Colonização europeia da América: antecedentes, causas, consequências - Ciência - 2023
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Contente
- fundo
- Conceito
- Assentamentos Viking
- Causas
- Comércio
- Tecnológica
- Expansão territorial
- Situação na Europa no século 17
- Religião
- Colonização espanhola
- Tensões com portugal
- A conquista
- Organização
- Domínio espanhol
- Independência
- Colonização portuguesa
- América do Norte
- Brasil
- Independência do brasil
- Colonização inglesa
- As treze colônias
- Expansão
- Guerra dos Sete Anos
- Nascimento dos EUA
- Colonização holandesa
- Confronto com Espanha
- Suriname e Guiana
- América do Norte
- Administração
- De outros
- França
- Canadá, EUA e Caribe
- Colonização alemã
- Colonização italiana
- Colonização dinamarquesa
- Colonização sueca
- Colonização russa
- Colonização norueguesa
- Colonização hospitalar
- Colonização curiana
- Consequências
- Mortes indígenas
- Escravidão
- Expansão da Igreja Católica
- Consequências culturais
- Consequências econômicas
- Consequências políticas na Europa
- Referências
o Colonização europeia da América Era o processo pelo qual vários países do continente europeu controlavam grandes territórios americanos. Essa colonização começou com a chegada de Cristóvão Colombo ao novo continente e a consequente conquista dos impérios autóctones que governaram as terras recentemente descobertas pelos europeus.
O país que mais ocupou territórios americanos foi a Espanha, cuja Coroa havia financiado as viagens de Colombo e feito acordos com outros conquistadores posteriores. Assim, em poucas décadas, o Império Espanhol passou a controlar quase toda a América Central e do Sul, bem como vastas áreas na América do Norte.
Portugal, tradicional competidor da Espanha no domínio dos mares, teve que se contentar com a colonização do Brasil. Essas duas nações se juntaram a outras potências europeias dos séculos 16 e 17, como Inglaterra, Holanda ou França.
A principal causa dos países europeus colonizarem a América foi a obtenção de benefícios econômicos.No início, os espanhóis buscavam uma passagem para as Índias Orientais para melhorar o comércio e, posteriormente, as matérias-primas se tornaram uma fonte de riqueza para os colonizadores.
fundo
Cristóvão Colombo, patrocinado pela Coroa de Castela, alcançou terras americanas pela primeira vez em 12 de outubro de 1492, especificamente a ilha de Hispaniola. Embora logo tenham construído o primeiro assentamento, a própria colonização começou anos depois, quando os espanhóis derrotaram os povos indígenas que encontraram no continente.
A partir daí, as potências europeias iniciaram uma corrida para estabelecer colônias nas Américas. Mais ou menos na mesma época que os espanhóis, Portugal conquistou e colonizou parte da América do Sul. Então, a partir do início do século XVII, ingleses, franceses e holandeses aderiram.
Os países europeus buscaram dois objetivos principais com o estabelecimento dessas colônias. A primeira, e principal, foi de natureza económica, tanto pela abertura de novas rotas comerciais como pela obtenção de matérias-primas. Por outro lado, tratava-se também de aumentar o poder político contra seus rivais continentais.
Conceito
Colonizar um território é definido como o assentamento da população de um país em uma área localizada em outros territórios. É um conceito intimamente relacionado ao de conquista, embora nem sempre estejam vinculados. Assim, às vezes, terras podem ser conquistadas sem posteriormente estabelecer colônias.
Os colonizadores costumam usar vários argumentos para justificar seu direito de ocupar territórios estrangeiros. Isso vai desde ignorar deliberadamente a existência de povos indígenas até considerar que a colonização é justificada por uma suposta superioridade cultural ou religiosa.
Assentamentos Viking
Antes dos espanhóis estabelecerem suas primeiras colônias, houve um povo que fez algumas incursões na América. Assim, foram encontradas evidências que provam que os vikings chegaram à Groenlândia e à Terra Nova por volta do século 10.
Os especialistas acreditam que alguns dos assentamentos estabelecidos na Groenlândia duraram cerca de 500 anos, enquanto aqueles em Newfoundland foram muito mais efêmeros.
Causas
A busca de novas rotas comerciais para chegar à Ásia foi o estopim para a descoberta da América. Assim que os europeus compreenderam que haviam encontrado um novo continente, as potências europeias iniciaram uma corrida para explorar os territórios encontrados.
Comércio
As rotas terrestres da Europa para a Ásia foram bloqueadas depois que os otomanos tomaram Constantinopla e o resto do Império Bizantino. Isso forçou os europeus a procurar novas maneiras de continuar comercializando com os países asiáticos.
Os primeiros a procurar rotas alternativas foram os portugueses e os espanhóis. Colombo, após não obter o apoio da Coroa portuguesa, conseguiu convencer a Rainha de Castela a apoiar a sua viagem, argumentando que era possível chegar às Índias pelo Atlântico. Porém, ao invés de atingir seu objetivo, ele acabou encontrando um novo continente.
A partir de então, a América tornou-se um alvo comercial para todas as potências europeias.
Tecnológica
A tecnologia da época, com avanços em áreas como a cartografia ou os instrumentos de navegação, permitia aos europeus aventurar-se em viagens mais longas.
Expansão territorial
Acumular o máximo possível de territórios também se tornou um objetivo geopolítico. As potências europeias buscaram fortalecer seu poder em seu continente e a colonização foi uma ferramenta para isso.
Por outro lado, a Europa vivia uma grande expansão demográfica, o que significava que mais alimentos e recursos naturais eram necessários.
Situação na Europa no século 17
Um século depois que os espanhóis estabeleceram suas primeiras colônias, o resto das potências europeias começaram a competir para derrubar o poder do Império Espanhol. A Inglaterra e a França estabeleceram assentamentos na Ásia e começaram a atacar as remessas espanholas.
Logo, com o início do declínio do Império Espanhol, o resto dos países europeus começaram a conquistar e colonizar vários territórios americanos.
Religião
Os monarcas católicos espanhóis obtiveram permissão papal para divulgar a religião católica entre os nativos americanos. Assim, o proselitismo forçado tornou-se um dos motivos para a conquista das terras da América.
No caso dos ingleses e franceses, a religião também desempenhou um papel importante no estabelecimento de colônias. Nestes casos, porém, não se tratava de converter os povos indígenas, mas a América tornou-se um refúgio para muitos europeus perseguidos por suas crenças religiosas em seus países de origem.
Colonização espanhola
Conforme observado, a Coroa de Castela patrocinou a tentativa do explorador genovês Cristóvão Colombo de alcançar as Índias cruzando o Atlântico. O navegador tinha tentado obter o apoio do monarca português Juan II, mas foi rejeitado.
Por sua vez, os reis espanhóis haviam acabado de conquistar o último enclave muçulmano na península e concordaram em apoiar a ideia de Colombo.
Após várias semanas de travessia, Colombo chegou à ilha de Guanahaní em 12 de outubro de 1492. Em Hispaniola foi estabelecido o primeiro assentamento espanhol no novo continente e, quatro anos depois, o irmão de Cristóvão Colombo fundou Santo Domingo.
A primeira cidade que surgiu no continente foi Nueva Cádiz, hoje Cubagua (Venezuela), em 1500. No ano seguinte, os espanhóis fundaram Cumaná, também na atual Venezuela.
Tensões com portugal
A chegada de Colombo à América gerou graves tensões com a outra grande potência marítima da época: Portugal. Para resolver as disputas, os dois países se submeteram à arbitragem do Papa Alexandre VI.
O resultado foi que a Espanha obteve o direito de colonizar os territórios a oeste de uma linha localizada 100 léguas a oeste dos Açores, enquanto os portugueses puderam se estabelecer a leste dessa demarcação imaginária.
No entanto, o acordo não satisfez Portugal. Por esta razão, um novo acordo foi negociado, denominado Tratado de Tordesilhas. Por meio desse documento, assinado em junho de 1494, os portugueses conseguiram expandir seus territórios, o que lhes permitiu colonizar o Brasil.
A conquista
As Antilhas foram a primeira base a partir da qual os espanhóis iniciaram a conquista do continente. Para isso, eles tiveram que enfrentar dois grandes impérios indígenas: os astecas e os incas.
Hernán Cortés foi o protagonista da conquista do Império Asteca. Em 31 de agosto de 1521, ele tomou definitivamente a capital, Tenochtitlán, que marcou o início da colonização do atual México.
Por sua vez, Francisco Pizarro ingressou no atual Peru em 1531. Os espanhóis aproveitaram a guerra civil existente entre os incas para tomar Cuzco. Depois disso, eles fundaram uma nova capital: Lima.
Organização
Assim que os espanhóis derrotaram os povos indígenas, eles passaram a organizar a administração de seus territórios. A princípio, a Coroa criou dois grandes vice-reinados, o da Nova Espanha e o do Peru.
Mais tarde, à medida que iam conquistando e colonizando novos territórios mais ao sul, outros vice-reinados foram fundados: o de Nova Granada e o do Río de la Plata.
Este processo às vezes encontrou resistência de alguns povos indígenas. De todas as rebeliões ocorridas, destacou-se a dos Mapuches, no centro do Chile e na Argentina. A chamada Guerra de Arauco foi a que causou mais baixas espanholas em toda a América.
Por outro lado, apesar da superioridade militar espanhola, havia algumas áreas que eles não podiam controlar. Os mais importantes eram a Patagônia, o Gran Chaco, a Amazônia e as áreas desérticas ao norte da Mesoamérica.
Domínio espanhol
O domínio colonial espanhol durou cerca de trezentos anos, até o início do século XIX. As colônias americanas tornaram-se a principal fonte de riqueza da Coroa espanhola, graças às matérias-primas, ouro e prata delas obtidas.
Toda aquela riqueza, entretanto, não ajudou a Espanha a manter seu papel de potência na Europa. Grande parte foi usado para financiar guerras constantes, sem causar impacto na população peninsular.
Além da mineração de prata e ouro, a economia colonial era baseada na pecuária e na agricultura. Para trabalhar as terras, dada a mortalidade que as doenças carregadas pelos colonos causavam entre os indígenas, foi necessária a chegada de escravos africanos.
Dentro do sistema administrativo criado pelos espanhóis para governar suas colônias, duas instituições principais foram estabelecidas. A primeira foi a Casa de Contratación, dedicada a administrar todos os assuntos relacionados ao comércio e à economia. Para os demais assuntos foi fundado o Conselho das Índias, encarregado de redigir e compilar as Leis das Índias.
Independência
As colônias espanholas começaram a se rebelar contra o governo central no início do século XIX. Em poucas décadas, até 1824, a maioria dos territórios coloniais alcançou sua independência.
A invasão napoleônica da Espanha em 1808, o descontentamento dos crioulos com sua exclusão dos cargos políticos e a influência das idéias da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos foram as causas de contínuas revoltas contra as autoridades do vice-reinado.
Colonização portuguesa
Portugal foi uma das grandes potências marítimas no início do século XV. Isto permitiu-lhe colonizar os Açores e a Madeira, cuja localização os tornou excelentes bases para viajar para a América.
Depois que Colombo chegou ao continente americano, Portugal deu início à sua campanha para controlar parte dos territórios recém-descobertos. O Tratado de Tordesilhas concedeu-lhes o direito de colonizar uma vasta área de terra e D. Manuel I enviou várias expedições. Entre estes, destacou-se o liderado por Pedro Álvares Cabral.
América do Norte
A interpretação portuguesa do Tratado de Tordesilhas afirmava que eles tinham o direito de colonizar parte das terras do norte do Novo Continente. Assim, em 1499 e 1500, uma expedição atingiu a costa nordeste e a Groenlândia.
Esta última ilha foi mapeada dois anos depois por uma nova expedição, que também visitou Newfoundland e Labrador. Todos esses territórios foram reivindicados como pertencentes ao Império Português.
Na segunda década do século 16, Portugal construiu alguns assentamentos em Newfoundland e Nova Scotia, embora logo tenham sido abandonados. Os portugueses preferiram focar nas áreas que lhes correspondiam na América do Sul e ignorar as norte-americanas.
Brasil
O mais importante território colonizado por Portugal na América foi o Brasil. Sua conquista começou em abril de 1500, quando o explorador Álvares Cabral chegou às suas costas. A partir daí, os portugueses foram avançando para o interior e consolidando um domínio que durou 300 anos.
Para isso tiveram que enfrentar os franceses, que enviaram expedições à costa brasileira em 1530.
A organização administrativa do território brasileiro foi estabelecida pelo rei português em 1533. O monarca dividiu a colônia em 15 capitanias, cada uma com 150 milhas de largura. O comando de cada faixa foi concedido aos nobres portugueses em regime de hereditariedade, o que garantiu que o Estado economizasse nas despesas.
Entre os compromissos dos nobres estavam a conversão dos índios ao catolicismo, a colonização de suas terras e o desenvolvimento econômico de sua capitania.
Esse sistema mudou em 1549, quando o rei enviou um governador-geral para administrar a colônia. Sua finalidade era a existência de um governo centralizado, mas, na prática, os nobres continuaram a exercer quase todo o poder em cada capitania, principalmente na esfera econômica.
Independência do brasil
Assim como na Espanha, o fim da colonização portuguesa na América foi marcado pela invasão napoleônica do país. A família real teve que se exilar e se estabelecer no Rio de Janeiro. Essa localidade tornou-se então a capital do Império.
Sete anos depois, Don Juan, um príncipe português, fundou o Reino Unido de Portugal, o Brasil e o Algarve. Em 1821, depois de herdar o trono, voltou a Portugal e deixou seu filho Pedro como governador da colônia.
A tentativa de revogar a autonomia de que gozava o Brasil dentro do Império provocou a rejeição dos brasileiros. Os líderes locais conseguiram convencer Pedro a declarar a independência em 1822.
Colonização inglesa
A primeira expedição britânica ao Novo Continente ocorreu logo após a chegada de Cristóvão Colombo, embora nenhum assentamento tenha sido estabelecido. Mais tarde, em 1585, outra expedição, comandada por Sir Walter Raleigh, tentou fundar as primeiras colônias na América do Norte.
No entanto, não foi até 1607 que a primeira cidade inglesa estável na América foi fundada: Jamestown.
As treze colônias
Os britânicos estabeleceram treze colônias diferentes na América do Norte. Alguns deles foram povoados por colonos em busca de benefícios econômicos. Outros, entretanto, foram fundados por colonos que fugiam da perseguição religiosa na Europa.
Ao contrário das colônias espanholas e portuguesas, as Treze Colônias Britânicas eram dotadas de sistemas de governo mais abertos, sem características feudais.
Expansão
As colônias inglesas logo iniciaram um processo de expansão. Após a guerra contra a Holanda, eles conseguiram controlar Nova Amsterdã e depois da Guerra dos Sete Anos, eles fizeram o mesmo com a Nova França.
Guerra dos Sete Anos
O fim da Guerra dos Sete Anos, em 1763, deixou as potências europeias com grandes problemas econômicos. A Inglaterra projetava uma mudança na administração de seu império para obter mais benefícios, algo que encontrou a rejeição dos colonos.
Durante as décadas anteriores, as Treze Colônias desfrutaram de uma autonomia considerável. Cada um deles havia decidido sua forma de governo e seus habitantes votaram a favor de não ceder às reivindicações fiscais e políticas da metrópole.
As revoltas contra os impostos que a Inglaterra queria impor ocorreram em todas as colônias. Além disso, os treze uniram forças para enfrentar os ingleses, o que levou à eclosão da Guerra da Independência em 1775.
Nascimento dos EUA
Os rebeldes declararam independência em julho de 1776 e proclamaram o nascimento de uma nova nação: os Estados Unidos da América. Em sua luta tiveram o apoio de tradicionais rivais da Inglaterra, como Espanha ou França.
Colonização holandesa
A Holanda tornou-se desde sua própria criação uma grande potência colonial. Suas primeiras expedições à América começaram na primeira metade do século XVI, quando seus mercadores partiram para as Antilhas. Além disso, em 1625 eles fundaram New Amsterdam, a futura New York.
As reivindicações holandesas colidiram com as outras potências coloniais. Assim, nas Antilhas tiveram confrontos com os espanhóis e no Brasil com os portugueses.
Confronto com Espanha
Conforme mencionado, os holandeses tiveram vários confrontos militares com os espanhóis pela posse de alguns territórios. Em 1593, uma expedição holandesa conquistou as salinas da Península de Araya, na Venezuela.
Mais tarde, em 1622, ocorreu uma das batalhas navais mais importantes daquele período, quando os holandeses atacaram Araya para tomar seu controle final. Os espanhóis conseguiram repelir o ataque.
Suriname e Guiana
A Holanda conseguiu se estabelecer no Suriname e em uma área das Guianas. Lá, durante os séculos 17 e 18, eles desenvolveram um sistema econômico baseado na agricultura. O sucesso de suas plantações fez com que essas colônias se tornassem as que concentravam o maior número de escravos em toda a América.
América do Norte
No início do século 17, os holandeses enviaram uma expedição ao atual estado de Nova York. Para administrar as atividades comerciais, o país criou a Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, que, em 1621, havia fundado vários entrepostos comerciais naquela área da costa americana.
As pretensões dos holandeses logo colidiram com as intenções britânicas de controlar toda a área. Em meados do século 17, a Inglaterra conquistou a parte oriental de Long Island de seus rivais, embora as tensões continuassem. Na década de 1660, essas tensões levaram a uma guerra entre os dois países, cujo desfecho beneficiou os britânicos.
Administração
No início, a Holanda estabeleceu um sistema administrativo no qual as empresas comerciais detinham grande poder. A exceção foi a colônia estabelecida em parte do Brasil, governada por um membro da família real.
Os confrontos com portugueses e ingleses impediram os holandeses de manter suas colônias por muito tempo. No final, eles só conseguiram conservar pequenos territórios no Caribe.
De outros
Além dos países europeus anteriores, outras nações também participaram da colonização da América. Algumas eram potências continentais, como a França, outras estavam começando a adquirir poder, como a Alemanha e, por fim, pequenos países que buscavam novos territórios para explorar suas riquezas.
França
Os franceses começaram a mostrar interesse em colonizar o território americano no século XVI, mas foi somente no século XVII que conseguiram fundar suas primeiras colônias. Seu primeiro alvo foi a América do Norte, no atual Canadá. Foi lá, especificamente em Quebec, onde instalaram seu primeiro assentamento estável, em 1608.
A participação da França na corrida colonial foi motivada pela busca de benefícios econômicos. Além disso, foi também uma forma de fortalecer sua posição militar contra outras potências europeias.
Canadá, EUA e Caribe
Conforme observado, a França direcionou seus primeiros esforços colonizadores para o norte do continente americano. Lá ele fundou dois portos comerciais, Nova Scotia e Annapolis, além de sua primeira colônia, Quebec.
Pouco depois, os franceses fundaram Montreal, cidade que serviu de base para o ingresso na área dos Grandes Lagos, chegando até o rio Mississippi.
Ao contrário do que fizeram os primeiros colonos da Inglaterra, os franceses não se limitaram a estabelecer assentamentos nas costas do continente, mas se mudaram para o interior e desenvolveram relações comerciais com os nativos. Isso permitiu que, em meados do século 18, eles tivessem fundado assentamentos como Detroit, Illinois e Nova Orleans.
Na prática, as expedições francesas ao interior do continente supunham que controlavam um território muito extenso que ia do Canadá à Louisiana.
Além da América do Norte, a França estabeleceu algumas colônias no Caribe. As primeiras foram fundadas durante o século XVII, quando sua frota conquistou, entre outras, as ilhas de San Bartolomé, Granada, San Martín e parte de Hispaniola.
Colonização alemã
A Alemanha apenas fez uma tentativa séria de obter colônias na América. Isso ocorreu entre 1528 e 1556, quando o imperador Carlos V concedeu terras na Venezuela a uma importante família de banqueiros: os Welsers.
A intenção dos Welsers era encontrar o famoso El Dorado e, para isso, enviaram importantes forças militares para combater os indígenas.
Embora a cidade mítica nunca tenha sido encontrada, os alemães exploraram as minas de ouro da área, para as quais tinham um grande número de mineiros alemães. Eles se juntaram a cerca de 4.000 escravos africanos para cultivar cana-de-açúcar.
Os espanhóis que residiam na área não aceitaram o controle alemão e os confrontos se seguiram. Finalmente, os Welsers desistiram de manter a colônia e o território foi incorporado ao Novo Reino de Granada.
Além dessa tentativa, Brandenburg-Prussia também tentou estabelecer colônias no Caribe, embora com pouco sucesso. O II Reich tentou o mesmo, com a intenção de subtrair o poder de um emergente EUA.
Colonização italiana
Foi o duque Ferdinand I de Medici quem organizou a única expedição italiana enviada ao Novo Mundo para estabelecer uma colônia. A viagem, iniciada em 1608, tinha como destino o norte do Brasil e foi comandada por um inglês, o capitão Thornton.
A primeira viagem de Thornton teve como objetivo chegar ao Amazonas para se preparar para a expedição subsequente. No entanto, quando ele voltou para a Itália, Ferdinand I faleceu e seu sucessor cancelou o projeto.
Mais tarde, no início do século 19, muitos italianos se estabeleceram na América Latina. No entanto, essas colônias não estavam sob o domínio da Itália, mas eram localidades fundadas por imigrantes.
Colonização dinamarquesa
A Dinamarca juntou-se à Noruega em 1535, um país que teve algumas colônias na Groenlândia até o início do século 15. Após essa unificação, os dinamarqueses reivindicaram as antigas possessões norueguesas na ilha norte-americana.
Somente em 1721 a Dinamarca fundou suas colônias no sudoeste da Groenlândia. Uma de suas primeiras medidas foi enviar missionários para converter os habitantes da ilha ao cristianismo.
Com o tempo, toda a ilha ficou sob sua soberania, uma situação que continua até hoje, embora os groenlandeses desfrutem de extensa autonomia de governo.
Além da Groenlândia, a Dinamarca também fundou algumas colônias nas Ilhas Virgens. Para isso, à imagem de outros países, criou uma empresa comercial privada: a Danish West Indies Company.
Enquanto na Groenlândia a principal atividade econômica era a pesca, nas Ilhas Virgens esse papel era ocupado pela agricultura, mais especificamente pelo cultivo da cana-de-açúcar. A necessidade de trabalhadores levou à chegada de um grande número de escravos africanos, tantos que logo passaram a constituir a maioria dos habitantes.
Em 1803, o comércio de escravos foi abolido e em 1848 tornou-se ilegal possuí-los. Isto fez com que a economia das ilhas entrasse em crise e que se produzisse um decréscimo da população. Finalmente, em 1917, a Dinamarca vendeu as ilhas aos Estados Unidos.
Colonização sueca
A Suécia também estabeleceu suas próprias colônias na América do Norte e no Caribe, embora os colonos tenham vindo de uma área do país que hoje pertence à Finlândia. As possessões suecas não eram muito extensas e geralmente tinham uma existência curta.
As primeiras colônias foram fundadas entre 1638 e 1655: Nova Suécia e Nova Estocolmo, ambas nos Estados Unidos de hoje. No entanto, eles foram logo conquistados pelos holandeses e integrados na Nova Holanda.
Por outro lado, a Suécia governou as ilhas de São Bartolomeu e Guadalupe por quase um século, entre os séculos XVIII e XIX. Os dois passaram para as mãos da França, que mantém sua soberania até hoje.
Colonização russa
O sul do Alasca, uma península descoberta pelo russo Ivan Fedorov em 1732, foi a área onde a Rússia estabeleceu suas principais colônias no final do século XVIII. Nesse caso, eram antes fábricas nas quais as peles eram tratadas e preparadas para a venda.
Os russos também assumiram o controle do resto do Alasca e das Ilhas Aleutas. Suas expedições seguiram a costa noroeste do continente, chegando ao norte da Califórnia. Isso fez com que os espanhóis temessem uma possível tentativa russa de ocupação da área, embora isso não tenha acontecido.
As condições climáticas adversas na área controlada pela Rússia foram uma das razões pelas quais a população era bastante esparsa. A maioria dos habitantes eram indígenas convertidos ao cristianismo por missionários russos.
Com o tempo, o governo do czar russo descobriu que manter propriedades no Alasca não era lucrativo para o país. Por isso, e pela necessidade de financiamento após a Guerra da Crimeia, negociou com os Estados Unidos a venda do território. Isso ocorreu em 9 de abril de 1867, e o preço pago pelos americanos foi de pouco mais de US $ 7 milhões.
Colonização norueguesa
A Noruega, que havia estado ligada à Dinamarca até 1814, perdeu todas as suas colônias após ser anexada pela Suécia. Suas posses passaram então para o Império Dinamarquês.
Já no século 20, em 1905, a Noruega declarou-se independente e foi então que tentou estabelecer algumas colônias na América.
A principal reivindicação norueguesa eram as ilhas Sverdrup, mas elas ficaram sob a soberania britânica em 1930. Além disso, também reivindicaram uma ilha na Groenlândia chamada Terra de Erik, o Vermelho. Apesar de reivindicar sua soberania perante o Tribunal Internacional de Justiça, o tribunal acabou decidindo a favor da Dinamarca.
Colonização hospitalar
Os Cavaleiros de Malta participaram de forma notável na colonização realizada pelos franceses. Na Nova França, por exemplo, os membros dessa ordem, quase todos aristocratas, formavam um grupo muito importante. Isso levou o Grão-Mestre da Ordem a estabelecer um priorado em Acádia, embora a ideia tenha sido rejeitada.
Uma vez que a mudança de Grão-Mestre ocorreu, o novo ocupante do cargo mostrou mais interesse na possibilidade de a Ordem estabelecer seus próprios domínios na América. Assim, em 1651, os Hospitalários adquiriram San Cristóbal, San Bartolomé e San Martín.
Foi em San Cristóbal que a Ordem construiu uma série de fortificações, igrejas e um hospital que tornaram a cidade uma das mais impressionantes de todo o Caribe. Porém, fora da capital a situação era diferente.
San Bartolomé foi atacado pelos índios caribes e todos os colonos foram mortos ou forçados a fugir. O governo enviou cerca de 100 homens para repovoar o assentamento. Outras áreas controladas pela Ordem também sofreram rebeliões e ataques.
Além dessa oposição indígena, alguma frustração começou a aparecer dentro da Ordem pela falta de benefícios obtidos em suas colônias.
No início da década de 1660, os Hospitalários ainda não haviam pago todo o empréstimo que a França fizera para comprar as ilhas, e os líderes começaram a debater o que fazer com essas posses. Finalmente, em 1665, eles decidiram vender todos os territórios para a Companhia Francesa das Índias Ocidentais.
Colonização curiana
Não foram apenas os grandes países europeus que tentaram estabelecer colônias na América. Algumas nações menores também tentaram obter territórios para aproveitar as riquezas do novo continente.
O menor desses países era o Ducado da Curlândia, então um estado vassalo da Confederação Polonesa-Lituana. O promotor do projeto colonizador foi o duque Jacob Kettler, que se tornara um fervoroso seguidor do mercantilismo durante suas viagens pela Europa.
Graças ao bom governo de Kettler, Curland conseguiu construir uma grande frota mercante, com base nas atuais Liepaja e Ventspils, ambas na Letônia. Com essa frota, o ducado enviou uma expedição colonizadora a Tobago, fundando a Nova Curland. A colônia durou, em uma primeira fase, entre 1654 e 1659 e, na segunda, entre 1660 e 1689.
Consequências
As consequências da colonização europeia da América variaram desde a morte de numerosos povos indígenas até a substituição das culturas indígenas pelas dos colonizadores.
Por outro lado, supôs o surgimento das nações que hoje constituem o continente e que declaravam sua independência a partir do século XVIII.
Mortes indígenas
Os indígenas que habitavam as áreas colonizadas por espanhóis e portugueses foram os primeiros a sofrer uma grande matança. Na maior parte, a causa da morte foram doenças contagiosas transmitidas pelos conquistadores e colonos, contra as quais os nativos não desenvolveram defesas.
Junto com as doenças, as guerras também desempenharam um papel importante no declínio da população indígena no continente. As condições de trabalho nas encomiendas, apesar das leis promulgadas na Espanha, também causaram mortes por péssimas condições de vida.
Por outro lado, as doenças também foram responsáveis por um grande número de mortes nos territórios dominados por ingleses e franceses. Porém, após a independência dos Estados Unidos, o novo país empreendeu uma campanha para conquistar todas as terras do oeste norte-americano durante a qual causou enormes perdas aos indígenas.
Escravidão
A diminuição da população indígena fez com que não houvesse trabalhadores suficientes para explorar a riqueza americana. A resposta dos colonizadores foi trazer para o continente um grande número de escravos capturados na África.
Esses escravos não possuíam nenhum tipo de direito e eram mais uma posse de seus senhores. Nesse sentido, sua situação era bem pior do que a dos indígenas, que, pelo menos, tinham alguma proteção legal.
Expansão da Igreja Católica
Enquanto muitos colonos ingleses vieram para a América fugindo da perseguição religiosa e algumas das Treze Colônias eram muito tolerantes no campo da religião, nos territórios governados pelos espanhóis houve uma campanha de conversão forçada ao catolicismo.
Isso fez com que a Igreja Católica fosse uma das instituições mais importantes durante a conquista e colonização. O papa concedeu à Coroa espanhola o direito exclusivo de converter os indígenas e os missionários e frades foram essenciais para realizar o que muitos historiadores chamam de “conquista espiritual”.
Do lado positivo, muitos desses frades se tornaram defensores dos povos indígenas e denunciaram os excessos que muitos colonos cometeram.
Consequências culturais
Entre as consequências sociais e culturais da colonização europeia da América, destaca-se o desaparecimento de inúmeras línguas nativas. Estas acabaram sendo substituídas pela língua dos colonizadores, fossem eles espanhóis, portugueses ou ingleses. O mesmo aconteceu com outras manifestações culturais ou com crenças religiosas.
Consequências econômicas
O impacto da conquista e colonização da América foi de tal magnitude que muitos historiadores consideram que foi a primeira grande globalização. As enormes riquezas que os países europeus obtiveram foram fundamentais para o surgimento do comércio internacional.
Essa dinamização da economia mundial durou até depois da independência dos países americanos. Estes se tornaram fornecedores de matéria-prima para nações europeias, substituindo países asiáticos.
Entre os produtos que chegaram da América à Europa estavam milho, fumo, tomate, cacau ou batata-doce. Todos eles desempenharam um papel importante na economia das potências colonizadoras.
Consequências políticas na Europa
Os europeus não estabeleceram colônias na América apenas para enriquecer. Um confronto também estava se desenvolvendo para alcançar a hegemonia no Velho Continente. As potências mais antigas, como a Espanha, conseguiram formar um grande império, mas aos poucos foi perdendo forças em favor de outras nações como Inglaterra ou França.
Referências
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