Mar tropical do Peru: características, ecossistemas e relevo - Ciência - 2023


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Mar tropical do Peru: características, ecossistemas e relevo - Ciência
Mar tropical do Peru: características, ecossistemas e relevo - Ciência

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o mar tropical É o espaço marinho influenciado pela corrente El Niño, na costa do Oceano Pacífico, ao norte do Peru. Esta corrente constitui a parte sul da Corrente do Panamá, que vem do Golfo do Panamá e posteriormente da Colômbia.

O mar tropical, junto com o mar frio, constituem todo o espaço marítimo do Peru no Oceano Pacífico. Este território é oficialmente conhecido como Mar do Grau.

O mar tropical estende-se desde a fronteira com o Equador na linha inferior da Boca de Capones (3º latitude sul) até a península Illescas, no departamento de Piura (5º latitude sul). Constitui a região norte ou norte do Mar de Grau.

Devido às baixas latitudes e à influência da corrente El Niño, as águas do mar tropical são quentes e com uma biodiversidade muito elevada. Ao contrário das águas do mar frio, caracterizadas por suas baixas temperaturas e alta produtividade.


Caracteristicas

As águas do mar tropical são quentes em todas as épocas do ano. Sua temperatura pode variar entre 19º C e 22ºC na estação mais quente do ano. Isso se deve à proximidade com o equador e à influência da corrente El Niño, formada por águas quentes.

Possui baixa salinidade devido ao alto índice pluviométrico da zona tropical. Ao contrário do mar frio do Peru, seu conteúdo de nutrientes é baixo, então sua produtividade é menor.

A cor azulada, a temperatura e a abundante biodiversidade do mar tropical, fazem dela um importante destino turístico para o Peru.

El Niño Stream

A corrente El Niño é o fluxo sazonal de águas equatoriais quentes que viajam ao largo da costa norte do Pacífico peruano, na direção norte-sul. Este colide com a corrente fria que vem do sul e se desvia para o oeste.

Tem um efeito importante no clima do Peru, gerando chuvas regulares ou repentinas e eventos de morte de grandes massas de plâncton.


Ecossistemas marinhos costeiros

-Manglars

O mangue é uma espécie de pantanal que se desenvolve em áreas influenciadas pelas marés, nas quais ocorre uma mistura de água salgada e doce. No Peru, esse tipo de ecossistema está restrito ao mar tropical. Cobre uma área total de 5.870 ha, menos de 0,01% do total nacional.

Flora

Manguezais são formações vegetativas com predominância de diferentes espécies de manguezais: manguezal vermelho (Rhizophora mangle), mangue vermelho (Rhizophora harrisonii), mangue branco (Laguncularia racemosa), manguezal prieto (Avicennia germinans) e mangue de abacaxi (Conocarpus erectus).

Outras espécies de plantas arbóreas presentes nos manguezais também são faique (Acacia macracantha), o charán (Caesalpinia paipai), a alfarrobeira (Prosopis pallida), o palo santo (Bursera graveolens), o añalque (Coccoloba ruiziana), o ceibo (Ceiba triquistandra), o lipe (Scutia spicata), a vara verde (Parkinsonia aculeata), entre outras.


Algumas espécies de plantas trepadeiras e epífitas também habitam os manguezais. A pitaya, uma liana do gênero Selenicereus sp., bromélias, como Tillandsia usneoides e algumas orquídeas do gênero Oncidium, Epidemdrum e Cattleya.

Fauna

As raízes dos manguezais servem como substratos para muitas espécies de equinodermos invertebrados (Ophiothrix), caranguejos (Ucides), caramujos (Calliostoma, Theodoxus) e cracas (Pollicipes).

Além disso, algumas espécies estão sujeitas a grande pressão de extração para usos comerciais. Os bibalbos se destacam, como a concha preta, concha oca, concha de perna de burro (do gênero Anadara), a concha lampa (Atrina maura), a casca listrada (Chione subrugosa) e mexilhão (Mytella Guyanensis) Bem como camarões (Pennaeus spp.) e os jaivas (Callinectes).

Por outro lado, os manguezais são um refúgio para larvas e juvenis de uma grande diversidade de espécies de peixes. O robalo se destaca (Centropomus viridis), pargo (Lutjanus guttatus), mojarras (Eucinostomus currani), a lisa (Mugil spp) e bagre (Galeichthys peruvianus).

Espécies grandes, como o crocodilo do rio, também vivem entre os manguezais (Crocodylus acutus) e a lontra do noroeste (Lutra longicaudis).

Os ramos dos manguezais e outras espécies de árvores são usados ​​como poleiros e locais de nidificação por um grande número de espécies de pássaros, como pelicanos (Pelecanus thagus Y Pelecanus occidentalis), Flamenco chileno (Phoenicopterus chilensis), ibis (Eudocimus albus e Eudocimus ruber), a fragata (Fregata magnificens) e o corvo marinho (Phalacrocorax brasilianus)

- Ecossistemas intermediários

Ecossistemas intermariais são aqueles que se desenvolvem em um espaço de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Especificamente, varia do nível mais alto ao mais baixo influenciado pelas marés. Na costa peruana, esta área é representada por praias arenosas, praias pedregosas e costões rochosos.

praias de areia

É o ecossistema menos diverso. Destaque uma baixa diversidade de macrobentos. No nível supralitoral, a área mais alta, o caranguejo-da-estrada (Ocypode gaudichaudii) e o isópode Excirolana braziliensis.

No nível intermediário (áreas mesolitoriais) os crustáceos estão distribuídos Callianassa Garthi Y Emerita Analoga, e os moluscos Mesodesma donacium e Donax marincovichi. Outras espécies associadas são os poliquetas (Toracofelia, Lumbrineris, Nephthys impressiona Y Hemipodus biannulatus).

As praias arenosas do Mar do Norte são caracterizadas por populações muito abundantes de caracol-filtro Olivella columellaris.

Litorais rochosos

Os litorais rochosos são ambientes bastante heterogêneos, com grande variedade de microhabitats, o que favorece o aumento da biodiversidade desse ecossistema.

Na zona supralitoral, gastrópodes predominam Nodilittorina Peruana e crustáceos Grapsus Grapsus.

Já na zona mesolitoral, localizada no trecho intermediário do litoral rochoso, que apresenta maior efeito das marés, as macroalgas prados dos gêneros PorolithonEnteromorpha, Hynea, Cladophora Y Gracilaria.

Quanto à fauna, as cracas dominam Jehlius cirratus e os bivalves Perumytilus purpuratus Y Semimytilus algosus.

Por fim, na área infralitoral, aquela que está sempre submersa, destacam-se os seguintes tipos de algas: Gelidium, Hypnea, Gracilaria Y Laurencia (algas vermelhas), Sargasum Y Dictyota (algas marrons), e Halimeda, Caulerpa, Ulva (algas verdes).

Além disso, nesta área existem inúmeras populações de cracas Austromegabalanus psittacus e o poliqueta Phragmatopoma moerchi. Algumas espécies de actínias também podem ser encontradas (Anthothoe chilensis Y Phymactis clematis).

Entre os peixes associados a esses ecossistemas litorâneos rochosos, o peixe-carro (Ballistes polylepis), o peixe-cenoura (Antennarius avalonis), a morena (Gymnothorax Pórfiro), o peixe bêbado (Scartichthys gigas) e ek trambollo (Labrisomos philipii).

Praias pedregosas

As praias rochosas representam a zona de transição entre as praias arenosas e as costas rochosas. Podem ser praias de seixos ou de bordas afiadas.

A fauna característica dessas praias é semelhante à dos costões rochosos. Porém, algumas peculiaridades se destacam, como a presença na zona supralitoral de isópodes. Ligia novaezelandiae, o poliquetaHemipodus biannulatus, e os crustáceos Pinnotherelia laevigata Y Cyclograpsus cinereus.

Na zona mesolitoral habita o anfípode Prisogaster niger. Enquanto na zona infralitoral, o anfípode é encontrado Tegula tridentata.

Ecossistemas marinhos

Recifes de coral

O ecossistema marinho mais representativo do mar tropical do Peru é o recife de coral. Estes constituem um dos ecossistemas com maior biodiversidade do mundo.

Os recifes de coral são encontrados em mares rasos, com temperaturas amenas (entre 25 e 29 ºC), principalmente na zona tropical e subtropical do planeta.

Os recifes de coral são sustentados por uma massa calcária formada por corais cimentados ao longo de milhões de anos. Corais crescem nessas estruturas complexas, formadas por colônias de pólipos que estabelecem uma associação simbiótica com algas zooxantelas fotossintéticas.

Nos recifes de coral do mar tropical do Peru coexistem diferentes espécies de corais, além de uma grande diversidade de outros invertebrados e peixes. Entre os peixes, predominam as famílias Serranidae, Pomacentridae, Labridae, Haemulidae, Diodontidae e Chaetodontidae.

A alta biodiversidade associada aos recifes de coral está ameaçada pelos efeitos das mudanças climáticas. O aumento da temperatura, a acidificação dos oceanos, o acúmulo de sedimentos e o aumento da concentração de nutrientes são as principais ameaças.

Nas águas do Pacífico Leste, acrescenta-se a influência da corrente El Niño. Devido ao aumento da temperatura da água, tem causado eventos irreversíveis de branqueamento de corais.

Alívio

O mar tropical do Peru varia desde a linha da maré baixa até 200 milhas no mar. Neste território existem três zonas distintas: a costeira, a nerítica e a oceânica.

Zona costeira

A zona costeira varia desde a zona costeira marinha até uma profundidade de 30 metros.

Zona nerítica

A zona nerítica vai desde a linha de 30 metros de profundidade até o limite da plataforma continental, aproximadamente 200 metros de profundidade.

No mar tropical do Peru, a zona nerítica contém a base continental. Tem 50 km de largura na altura do departamento de Tumbes e 40 km em frente ao deserto de Sechura. Ficando mais estreito no extremo sul do mar tropical.

Zona oceânica

A zona oceânica é aquela que se encontra após o limite da plataforma continental.Pode atingir milhares de metros de profundidade.

A zona oceânica inclui a encosta continental, uma depressão a oeste da base continental que ultrapassa os 6.000 m de profundidade. Nesta área estão os cânions subaquáticos, vales ou cavidades em encostas íngremes, semelhantes em aparência aos cânions na superfície da Terra.

Referências

  1. Mar de Grau. (2018, 3 de outubro). Wikipédia, a enciclopédia livre. Data da consulta: 09:23, 6 de janeiro de 2019 em https://es.wikipedia.org/w/index.php?title=Mar_de_Grau&oldid=111035165.
  2. Ministério do Meio Ambiente. 2010. Quarto relatório nacional sobre a aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica, anos 2006-2009. Lima Peru.
  3. Ministério do Meio Ambiente. 2014. Quinto relatório nacional sobre a aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica, anos 2010-2013. Lima Peru.
  4. Rodríguez, L.O. e Young, K.R. (2000). Diversidade Biológica do Peru: Determinando Áreas Prioritárias para Conservação. Ambio, 29 (6): 329-337.
  5. Tarazona, J., Gutiérrez, D., Paredes, C. e Indacochea, A. (2003). Visão geral e desafios da pesquisa em biodiversidade marinha no Peru. Gayana 67 (2): 206-231.