Receptores metabotrópicos: suas características e funções - Psicologia - 2023


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Receptores metabotrópicos: suas características e funções - Psicologia
Receptores metabotrópicos: suas características e funções - Psicologia

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Hoje, grande parte da população sabe que as informações cerebrais são transmitidas a partir de impulsos bioelétricos que viajam por feixes de neurônios ou nervos até seu destino, permitindo esse fato tanto a percepção quanto a ação do meio interno e externo.

Essa transmissão depende dos diferentes neurônios serem capazes de estabelecer uma conexão e transmitir tanto voltagem quanto neurotransmissores, exigindo algum tipo de mecanismo para detectar e integrar esses elementos no neurônio pós-sináptico para, por sua vez, gerar ou não uma reação em forma de potencial de ação (ou outros tipos de potencial). Esses elementos são chamados de receptores. Existem basicamente dois tipos principais de receptores, e os receptores metabotrópicos são um dos mais importantes e conhecidos.


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Definição básica: o que é um receptor?

O termo receptor é freqüentemente usado em um grande número de contextos e campos, alguns deles sendo a física, a eletrônica ou o campo jurídico. Outro desses contextos é a neurociência, sendo este o foco deste artigo.

Ao nível dos neurônios, chamamos de receptores o conjunto de proteínas que fazem parte da membrana neuronal (ou glial, já que foi demonstrado que também possuem alguns receptores) e que eles atuam como um meio de comunicação com o exterior da célula.

Estes são elementos que atuam como uma ponte ou bloqueio entre o interior e o exterior do neurônio, e que é ativado apenas quando certas substâncias chegam (se forem controlados por neurotransmissores) ou a certas cargas elétricas de tal forma que abram canais por onde passam íons que permitirão a geração de potenciais de diferentes tipos. São especialmente importantes na geração de potenciais excitatórios e inibitórios, que facilitam ou inibem a possibilidade de surgimento de um potencial de ação e que, em última instância, permitem a comunicação neuronal e a transmissão de informações.


Existem diferentes tipos de receptores neuroquímicos, sendo os dois tipos principais os receptores ionotrópicos e metabotrópicos. É neste último que vamos nos concentrar neste artigo.

Receptores metabotrópicos

Os receptores metabotrópicos estão entre os principais e mais relevantes tipos de receptor neuroquímico, ativação na recepção com um ligante ou neurotransmissor específico. São receptores que apresentam uma ação relativamente lenta, pois sua ativação não gera uma abertura imediata do canal, mas desencadeia uma série de processos que acabam levando a ele.

Em primeiro lugar, será necessário que o neurotransmissor em questão se ligue ao receptor, algo que vai gerar a ativação conhecida como proteína G, elemento que pode abrir o canal para que certos íons possam entrar e / ou sair ou ativar outros elementos., que serão conhecidos como segundos mensageiros. Assim, o desempenho desses receptores é bastante indireto.


Apesar de os receptores metabotrópicos serem relativamente mais lentos do que outros tipos de receptores, a verdade é que seu desempenho também é mais duradouro. Outra vantagem desses receptores é que permitir a abertura de vários canais ao mesmo tempo, já que os segundos mensageiros podem atuar em cascata (gerando a ativação de diferentes proteínas e substâncias) de forma que a atuação dos receptores metabotrópicos seja mais massiva e permita a geração de algum tipo de potencial com mais facilidade.

E não só permitem abrir canais: os segundos mensageiros podem ter diferentes ações dentro do neurônio, podendo até interagir com o núcleo sem ter que abrir um canal para ele.

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Alguns neurotransmissores com receptores metabotrópicos

Receptores metabotrópicos são muito comuns em nosso sistema nervoso, interagindo com diferentes tipos de neurotransmissores. A seguir, vamos mencionar alguns exemplos mais específicos de neurotransmissores que servem como ligantes para alguns dos receptores do tipo metabotrópico presentes em nosso corpo.

1. Acetilcolina e receptores muscarínicos

A acetilcolina é uma das substâncias que possui um tipo específico de receptores metabotrópicos, os chamados receptores muscarínicos. Esse tipo de receptor pode ser tanto excitatório quanto inibitório, gerando diferentes efeitos dependendo de sua localização e função.

É o tipo predominante de receptor colinérgico no sistema nervoso central, bem como no ramo parassimpático do sistema nervoso autônomo (ligado ao coração, intestinos e glândulas salivares).

Porém, deve-se levar em consideração que a acetilcolina também possui outros tipos de receptores, os nicotínicos, que não são metabotrópicos, mas ionotrópicos.

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2. Dopamina

A dopamina é outra das substâncias com receptores metabotrópicos. Na verdade, neste caso, descobrimos que todos os receptores de dopamina são metabotrópicosExistem diferentes tipos, dependendo se sua ação é excitatória ou inibitória e se atuam no nível pré ou pós-sináptico.

3. Noradrenalina e adrenalina

Assim como a dopamina, da qual é derivada, a norepinefrina também possui todos os seus canais metabotrópicos. Adrenalina, derivada da norepinefrina também. Eles são encontrados tanto dentro quanto fora do sistema nervoso (por exemplo, no tecido adiposo) e existem diferentes tipos dependendo se são excitatórias ou inibitórias ou se atuam pré ou pós-sinápticamente.

4. Serotonina

A serotonina também possui receptores metabotrópicos, sendo este o tipo majoritário. No entanto, o receptor 5-HT3 é ionotrópico. Eles são principalmente do tipo inibitório.

5. Glutamato e o receptor metabotrópico

Glutamato é uma das principais substâncias excitatórias do cérebro, mas a maioria de seus receptores (e os mais conhecidos, como NMDA e AMPA) são ionotrópicos. Apenas um tipo de receptor glutamatérgico foi identificado que não o é, simplesmente recebendo o nome de receptor metabotrópico de glutamato.

6. Ácido gama-aminobutírico ou GABA

Ao contrário do glutamato, o GABA é o principal inibidor do cérebro. Foram identificados dois tipos de receptor básico, sendo o GABAb do tipo metabotrópico.