Tigre e o Eufrates.

Nos sítios arqueológicos dessa cultura, foram encontradas evidências de que eles usavam fornos muito avançados para a época. Isso lhes permitiu ter uma indústria metalúrgica superior à de outras cidades.

Além disso, sabe-se que desenvolveram uma importante atividade comercial com a Anatólia e o Golfo Pérsico.

O comércio foi justamente o fator que impulsionou o sedentarismo na região. Apesar das já mencionadas boas condições ambientais, a área apresentava um significativo déficit de matéria-prima. Lá era difícil encontrar madeira ou metal e o comércio permitia que fossem adquiridos em outro lugar.

A partir desse momento, sua sociedade se desenvolveu em grande velocidade. Eles foram os pioneiros no desenvolvimento do planejamento urbano e o crescimento de suas populações levou a estruturas sociais cada vez mais complexas. Em alguns séculos, esses avanços levaram ao surgimento das primeiras grandes civilizações do mundo.

Idade do Cobre na América

As diferenças entre a história da América e a dos outros continentes levaram os especialistas a desenvolver um sistema de periodização diferente. Por isso, é difícil apontar qual fase poderia corresponder à Idade do Bronze.

De acordo com os restos encontrados, na Bolívia e no Peru atuais o cobre já estava derretendo no início do primeiro milênio aC. Quinhentos anos depois, eles começaram a fazer ligas com ouro e prata.

A fundição de metais costumava ser destinada à confecção de objetos para rituais ou para indicar a posição social de seus donos. Por outro lado, existem muito poucas amostras de ferramentas feitas com este material.

Essa presença da metalurgia não significa que ela tivesse a mesma importância que na Europa e no Oriente Médio. Na América, os metais eram usados ​​para fazer armas e ornamentos, mas não faziam qualquer tipo de diferença no desenvolvimento social e militar.

Periodização da história americana

Como já foi comentado, os períodos históricos em que se dividiu a América são diferentes dos europeus. Assim, a pré-história americana se estenderia desde o momento em que os seres humanos chegaram ao continente (data que ainda está em debate) até o surgimento das primeiras civilizações no continente.

Desta forma, a Pré-história e todas as suas subdivisões (Paleolítico, Mesolítico, Neolítico e a Idade do Metal) corresponderiam aproximadamente aos períodos Paleoíndio e Pré-Clóvis.

Desenvolvimento da metalurgia

Embora a metalurgia de metais como cobre ou ouro fosse conhecida no continente, historiadores consideram que não era um fator importante nos sistemas econômicos pré-colombianos.

Já em 4.000 AC. C, os habitantes de algumas áreas da América, como os Grandes Lagos, conheciam e trabalhavam com o cobre nativo. Naquela época não eram utilizadas técnicas metalúrgicas, mas o metal era batido a frio até adquirir a forma desejada. De acordo com os restos encontrados, o cobre foi usado para fazer pontas de flecha.

A metalurgia, segundo as evidências encontradas até o momento, nasceu no início do primeiro milênio aC. C. O primeiro lugar em que essa tecnologia foi implantada foi nas terras altas entre o Peru e a Bolívia.

Primeira grande cultura metalúrgica

A primeira grande cultura metalúrgica da América foi a de Chavin, em Huantar, por volta de 800 aC. O metal mais utilizado era o ouro, com o qual se confeccionavam estatuetas e outros objetos em forma de placas.

Alguns séculos depois, no IV a. C, a cultura Moche começou a usar cobre e prata para fazer utensílios. O domínio da metalurgia permitiu-lhes introduzir técnicas como estampagem a quente, incrustação de gemas e banhar as peças em prata e ouro.

Zona Intermediária

Além da Cordilheira dos Andes, a metalurgia também ganhou importância na chamada Zona Intermediária, área localizada entre a Colômbia e o Equador.

Segundo historiadores, esta área se caracterizou por hospedar os melhores especialistas na fabricação de ligas com metal: os Muiscas.

Para realizar seu trabalho, os Muiscas usavam uma mistura de ouro, prata e cobre, embora sua criação mais importante fosse uma liga chamada tumbaga que misturava apenas cobre e ouro.

Cultura mixteca

A longa história do povo Mixteca fez com que sua cultura perdurasse até a chegada dos espanhóis. Suas origens são bastante incertas, mas muitos autores pensam que já habitavam partes do continente no período pré-clássico.

Embora as datas não correspondam à Idade do Cobre europeia, muitas das características da cultura Mixtec são semelhantes.

Assim, foram grandes mestres da metalurgia e introduziram novas técnicas como a filigrana ou a soldagem. Uma de suas especialidades era a fundição do cobre, como mostra o conteúdo de alguns códices ilustrados.

Referências

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