Epiderme: formação, características, camadas, funções - Ciência - 2023
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Contente
- Caracteristicas
- Camadas
- Camada de tesão
- Camada granulada
- Manto espinhoso
- Camada basal
- Treinamento
- Características
- Proteção
- Fotoproteção
- Termorregulação
- Percepção
- Troca de substâncias
- Síntese de vitamina D
- Auto-reparo de feridas
- Função não biológica em humanos
- Referências
o epiderme É a camada mais superficial da pele e tem funções principalmente de proteção contra a presença de agentes mecânicos, químicos ou luz ultravioleta. A espessura dessa camada em humanos depende da área estudada, variando de 0,1 mm nas áreas mais delicadas a 1,5 mm nas regiões espessas.
Estruturalmente, é composto por quatro camadas ou estratos: córnea, granular, espinhosa e basal. Nesta última região encontramos células em divisão constante que formam os queratinócitos - células que dominam a composição da epiderme - que farão parte do restante das camadas.
Quanto à origem embriológica, a epiderme provém do ectoderma superficial e, no quarto mês de gestação, as quatro camadas da estrutura já podem ser diferenciadas.
Caracteristicas
A pele é o órgão que ocupa a maior superfície - com área superior a 2 m2 e com peso aproximado de 4 kg - por isso cumpre uma grande variedade de funções, principalmente proteção.
Este órgão possui uma estrutura composta por duas camadas principais: a derme e a epiderme.
É caracterizada pela presença de queratina. Essa proteína é sintetizada por um número significativo de células epidérmicas chamadas de queratinócitos, que estão associadas à termorregulação e outras formas de proteção. São as células mais abundantes da epiderme.
Outras células que fazem parte da epiderme, mas em menor quantidade do que os queratinócitos, são os melanócitos. São eles os responsáveis pela produção da melanina, molécula responsável por dar cor à pele e protegê-la.
Não se observam vasos sanguíneos ou linfáticos na epiderme, pois a nutrição ocorre na camada seguinte, a derme, que é irrigada por esses componentes.
Camadas
Na epiderme, podemos reconhecer quatro camadas ou estratos principais. Estas são a camada córnea, a camada granular, a camada espinhosa e a camada basal. A seguir, descreveremos as características mais relevantes de cada estrato celular:
Camada de tesão
A camada mais externa da epiderme é a córnea. É constituído por várias camadas de células mortas chamadas queratinócitos. Essas células são produtoras de uma proteína fibrosa chamada queratina.
As células que as compõem são caracterizadas por serem grandes, planas e de formato poliédrico. Eles são empilhados em camadas verticais com aproximadamente 25 camadas de espessura, embora mais de 100 camadas possam ser encontradas nas palmas das mãos e pés.
Um composto lipídico é responsável por unir as células da camada córnea de forma altamente comprimida, da mesma forma que os tijolos são unidos com o cimento em uma construção.
A taxa de substituição dessas estruturas é bastante elevada, pois estão continuamente sendo perdidas e substituídas.
A função imediata desta camada é a proteção contra atrito e outros distúrbios físicos. Graças às suas propriedades impermeáveis, evita-se a perda de água.
Quando a camada é exposta a perturbações contínuas - como fricção, por exemplo - ela tende a engrossar e formar "calosidades".
Camada granulada
Imediatamente após a camada córnea encontramos a granulosa, formada por lâminas de queratinócitos que degeneram gradualmente até morrer e são substituídas por outras células, sofrendo de descamação constante.
É chamada de "granulosa", pois um conjunto de grânulos escuros compostos por cerato-hialina pode ser facilmente visto ao microscópio.
Este composto dos grânulos é feito de duas proteínas:
- Profilaggrin, que é o precursor da filagrina, proteína que participa da cornificação da pele
- Involucrin, relacionado à queratinização.
Existem também grânulos lamelares que, ao contrário dos grânulos anteriores, só podem ser visualizados por microscopia eletrônica.
Dentro desses grânulos encontramos uma grande quantidade de polissacarídeos, glicoproteínas e lipídios que ajudarão a unir as células do estrato córneo. Ou seja, eles servirão como uma espécie de cimento molecular.
Nestes grânulos também encontramos enzimas com funções de degradação, responsáveis pela eventual destruição do núcleo celular e organelas.
Manto espinhoso
A terceira camada da epiderme também é composta por queratinócitos. No entanto, a forma dessas células não é mais plana, mas adquire formas irregulares com inúmeras faces, que lembram diferentes formas geométricas.
Nessa camada estão os melanócitos e outras células relacionadas à resposta imune, chamadas células de Langerhans.
Os melanócitos são células dendríticas e produtoras de pigmento. Os dendritos se estendem para as células desse estrato, servindo como condutores de pigmento.
As células de Langerhans também são células dendríticas. Eles são derivados da medula óssea e constituem cerca de 5% das células da epiderme. Essas células são idênticas aos macrófagos vistos em outros tecidos. Portanto, essas células funcionam como barreiras imunológicas típicas da pele.
A estrutura do estrato espinhoso determina em grande parte as propriedades mecânicas da pele, pois é resistente aos danos mecânicos e, ao mesmo tempo, bastante flexível.
Camada basal
A última camada é formada por uma fina camada de queratinócitos, cujas formas se assemelham a um cubo ou cilindro. É bastante ativo do ponto de vista metabólico e também do ponto de vista da divisão celular. Nesse ponto, os limites entre a epiderme e a derme são estabelecidos.
As células da camada basal são, em sua maioria, indiferenciadas e em contínuo processo de proliferação.
Nesta camada são geradas células para substituir aquelas que morrem nas regiões mais superficiais. Ou seja, eles são produzidos neste estrato e então têm a capacidade de migrar para onde são necessários. O tempo médio de migração da camada basal é de cerca de duas semanas. Se a pele for ferida, esse processo aumenta sua velocidade.
Por este motivo, a capacidade regenerativa da pele depende em grande medida do estado da camada basal. Caso a camada seja afetada, enxertos de pele serão necessários.
Algumas regiões do corpo possuem uma camada adicional de epiderme. As palmas das mãos e dos pés costumam ser ligeiramente mais grossas graças à presença de outra camada superficial chamada camada lúcida.
Treinamento
Das três camadas embrionárias, a pele tem uma formação dupla. Enquanto a derme se desenvolve a partir do mesênquima, a epiderme se desenvolve a partir do ectoderma superficial.
Nos primeiros estágios de desenvolvimento, o embrião é coberto por uma única camada de células ectodérmicas. Na sexta semana de gestação, o epitélio sofre divisão e uma camada de células chamada periderme aparece.
O desenvolvimento celular continua até que uma terceira camada seja formada na zona intermediária. Nos primeiros três meses, a epiderme é invadida por células da crista neural, que serão responsáveis pela síntese da melanina.
Com a aproximação do quarto mês de gravidez, a epiderme já terá sua organização definitiva em quatro camadas bem marcadas.
Características
Proteção
A primeira função da primeira camada da pele é intuitiva: proteção e prevenção da perda de fluidos. Este é responsável por formar uma barreira contra diferentes tipos de possíveis distúrbios, tanto físicos quanto químicos. Além de proteger contra diferentes classes de patógenos que podem entrar no corpo.
Fotoproteção
Um caso particular de proteção é a fotoproteção. A epiderme funciona como barreira à radiação ultravioleta graças à presença da melanina, pigmento responsável pela absorção da radiação solar nociva.
Em animais, esse pigmento é um derivado do aminoácido aromático tirosina e é amplamente distribuído em linhagens.
A produção de melanina ocorre na camada basal da epiderme. A molécula atinge seu objetivo de proteção mediando a dissipação de calor em um processo denominado conversão interna ultrarrápida.
Essa conversão de energia nociva em inofensiva é crucial para a proteção do material genético. Essa proteção contribui para a manutenção da integridade do DNA, uma vez que a exposição contínua à radiação pode causar danos à molécula, estando associada ao desenvolvimento de câncer.
A cor da pele humana é, presumivelmente, um traço adaptativo associado à quantidade de luz solar que recebem no ambiente onde se desenvolvem.
A pele escura está relacionada à proteção contra a radiação solar intensa e a pele clara a áreas onde a captura da pouca luz solar que recebem é essencial para a síntese de vitamina D (veja abaixo).
Termorregulação
A regulação da temperatura é um fenômeno muito importante e trabalhoso enfrentado pelos organismos endotérmicos. A pele - e portanto a epiderme - é o órgão envolvido nesse processo regulatório.
Junto com a derme, essa estrutura é capaz de controlar a temperatura por meio dos mecanismos da sudorese (com sua evaporação, o corpo perde calor e, assim, reduz a temperatura) e do fluxo sanguíneo.
Percepção
A pele é um órgão rico em receptores de todos os tipos, por isso intervém no fenômeno da percepção e medeia a comunicação entre o corpo e o meio ambiente. Essas sensações incluem toque, pressão, temperatura e dor. Além disso, permite que você responda a essas sensações.
Por exemplo, as células de Merkel são componentes raros localizados na camada mais profunda da epiderme e estão associadas à mecanorrecepção tátil.
Troca de substâncias
A pele está envolvida na absorção e excreção de diferentes substâncias, como sais minerais, uréia, ácido úrico, ácido láctico e outras substâncias residuais. Também é responsável por mediar o trânsito de gases como oxigênio e dióxido de carbono.
O papel da pele na respiração depende do organismo estudado. Em pequenos organismos como os anfíbios, a pele é fina e participa ativamente das trocas gasosas, a ponto de algumas espécies não terem pulmão. Nos mamíferos, existem estruturas especializadas responsáveis pela troca gasosa.
Síntese de vitamina D
A vitamina D é uma substância esteróide essencial composta por quatro anéis de átomos de carbono, com semelhanças estruturais bastante marcantes com a molécula de colesterol.
A síntese dessa vitamina ocorre na pele e para que ocorra a reação é necessária a presença da luz ultravioleta do sol. Em seguida, viaja para outros órgãos (rim e fígado) para continuar o processamento e passar a forma ativa.
A síntese da vitamina D não se restringe à região da pele, ela também pode ser proveniente de alimentos que fazem parte da dieta alimentar, como óleo de peixe ou laticínios enriquecidos com essa vitamina.
Participa da via metabólica do cálcio, do fósforo e do processo de mineralização dos ossos. A sua função não se restringe ao desenvolvimento e manutenção do sistema ósseo, participa também nos sistemas imunitário, endócrino e cardiovascular.
A deficiência de vitamina D foi associada ao raquitismo e à osteomalácia; a primeira patologia é comum em idades precoces, enquanto a segunda está associada a adultos. Também pode causar osteoporose, diversos tipos de câncer, esclerose múltipla ou doenças cardiovasculares, entre outras patologias.
Auto-reparo de feridas
A pele não é apenas o maior órgão do ser humano, mas também o primeiro que estabelece contato direto com o meio ambiente, por isso está constantemente exposta a entidades físicas e químicas que podem feri-la e causar lesões.
Essas feridas podem ser reparadas em questão de dias (dependendo da magnitude) graças ao fato de a pele ter um sistema de divisão celular e de renovação de tecidos muito acelerado.
Função não biológica em humanos
Na área médica, a avaliação do estado da pele fornece informações muito valiosas, pois é um verdadeiro reflexo do estado de saúde do paciente e pode ajudar na identificação de determinadas patologias.
Além disso, a pele humana também desempenha um papel crucial na estética e em proporcionar a cada indivíduo um sentimento de identidade.
Referências
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