Culturas do Peru: características, sociedade, religião, localização - Ciência - 2023


science
Culturas do Peru: características, sociedade, religião, localização - Ciência
Culturas do Peru: características, sociedade, religião, localização - Ciência

Contente

As culturas do peru Antes da chegada dos espanhóis, eles alcançaram um nível de desenvolvimento bastante notável, especialmente em sua organização social, suas manifestações culturais e sua economia. Os historiadores dividiram esta era pré-hispânica em dois períodos: o pré-Inca, que começa com a civilização Caral, e o Inca, marcado pelo domínio da cultura Inca.

A primeira grande cultura peruana foi a de Caral, localizada no litoral central entre 3200 e 1800 aC. Após seu desaparecimento, novos centros culturais surgiram no litoral. Entre eles, destacou-se a cultura Chavín, principal centro das sociedades agrícolas até 200 aC. C.

Depois de Chavín, surgiram os estados de Moche e Nazca, no norte e no sul respectivamente. Ao mesmo tempo, a ascensão de Tiahuanaco ocorria no Altiplano. Outra cultura importante foi o huari, muito influenciado por Nazca e Tiahuanaco. O Império Huari estendeu seu poder pelos Andes até Cajamarca.


Por volta do ano 1000, a civilização Huari começou a perder o controle de seu território e surgiram diversos estados, como Chimú e Chincha. Finalmente, em 1438, os Incas ampliaram seu império para colocar mais de 200 povos indígenas sob seu comando. Seu governo durou até a conquista espanhola.

Cultura caral

A cultura Caral se desenvolveu no denominado Norte Chico del Perú entre 3000 e 1500 AC. Dentro de sua área de influência, destaca-se o vale do Supe, ao norte de Lima. Em toda aquela área e até o litoral, a cerca de 40 quilômetros de distância, foram encontrados vestígios de 20 assentamentos, entre eles a cidade de Caral.

A datação dessa cultura a torna não apenas a civilização mais antiga do Peru, mas de toda a América Latina.

Cidade sagrada de Caral

A cidade que deu nome à cultura foi construída no vale que fica entre o mar e o centro dos Andes. A sua localização permitiu um grande desenvolvimento da agricultura, além de ser um centro de troca de produtos com o litoral e a serra.


A causa de seu abandono é desconhecida, embora algumas teorias sugiram que pode ser devido ao fenômeno El Niño. Antes de deixar a cidade, seus habitantes a enterraram sob uma densa camada de pedras lapidadas.

Economia

As principais atividades econômicas eram a agricultura, pesca, coleta e troca de produtos. Os habitantes dessa cultura não conheciam a moeda, de modo que o comércio era feito por meio de escambo.

A cultura Caral desenvolveu um sistema de irrigação eficaz por meio de canais que transportavam água dos rios ou dos puquiales (nascentes) para as fazendas.

Cultura Chavin

A cultura chavín surgiu no início do Horizonte, entre 1200 e 400 aC. Sua principal cidade era Chavín de Huantar, na bacia superior do rio Marañón.


Essa cultura foi descoberta em 1919 pelo antropólogo peruano Julio César Tello. Até a descoberta da cultura Caral, era considerada a mais antiga do Peru e ainda hoje é conhecida como a "Mãe Cultura" do país.

A influência dessa cultura atingiu os atuais departamentos de Ayacucho e Ica, ao sul, e Lambayeque e Cajamarca, ao norte. No entanto, não se sabe se a língua e a etnia eram as mesmas em todos esses lugares.

Organização sócio-política e economia

Chavín era um estado teocrático no qual os padres eram a classe dominante. Além do papel religioso, eram também especialistas em astronomia e meteorologia, o que aumentava seu poder. Por último, muitos deles tinham formação agrícola e de engenharia.

Na hierarquia dessa cultura, a nobreza guerreira aparecia no segundo escalão depois dos sacerdotes. O resto da população estava a serviço da casta sacerdotal, exercendo a pecuária e a agricultura

Essas duas atividades foram a base da economia Chavín. Sabe-se também que negociavam com outros povos no litoral, nas montanhas e, provavelmente, com os amazonenses.

Arte Chavin

Uma das facetas em que os habitantes de Chavín mais se destacaram foi na arte. Essa cultura desenvolveu suas próprias expressões artísticas em áreas como cerâmica, escultura, ourivesaria e arquitetura.

Esta cidade usava todos os tipos de materiais. Assim, eles usaram ouro, cobre ou prata para fazer enfeites pessoais. A pedra, por sua vez, era o principal material de arquitetura, escultura e para fazer potes ou argamassas. Para armas, alternaram o uso de madeira e osso.

O tema principal da arte Chavín era a natureza: pássaros, cobras, plantas, outros animais ou seres humanos.

Um dos campos em que alcançaram maior habilidade foi na cerâmica, tanto utilitária quanto cerimonial. No caso da escultura, a cultura Chavín distinguiu-se pelos seus monólitos e estelas de carácter religioso e pelos seus conhecidos Chefes Clavas.

Cultura paracas

A cultura Paracas desenvolveu-se durante o período histórico denominado Upper Formative ou Early Horizon. Localizou-se na península de Paracas, na região de Ica, entre 700 AC. C. e 200 d. Cronologicamente, era contemporâneo da cultura Chavín.

Períodos de paracas

Julio César Tello dividiu a história dessa cultura em dois períodos distintos: as Cavernas de Paracas e a Necrópole de Paracas.

A primeira etapa durou entre 700 a. C. e 100 a. C. e, segundo Tello, mostrou uma grande influência da cultura Chavín, principalmente em sua cerâmica. Os túmulos eram subterrâneos, em forma de taça invertida. Cerca de 6 metros de profundidade, as múmias foram colocadas, muitas das quais foram encontradas com trepanações no crânio.

O segundo período, os Desfiles da Necrópole, durou entre 100 AC. C. e 200 d. Entre os vestígios encontrados nesta fase, destaca-se o cemitério localizado em Wari Kayan. Este era composto por várias câmaras subterrâneas.

Outros especialistas duvidam que a Necrópole de Paracas pertença a essa tradição cultural e afirmam que, na realidade, os restos encontrados fazem parte da cultura Topará.

Sociedade de paracas

A sociedade da cultura Paracas era baseada na agricultura e na guerra. Alguns especialistas definem este estado teocrático como o primeiro militarista do Peru.

O governo estava nas mãos da casta sacerdotal, que exercia poder absoluto. Junto com os altos militares, os padres concentraram todos os poderes na frente da maioria do povo.

Arquitetura e sepulturas

Não foram encontrados vestígios de arquitectura monumental pertencente a esta cultura, com excepção dos seus dois centros mais importantes: Ánimas Altas e Ánimas Bajas. O primeiro foi cercado por um muro de defesa, construído com palha, terra e adobe.

Por outro lado, em Ánimas Baja, foram encontrados sete montículos de adobe na forma de grãos de milho ou bolas.

Sim, muitas evidências arqueológicas foram encontradas em seus túmulos. Isso nos permitiu conhecer o ritual rigoroso e elaborado que seguiram ao enterrar o seu falecido, a quem mumificaram com uma técnica desconhecida.

Muitos dos cadáveres estudados mostram sinais de terem sofrido trepanações no crânio. Essa prática, que consiste em perfurar o crânio, pode ter sido um método para curar as feridas produzidas nas diferentes guerras em que estiveram envolvidos. Da mesma forma, também pode ter sido uma tentativa de aliviar dores de cabeça ou tratar doenças mentais.

Cultura tiahuanaco

No sul do Lago Titicaca, a mais poderosa cultura serrana do Peru pré-colombiano apareceu no horizonte intermediário: o Tiahuanaco.

Originária da atual Bolívia, a cultura Tiahuanaco surgiu por volta de 200 AC. C. e durou até 1100 d. Este estado teocrático e centralizado estendeu sua área de influência sobre os territórios do Peru, Chile, Bolívia e noroeste da Argentina.

Sociedade Tiahuanaco

A sociedade desta cultura foi dividida em classes sociais fortes, com a casta sacerdotal ocupando o poder. Foi também um povo expansionista e colonizador.

A base de sua economia era a agricultura, que conseguiram dominar graças a uma técnica chamada waru waru. Isso consistia em escavar a terra para criar canais conectados nos quais a água fosse armazenada. À noite, com a umidade devida ao calor, criava-se um clima que favorecia as lavouras.

Outro campo fundamental de sua economia era a pecuária. Esta cultura era dedicada ao pastoreio de lhamas e alpacas, animais dos quais obtinham carne, lã, gordura, ossos e fertilizante. Embora em menor grau, também praticavam a pesca e construíam barcos de junco.

Arquitetura

A arquitetura desta civilização destacou-se pelo planejamento cuidadoso e pela tecnologia. A maioria de suas construções eram megalíticas e monumentais e usavam pinos de metal para proteger os grandes blocos de pedra. Alguns deles pesavam 17 toneladas.

Entre as construções mais características encontram-se as chullpa, algumas torres com função funerária. Da mesma forma, as pirâmides escalonadas e os pátios rebaixados também se destacaram.

Religião

Como em qualquer estado teocrático, a religião era o centro da sociedade Tiahuanaco. Seu deus principal era Wiracocha, cuja imagem aparece no centro da Puerta del Sol.

Seus padres, segundo a análise dos restos encontrados, consumiam alucinógenos e bebidas alcoólicas para realizar suas cerimônias. Eles também eram aqueles que realizavam os sacrifícios rituais, tanto humanos quanto animais.

Cultura Mochica

A cultura Mochica ou Moche se desenvolveu entre 100 e 800 DC. Seu lugar de origem era o litoral norte do Peru, no vale do rio Moche, de onde se estendiam ao sul do território. Cronologicamente, foi contemporâneo da cultura nasca, depois da de Chavín e anterior aos Chimú, na qual teve notável influência.

Esta civilização nunca veio a formar uma única unidade política. Eram vários grupos independentes, embora com características comuns.

Sociedade

A organização política e social dos Mochicas baseava-se no caráter teocrático de seus governos, bem como em uma estrutura totalmente hierárquica.

Como evidenciam os vestígios encontrados, sobretudo a decoração das paredes e as peças cerâmicas, era uma sociedade que atribuía grande importância à guerra. Suas campanhas militares foram fundamentais para ampliar seu território. Ao derrotar seus inimigos, eles construíram estradas para unir as terras. Para visitá-los era obrigatório prestar uma homenagem.

O território Mochica foi dividido em dois setores diferentes: o norte Mochica, entre os vales Lambayeque e Jequetepeque; e o sul da Mochica, nos vales Chicama e Moche. Cada zona tinha seu próprio governador e mantinham relações estreitas entre si. Esse governador era, por sua vez, o sacerdote supremo e acumulava todo o poder político, religioso e social.

Economia

A economia da cultura Mochica era eminentemente agrícola. No entanto, para tirar proveito da terra, eles tiveram que criar sistemas de irrigação avançados.

Estando localizados em áreas costeiras, os Mochicas também praticavam a pesca. Esta atividade não se limitava à costa, mas construíam grandes barcos para poderem pescar no mar.

Cerâmica Mochica

Os Mochicas são considerados os melhores oleiros da América pré-colombiana. A decoração de suas criações forneceu muitas informações sobre seu modo de vida, governo e religião.

Entre suas criações, destacaram-se os retratos huacos, cabeças que representavam rostos humanos com grande realismo.

Cultura Nazca

Esta cultura foi descoberta no vale do Rio Grande (província de Nazca) por Max Uhle, arqueólogo alemão, em 1901. De acordo com as investigações realizadas, a história de Nazca divide-se em quatro períodos:

- Os primeiros Nazca, quando as diferentes povoações começaram a dar à sua cerâmica um estilo próprio.

- O meio Nazca, etapa em que houve um grande desenvolvimento cultural devido à influência da cultura Paracas. Além disso, foi quando surgiram as cerimônias e começaram a ser feitas representações têxteis e iconográficas.

- O falecido Narca, quando a população deixou Cachachi.

- Queda da cultura Nazca devido às mudanças climáticas em 700 DC. C.

Origem e localização

A origem da cultura Nazca está relacionada à Cultura da Necrópole de Paracas, durante a Formação Superior.

À medida que se espalhou, essa civilização influenciou uma área que ia de Pisco, no norte, a Arequipa, no sul, e Ayacucho, no leste. No século 6 d. C., aumentaram os contatos com as áreas altas de Ayacucho, algo que teve grande importância para a criação da cultura Huari.

Sociedade e economia

Na sociedade Nazca, as posições de poder eram reservadas à casta sacerdotal e à aristocracia militar. Ambas as classes viviam nas cidades, assim como os artesãos, embora estes últimos o fizessem em bairros da periferia.

Esse povo deu grande importância à guerra e refletiu a violência de seus confrontos nos desenhos com que decoraram suas cerâmicas.

Suas cerimônias religiosas ou militares costumavam incluir sacrifícios humanos. Um dos rituais utilizou cabeças de soldados inimigos que caíram em combate.

A economia, por sua vez, compartilhava a maioria das características das demais culturas andinas. Sua principal atividade era a agricultura, na qual demonstraram grande conhecimento dos ciclos agrícolas. Além disso, suas obras de engenharia hidráulica, muitas delas subterrâneas, permitiram o aumento da safra.

Arquitetura

A cidade mais antiga e importante da cultura Nazca foi Cahuachi. As classes dominantes residiam tanto nele quanto em seus outros centros urbanos.

Para construir as cidades, foi desenhada uma maquete com todos os edifícios projetados e, em seguida, a cidade foi construída em escala.

Linhas de Nazca

Os Nazca são considerados grandes astrônomos, o que está relacionado ao seu legado mais conhecido: as linhas de Nazca. É uma série de grandes geoglifos descobertos por Toribio Mejía Xesspe. Esta série de figuras geométricas e zoomórficas só pode ser distinguida do ar.

Desde sua descoberta, várias teorias foram apresentadas sobre o propósito dos Nazcas na elaboração dessas linhas. O principal, apresentado por Maria Reiche Neumann, a grande especialista em seu estudo, é que poderia ser um imenso calendário astronômico-agrícola.

Cultura huari

Julio César Tello foi o descobridor da chamada cultura Huari ou Wari. Seu centro geográfico estava localizado em Huanta, pouco mais de 10 quilômetros ao norte de Ayacucho.

A origem desta cultura, que se desenvolveu durante o Horizonte Médio, foi a fusão de outras culturas anteriores, especificamente a Huarpa, a Nazca e a Tiahuanaco.

Criação de um império

A civilização Huari logo começou a conquistar territórios próximos. Os primeiros foram Ica e Nazca, conhecidos pela produção de matérias-primas para cerâmica policromada.

Sob a influência de Huari, foi construído em Pachacámac um dos mais prestigiosos centros cerimoniais do litoral, que manteve até a época dos Incas.

Posteriormente, no final do período 2 da história Wari, seu território atingiu sua maior extensão. Assim, no norte controlavam o departamento de Lambayeque e provavelmente Piura, na costa; nas montanhas chegaram a Cajamarca e Amazonas; ao sul para Puno e Cusco, e a oeste para Arequipa.

Império Huari

A cultura Huari foi a criadora do primeiro estado imperial do mundo andino. Para isso, empreendeu várias campanhas militares e passou a colonizar os territórios conquistados. Em todos os seus domínios, ele desenvolveu um tipo muito avançado de planejamento urbano.

Por outro lado, a sociedade imperial Huari era altamente hierárquica, com as classes guerreiras ocupando a maioria dos cargos de poder.

Economia

O sistema econômico da cultura Huari apresentava diferenças importantes em relação a outros povos contemporâneos. Dessa forma, cabia ao estado produzir, distribuir e fornecer recursos para toda a população.

Os Waris não conheciam o conceito de moeda e organizaram toda a atividade econômica a partir dos centros provinciais de abastecimento e administração. Estes tinham que garantir que os recursos necessários chegassem a todo o território.

Por outro lado, seu sistema econômico era baseado em tributos e trocas.

Metalurgia

A introdução de novas técnicas na metalurgia foi uma das contribuições mais importantes da cultura Huari. Graças a essas inovações, a manipulação e transformação de ouro, cobre e bronze melhoraram substancialmente.

Os vestígios encontrados permitem afirmar que os Waris utilizavam técnicas como laminagem, martelagem, forja ou fundição no trabalho com o metal. Além disso, os especialistas apontam que foram descobertas suas e não o resultado de influências externas.

Cultura chimú

A cultura Chimú surgiu na cidade de Chan Chan, no Vale do Moche, após o colapso do Império Huari por volta de 900 DC. Segundo a lenda, o Grande Chimú Tacaynamo teria fundado esta civilização ao chegar em uma balsa de gravetos à costa de Trujillo vindo da outra parte do oceano.

Localização geográfica

A zona de influência da cultura Chimú foi o litoral norte do Peru. No início ocupou o vale do Moche e no seu momento de maior esplendor percorreu quase mil quilômetros de costa, de Tumbes a Carabayllo.

A área ocupada por esta civilização tinha características muito favoráveis ​​à prática da agricultura, o que permitiu um rápido desenvolvimento de sua sociedade.

A capital desta cultura era Chan Chan, localizada na foz do Moche. Sua população chegava a 40.000 habitantes. A cidade tornou-se o centro de uma extensa rede de atividades mercantis e quase 26.000 artesãos passaram a residir ali.

Caracteristicas

A origem desta cultura foi a fusão de duas tradições anteriores: o mochica e o lambayeque. Segundo especialistas, é provável que Chimú tenha se configurado como confederação militar. Administrativamente, era um estado centralista, burocrático e altamente hierárquico.

Desde o século 12, os líderes Chimú iniciaram uma campanha de conquista até assumir o controle dos vales do litoral norte.

No topo da sociedade estava o Chimú Cápac ou Grande Chimú. Então apareceram os nobres, os militares e os padres. Uma espécie de classe média, formada pelos chefes das etnias, ocupava o terceiro degrau da pirâmide social. Artesãos, mercadores, camponeses e fazendeiros, apesar de serem menos privilegiados, eram muito considerados.

Econômico

A organização econômica da cultura Chimú dependia de uma burocracia rígida. Todas as informações eram controladas pela elite da capital, assim como a chegada das matérias-primas.

A atividade mais importante era a agricultura, cujo desempenho foi impulsionado por obras hidráulicas como a irrigação, o wachaque ou os puquios.

Os Chimú também eram grandes pescadores. Eles são considerados os melhores navegadores do antigo Peru, o que usaram para aumentar suas capturas e, além disso, para expandir a área de comércio.

Arte

A atividade artística mais relevante na cultura Chimú foi a cerâmica. A maioria dos artesãos residia na capital, onde faziam suas criações com o barro queimado. Esta técnica permitiu-lhes fazer figuras em diferentes tons de cor de chumbo. Essas peças poderiam ter duas funções: a cerimonial e a diária.

Por outro lado, a arquitetura foi outra das atividades que mais se destacou, principalmente na capital. Chan Chan apresentou grande complexidade urbana, com um planejamento que a dividiu em quatro seções.

O primeiro consistia nos dez palácios reais, construídos com adobe. Um conjunto de pirâmides truncadas para rituais formava a segunda seção, enquanto a terceira se destinava às moradias daqueles que, embora com alto status, não pertenciam à nobreza. Por fim, havia os bairros em que as pessoas viviam.

Cultura Inca

A última grande cultura no Peru antes da chegada dos conquistadores espanhóis foi o Inca. Esta civilização criou um grande império a partir do século 13 DC. C., quando chegaram ao vale de Cuzco.

Daquele momento em diante, os incas foram expandindo seu território até que dominaram todo o atual Peru, Equador, oeste da Bolívia, norte da Argentina e Chile e uma parte da Colômbia. Todo o poder estava concentrado em um monarca absoluto, chamado Sapa Inca ou simplesmente o Inca.

Este império durou quase três séculos, até que os espanhóis o derrotaram em 1532.

Sociedade

A organização política dos Incas foi uma das mais avançadas de todas as civilizações pré-colombianas. O Estado assumiu a obrigação de que todos os seus súditos tivessem o necessário para sobreviver.

Os incas dividiram administrativamente seu império em quatro províncias ou suyu. A capital era Cuzco, localizada no centro desta divisão territorial. Dessa cidade governou o Sapa Inca, com poder absoluto. Apenas no Sumo Sacerdote ele se aproximou, embora sem alcançar, esse poder.

A sociedade, por sua vez, era baseada no ayllu, um termo que chamava a comunidade Inca. Toda a organização social, trabalho em terras comunais, serviço militar ou obras públicas eram executados por ayllus.

Economia

Essa mesma ideia de comunidade esteve muito presente na economia, a partir da comunidade agrícola formada pelos ayllus.

A agricultura era a principal atividade dos Incas. Suas lavouras, como milho ou batata, foram favorecidas pelos avanços técnicos introduzidos pelos Incas. As terras agrícolas eram propriedade do Estado, que distribuía as áreas de acordo com as necessidades de cada família.

O estado também controlava exaustivamente o resto dos trabalhadores com a intenção de alta produtividade. Além disso, garantiu a cada família um lar e acesso a outros bens. Toda a população tinha a obrigação de trabalhar, sempre de acordo com a situação de cada indivíduo.

Arte

A manifestação artística mais importante da cultura Inca foi a arquitetura. Suas principais características eram solidez, simplicidade e simetria.

O domínio arquitetônico inca só se aplica a edifícios públicos e não a residências. Em templos, prédios administrativos ou palácios, seus arquitetos conseguiram combinar estética com funcionalidade.

Por outro lado, os Incas também se destacaram na escultura. A maioria deles foi feita com pedra, já que os metais eram mais usados ​​para ourivesaria.

Referências

  1. Pasta Pedagógica. Culturas peruanas. Obtido em folderpedagogica.com
  2. História do Peru. Cultura Wari ou Huari. Obtido em historiaperuana.pe
  3. Mayans, Carme. Caral, uma grande civilização no norte do Peru. Obtido em historia.nationalgeographic.com.es
  4. Cartwright, Mark. Civilização Chimu. Obtido em Ancient.eu
  5. Os editores da Encyclopaedia Britannica. Chavin. Obtido em britannica.com
  6. Khan Academy. Paracas, uma introdução. Obtido em khanacademy.org
  7. Cartwright, Mark. Civilização Moche. Obtido em Ancient.eu