Diáfise: funções, composição e fraturas diafisárias - Ciência - 2023


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Diáfise: funções, composição e fraturas diafisárias - Ciência
Diáfise: funções, composição e fraturas diafisárias - Ciência

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odiáfise É a parte central dos ossos longos. É responsável por sustentar o peso do corpo como colunas e, ao mesmo tempo, aumentar a força dos músculos funcionando como alavanca. Nem todos os ossos têm diáfise, apenas ossos longos. As estruturas ósseas onde se encontra localizam-se principalmente nas extremidades.

Assim, os ossos do corpo que apresentam diáfise são: nas extremidades superiores, o úmero, o rádio, a ulna (anteriormente conhecida como ulna), os metacarpos e as falanges; e nas extremidades inferiores os ossos com diáfise são o fêmur, tíbia, fíbula (anteriormente conhecido como fíbula), metatarsos e falanges.

Além dos citados anteriormente, as costelas e clavículas também são ossos longos com diáfise, embora não sejam encontrados nas extremidades. Todos os ossos com diáfise são conhecidos como ossos longos e, além da parte central (diáfise), possuem duas partes adicionais.


Essas duas partes são as epífises, localizadas nas extremidades do osso; e as metáfises, que se localizam na junção da diáfise com a epífise. Cada uma dessas seções do osso tem funções específicas para o bom funcionamento do esqueleto.

Os demais ossos do corpo não apresentam diáfise. Eles são classificados como ossos achatados e sua estrutura e função são diferentes daquelas dos ossos longos.

Composição da diáfise

Em geral, os ossos longos são compostos por duas partes bem diferenciadas: o córtex ou osso cortical e a medula óssea.

O córtex representa o exterior do osso e é coberto pelo periósteo, enquanto a medula ocupa o interior do osso, com vasos sanguíneos e linfáticos percorrendo-o.

Osso cortical

O córtex é constituído por osso denso, de estrutura laminar, muito duro e com uma certa torção que lhe permite suportar as grandes tensões a que habitualmente é submetida a diáfise.


O córtex é organizado como um tubo, o que permite que o osso seja muito forte, mas ao mesmo tempo leve. Porém, não é um tubo oco, mas com um tecido muito importante em seu interior: a medula óssea.

Por fora, a diáfise dos ossos longos é recoberta por uma fina camada de tecido fibroso ricamente inervado conhecido como “periósteo”, que é responsável pela sensibilidade e ao mesmo tempo funciona como ponto de ancoragem para as inserções de músculos e tendões.

Medula óssea

A medula óssea é um tecido mole constituído por células hematopoiéticas (que produzem os glóbulos vermelhos) durante a infância. Mais tarde, eles são compostos principalmente de tecido adiposo.

A medula óssea funciona como um amortecedor, absorvendo as forças que são geradas para o interior da diáfise.

Funções de diáfise

As diáfises têm duas funções principais:

1- Essa estrutura é capaz de suportar o peso do corpo humano como um “pilão ou coluna”, principalmente a diáfise do fêmur e a diáfise da tíbia; A diáfise do úmero e a diáfise da ulna (rádio) também podem fazê-lo, embora em menor extensão e por um período limitado.


2- Serve de ponto de ancoragem para os músculos (através dos tendões) e certos ligamentos, permitindo que a força gerada pelo sistema muscular não só seja transmitida aos ossos, mas seja ampliada atuando como alavancas.

Como há mais de um músculo que se insere na diáfise dos ossos, estes possuem estruturas especializadas que permitem aumentar a superfície de inserção (por exemplo, a linha rugosa na diáfise do fêmur). Essas estruturas formam sulcos e vales na diáfise onde os tendões dos músculos se inserem individualmente.

Em geral, os músculos estão ligados a dois ossos consecutivos, passando, na maioria dos casos, por uma articulação (a junção entre dois ossos específicos). Então, dependendo do ponto fixo que leva a contração muscular, haverá um movimento ou outro no membro.

Fraturas diafisárias

As fraturas diafisárias são as mais comuns em ossos longos. Geralmente ocorrem devido a um impacto direto, onde a força é aplicada perpendicularmente ao longo eixo do osso.

De acordo com suas características, as fraturas diafisárias podem ser classificadas em simples (quando a diáfise é fraturada em um único ponto), complexas (quando a fratura ocorre em dois ou mais pontos) e cominutivas (quando a diáfise é fraturada em vários fragmentos).

Além disso, as fraturas podem ser transversais (a linha de fratura tem direção perpendicular ao longo eixo do osso), oblíquas (a linha de fratura entre 30 e 60º em relação ao longo eixo do osso) e espirais (formam uma espiral ao redor a diáfise).

Dependendo do tipo de fratura, o tipo de tratamento é decidido. Eles têm duas opções básicas: tratamento ortopédico e tratamento cirúrgico.

Tratamento ortopédico

O tratamento ortopédico (conservador ou não invasivo) consiste na imobilização do membro onde ocorre a fratura diafisária com elemento ortopédico.

Modelos de gesso ou gesso são geralmente usados, embora dispositivos de imobilização como tração esquelética também possam ser usados.

O objetivo desse tratamento é manter as pontas da fratura em contato para permitir que o tecido cicatricial forme um calo que acabará por fundir as duas pontas.

O tratamento ortopédico geralmente é reservado para fraturas simples e transversais, embora não seja uma condição sine qua non.

Por outro lado, é o tratamento de escolha, desde que não haja contra-indicação em crianças, pois procedimentos cirúrgicos podem lesar a fise e comprometer o comprimento final do membro.

Nos casos de fraturas diafisárias dos ossos longos das mãos e pés -metacarpos e metatarsos-, o tratamento de escolha geralmente é ortopédico (imobilização) embora em alguns casos seja necessária cirurgia.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico das fraturas diafisárias consiste na realização de cirurgia. Por meio de uma incisão na pele, é feito o acesso aos planos musculares, que são separados para se ter acesso ao local da fratura.

Uma vez no local, podem ser utilizados diversos materiais sintéticos, como as placas corticais com parafusos corticais, ideais para a diáfise de ossos não carregados como úmero, ulna, rádio e fíbula.

Também podem ser utilizadas hastes endomedulares (bloqueadas ou não com parafusos corticais), ideais para o tratamento de ossos de carga, como o fêmur e a tíbia.

Independentemente do material de osteossíntese escolhido, o procedimento é realizado pelo cirurgião ortopédico sob anestesia geral. O objetivo é manter todos os fragmentos da fratura unidos pela haste ou placa, o que não seria possível em alguns casos com tratamento ortopédico.

Nos casos de fraturas diafisárias do metacarpo e do metatarso, costuma-se usar fios ou parafusos especiais como material sintético, embora esses procedimentos sejam reservados para fraturas muito complexas que não seriam resolvidas com tratamento ortopédico.

Esse tratamento geralmente é reservado para fraturas espirais, cominutivas ou complexas, desde que não haja contra-indicação.

Referências 

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