Clostridium difficile: características, morfologia, habitat - Ciência - 2023
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Contente
- Taxonomia
- Morfologia
- Características gerais
- É gram positivo
- Produz esporos
- Metabolismo
- Habitat
- É patogênico
- Condições de cultivo
- Produz toxinas
- É catalase negativa
- Hidrolisa a gelatina
- É indol negativo
- É urease negativo
- Não reduz nitratos
- Patogenia
- Fatores de virulência
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
Clostridium difficile É uma bactéria gram positiva que pertence ao grupo dos firmicutes e também faz parte da flora bacteriana do intestino. Foi isolado em 1935 por Hall e O'Toole.
Constitui uma bactéria de tipo patogênico, especificamente no nível intestinal. As infecções por essas bactérias são muito comuns em pessoas que estão em um regime de antibióticos de longo prazo.
Trata-se de uma bactéria que nos últimos anos tem se tornado um verdadeiro problema, principalmente nos hospitais, à medida que aumenta cada vez mais o número de pacientes infectados. Soma-se a isso a alta resistência que possui às medidas de higiene comuns.
Alguns especialistas consideram que talvez essa resistência se deva ao desenvolvimento de uma cepa que sofreu mutação, adquiriu resistência aos medicamentos convencionais e é mais virulenta.
A faixa etária mais vulnerável à infecção por Clostridium difficile são os idosos, que por natureza têm um sistema imunológico mais sujeito à depressão. Isso é comprovado pelas inúmeras estatísticas que acompanham os diversos estudos realizados sobre o assunto.
o Clostridium difficile é uma bactéria que, se não tratada a tempo, pode causar complicações graves, incluindo a morte.
Taxonomia
A classificação taxonômica do Clostridium difficile É o seguinte:
Domínio: Bactéria
Divisão: Firmicutes
Classe: Clostridia
Ordem: Clostridial
Família: Clostridiaceae
Gênero: Clostridium
Espécies:Clostridium difficile
Morfologia
o Clostridium difficile É uma bactéria em forma de bastonete (alongada). Eles têm bordas arredondadas e flagelos em sua superfície. Eles têm 0,5-3 mícrons de largura por 6 mícrons de comprimento.
As células são circundadas por uma parede celular composta por uma espessa camada de peptidoglicano. Possui também polímeros, conhecidos como PSI, PSII e PSIII.
Esses polímeros são semelhantes ao ácido teicóico e ao ácido lipoteicóico, presentes em outras bactérias gram-positivas. Os componentes da membrana celular têm sido objeto de estudo porque desempenham um papel indispensável na área terapêutica.
Nas culturas, observam-se colônias translúcidas levemente elevadas, com mosqueamento cristalino. Da mesma forma, exalam um cheiro característico de estrume.
O DNA dessa bactéria está concentrado em um cromossomo circular, que possui 29% de nucleotídeos de citosina e guanina. Da mesma forma, apresenta um plasmídeo circular que contém 28% de nucleotídeos do mesmo tipo mencionado.
Características gerais
É gram positivo
o Clostridium difficile fica roxo quando sujeito à coloração de Gram. Isso indica que sua parede celular contém peptidoglicano, que, devido à sua estrutura, retém as moléculas do corante, fazendo com que adote a referida cor.
Produz esporos
Esta bactéria produz esporos quando as condições ambientais são desfavoráveis. Esses esporos podem sobreviver por um período de cerca de dois anos em condições hostis. Assim que estes mudam e se tornam favoráveis, os esporos germinam, criando novas células da bactéria.
Metabolismo
o Clostridium difficile Possui um metabolismo que se baseia principalmente na fermentação de alguns açúcares, sendo o principal a glicose. Da mesma forma, também fermenta frutose, manitol, manose e celobiose.
Habitat
Esta bactéria é onipresente. Está presente na microbiota normal do trato gastrointestinal humano como comensal. Também é encontrado no solo, areia e feno. Ele também foi isolado de animais de fazenda, roedores e animais domésticos, como cães e gatos.
É patogênico
o Clostridium difficile É considerado um agente patogênico, pois por meio de esporos é capaz de gerar certas patologias. Tem preferência pelo trato gastrointestinal, onde germina e causa doenças como a colite pseudomembranosa.
Condições de cultivo
Esta bactéria pode prosperar em condições de crescimento variadas. A faixa de temperatura aceita está entre 25 e 45 ° C. Sua temperatura ótima é 30-37 ° C.
Produz toxinas
A bactéria produz duas toxinas, A e B. Ambas as toxinas atuam ao nível das células epiteliais do intestino, desencadeando uma série de alterações que conduzem ao desenvolvimento de patologias como a diarreia associada a Clostridium difficile, Colite Pseudomembranosa e Diarreia Associada a Antibióticos.
É catalase negativa
Esta bactéria não é capaz de sintetizar a enzima catalase. Isso significa que ele não pode desdobrar o peróxido de hidrogênio (H2OU2) em água e oxigênio.
Hidrolisa a gelatina
o Clostridium difficile sintetiza as enzimas da gelatinase, que permitem que a gelatina se liquefaça. Isso fica evidente nas culturas, nas quais um halo transparente é observado ao redor das colônias.
É indol negativo
Essa bactéria não sintetiza o grupo de enzimas conhecidas como triptofanases. Por causa disso, ele não é capaz de quebrar o indol da molécula do aminoácido triptofano. Este é um teste que diferencia o Clostridium difficile de outras bactérias e até mesmo outras do gênero Clostridium.
É urease negativo
As bactérias são capazes de hidrolisar a uréia em dióxido de carbono e amônia. Isso porque ele não sintetiza a enzima urease, pois não possui os genes para isso.
Não reduz nitratos
o Clostridium difficile Ele não sintetiza a enzima nitrato redutase, portanto, não pode reduzir nitratos a nitritos. Isso também constitui um teste de identificação e diferenciação de bactérias.
Patogenia
Esta bactéria é um patógeno humano reconhecido. Causa algumas doenças, como colite pseudomembranosa. A bactéria entra no corpo por via oral, principalmente por meio do contato com pessoas infectadas.
O curso da infecção depende se as formas vegetativas ou os esporos são ingeridos. No primeiro caso, as formas vivas da bactéria são eliminadas no estômago, graças ao alto nível de acidez ali existente.
Em vez disso, os esporos são projetados para resistir às condições ambientais adversas, resistindo efetivamente às condições do estômago.
Os esporos chegam ao intestino delgado e ali germinam, produzindo as formas vegetativas da bactéria. Eles chegam ao intestino grosso, onde as condições são ideais para sua reprodução. Aqui coloniza a mucosa, causando a apresentação dos sintomas que caracterizam a colite pseudomembranosa.
Essa doença também pode ser causada por outro mecanismo. Quando as pessoas são submetidas a terapia prolongada com antibióticos, a microbiota gastrointestinal fica desequilibrada.
Isso faz com que o Clostridium difficile, que é habitante regular desta flora, prolifera incontrolavelmente, dando lugar a doenças.
Fatores de virulência
Os fatores de virulência que contribuem para a bactéria Clostridium difficile causar danos à mucosa gastrointestinal são os seguintes:
- Toxinas (A e B): ambas as toxinas têm diversos efeitos nas células do intestino. Entre eles podemos citar: indicam produção de toxina, necrose hemorrágica, além da despolimerização da actina com perda do citoesqueleto.
- Adesivos: São moléculas responsáveis por promover a união correta das bactérias com as células do cólon humano.
- Enzimas hidrolíticas: entre elas estão: hialuronidase, gelatinase e L-prolina-aminopeptidase, entre outras. Essas enzimas produzem uma atividade hidrolítica. Da mesma forma, aumentam, por meio de seus mecanismos de ação, a disponibilidade de nutrientes no intestino para a bactéria.
- Esporos: Como já foi indicado, os esporos sobrevivem a condições ambientais adversas e até mesmo ao nível de azia.
Sintomas
Entre os sintomas mais proeminentes de patologia intestinal causada por Clostridium difficile pode ser mencionado:
- Febre
- Diarréia aquosa
- Dor abdominal
- Doença
- Anorexia
- Distensão abdominal
- Desidratação
- Mal estar, incomodo geral
Ao nível do epitélio intestinal, podem ser vistas algumas lesões que indicam a evolução da doença:
- Lesão precoce (Tipo I): aqui é observada necrose epitelial, na qual há exsudatos e neutrófilos no cólon.
- Lesão Tipo II: é uma ulceração epitelial (tipo vulcão), no meio da mucosa intacta.
- Lesão Tipo III: aqui há uma ulceração recoberta por uma espécie de membrana, que é formada por restos celulares e leucócitos.
Diagnóstico
Quando se suspeita que uma pessoa pode estar apresentando sinais e sintomas de infecção por Clostridium difficile, certos testes são realizados para diagnosticar com segurança.
Esses testes incluem o seguinte:
- Exame de fezes: é a primeira opção para diagnosticar esta patologia. Existem vários testes que podem ser realizados nas fezes, incluindo: ensaio imunoenzimático, reação em cadeia da polimerase (PCR) e teste de citotoxicidade celular.
- Exame de cólon: Através de uma colonoscopia ou sigmoidoscopia, o médico pode apreciar diretamente as características da mucosa do intestino grosso.
- Diagnóstico por imagem: esses tipos de exames incluem raios-X ou tomografia axial computadorizada (TC). Eles são usados para determinar se houve complicações decorrentes da infecção. Esses tipos de estudos são atribuídos a pessoas que sofrem de casos graves de infecção por Clostridium difficile.
Tratamento
Quando o quadro clínico é causado por administração prévia de antibióticos, a primeira medida é suspender o referido medicamento. Espera-se que com esta medida o quadro se inverta.
Se isso não acontecer, opta-se por administrar um tratamento antibiótico com medicamentos aos quais a bactéria é notavelmente suscetível. Dentre eles, os mais reconhecidos e utilizados são o metronidazol e a vancomicina.
Referências
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- Chu, M., Mallozi, M., Roxas, B., Bertolo, L., Monteiro, M., Viswanathan, V. e Vedantam, G. (2016). PARA Clostridium difficile O locus do glicopolímero da parede celular influencia a forma bacteriana, a produção de polissacarídeos e a virulência. PLOS Pathogens. 12 (10).
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