O que é o Leviatã de Thomas Hobbes? - Psicologia - 2023


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A ideia de que o homem é fundamentalmente egoísta foi nutrida por muitos pensadores ao longo dos séculos e, em parte, influenciou a maneira como entendemos nossa mente.

O filósofo Thomas Hobbes, por exemplo, é um dos grandes representantes dessa tradição ideológica, e o é em parte por causa de um dos conceitos mais famosos que ele desenvolveu: o Leviathan.

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O que é Leviathan em filosofia?

o Leviatã, em inglês, ou Leviathan, como é popularmente conhecido, é certamente a obra mais importante e transcendental do filósofo, político e pensador inglês do século XVII Thomas Hobbes.

Referenciando e escrevendo com esplêndida maestria, o autor se refere ao monstro bíblico mais temido para explicar e justificar a existência de um estado absolutista que subjuga seus cidadãos. Escrita em 1651, sua obra foi de grande inspiração na ciência política e, paradoxalmente, na evolução do direito social.


Nas escrituras bíblicas

Como apontamos anteriormente, o personagem Leviathan vem da mitologia e das escrituras da Bíblia, cujos governos da Idade Média costumavam justificar os governos reais "pela graça de Deus".

O Leviatã é um ser terrível que não tem misericórdia, escrúpulos ou compaixão. Tem um tamanho gigantesco e, segundo o Antigo Testamento, tem sido relacionado ao próprio diabo e que ele foi derrotado por Deus para que o bem prevalecesse sobre o mal.

Mas onde fica a relação desse monstro com o papel do Estado, segundo Hobbes?

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Thomas Hobbes e sua adaptação política do Leviatã

Thomas Hobbes nasceu na Inglaterra em 1588 em uma época histórica em que a Grã-Bretanha era ameaçada pela temida e invencível Armada Espanhola. Este filósofo formou-se na Universidade de Oxford em estudos escolásticos e lógica filosófica que, influenciado por autores como Pierre Gassendi e René Descartes, ele seria considerado um autor-chave no desenvolvimento da teoria política ocidental.


Voltando ao seu trabalho, Leviathan é um livro composto por 4 partes, onde explica a relação entre o homem e o Estado através de um pacto consensual na relação de poder entre o mandatário e o presidente.

Basicamente, o Leviatã, o Governo, é uma figura aterrorizante mas necessária que, para Hobbes, serve para fazer predominar uma certa paz e ordem, necessárias para que a civilização progrida e que os indivíduos não ameacem ou sofram ameaças ou ataques de terceiros.

1. O Homem

Nesta parte, o homem é analisado como indivíduo humano, sendo de conhecimento e sabedoria. O homem é feito e desenvolvido por meio da experiência; experiência que é definida como a repetição de atos e experiências que irão moldar a sociedade. Ele falará para realizar a imposição da verdade, através da oratória e do discurso político.

O problema surge com os próprios desejos do homem. Devido aos impulsos materiais e apaixonados das pessoas, interesses individuais sempre se voltarão contra os outros, gerando conflito, principalmente na busca por poder e riqueza.


Nesse enclave, Hobbes falou no que será lembrado como uma das frases mais famosas da humanidade: "homo homini lupus est" (o homem é um lobo para o homem). Por isso, os pilares da construção da sociedade são ética, moral e justiça. Mas para Hobbes, algo mais é necessário.

2. O Estado

É neste espaço de ação que Hobbes apresentará o conceito de "Pacto Social" ou "Contrato Social", manipulado e elaborado por homens para garantir a segurança e proteção individual, a fim de acabar com os conflitos enfrentados pelos interesses individuais.

É no Estado onde as leis morais prevalecem sobre as leis naturais. Ou seja, os desejos coletivos prevalecem contra os desejos apaixonados dos homens. Para Hobbes, a única função do governo é estabelecer e garantir a paz, estabilidade na sociedade.

O autor defende apenas três modelos possíveis de governo: a monarquia (sua favorita), a aristocracia e a democracia, nesta ordem precisa. Ele tem preferência pelo absolutismo porque justifica o bem comum, onde o interesse privado e o público são um só, admitindo que “é impossível que se um rei seja rico seu povo seja pobre”.

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3. O Estado Cristão

Thomas Hobbes era um crente declarado, mas de forma alguma o destino de uma cidade inteira estava subordinada à divindade. Além disso, ele passou a questionar os Dez Mandamentos de Moisés devido à falta de evidências que mostrassem quem e com que propósito real essas leis foram promulgadas.

Consequentemente, o autor enfatizou muito a dependência da Igreja do soberano, neste caso o monarca, para evitar interpretações pretensiosas que ferem o bem comum, a paz que tanto defendeu.

Conclui atribuindo um papel secundário para a Igreja, subordinados ao chefe supremo do Estado (os reis católicos), e serão considerados os pastores supremos de seu próprio povo, detendo o poder exclusivo de legislar sobre seus súditos.

4. O Reino das Trevas

Sendo talvez a seção mais polêmica, Hobbes faz uma crítica clara e dura às instituições religiosas, a Igreja em particular. Chame este capítulo de "O Reino das Trevas" como parte da estrutura corrupta e cínica que a casa de Deus teve ao longo da história de grandes impérios, como o Romano.

Ele acusa as autoridades cristãs de não serem verdadeiras, de querer impor a ignorância em benefício próprio e assim ter a massa bem doutrinada com práticas falsas, como a idolatria aos santos, figuras, imagens ou relíquias que são proibidas pela palavra de Deus.

No entanto, e economizando distâncias com as maquinações de que tanto rejeita, Hobbes afirma que em alguns casos específicos a palavra da verdade pode ser silenciada ou silenciada, se isso levar a desestabilização do estado por meio da rebelião isso perturba a ordem estabelecida e o status quo.