10 barreiras à criatividade em crianças e adultos - Ciência - 2023
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Contente
- O que é criatividade?
- As barreiras para a criatividade
- 2- Dificuldade em não investigar o óbvio
- 3- Dificuldade em perceber relacionamentos remotos
- 4- Acredite que fantasiar é perda de tempo
- 5- Necessidade de adaptação às regras
- 6- Fé excessiva na lógica e na razão
- 7-Segure a primeira ideia que surgir
- 8- Incapacidade de autocrítica
- 9- Medo de estar errado
- 10- Barreiras conativas
- Referências
As barreiras de criatividade Os principais são a dificuldade de perceber relacionamentos distantes, a crença de que fantasiar é uma perda de tempo, depender demais da lógica e da razão, a incapacidade de autocrítica e o medo de errar.
Bloqueios ou falta de ideias são fenômenos que todos os humanos vivenciam em algum ponto ou outro. Na verdade, certamente todos nós ficamos frustrados quando enfrentamos um problema e não encontramos as soluções que desejamos ou precisamos.
Porém, há pessoas que têm maior facilidade para gerar alternativas e desenvolver habilidades criativas e pessoas que têm mais dificuldade em adotar esse tipo de pensamento.
Cada pessoa possui características mentais diferentes que podem predispor mais ou menos a gerar novas ideias ou diferentes pontos de vista em diferentes situações. Quando uma pessoa supera esses aspectos com relativa facilidade, é provável que tenha uma capacidade criativa muito alta.
O que é criatividade?
Criatividade é uma habilidade cognitiva caracterizada pela geração de idéias e conceitos originais, ou novas associações entre idéias e conceitos conhecidos.
Essa aptidão costuma ser vital para a obtenção de soluções originais, ou seja, encontrar uma forma de fazer ou de resolver problemas diferente das previamente estabelecidas.
Desta forma, criatividade é considerada sinônimo de "pensamento original", "imaginação construtiva" ou "pensamento divergente".
Essa habilidade é possuída por todas as pessoas, embora algumas tenham uma capacidade maior de gerar pensamentos criativos do que outras. Esse fato é explicado do ponto de vista das diferenças individuais.
O modo de ser, os estilos de pensamento, aprendizagem, funcionamento emocional, capacidades cognitivas e fatores sociais e culturais, intervêm na definição das capacidades criativas de uma pessoa.
As barreiras para a criatividade
As barreiras à criatividade são popularmente conhecidas como blocos ou blocos de criatividade. Por mais criativa que seja uma pessoa, não existe ninguém que nunca tenha experimentado um bloqueio ou dificuldade em desenvolver a criatividade.
Na verdade, como o criador da estratégia de Desenvolvimento dos Blocos de Criatividade, Alvin L. Simberg, postula, o tipo natural de pensamento dos seres humanos não é criativo.
As pessoas têm um alto grau de necessidade de socialização, o que influencia nosso comportamento e nosso estilo cognitivo. Para nos integrarmos à sociedade, devemos adotar uma série de normas e pensamentos compartilhados, fato que contrasta com o pensamento divergente e a capacidade criativa.
Porém, muitas vezes queremos fazer uso desta capacidade e deste modo diferente de pensar, pois nos permite encontrar um maior número de soluções, temos pensamentos e ideias originais de grande valor.
Quando queremos fazer uso da criatividade, precisamos superar essas barreiras para que os bloqueios não apareçam. Em geral, os bloqueios podem ser causados por fatores como racionalismo extremo, abordagens superficiais, falta de confiança, motivação reduzida ou pouca capacidade de ouvir os outros.
Como podemos ver, aspectos cognitivos, perceptivos, sociais e emocionais estão envolvidos. Abaixo revisamos as 10 principais barreiras à criatividade que impedem o surgimento dessa habilidade e causam a presença de bloqueios.
1- Dificuldade em isolar
Provavelmente, essa é a principal barreira à criatividade que impede, desde o início, o surgimento do pensamento divergente. É uma barreira perceptiva e reside na análise e avaliação que se faz dos conceitos.
A dificuldade de isolar um problema dos problemas com os quais está relacionado, imediatamente origina um pensamento rígido no qual a busca por alternativas se torna muito complicada.
Esse fenômeno pode estar associado à expressão popular "uma árvore não nos deixa ver a floresta" e costuma aparecer com muita frequência. As pessoas organizam os conteúdos em nossa mente de forma organizada, com categorias e classificações que nos permitem ter uma certa ordem nos conceitos.
No entanto, quando nos propomos a usar o pensamento criativo, essa forma de perceber os elementos deve desaparecer.
É necessário tentar analisar os conceitos separadamente, sem levar em conta seus aspectos relacionados, uma vez que a relação previamente estabelecida limita a possibilidade de adotar outros pontos de vista.
2- Dificuldade em não investigar o óbvio
As pessoas estão acostumadas a adotar um estilo de pensamento linear, cotidiano e comum. Muitas coisas são tidas como certas e o porquê ou as características mais específicas não são questionadas.
As cadeiras costumam sentar-se porque foi assim que nos ensinaram, foi assim que aprendemos e assim ficou guardado na nossa memória.
Desse modo, raramente questionaremos por que as cadeiras são usadas para sentar ou por que não podem servir para outras funções ou ser usadas de maneira diferente. Este aspecto, como o anterior, cria uma barreira perceptiva à criatividade.
Não questionar as coisas mais óbvias ajuda-nos a ter um estilo de pensamento organizado e bem estabelecido, essencial para o bem-estar mental de uma pessoa.
Porém, esse mesmo fato também limita nossa capacidade criativa e elimina o surgimento de alternativas.
Para adotar um estilo de pensamento criativo, você começa questionando o óbvio e não considerando nada como garantido. O que é dado como certo se refere a um estilo organizado de pensamento, mas é antagônico à criatividade.
3- Dificuldade em perceber relacionamentos remotos
As dificuldades em perceber relacionamentos remotos devem ser levadas em consideração. Perceber relacionamentos improváveis refere-se à capacidade de formar ou transferir conceitos.
Na verdade, constitui o nó de todo o processo de aprendizagem e significa a capacidade de ver uma solução em uma área e também poder ver sua aplicação em outras áreas.
Quando "buscamos" criatividade, as pessoas acreditam que a busca por relacionamentos e associações é de vital importância. E de fato é verdade, a criatividade está em encontrar novas ideias, conceitos originais e diferentes associações entre conceitos e ideias pré-estabelecidas.
No entanto, as pessoas tendem a associar aspectos semelhantes ou relativamente relacionados, e nos custa muito mais fazer relacionamentos mais remotos ou incomuns.
Para desenvolver a criatividade e evitar bloqueios, é importante ir além e relacionar conceitos separados, ideias desconexas, aspectos que dificilmente poderíamos pensar que poderiam estar relacionados.
4- Acredite que fantasiar é perda de tempo
Muitas vezes, a necessidade de ser criativo surge em momentos de estresse, muito trabalho ou a necessidade de encontrar soluções rapidamente.
Esse fato já cria uma desvantagem a mais para o desenvolvimento dessa habilidade mental, uma vez que a criatividade não tem tempos de aparecimento estabelecidos. Na verdade, você não pode prever quando uma ideia original aparecerá ou quando teremos novas soluções para um problema.
Do ponto de vista sócio-cultural, pode parecer que fantasiar é uma perda de tempo. A demanda, a produtividade e a necessidade de ser eficaz podem ser inimigos muito importantes da criatividade.
Quando estamos prestes a adquirir pensamentos originais, devemos reservar um tempo. A especulação sempre foi um precursor da invenção, a maioria das novas invenções ou produtos foram em algum momento um simples desejo ou fantasia de alguém.
Para criar, é importante fantasiar, mesmo que isso implique um maior dispêndio de tempo.
5- Necessidade de adaptação às regras
Continuando com o conjunto de barreiras à criatividade englobadas nos aspectos sociais e culturais, surge a necessidade de adaptação às normas.
O pensamento divergente não é a maneira de pensar que as pessoas adotam naturalmente. Este fato se explica pela necessidade que o ser humano tem de se adaptar, e estabelecer pensamentos e conceitos comuns para todos que nos permitem conviver.
Assim, o estilo de pensamento que nos permite integrar na sociedade é o mesmo que pode limitar o surgimento da criatividade. Quando queremos adotar o pensamento criativo, temos que deixar de lado as normas ou conceitos socialmente estabelecidos.
Se apresentarmos uma grande necessidade de adaptação ao que já foi estabelecido, teremos maiores dificuldades em estabelecer novas ideias e conceitos e a capacidade criativa pode ser muito limitada.
6- Fé excessiva na lógica e na razão
Embora possa parecer contra-intuitivo, ter fé excessiva na lógica e na razão pode criar uma barreira significativa à criatividade.
Lógica e razão são conceitos necessários, mas se baseiam em aspectos previamente estabelecidos. É lógico e racional que, antes de cozinhar um macarrão, seja necessário esquentar a água até ferver.
No entanto, a ideia que existia nos séculos anteriores de que apenas máquinas mais leves que o ar podiam voar também era lógica e racional.
A ciência está avançando em grande velocidade e mais e mais conceitos estão sendo comprovados por meio de evidências irrefutáveis.
No entanto, hoje nem tudo é governado pela ciência e embora deva ser feito de uma forma relativamente equitativa, para nos aproximarmos da criatividade, muitas vezes temos que nos afastar um pouco da lógica e da razão.
7-Segure a primeira ideia que surgir
Com isso começamos a discutir o conjunto de barreiras emocionais à criatividade, que podem adquirir maior importância do que todas as discutidas até agora.
O apego à primeira ideia que surge constitui uma necessidade de autoafirmação, de acreditar que se é rápido e eficiente e que com um único pensamento já se encontrou uma solução magnífica.
E, de fato, muitas vezes a primeira ideia pode ser boa, mas mantê-la é a pior barreira para a criatividade. Quando tentamos gerar alternativas, devemos adquirir a noção de que devemos produzir um grande número de ideias.
Este fato não proporcionará um maior número de alternativas e a mesma aparência de ideias pode catapultar outros pensamentos diferentes.
Pode acontecer que, ao terminar, a primeira ideia acabe sendo a melhor de todas, mas, independentemente de suas qualidades, nunca devemos parar nela antes de gerar muitas outras.
8- Incapacidade de autocrítica
Se não formos capazes de nos criticar ou ver nossas próprias falhas, a criatividade ficará comprometida.
O pensamento divergente requer novas concepções de qualquer aspecto, mas também requer uma avaliação do que é gerado.
Para sermos criativos temos que ver os nossos pontos fracos, aceitar os erros e tentar constantemente melhorar-nos, caso contrário cairemos num pensamento monótono e inalterado.
9- Medo de estar errado
Diante do medo do erro, as pessoas adotam automaticamente os pensamentos mais seguros que nos fornecem sentimentos de confiança. No entanto, pensamentos de segurança são caracterizados por serem socialmente aceitos e, portanto, por não serem inovadores.
Muitas ideias criativas não florescem porque você tem medo das críticas de outras pessoas. Uma ideia criativa em si mesma é nova para os outros, portanto, sempre pode ser criticada.
Assim, para desenvolver a criatividade você deve ser capaz de superar esse medo e evitar pensamentos temerosos sobre a ideia gerada.
10- Barreiras conativas
A falta de vontade ou atitude pode ser uma barreira poderosa à criatividade. Se não houver curiosidade, interesse ou motivação pelo que nos rodeia, não haverá criatividade.
Em geral, a criatividade é um estilo de pensamento que está ligado à motivação e à convicção. Pensamentos apáticos ou desmotivados nunca são criativos.
Referências
- Ballester Vallri, Antonio (2002). Aprendizagem significativa na prática. Como tornar o aprendizado significativo na sala de aula. Espanha.
- Csikszenmihalyi, M. (1998). Criatividade. Fluxo e a psicologia da descoberta e invenção. Paidos. Barcelona.
- De Bono, E. (1999). Pensamento criativo. O poder do pensamento lateral para a criação de novas ideias. México. Editorial Paidós Plural.
- Guilford, J. P. et al. Compiler: Strom, R. D. (1983). Criatividade e educação. Espanha. Edições Paidos.
- Mitjáns, M. A. (1995). Personalidade de criatividade e educação. A Havana. Editorial Pueblo y Educación.
- Ulmann, G. (1972). Criatividade. Madrid. Ediciones Rialp, S. A