Modelo de crescimento acelerado: características, vantagens, desvantagens - Ciência - 2023
science
Contente
o modelo de crescimento econômico acelerado Foi o modelo econômico que se desenvolveu no México durante a gestão 1976-1982 do governo do presidente José López Portillo, no qual suas principais características eram o crescimento econômico e a acumulação de capital.
Ao chegar ao poder em 1976, López Portillo recebeu um país em uma situação econômica bastante difícil. Devido aos fracassos do governo anterior, o aborrecimento da população fez com que a confiança neste governo fosse cada vez menor, com queda do PIB e da inflação.
No entanto, o governo conseguiu reconquistar a confiança do povo e dos empresários, com a descoberta de formidáveis reservas de petróleo.
Isso posicionou o México como a quinta nação do mundo com a maior quantidade de reservas de hidrocarbonetos. Com a exploração desses campos de petróleo e o conseqüente desenvolvimento da indústria, a economia se reativou e fez crescer o PIB do país.
Além disso, a intenção era reduzir o desemprego, diminuir a inflação e melhorar uma série de serviços básicos: saúde, água, alimentação, moradia e eletricidade. Tudo isso com a receita do petróleo.
Caracteristicas
O objetivo deste modelo era proporcionar um mínimo de satisfação aos trabalhadores, mas sem perturbar os interesses financeiros das empresas.
Devido aos conflitos criados durante o governo anterior do Presidente Luis Echeverría entre empresários e o governo, um dos objetivos de López Portillo era realizar ações conciliatórias com os setores produtivos.
Um dos eventos econômico-financeiros mais importantes do semestre foi a descoberta de campos de petróleo no país. A venda do petróleo permitiu postergar o aumento das tarifas do setor público, mantendo o valor do peso mexicano quase inalterado de 1977 a 1980, que era de 22,70 e 22,90 pesos por dólar.
A economia começou a melhorar, mas baseava-se apenas no petróleo, ignorando outros setores como a agricultura, que não avançou.
O plano do governo se distanciava de seus objetivos iniciais, transformando-se em um crescimento acelerado voltado para a industrialização da "inesgotável" riqueza do petróleo.
fundo
Em novembro de 1973, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reagiu aumentando drasticamente os preços do petróleo devido ao superaquecimento da economia mundial da época. Essa alta de preços teve efeitos devastadores na economia mundial e uma grave recessão ocorreu a partir da segunda metade de 1974.
Diante da pressão e da resistência empresarial, Echeverría constatou que a única saída era a dívida pública externa. Como resultado, a dívida pública aumentou consideravelmente, a inflação disparou e a moeda desvalorizou-se, perdendo o seu valor 58%.
Tudo isso favoreceu o enfraquecimento do modelo de desenvolvimento estabilizador de Echeverría e a transição para o modelo de crescimento acelerado, identificado na presidência de López Portillo.
Crescimento econômico
Em 1976, o governo solicitou ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a emergência econômica. O déficit do setor público em relação ao PIB era de 10%, mas caiu para 7% em 1980.
A união de todos os setores foi considerada necessária para superar a crise e retomar o desenvolvimento econômico: empresários, trabalhadores e governo.
À medida que a situação melhorou, o governo e os industriais tiveram mais lucros. Diante de tanta abundância, o governo decidiu usar esses recursos em investimentos privados e públicos, ao invés de pagar a dívida externa. Os gastos públicos foram aumentados para melhorar:
- Saúde pública, ampliando os serviços médicos.
- Água potável, iluminação pública e drenagem.
- Educação pública, dobrando o número de alunos.
O crescimento econômico foi muito rápido, mas incorreto, porque as decisões do governo se baseavam no fato de que a economia não voltaria a entrar em crise e continuaria a subir porque o petróleo nacional era infinito.
Acidente de modelo
O aparente progresso entrou em colapso com a queda imprevista do preço internacional do petróleo, devido ao excesso de oferta dos países produtores e à economia de energia das nações consumidoras.
Esta queda do preço no final de 1981 teve um efeito negativo bastante grave nas finanças públicas, porque foi erroneamente assumido que o preço permaneceria alto.
O governo mexicano insistia no "gigantismo" do aparato governamental, bem como no ritmo excessivo de gastos, construindo obras bombásticas que acabariam abandonadas.
Esse cenário econômico levou a uma desvalorização de 400% da moeda mexicana em relação ao dólar, apresentando um processo inflacionário sem precedentes. Os preços aumentaram seis vezes em relação ao início do prazo de seis anos. Por fim, o governo anunciou que não poderia cumprir os pagamentos programados da dívida.
O governo acabou sendo contestado por todos os setores da sociedade mexicana, chamando-o de corrupto e ineficiente.
Vantagem
O governo organizou um programa de investimento público com o objetivo de expandir a indústria do petróleo. Houve também uma expansão na oferta de serviços de educação e saúde pública e na infraestrutura pública.
O investimento privado e público cresceu entre 1978 e 1982 a uma taxa anual de 15% em termos reais. Pela primeira vez na história do México, a demanda por educação primária foi totalmente satisfeita.
O segmento da população que tinha acesso a serviços médicos chegava a 85%, contra apenas 60% em 1976. O governo aplicou o imposto sobre o valor agregado e criou importantes instrumentos de política. Além disso, diferentes organismos foram criados, como:
- Conselho Nacional de Cultura e Recreação dos Trabalhadores.
- Instituto do Fundo Nacional para o Consumo de Trabalhadores.
- Sistema de comida mexicana.
Ele também criou os certificados do tesouro da federação, que se tornariam os títulos mais importantes do governo nacional.
Desvantagens
- Houve aumento da dívida externa e desvalorização da moeda mexicana.
- O déficit financeiro do setor público em relação ao PIB passou de 6,7% em 1977 para 14,8% em 1981.
- A política industrial do governo mexicano falhou em promover uma classe empresarial que compensasse a importação de bens de capital.
- As empresas dedicavam-se à fabricação de produtos de consumo imediato subsidiados pelo Estado, com preço alto e de baixa qualidade, sem abordar questões essenciais como o aprimoramento científico e tecnológico.
- A queda nas receitas do petróleo levou a um déficit em 1981 de 14,7% e em 1982 de 17,6%. Por outro lado, a dívida pública externa passou de $ 4,3 bilhões em 1970 para $ 58,9 bilhões em 1982.
- Controle cambial e nacionalização de bancos, dada a tremenda fuga de capitais estimada em US $ 22 bilhões.
- A estagnação e as crises de 1982 a 1995 foram conseqüência tanto da deterioração das instituições, quanto dos desequilíbrios fiscais ocorridos de 1971 a 1981.
Referências
- Modelos de desenvolvimento no México (2015). Modelos de desenvolvimento econômico (1940-1982). Retirado de: Modelodedesarrolloenmexico.blogspot.com.
- Contexto socioeconômico do México (2012). Do modelo de desenvolvimento compartilhado ao modelo de crescimento acelerado. Retirado de: context-socioeconomico-de-mexico.blogspot.com.
- Wikipedia (2019). José López Portillo. Retirado de: es.wikipedia.org.
- The Economic Quarter (2013). Crescimento rápido seguido de estagnação: México (1950-2010). Retirado de: eltrimestreeconomico.com.mx.
- Manuel Aguirre Botello (2010). The Economic Crises in Mexico, 1929-2012. Mexico Maxico. Retirado de: mexicomaxico.org.