Excreção em fungos: processos e características - Ciência - 2023
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Contente
- Fungos unicelulares
- Excreção em fungos unicelulares
- Fungos multicelulares
- Excreção em fungos multicelulares
- Produtos de excreção
- Etanol
- Riboflavina
- Micotoxinas
- Penicilina
- Substâncias alucinógenas
- Referências
o excreção em fungos Compreende uma série de processos a partir dos quais uma grande variedade de substâncias são liberadas no espaço extracelular, algumas benéficas para outros seres vivos e outras potencialmente fatais.
A excreção é o processo pelo qual as células liberam certas substâncias que são produto de seu metabolismo. Essas substâncias que são liberadas não têm utilidade para a célula, razão pela qual são excretadas para fora da célula.
Dependendo do nível evolutivo do organismo, os mecanismos de excreção serão diferentes. Dos mais simples, como a difusão, aos processos mais complexos, como os realizados em organismos superiores, que dispõem de tecidos especializados para esse fim.
Fungos unicelulares
As leveduras pertencem principalmente ao grupo dos fungos unicelulares. São organismos constituídos por uma única célula. Eles geralmente têm entre 3 e 40 mícrons de tamanho.
Esses tipos de organismos produzem certas substâncias que excretam ou liberam no espaço extracelular. As leveduras são amplamente reconhecidas como organismos que realizam o processo de fermentação alcoólica.
É um processo pelo qual as leveduras, entre outros microrganismos, processam alguns açúcares como sacarose, frutose e glicose para obter etanol (álcool etílico) e dióxido de carbono (CO2) como produtos finais. Esse processo é realizado de forma anaeróbia, ou seja, na ausência de oxigênio.
Da mesma forma, algumas leveduras, como Saccharomyces cerevisiae, Além de produzirem etanol por fermentação, eles também podem produzir riboflavina (vitamina B2). Eles até começaram a ser usados na indústria farmacológica para sintetizar esse composto.
Excreção em fungos unicelulares
O mecanismo metabólico dos fungos unicelulares é bastante simples. Esses organismos não possuem um mecanismo muito elaborado para excretar as substâncias que produzem principalmente por meio da fermentação.
Nesse sentido, o mecanismo pelo qual as leveduras excretam essas substâncias é por meio de uma forma de transporte passivo conhecida como difusão.
A difusão é o processo pelo qual uma substância atravessa a membrana celular no gradiente de concentração. Isso significa que ele se difunde de um local onde há alta concentração para um local onde há pouca concentração. Isso é feito para equilibrar as concentrações em ambos os lados da membrana.
É por meio do processo de difusão que os fungos unicelulares, como as leveduras, excretam os produtos da fermentação. Isso se deve a uma das características da membrana celular: a permeabilidade.
É importante lembrar que a membrana celular é uma estrutura semipermeável, o que significa que permite a passagem de certas moléculas, incluindo alguns gases como o dióxido de carbono e álcoois como o etanol, ambos produtos da fermentação.
O mecanismo pelo qual a riboflavina é excretada nas leveduras não está totalmente elucidado, porém, levando em consideração o processo realizado em algumas bactérias, alguns especialistas sugerem que esta vitamina atravesse a membrana com o auxílio de algumas proteínas transportadoras. O que é aquilo.
Fungos multicelulares
Os fungos multicelulares são o maior e mais variado grupo. Eles se caracterizam por serem constituídos por muitas células que se associam, mas sem formar tecidos especializados. As células constituem as hifas, que por sua vez constituem o micélio do fungo.
Este grupo de fungos inclui os basidiomicetos (os cogumelos bem conhecidos), ascomicetes e zigomicetos.
Este tipo de cogumelo é muito apreciado a nível industrial, visto que é utilizado principalmente na área gastronómica e farmacológica, entre outras. Os fungos multicelulares também têm sido caracterizados porque sintetizam certas substâncias, algumas benéficas para o homem, outras nem tanto.
Entre estes podemos citar: algumas substâncias alucinógenas, toxinas (algumas até mortais) e substâncias penicilares.
Excreção em fungos multicelulares
Embora seja verdade que esses fungos não possuem um tecido especializado no processo de excreção, também é verdade que seus mecanismos metabólicos são um pouco mais complexos do que os de fungos unicelulares.
Em fungos multicelulares, a excreção ocorre por meio de um processo conhecido como exocitose. Isso é definido como o processo pelo qual certos compostos são liberados das células por meio de vesículas que os transportam para o exterior da célula. É um processo que exige o gasto de energia da célula.
As vesículas usadas para liberar os diferentes compostos para o exterior são feitas pelo aparelho de Golgi. Depois de prontos, com o conteúdo devidamente acondicionado em seu interior, eles se movem em direção à membrana celular com o auxílio do citoesqueleto celular, além de microtúbulos e proteínas como a actina.
Quando a vesícula entra em contato com a membrana celular, ela começa a se fundir com ela, o que permite que seu conteúdo se espalhe para fora da célula. Esse processo é mediado por um complexo proteico denominado SNARE, que, em alguns casos, funciona até como elemento regulador.
Produtos de excreção
Como já mencionado, os fungos unicelulares e multicelulares produzem certas substâncias que secretam. Alguns deles são prejudiciais, outros não.
Etanol
É um composto cuja fórmula química é C2H5OH. É produzido através de um processo de fermentação anaeróbia, especificamente a fermentação alcoólica. Este processo é realizado por fungos do tipo levedura.
Tem uma densidade de 0,789 g / cm3 e um ponto de ebulição de 78 ° C. Também é incolor. É utilizado principalmente na indústria gastronômica como elemento essencial em bebidas alcoólicas. Possui ainda outros usos como solvente, desinfetante, anticongelante e até mesmo como combustível.
Riboflavina
Também conhecida como vitamina B2. Estruturalmente, é composto por uma molécula de flavina (base de nitrogênio) e uma molécula de ribitol.
Tem uma grande variedade de efeitos positivos no corpo, como a manutenção da integridade da mucosa e da pele, além de manter o bom estado da córnea.
Micotoxinas
Eles são compostos químicos tóxicos que alguns fungos multicelulares sintetizam. Muitas micotoxinas são sintetizadas dentro de fungos do tipo mofo, portanto, podem ser encontradas na superfície dos alimentos que foram invadidos por esses fungos.
Existem vários tipos de micotoxinas. Entre os mais conhecidos estão:
- Ocratoxina A: é sintetizado principalmente por fungos dos gêneros Aspergillus Y Penicillium. Entre os mecanismos de ação que possui são mencionados: alteração da respiração celular, alteração da síntese proteica. Também é considerado carcinogênico, teratogênico, neurotóxico, nefrotóxico e imunossupressor.
- Patulina: é produzido por fungos dos gêneros Aspergillus, Penicilium, Gymnoascus Y Paeocilomyces. Tem efeitos prejudiciais no fígado, rins e baço, bem como no sistema imunológico.
- Aflatoxinas: são secretados por fungos do gênero Aspergillus, especialmente por Aspergillus flavus Y Aspergillus parasiticus. Esta micotoxina tem um efeito prejudicial específico no fígado, como necrose, cirrose e até câncer de fígado.
Penicilina
É uma substância bactericida secretada por fungos do gênero Penicillium principalmente. Sua descoberta em 1928 por Alexander Fleming foi um marco no campo da medicina, pois passou a ser usado para combater infecções causadas por bactérias que antes eram fatais.
Embora o mecanismo pelo qual matam as bactérias não esteja totalmente estabelecido, acredita-se que ativem enzimas autolíticas que atuam na parede celular de algumas bactérias, destruindo-as.
Substâncias alucinógenas
São substâncias sintetizadas por diversos tipos de fungos que atuam no sistema nervoso central alterando a percepção da realidade, causando alucinações visuais e auditivas.
Entre as substâncias alucinógenas mais conhecidas podemos citar: psilocibina, baeocistina e ácido ibotênico.
Referências
- Conesa, A., Punt, P., Van Luijk, N., Van den Hondel, C. (2001) The secretion path in filamentous fungi: a biotechnological view. Fungal Genet Biol. 33 (3) 155-171.
- Curtis, H., Barnes, S., Schneck, A. e Massarini, A. (2008). Biologia. Editorial Médica Panamericana. 7ª edição.
- Diener, S. (2005). Insight sobre a secreção e evolução de fungos filamentosos por meio da análise genômica. Obtido em: https://repository.lib.ncsu.edu/handle/1840.16/4695
- Suárez, C., Garrido, N. e Guevara, C. (2016). Fermento Saccharomyces cerevisiae e a produção de álcool. Revisão bibliográfica. ICIDCA sobre derivados da cana-de-açúcar. 50 (1).
- Wagner, J., Otero, M. e Guerrero I. Leveduras e seus produtos derivados como ingredientes na indústria de alimentos. Editorial da Universidade Nacional de Quilmes.