Merychippus: características, reprodução, nutrição, taxonomia - Ciência - 2023
science
Contente
- Caracteristicas
- Taxonomia
- Morfologia
- Reprodução
- Fecundação
- Gravidez e nascimento
- Nutrição
- Digestão
- Referências
Merychippus é um gênero extinto de ancestrais do cavalo atual. Na verdade, constitui o terceiro elo na evolução do cavalo, entre o Mesohippus e ele Pliohippus. Este gênero de animais viveu na época do Mioceno, que pertencia ao período Neógeno da Era Cenozóica.
Foi descrito em 1856 pelo renomado paleontólogo americano Joseph Leidy, que também estabeleceu as espécies-tipo deste gênero, Merychippus insignis. Os representantes deste gênero habitavam ecossistemas com pradarias e savanas nas quais havia abundantes arbustos que serviam de alimento. Esses animais se moviam por esses prados em grupos, constituindo rebanhos muito bem estabelecidos.
Caracteristicas
Merychippus Era composta por animais que, como os mamíferos, possuíam características de animais superiores, como as células eucarióticas, com a consequente presença de DNA encerrado no núcleo da célula, conformando-se aos cromossomos.
Da mesma forma, eram animais com alto nível de complexidade. Eles eram triblásticos, o que implicava que os tecidos e órgãos que os constituíam eram formados a partir das conhecidas camadas germinativas: ectoderme, mesoderme e endoderme. Além disso, eram coelomatos, ou seja, com uma cavidade interna denominada celoma e deuterostômios.
Esses animais se reproduziam de forma sexual, com fecundação interna e desenvolvimento direto. Também eram vivíparos, pois o embrião se desenvolveu dentro do corpo da mãe.
Como todos os mamíferos, os membros desse gênero eram homeotérmicos. Isso significa que eles tinham a capacidade de manter a temperatura interna constante, apesar das mudanças na temperatura ambiente. Da mesma forma, eles eram animais heterotróficos e herbívoros.
Taxonomia
A classificação taxonômica de Merychippus É o seguinte:
-Domínio: Eukarya
- Reino dos Animais
-Filo: Chordata
-Classe: Mammalia
-Order: Perissodactyla
-Família: Equídeos
-Gênero: Merychippus.
Morfologia
Em relação à sua aparência, o Merychippus era muito semelhante aos cavalos de hoje. Eles tinham uma altura média entre 90 cm e 120 cm. Este gênero é reconhecido como o primeiro que começou a desenvolver a forma característica dos cavalos, com seu focinho alongado.
Da mesma forma, eles tinham olhos muito volumosos e grandes. Seus dentes também eram grandes e tinham uma série de saliências chamadas de cristas. Eles também tinham coroas largas. Isso permitiu que eles se alimentassem com sucesso de plantas um pouco mais resistentes.
Esses animais, como se sabe, eram quadrúpedes. Seus membros tinham três dedos, sendo o do meio o mais desenvolvido, com casco. Em algumas espécies, acredita-se que os dedos laterais também eram altamente desenvolvidos.
Além disso, os cientistas sugeriram que a capacidade craniana do Merychippus Era superior a seus predecessores, então eles aparentemente tinham um cérebro maior que os tornava mais ágeis e inteligentes.
Reprodução
Membros do gênero Merychippus eles eram dióicos, o que significa que havia indivíduos do sexo feminino e masculino. No que diz respeito à reprodução, cientistas e especialistas só podem adivinhar, já que os elementos que possuem são registros fósseis que às vezes nem são completos.
Porém, levando-se em consideração a classificação taxonômica e a localização desses animais no filo Chordata e na classe Mammalia, é possível estabelecer como teria sido sua reprodução.
Fecundação
Cavalos primitivos, membros do gênero Merychippus, eles se reproduziam de forma sexual. Isso implicava que deveria haver a fusão ou união de gametas ou células sexuais. Nesse caso, os gametas que se juntaram foram o óvulo e o esperma, para gerar um novo indivíduo.
Graças à semelhança que esses animais tinham com os cavalos atuais, é possível afirmar que a fecundação foi interna, ou seja, o macho depositou o esperma dentro da fêmea por meio de um órgão copulador.
Como acontece com muitos dos grandes mamíferos de hoje, os cientistas concordam que cada fêmea produziu apenas um óvulo para cada ovulação. De forma que em cada fecundação apenas se forme um indivíduo ou no máximo dois, em caso de gravidez múltipla.
Gravidez e nascimento
Como esses animais estavam localizados dentro do grupo dos mamíferos, afirma-se que seu desenvolvimento embrionário deveria ser semelhante ao dos mamíferos atuais. Nesse sentido, uma vez ocorrida a fertilização, formou-se uma única célula, conhecida como zigoto.
Posteriormente, passou a sofrer uma série de transformações até o surgimento de três camadas de células indiferenciadas, conhecidas como ectoderme, mesoderme e endoderme. Cada uma dessas camadas deu origem aos tecidos e órgãos que compunham o indivíduo completo.
O feto se desenvolveu dentro do corpo da mulher, podendo ser considerado vivíparo. Durante a gestação, o feto recebia todos os nutrientes do corpo da mãe diretamente por meio de uma estrutura conhecida como placenta, como acontece com todos os mamíferos.
O tempo que durou a gravidez ainda não está claro. Porém, por apresentar alguma semelhança com os cavalos atuais, pode-se dizer que pode durar cerca de 11 meses.
Após esse período, a fêmea entrou em trabalho de parto, no qual deu à luz um potro que ainda permaneceria sob os cuidados da mãe por algum tempo.
Finalmente, o potro pode atingir a maturidade alguns anos após seu nascimento. Em média, cerca de três a quatro anos depois, estava pronto para procriar.
Nutrição
Tal como acontece com os cavalos atuais e como com seus ancestrais, cavalos do gênero Merychippus eles eram animais herbívoros. Isso significa que eles comiam plantas.
Como os habitats em que se desenvolveram eram pastagens e grandes áreas de planícies, alimentavam-se principalmente de pequenos arbustos com folhas suculentas e altamente nutritivas. As características de seus dentes, principalmente dos incisivos, permitiam-lhe uma mastigação mais eficiente da grama e, portanto, um melhor processamento das fontes de alimento.
Digestão
Levando em consideração a semelhança que esses espécimes devem ter com os cavalos atuais e o fato de serem classificados na classe Mammalia, é correto dizer que seu sistema digestivo era muito semelhante ao dos mamíferos herbívoros atuais, especificamente cavalos.
Diante disso, pode-se inferir o trânsito do alimento pelo trato digestivo do animal. Primeiramente, na cavidade oral, os alimentos eram cortados e triturados por dentes especializados para esse fim. Aqui também foram submetidos à ação de várias enzimas digestivas típicas da saliva, que passaram a processá-los, preparando-os para a posterior absorção.
Posteriormente, o bolo alimentar passou para o esôfago, de onde foi direcionado para o estômago. Lá, graças à ação do suco gástrico, os nutrientes foram fragmentados para facilitar o posterior processo de absorção.
Já no intestino, era onde ocorria a absorção dos nutrientes, ou seja, a passagem destes para a corrente sanguínea. Porém, era possível que o organismo desses animais não fosse capaz de digerir e absorver todos os componentes das plantas. É por isso que, certamente, no seu trato digestivo estariam microrganismos, mais especificamente bactérias que contribuem para a degradação desses componentes.
Por fim, os componentes não assimilados passavam para o reto e eram expelidos pelo ânus na forma de fezes.
Referências
- Bravo, V. e Ferrusquia, I. (2006). Merychippus (Mammalia, Perissodactyla) do Mioceno médio no estado de Oaxaca, sudeste do México. Geobios 39 (6).
- Evolução do cavalo. Retirado de: britannica.com
- Hooker, J.J. (1994). "O início da radiação equóide."Zoological Journal of the Linnean Society112 (1–2): 29-63
- Evolução do cavalo ao longo de 55 milhões de anos. Retirado de: chem.tufts.edu
- L. Carroll. 1988. Vertebrate Paleontology and Evolution. W. H. Freeman and Company, Nova York