O que é a Cordilheira do Atlântico? - Ciência - 2023


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O que é a Cordilheira do Atlântico? - Ciência
O que é a Cordilheira do Atlântico? - Ciência

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o Cordilheira atlânticaO Mid-Atlantic ou Mid-Atlantic Ridge é uma cadeia de montanhas vulcânicas que divide o Oceano Atlântico de norte a sul.

Tem uma extensão de cerca de 15.000 quilômetros que abrange tanto o Atlântico Norte, a partir do norte da Islândia, quanto o Atlântico Sul (em um ponto a leste da América do Sul que se localiza a 7.200 quilômetros do referido subcontinente). Faz parte da dorsal oceânica.

A cordilheira vulcânica está submersa em água, por isso a crista faz com que a superfície do Oceano Atlântico se divida em várias ilhas que podem ser encontradas agrupadas no meio do mar.

De todas as ilhas que se localizam de norte a sul, apenas as de San Pedro e San Pablo têm origem vulcânica, ao contrário da Islândia, Ascensión, Tristán sa Cunha, Santa Elena e Bouvet, que não o são.


Extensão da Cadeia Atlântica

Deve-se notar que a extensão da maior parte da Dorsal Atlântica ocupa cerca de 3.000 a 5.000 metros abaixo de sua superfície.

Do fundo do mar surge uma longa cadeia montanhosa cujos picos, submersos na água, atingem vários metros de altura, variando entre 1.000 e 3.000 metros.

Por outro lado, a Dorsal Atlântica possui uma extensão que pode ser ampla, ou seja, ocupa aproximadamente 1.500 quilômetros medidos de leste a oeste.

É sabido que a Cadeia Atlântica possui uma grande fenda, ou seja, um vale profundo que percorre toda a extensão de sua crista. Sua largura estimada é de cerca de 10 quilômetros e suas paredes são autênticas paredes que atingem uma altura de até 3 quilômetros.

Em suma, este vale forma um limite natural que no fundo do Oceano Atlântico divide as duas placas tectônicas encontradas na Terra. Seu alargamento ocorre constantemente, a uma taxa de 3 centímetros por ano.


Devido à alta atividade vulcânica que possui em seu interior, a área em que o fundo do mar se abre tende a ser nutrida por sua rápida ascensão. Ou seja, esse magma, quando sobe, depois esfria e depois se torna uma nova camada que se junta ao fundo do oceano.

A Cadeia Atlântica tem zonas de fratura. A mais conhecida é a fratura Romanche, que se estende de leste a oeste. Também possui descontinuidades cuja extensão ultrapassa 100 quilômetros de extensão.

Descoberta e pesquisa

Século XIX

A existência da Cadeia Atlântica já era sentida no século XIX, mas não pôde ser confirmada até o século XX. A primeira indicação clara disso foi um achado classificado como espetacular.

Está estipulado que tudo aconteceu por volta do ano de 1853 durante algumas obras para a instalação de um cabo através do Oceano Atlântico que ampliaria as comunicações internacionais. Isso foi inferido três anos antes pelo oceanógrafo americano Matthew Fontaine Maury.


Como já foi dito, o cabo transatlântico foi o passo inicial para essa descoberta. Para instalar esse cabo corretamente, era necessário medir a profundidade do oceano.

Para isso, foi necessário realizar pesquisas exaustivas. Nestes, notou-se que nos sinais havia evidências claras de um planalto subaquático submerso, em pleno Oceano Atlântico. No entanto, não se deu muita atenção a essa particularidade, então ela rapidamente caiu no esquecimento.

Quase 20 anos se passaram até que uma expedição naval britânica, liderada pela corveta HMS Challenger, deu nova luz em 1872. A missão oceanográfica dos ingleses estava verificando o que havia sido encontrado em 1853 e descobriu, é claro, que os lados do oceano O Atlântico era mais raso que sua zona central.

As sondagens, no entanto, continuaram ao longo de toda a extensão da linha oceânica, e esse método continuou por mais tempo no restante do século XIX.

O século vinte

As descobertas do século XIX, continuadas por homens como o naturalista escocês Charles Wyville Thomson (1830-1882), foram complementadas em 1922 pela expedição naval alemã encarregada do navio Meteor.

Desta vez, o som do oceano Atlântico foi muito mais metódico. Ele não estava apenas testando as águas para instalar cabos telegráficos, mas fez um estudo meticuloso da área marítima usando instrumentos de ultrassom.

Mais tarde, uma equipe de cientistas conseguiu encontrar o alvo: uma enorme cordilheira no fundo do mar que cruzava todo o Oceano Atlântico, com forma sinuosa.

O mais curioso é que enquanto os picos mais baixos ficavam imperceptivelmente submersos na água, os mais altos ficavam diante de seus olhos: eram as ilhas do Atlântico, como Tristán da Cunha, Ascensão e os Açores. Mas isso não era nem a metade do que ele iria descobrir.

Sondagens mais profundas foram realizadas em outras áreas do Oceano Atlântico naqueles anos. De fato, descobriu-se que a cadeia de montanhas recém-descoberta passa pela Nova Zelândia e pela África. Isso significa que a Cadeia Atlântica não se contentou em cruzar o Oceano Atlântico, mas se estendeu muito mais, até o Oceano Pacífico.

Além disso, os cientistas perceberam que a Cadeia Transoceânica era o que eles erroneamente consideraram ser a Cadeia Atlântica Central.

Dessa forma, os especialistas, além de fazerem novas descobertas, corrigiam as anteriores. Dos anos 1920 aos 1940, os exploradores pesquisaram o Atlântico com métodos já usados ​​para encontrar submarinos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

Este método era bastante familiar para eles e lhes permitia interpretar corretamente os resultados de suas investigações, nas quais davam sinais inequívocos de novidade.

Após esta guerra, as obras oceanográficas e geológicas retomaram as suas atividades normais. A essa altura, os cientistas sabiam que havia uma série de diferenças radicais entre as cadeias de montanhas subaquáticas e as do continente.

Os primeiros eram uma composição de basalto prensado que cobria toda a sua estrutura da cabeça aos pés, ao contrário dos últimos, que tinham rochas sedimentares em sua composição.

Foi na década de 1950, e mais especificamente em 1953, quando foram feitas descobertas que podem ser classificadas como revolucionárias.

A equipe de cientistas norte-americanos, liderada pelo geólogo Bruce Charles Heezen, observou que havia mais formas de relevo no fundo do Oceano Atlântico do que se acreditava originalmente. Para sua surpresa, o grupo de Heezen descobriu que no centro da Cordilheira do Atlântico havia uma ravina muito profunda.

Essa descoberta foi a chave para corroborar o que trabalhos anteriores de Maury, a equipe do HMS Challenger e Thomson haviam detectado no século XIX.

Aquela ravina era o fundo do oceano e seus lados eram nada além de suas paredes, que supostamente eram as encostas de um gigantesco planalto subaquático.

Essa feição, de fato, se estendia por toda a dorsal atlântica e não apenas por uma parte dela. Foi por isso que alguns cientistas batizaram essa área de Grande Fenda do Globo.

Em suma, descobriu-se que a Cadeia Atlântica era mais longa do que eles poderiam imaginar, visto que também passou pelo Mar Vermelho, fez um desvio na região costeira do Oceano Pacífico e passou pela Califórnia (particularmente em seu golfo, em Costa Oeste dos Estados Unidos).

Os cientistas não duvidaram, é claro, de que a Grande Fenda tinha cerca de 60.000 quilômetros de comprimento, mas notaram que era descontínua, com seções desconectadas por ação sísmica e vulcânica.

Na década de 1960 houve mais expedições, como o Projeto DSDP em 1968 e o Projeto Mohole, que durou de 1961 a 1966. Este último foi interrompido por problemas econômicos.

Em ambos os casos, buscou-se algo mais do que fazer uma sondagem ao longo da Dorsal Atlântica (cuja extensão já era bem conhecida junto com sua intensa atividade vulcânica e sísmica). Portanto, uma abordagem foi feita onde amostras de rochas e sedimentos foram coletadas.

Importância dessas descobertas

Os achados ao redor da Cadeia Atlântica não passaram despercebidos, muito menos com as evidências reveladas durante o século XX.

Em primeiro lugar, a relevância desses trabalhos reside no fato de que se pôde verificar, sem qualquer dúvida razoável, que a teoria da deriva continental, postulada por Alfred Wegener, era absolutamente válida.

Em segundo lugar, a presença da Cadeia Atlântica deu origem a um maior apoio à ideia de que a Terra começou na forma de um supercontinente chamado Pangéia.

Recursos mais importantes

Características geológicas

Após estudos realizados durante mais de um século, constatou-se que a Dorsal Atlântica consiste basicamente num vale muito profundo de forma sinusoidal.

Ou seja, uma longa linha sinuosa que, como notado acima, é interrompida em vários de seus trechos devido à intervenção de vulcões e dos terremotos subaquáticos tão frequentes naquela parte da Terra. Esta linha deixa uma separação nítida nas camadas tectônicas que estão localizadas nos continentes que ela atravessa.

Além disso, vale lembrar que o terreno da Dorsal Atlântica é formado por magma quente que tenta subir à superfície, mas corre para as águas do oceano.

Isso faz com que ele termine de esfriar e faça com que uma parede de lava endurecida emerja da erupção vulcânica subaquática, que se torna a nova camada de solo no fundo do mar. Todos os anos, são acrescentados novos centímetros de placas geológicas, cuja espessura aumenta constantemente.

Além disso, a Cadeia Atlântica é subdividida em dois ramos; um ramo norte, que é a crista do Atlântico Norte, e um ramo sul, que é a crista do Atlântico Sul.

Neste último existe uma espécie de trincheira marítima, ou melhor, uma fratura, uma fratura conhecida como a de Romanche e que desce até 7.758 metros. É, portanto, um dos locais subaquáticos mais profundos do Oceano Atlântico.

Características geográficas

A Cadeia Atlântica começa sua jornada na Islândia e termina no sul do Oceano Atlântico. Ele se conecta com a África do Sul pelo Cabo da Boa Esperança até passar pela cordilheira do Oceano Índico.

Dali segue para o sul da Austrália pela cordilheira do oceano Pacífico, que se estende por sua zona sul e leste até atingir o território do México, onde toca a costa oeste dos Estados Unidos, na Califórnia.

Existem cristas secundárias ao Atlântico, que por sua vez podem ser transversais ou paralelas. Entre eles estão o Hawaii Ridge, o Pacific Ridge e o Kerguelen Ridge.

Hoje, as cristas que mantêm sua atividade tectônica ocupam superfícies diretamente proporcionais aos continentes com os quais fazem fronteira.

Além disso, ao longo do percurso da Dorsal Atlântica existem muitas ilhas e arquipélagos de origem vulcânica, no total são nove ilhas que estão localizadas no meio da Dorsal Atlântica. Na crista do Atlântico Norte encontram-se a Islândia, San Pedro, os Açores e Jan Mayen.

Por sua vez, a Dorsal do Atlântico Sul é formada pelas ilhas de Bouvet, Tristán da Cunha, Gough, Santa Elena e Ascensión. No caso particular da Islândia, a cordilheira do Atlântico passa exatamente no meio, de modo que literalmente a divide ao meio.

Vale destacar uma particularidade da dorsal atlântica que serve como evidência para a deriva continental e consequentemente para as placas tectônicas.

O fato é simples, mas importante: a fratura Romanche, mencionada acima, desenha uma linha horizontal imaginária através do Equador. Mas o que surpreende não é isso, mas sim que as margens do Golfo da Guiné e da costa nordeste do Brasil se encaixem e indiquem que a África e a América foram continentes outrora unidos.

Referências

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