6 consequências da gravidez na adolescência - Ciência - 2023


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6 consequências da gravidez na adolescência - Ciência
6 consequências da gravidez na adolescência - Ciência

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Asconsequências da gravidez na adolescência ou em idade precoce, ocorrem principalmente na saúde física, psicológica, emocional e nas relações pessoais e de trabalho.

A gravidez na adolescência ou em idade precoce requer uma intervenção abrangente, que deixa de lado a abordagem tradicional que encara a gravidez apenas como um risco para a saúde física da adolescente e do bebê.

A adolescência foi durante muito tempo considerada apenas como uma transição entre a infância e a idade adulta, sem dedicar maior interesse às profundas mudanças biológicas, psicológicas, sociais e emocionais que fazem dessa fase uma instância que exige que a ela dediquemos atenção.

Por que prestar atenção à gravidez na adolescência?

A maturidade biológica, psicológica e social foi evoluindo, separando-se progressivamente ao longo dos anos. Biologicamente, foi observada uma diminuição acentuada na idade da menarca ou da primeira menstruação, o que permitiu que uma adolescente se tornasse mãe aos 11 anos de idade.


A maturidade psicossocial, por outro lado, tende a se mover para a terceira década de vida. Por outro lado, é preciso levar em consideração a complexa preparação que o adolescente percorre para atingir os limites do desenvolvimento físico e atuar com autonomia nas relações afetivas, sociais e de trabalho.

A gravidez precoce pode influenciar esse desenvolvimento físico e psicossocial, impedindo que ocorra de forma adequada. Embora cada adolescente seja diferente, geralmente leva tempo e, especialmente, algumas experiências para se desenvolver plenamente.

O que mudou nos tempos modernos?

Na pré-história, as mulheres tiveram filhos aos 15 anos de idade. Nos tempos antigos era normal em uma idade mais avançada, por volta dos 18 anos. Até recentemente, o tempo normal era 20-25. E hoje, principalmente nos países mais desenvolvidos, a pessoa é pai por volta dos 30 anos, até 40.


Dificuldades econômicas, falta de moradia e dinheiro para sustentar os filhos, impedem que nasçam muito cedo. Por outro lado, novos costumes - o tempo livre e a diversão são mais valorizados - e as novas técnicas de fertilização permitem adiar a idade em que as crianças nascem.

Porém, há uma parte das mulheres que por motivos diversos têm o primeiro filho na adolescência. A gravidez invade a vida das adolescentes em momentos que ainda não atingiram a maturidade física e mental, às vezes em circunstâncias adversas, em meio a deficiências nutricionais ou outras doenças e em um ambiente familiar que não está receptivo para aceitá-la e protegê-la.

Em geral, quando são apresentados dados sobre a gravidez na adolescência, são utilizadas informações sobre os filhos nascidos vivos de mães com menos de 20 anos. Estas estatísticas sobre as mulheres grávidas deixam de ser significativas se considerarmos que incluem apenas as gravidezes a termo com um filho nascido vivo.


As gestações que não terminam por motivos médicos ou em decorrência de aborto não costumam ser estabelecidas nas estatísticas, portanto, desconsideram-se os componentes emocionais e psicológicos que podem afetar a adolescente em decorrência disso.

Estatisticas

De acordo com dados da OMS:

  • 1 milhão de meninas menores de 15 anos dão à luz anualmente, especialmente nos países do terceiro ou segundo mundo. Em meninas de 15 a 19 anos, ocorrem 16 milhões de nascimentos.
  • Entre as meninas de 15 a 19 anos, as complicações na gravidez são a segunda principal causa de morte no mundo.
  • Anualmente, 3 milhões de jovens entre 20-24 anos realizam abortos perigosos de uma forma não profissional.
  • Os filhos recém-nascidos de mães adolescentes têm maior risco de morrer do que os de jovens entre 20 e 24 anos.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde:

  • Entre os países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o México é o primeiro em gravidez na adolescência.
  • As taxas de gravidez na adolescência na América Latina e no Caribe continuam a ser as segundas mais altas do mundo, estimadas em 66,5 nascimentos para cada 1.000 meninas entre 15 e 19 anos, e só são superadas pelas da África Subsaariana.
  • Na América do Sul, Bolívia e Venezuela apresentam as taxas mais altas. No Caribe, são a República Dominicana e a Guiana com as taxas estimadas de fecundidade adolescente mais altas. Na América Central, os primeiros são Guatemala, Nicarágua e Panamá.

Principais consequências da gravidez na adolescência

Neste contexto, os estudos falam de uma série de possíveis consequências psicoemocionais adolescentes passam quando enfrentam uma gravidez indesejada ou não planejada:

1-Danos à saúde psicológica

A saúde emocional da adolescente grávida pode ser consideravelmente afetada, visto que a gravidez geralmente é assumida em condições difíceis e longe de ser uma opção verdadeiramente livre e responsável:

- Privação afetiva e maus-tratos pela família (assim, a gravidez se torna uma opção de ter alguém que a ama)

-Estresse, ansiedade.

- Resultado de estupro ou incesto

- Pressão de seu parceiro

- Deixe ao acaso engravidar ou não

- Deixe a decisão de usar ou não um método contraceptivo para seu parceiro

Essas possibilidades e outras, somadas à dificuldade de se adaptar a uma nova situação para a qual não se sente preparado, podem acabar afetando sua saúde psicológica.

O apoio do seu parceiro, da sua família e da sociedade é fundamental para que o impacto emocional seja mínimo.

2-Deixe seus estudos

Tanto a gravidez precoce quanto a maternidade limitam ou impedem as oportunidades de educação continuada e reduzem as expectativas da nova mãe e de sua família para o futuro.

Às vezes pode haver um ambiente de privação e pouco apoio familiar, o que tem uma dupla consequência: por um lado, a adolescente com menos apoio familiar corre maior risco de engravidar e, por outro lado, a mãe adolescente tem menos possibilidades para atingir um alto nível de escolaridade.

3-Dificuldades no campo profissional

O compromisso econômico da gravidez precoce para a subsistência da própria adolescente e de seus filhos ou filhas; pois a possibilidade de trabalhar para uma adolescente grávida ou de quem ela já foi mãe é muito baixa.

Neste aspecto, devemos incluir também as práticas discriminatórias que ainda existem contra as mulheres no mercado de trabalho. Consequentemente, isso leva a mãe adolescente a assumir uma situação contínua de dependência.

Às vezes, essa situação se agrava se ele morar com a companheira, também desempregada, na casa da família de origem de uma delas, o que pode desencadear situações de tensão, até mesmo maus-tratos e violência doméstica.

4-Dificuldades nas relações sociais / de casal

Sem renda própria, pouca educação e poucas chances de obtê-la, as oportunidades sociais e pessoais são significativamente limitadas para a mãe adolescente.

Isso a leva a ter poucas possibilidades de satisfazer as necessidades dos filhos e lutar por seus direitos na relação com o companheiro ou família e perante o Estado, reduzindo suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e social.

Por outro lado, freqüentemente ocorrem problemas de relacionamento ou até mesmo separações.

5-Mudanças repentinas no plano de vida

Muitas vezes, o projeto de vida da adolescente grávida é truncado ou interrompido.

A gravidez juvenil tende a afastar a jovem mãe de seu ambiente: perdem o parceiro ou a família se houver rejeição de um ou de ambos, perdem o grupo de pares na escola, mudam seus espaços recreativos e sua presença na a comunidade. O processo de vida é alterado repentinamente, tornando-se um evento hostil.

Embora admitamos que muitas adolescentes não tenham um projeto de vida definido ao engravidar, essa gravidez não planejada ou desejada limita a construção desse projeto vital.

6-Complicações durante a gravidez

A mortalidade materna é uma das principais causas de morte em adolescentes e mulheres jovens com idades entre 15 e 24 anos na região das Américas. A título de exemplo, em 2014, cerca de 1.900 adolescentes e jovens morreram em decorrência de problemas de saúde durante a gravidez, parto e pós-parto.

Globalmente, o risco de morte materna dobra para mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda.

Conclusões

Em vista disso, a consideração oportuna dos fatores que mencionamos é tão necessária quanto a necessidade de facilitar o acesso à informação e ao cuidado em saúde sexual e reprodutiva responsável.

Da mesma forma, está atuando nas condições econômicas, políticas e culturais que cercam a gravidez na adolescência e eliminando as barreiras que afetam psicossocialmente muitas adolescentes que vivenciam tudo isso sem plena consciência da magnitude do que enfrentam, e até mesmo aceitam como fatores inerentes à condição de mulher.

E que consequências você observou da gravidez na adolescência ou em idade precoce?

Referências

  1. Acelerando o progresso para reduzir a gravidez na adolescência na América Latina e no Caribe
  2. OPAS / Programa de Saúde do Adolescente