As 10 partes da bexiga (e o que elas fazem) - Médico - 2023
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Contente
- Como funciona a bexiga?
- Qual é a anatomia da bexiga?
- 1. Orifícios uretéricos
- 2. Peritônio
- 3. Músculo detrusor
- 4. Trígono da bexiga
- 5. Ligamento umbilical médio
- 6. Ligamento umbilical lateral
- 7. Úvula da bexiga
- 8. Colo da bexiga
- 9. Esfíncter interno
- 10. Esfíncter externo
- Referências bibliográficas
O trato urinário é o sistema de drenagem da urina, o fluido gerado nos rins e resultado de um processo de filtragem e purificação do sangue que flui pela corrente sanguínea. Ou seja, a urina carrega todas as substâncias residuais que precisam ser eliminadas do corpo.
Para eliminar essas toxinas pela urina, é importante que todos os membros do trato urinário funcionem adequadamente. Os rins filtram constantemente o sangue e geram urina, que circula por tubos finos conhecidos como ureteres, que levam a urina para a bexiga, que a armazena até a hora de urinar e sai pela uretra.
No artigo de hoje, revisaremos esta bexiga urinária, um órgão de suma importância para garantir que a micção ocorra corretamente e que é composto por diferentes estruturas que devem funcionar de forma coordenada para garantir o armazenamento adequado da urina.
Quando essas partes que compõem a bexiga falham ou sofrem patologias, é comum o desenvolvimento de distúrbios como incontinência urinária ou cistite, que consiste em uma infecção da bexiga. A seguir, veremos como a bexiga funciona e por quais estruturas ela é formada.
Como funciona a bexiga?
A bexiga é um órgão muscular oco em forma de globo. e com um volume que oscila entre 250 e 300 centímetros cúbicos, dando origem a um tamanho de cerca de 11 centímetros de comprimento e 6 de largura.
Este órgão que faz parte do sistema urinário está localizado na região pélvica, especificamente no espaço entre os ossos pélvicos. Sua função é muito clara: receber urina dos rins e armazená-la até que seja alcançado um volume específico para a micção.
O que conhecemos como micção ou simplesmente micção é o processo de esvaziamento da bexiga. Esse órgão recebe continuamente urina dos rins, que chega à bexiga por meio de dois tubos finos chamados ureteres.
À medida que recebe e armazena urina, a bexiga incha até atingir um volume específico, que vai depender do tamanho da bexiga de cada pessoa, embora normalmente seja o equivalente a um ou dois copos. De qualquer forma, quando esse limite é excedido, os nervos da bexiga enviam a mensagem ao cérebro para urinar.
E é que, ao contrário dos músculos dos rins, o processo de urinar é voluntário. O cérebro nos alerta com a vontade de urinar e nos dá uma margem, embora, se não o fizermos, a bexiga continuará a encher. Se nos aproximarmos do máximo que os músculos podem suportar, a dor virá. E, finalmente, para evitar danos graves, o processo se tornará não intencional.
Seja como for, a função da bexiga é armazenar a urina até atingir um volume em que se possa garantir que o fluxo miccional será adequado. E isso é possível graças às diferentes estruturas que veremos a seguir.
Qual é a anatomia da bexiga?
A bexiga é composta por diferentes estruturas que permitem que a urina seja armazenada e o órgão inche, assim como o controle voluntário da urina e a urina chegue ao exterior com um fluxo urinário adequado. Estas são as partes que constituem a bexiga humana.
1. Orifícios uretéricos
Como já dissemos, a urina é produzida pelos rins e transportada para a bexiga através dos ureteres, finos tubos por onde circula a urina. Os orifícios ureterais são as vias de entrada para a bexiga, ou seja, são duas perfurações pelas quais entram o ureter direito e esquerdo e é o local por onde entra a urina. Eles estão localizados na região média da bexiga e a urina está constantemente entrando.
2. Peritônio
O peritônio é uma membrana serosa, ou seja, uma camada de tecido conjuntivo que envolve as paredes internas da cavidade abdominal e também cobre todas as vísceras. A bexiga incluída. Portanto, o peritônio é basicamente a área superficial da bexiga que, graças às dobras e à composição, oferece proteção às estruturas internas da bexiga e ajuda a mantê-la nutrida, lubrificada e no local correto. A presença dessas dobras também permite que a bexiga seja muito resistente às mudanças na morfologia, podendo inchar muito.
3. Músculo detrusor
O músculo detrusor é a camada da bexiga que fica abaixo do peritônio e que, exceto por este, não é tecido conjuntivo. Como o próprio nome sugere, essa região consiste em fibras musculares, que formam o músculo liso que percorre toda a bexiga.
O músculo detrusor se comunica com uma rede de nervos de forma que, quando a bexiga atinge certo volume de urina, os nervos são excitados e enviam ao cérebro a informação de que é hora de urinar. Quando, por ação voluntária, queremos urinar, essas fibras musculares lisas se contraem. E essa contração de toda a bexiga faz com que a urina flua pela uretra em uma direção externa.
A maioria dos problemas de bexiga vem de alterações na funcionalidade desse músculo. Seja pela perda de controle do sistema nervoso ou pelo enfraquecimento das fibras musculares, a causa da maioria dos casos de incontinência urinária é a dificuldade de contração desse músculo.
4. Trígono da bexiga
O trígono da bexiga não é uma região funcional como tal, mas é importante no nível anatômico. O trígono vesical consiste em um triângulo formado pela união dos dois orifícios uretrais com o orifício uretral. Ao contrário do resto das paredes internas da bexiga, que consistem em tecido mucoso áspero, a mucosa do trígono da bexiga é lisa.
5. Ligamento umbilical médio
Também conhecido como úraco, o ligamento umbilical mediano é um cordão fibroso que conecta a região superior da bexiga com o umbigo. É formado durante o desenvolvimento fetal e, na verdade, é um resquício dessa fase. Não cumpre nenhuma função óbvia e existem até patologias, como infecções, associadas a ele.
6. Ligamento umbilical lateral
Existem dois ligamentos umbilicais laterais na bexiga, um à direita e outro à esquerda.Ao contrário do ligamento umbilical mediano, esses dois cordões fibrosos funcionam após o nascimento. E é que esses ligamentos são muito importantes para conduzir à artéria epigástrica inferior e aos vasos sanguíneos que a acompanham, responsáveis por grande parte do fluxo sanguíneo em toda a região abdominal.
7. Úvula da bexiga
A úvula da bexiga é uma pequena protuberância na camada mucosa interna da bexiga que se desenvolve no trígono da bexiga que mencionamos anteriormente. Essa proeminência mucosa está localizada logo acima do orifício interno da uretra, marcando a fronteira com o colo vesical, estrutura que discutiremos a seguir.
8. Colo da bexiga
O colo da bexiga é uma estrutura em forma de funil que marca a separação entre a bexiga e a uretra. É por esse pescoço que a urina, quando o músculo detrusor se contrai, sai da bexiga para fora.
Esse colo vesical é uma estrutura muscular que circunda a uretra de forma circular e que constitui dois esfíncteres, ou seja, dois músculos em forma de anel que se abrem ou fecham conforme as circunstâncias. Esses esfíncteres que compõem o colo da bexiga são aqueles que, quando contraídos ou relaxados, impedem ou permitem a saída da urina da bexiga, respectivamente. Forma uma espécie de orifício uretral, semelhante ao ureteral, mas neste caso eles são de saída e se comunicam com a uretra.
9. Esfíncter interno
O esfíncter interno é o anel muscular (músculo liso) do colo da bexiga que fica acima da próstata. Já envolve a uretra, ou seja, o tubo que leva a urina da bexiga para o exterior. Existem também diferentes distúrbios e problemas de incontinência urinária quando este esfíncter sofre de patologias. Os bloqueios desses dutos também são relativamente comuns.
10. Esfíncter externo
O esfíncter externo é o outro anel do colo da bexiga, embora neste caso esteja localizado abaixo da próstata e não seja constituído de músculo liso, mas esquelético. Ele continua a circundar a uretra e cuida, quando a urina já saiu da bexiga e passou pelo esfíncter externo, para terminar de permitir que a urina passe para o exterior. Depois de passar pelo esfíncter externo, a urina não é impedida e o fluxo miccional é expelido.
Referências bibliográficas
- NÓS. Departamento de Saúde e Serviços Humanos. (2008) "O que você deve saber sobre o controle da bexiga em mulheres." NIDDK.
- Viana, R., Batourina, E., Huang, H. et al (2007) “O desenvolvimento do trígono da bexiga, o centro do mecanismo anti-refluxo”. Desenvolvimento, 134 (20).
- Roccabianca, S., Reid Bush, T. (2016) “Compreendendo a mecânica da bexiga por meio de experimentos e modelos teóricos: por onde começamos e para onde vamos”. Tecnologia, 1 (4).