Ideologia de gênero: origens, ideologia e críticas - Ciência - 2023


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Ideologia de gênero: origens, ideologia e críticas - Ciência
Ideologia de gênero: origens, ideologia e críticas - Ciência

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o ideologia de gênero ou a teoria do gênero é uma doutrina desenvolvida nos últimos anos. XX e primeiros s. XXI. Ele argumenta que as diferenças entre o masculino e o feminino se devem a cânones sociais e culturais, deixando de lado as características biológicas dos indivíduos.

Essa corrente é derivada do marxismo cultural e se propõe a colocar o social antes do biológico, a fim de dar à pessoa o poder de definir e decidir sobre seu sexo, sexualidade e gênero. A teoria combina ideias da teoria queer, que define gênero como uma construção social.

A teoria de gênero também leva elementos do construcionismo social (papéis sociais e de gênero), feminismo e outros estudos relacionados à transexualidade, identidade sexual e sexo biológico.


origens

Embora seja um termo atual, autores e estudiosos concordam que o primeiro marco da ideologia de gênero foi a obra de Simone de BeauvoirO segundo sexo (1949), que se refere ao fato do homem ser capaz de exercer sua liberdade rejeitando a realidade anterior.

Uma das seções mais importantes do livro: “Você não nasce mulher, você nasce”, permitiu estabelecer que o gênero do indivíduo não é determinado até que ele comece a interagir na sociedade.

As abordagens de Beauvoir foram influenciadas por correntes neomarxistas, o que lhe permitiu extrapolar os termos principais e trazê-los para as relações entre homens e mulheres, ao formular novos conceitos sobre sexualidade.

Primeiros estudos

Em meados da década de 1950, o conceito e as implicações de gênero já estavam sendo tratados nos Estados Unidos. Um dos primeiros estudiosos foi o psicólogo John Money, que introduziu o papéis de gênero em seus estudos relacionados ao sexo cromossômico e sexo anatômico.


Isso também seria reforçado pelo psicanalista Robert Stoller, ao fazer pesquisas sobre os transexuais e as possíveis causas da falta de identidade sexual desde a infância. Mais tarde, isso seria chamado identidade de gênero.

Feminismo e a igualdade dos sexos

Um dos primeiros objetivos do feminismo da primeira onda era garantir igualdade social e política para homens e mulheres. No entanto, após a segunda metade do s. XX busca a paridade dos sexos em geral.

Ou seja, quando as diferenças biológicas foram deixadas para trás, foram impostos papéis sociais e comportamentos que tiveram que ser revogados.

Com o advento da Revolução Sexual dos anos 60, estabeleceram-se as primeiras críticas ao sistema tradicional de valores, como a manifestada no livro de Betty Friedman A mística feminina (1963).

Este trabalho destaca que, graças ao papel da mulher como mãe e dona de casa, ela não pôde assumir um papel mais ativo em público.


Postulados que deram origem à ideologia de gênero

Na época, postulados como os seguintes foram evidenciados:

- O homem usa o sexo como instrumento de dominação e poder.

- Para neutralizar o controle exercido, a liberação sexual é necessária. Ou seja, o sexo não é apenas para procriação.

- É preciso separar radicalmente o biológico do cultural. Isso se tornaria a pedra angular da teoria do gênero.

- O palco é criado para a formação de grupos a favor da diversidade sexual.

Durante a década de 1990, autores como Judith Butler deram os fundamentos teóricos e suporte para a Teoria de Gênero forte o suficiente para influenciar os anos vindouros.

Mesmo sua posição, bem como a de outros pensadores, foram aclamadas em 1995 na Quarta Conferência Mundial da Mulher, realizada em Pequim.

Ideologia

Como já mencionado acima, essa teoria encontra suas bases em várias correntes ideológicas:

- O marxismo cultural, que propõe uma revolução social, política e cultural contra o sistema de valores tradicional.

- A teoria queer, também consequência do surgimento da revolução sexual e do feminismo dos anos 60 e 70. Afirma que a identidade pessoal depende apenas da nossa vontade e está sujeita às nossas necessidades e desejos. Uma das maiores expoentes foi Judith Butler, que afirma que o gênero é fluido e múltiplo.

- Existencialismo ateu, gerado na obra de Beauvoir e originado do existencialismo de Sartre. Propõe que não existe entidade metafísica e religiosa, ao mesmo tempo que controla o medo da morte, visto que não existe uma figura que dê lugar a qualquer tipo de salvação.

Elementos essenciais do indivíduo

Alguns autores destacam a necessidade de incluir três aspectos essenciais para a construção da identidade do indivíduo, fator importante neste caso:

Sexo biológico

Determinado por traços físicos e biológicos.

Sexo psicológico

Dado pelo conjunto de experiências relacionadas ao masculino e feminino.

Sexo sociológico

A percepção das pessoas sobre o indivíduo.

Principais características da ideologia de gênero

- O ser humano nasce sexualmente neutro.

- Evita-se qualquer distinção entre homem e mulher.

- Espera-se que não haja diferenças entre os comportamentos ou responsabilidades estabelecidas entre homens e mulheres no ambiente familiar.

- Entende-se por família qualquer tipo de grupo humano.

- Apoia a legalização da união de membros do mesmo sexo.

- Aceite as várias tendências sexuais.

- Reconhecer a multiplicidade de gêneros.

- O social precede o biológico. Ou seja, determinar a masculinidade ou feminilidade depende do que a pessoa acredita sobre si mesma e não das características de seu corpo.

Levando em consideração essas principais correntes ideológicas e as dimensões envolvidas no processo de identidade sexual, a Teoria de gênero surgiu para se consolidar no final dos s. XX. Sua validade permanece em nossos dias.

criticas

Intelectuais, teóricos, filósofos e até membros da Igreja Católica têm manifestado seu desacordo quanto à teoria de gênero, expressando assim uma série de críticas. Os mais comuns são os seguintes:

- Acredita-se que seja parte de um projeto voltado para a destruição da família.

- Alguns vêem como uma doutrina que se quer impor pela força e com violência.

- Afirmam que promove a cultura da morte.

- Tem uma visão reducionista da realidade.

Referências

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