Diagnóstico social: fases, tipos, indicadores e exemplo - Ciência - 2023
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Contente
- Fases do diagnóstico social
- Fase 1: Síntese descritiva
- Fase 2: análise causal
- Fase 3: Interpretação e conceituação das necessidades sociais
- Fase 4: Avaliação e previsão das necessidades sociais
- Tipos
- Diagnóstico dinâmico
- Diagnóstico clínico
- Diagnóstico etiológico
- Indicadores
- Econômico
- Coexistência
- Pessoal
- Saúde
- Social
- Exemplo
- Referências
o diagnóstico social É um processo metodológico interpretativo que busca conhecer, compreender, descrever e avaliar necessidades ou problemas sociais em um determinado contexto. É um procedimento fundamental no campo do serviço social e na base de programas de desenvolvimento e bem-estar.
O esclarecimento de prioridades e a determinação de estratégias de intervenção eficazes só podem ser alcançados após o diagnóstico social, daí a importância desta síntese descritiva.
Com isso, podem-se estabelecer as distorções e problemas de uma determinada realidade social, os meios disponíveis, os atores, as causas e as potencialidades latentes, bem como o grau de viabilidade e exequibilidade de implementação de ações corretivas.
Dentre as definições de diagnóstico social dadas pelos teóricos, o construto se destaca como elemento comum. necessidade social, que pode ser considerada como aquele fator indispensável, universal e objetivo à sobrevivência, integridade e reprodução do ser humano, independentemente do tempo ou do lugar.
No campo do serviço social, quatro áreas básicas são consideradas dentro das necessidades sociais, e serão objeto de estudo na maioria dos diagnósticos. Essas necessidades são integridade, inclusão, autonomia e identidade.
Fases do diagnóstico social
A literatura sobre diagnóstico social costuma levantar de 3 a 4 fases, as quais são especificadas a seguir.
Fase 1: Síntese descritiva
É um primeiro nível de conceituação por meio do qual a evidência precisa e explicativa pode ser selecionada. Essa fase vai além da mera coleta de dados.
Consiste na seleção de informações e todos os insumos que possam explicar a situação de necessidade social. Idealmente, uma descrição deve ser feita sequencialmente, refletindo como os eventos objetivos e subjetivos evoluíram, a fim de compreender suas possíveis causas e efeitos.
Fase 2: análise causal
Envolve o segundo nível de conceituação e busca encontrar conexões entre as diferentes variáveis e os elementos que impactam a situação, o que poderia explicar o porquê.
Nesta análise é necessário levar em consideração não só as possíveis causas e efeitos, mas também a origem, as pessoas envolvidas, a demanda e os gatilhos. O objetivo é determinar o comportamento de todos esses fatores e determinar se eles são variáveis independentes ou dependentes.
Fase 3: Interpretação e conceituação das necessidades sociais
Nesse nível de conceituação, o objetivo é definir as necessidades sociais existentes, interpretá-las, bem como determinar suas causas e componentes.
Nessa fase, o ideal é conseguir categorizar a necessidade social de acordo com o modelo das quatro áreas básicas (integridade, inclusão, autonomia e identidade). Além disso, à luz das evidências coletadas, devem ser estabelecidas relações lógico-teóricas com as quais a situação social possa ser explicada de forma detalhada e organizada.
Fase 4: Avaliação e previsão das necessidades sociais
Neste último nível de conceituação, busca-se prever as necessidades sociais básicas de um indivíduo ou grupo social. As fases 3 e 4 geralmente não são apresentadas isoladamente, mas é importante explicar suas implicações separadamente.
Esta fase tem uma dupla finalidade: a primeira para determinar as possibilidades de mudança, as consequências desta, bem como os fatores de risco ou de proteção. A segunda, tentando prever como esses fatores evoluiriam e como seria o cenário social futuro.
Tipos
Hellen Harris Perlman (1905–2004), professora e assistente social, bem como uma das representantes essenciais da Escola de Chicago, levanta três tipos de diagnóstico social:
Diagnóstico dinâmico
Este tipo de diagnóstico visa definir qual é o problema, estabelecer possíveis soluções, juntamente com os meios e recursos disponíveis. São levados em consideração aspectos psicológicos e físicos de cada caso, além dos sociais. É uma abordagem que exige flexibilidade, pois parte do princípio de que todas as situações sociais estão em constante mudança.
Diagnóstico clínico
Refere-se àqueles processos diagnósticos em que o indivíduo é analisado a partir de uma enfermidade ou patologia que apresenta, sempre mantendo a perspectiva social do problema. Geralmente é feito com uma equipe multiprofissional que pode prestar o cuidado de natureza.
Diagnóstico etiológico
Nesse tipo de diagnóstico social, os eventos são concatenados e a evolução do problema desde sua origem é descrita. Também busca estabelecer uma relação de causa-efeito imediata e prever os procedimentos mais úteis para tratar o caso.
Indicadores
Os indicadores de um diagnóstico social integram todos aqueles aspectos que podem ser medidos por meio de uma escala e que juntos permitem concluir se a situação social é adequada, de vulnerabilidade ou de déficit.
Os itens a serem avaliados podem variar de acordo com o modelo de diagnóstico utilizado pela assistente social, bem como dependendo da área e da necessidade básica que enfocam.
Por esse motivo, o número de indicadores pode variar. Além da informação sócio-biográfica, 5 áreas-chave costumam ser tratadas nos diagnósticos sociais (econômico, convivial, pessoal, de saúde e social). As categorias e indicadores mais comuns para cada um são mencionados abaixo:
Econômico
- Recursos econômicos (disponibilidade de renda, despesas com bens e serviços básicos, despesas com bens não básicos).
- Situação ocupacional ou de trabalho (atividade, duração do dia, estabilidade, condições, legalidade).
Coexistência
- Alojamento ou habitação (tipo de habitação, materiais, condições de habitabilidade e equipamentos, acesso aos serviços básicos, localização, proprietário)
- Situação relacional (redes primárias ou familiares, redes secundárias, redes de convivência, abuso emocional, abandono físico ou emocional, corrupção de menores).
- Organização da vida diária (alimentação, higiene pessoal, distribuição de tarefas administrativas, distribuição de tarefas domésticas, cuidado de menores).
Pessoal
- Habilidades sociais (habilidades cognitivas, resolução de conflitos, adaptação às mudanças, assertividade, expressão de sentimentos, comunicação).
- Formação, educação ou formação (nível de estudo, escolaridade, línguas, rendimento escolar, experiência profissional, formação contínua).
Saúde
- Autonomia mental e física (estado de saúde, dependências, grau de independência, necessidade de tratamento).
- Incapacidade e incapacidade para o trabalho.
Social
- Participação social (participação formal ou não formal, ausência de participação, isolamento social).
- Aceitação social (discriminação, liberdade de direitos, proibição de uso e gozo por coerção).
Exemplo
Se um assistente social deseja determinar o grau de aceitação social de uma pessoa, ele primeiro coletará as informações por meio de um instrumento que ele projetou. Selecione a evidência e estabeleça conexões entre as diferentes variáveis.
Provavelmente detectaremos um nível muito deficitário nas categorias de recursos econômicos, trabalho, treinamento, moradia, participação social e aceitação social. Uma vez que as causas da discriminação tenham sido determinadas, um plano de trabalho que especifica objetivos, atividades, recursos e níveis de intervenção deve ser realizado com a pessoa afetada.
Como parte das estratégias de intervenção, dinâmicas de grupo e participação da comunidade podem ser implementadas para atender às necessidades mais afetadas. Também podem ser realizadas ações de sensibilização da comunidade, a fim de promover uma cultura de igualdade.
Referências
- Diagnóstico social. (20 de julho de 2019).Wikipedia, The Encyclopedia. Recuperado de wikipedia.org
- Muñoz, M. M., Barandalla, M. F. M., Aldalur, A. V., Urretxu, Á. A., San Juan, A. F. e Martín, B. L. (1996).Manual de indicadores para diagnóstico social. Associações Oficiais de Graduados em Serviço Social e Assistentes Sociais da Comunidade Autônoma Basca.
- Díaz Herráiz, E. e Fernández de Castro, P. (2013). Conceptualização do diagnóstico em Serviço Social: necessidades sociais básicas.Cadernos de trabalho social, 26(2), 431-443.
- Aguilar Idáñez, M.J. e Ander-Egg, E. (2001). Diagnóstico social: Conceitos e metodologia.Coleção política, serviços e assistência social (México).
- Arteaga Basurto, C., González Montaño, M. V. (2001). Diagnóstico. Em Desenvolvimento Comunitário. Recuperado de resources.udgvirtual.udg.mx