Ultraismo literário: começos, características e representações - Ciência - 2023
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Contente
- o início
- Caracteristicas
- Representantes
- Guillermo de la Torre
- Jorge luis borges
- Rafael Cansinos Assens
- Referências
o ultraismo literário foi um movimento espanhol e hispano-americano que se desenvolveu após a Primeira Guerra Mundial. Foi caracterizado por propor inovações complicadas, como versos livres, imagens ousadas e simbolismo em desafio aos esquemas literários tradicionais.
O objetivo principal do movimento ultraísta era expressar sua oposição ao modernismo e à Geração de 98. Os escritores que aderiram a essa tendência se viam como literatos revolucionários em relação aos esquemas estabelecidos pela poesia anterior.
Os escritores ultraístas foram influenciados por simbolistas franceses e parnasianos. Suas produções de vanguarda desafiavam a análise objetiva que dava aos leitores a impressão de fria experimentação intelectual.
O ultraismo propôs uma mudança estética menos ambiciosa do que o surrealismo, mas pretendia se estender a todas as áreas da vida cotidiana. Essa mudança propôs abandonar a opulência do modernismo.
o início
Foi lançado em Madrid em 1919 pelo poeta Guillermo de la Torre e mais tarde atraiu a maioria dos poetas hispânicos que tiveram algum reconhecimento na época.
O desenvolvimento do movimento deu-se nas reuniões do Café Colonial de Madrid, presidido por Rafael Cansinos. Junto com Guillermo de la Torre, também participaram outros poetas como Juan Larrea, Gerardo Diego e o argentino Jorge Luis Borges.
Na América Latina, o ultraismo foi introduzido justamente por Borges em 1921. Na Argentina, o modernismo teve forte representação no poeta Leopoldo Lugones e foi contra esse estilo literário que o ultraismo se desenvolveu neste país.
Porém, mais tarde, Borges seria considerado um desertor do ultraismo, devido à publicação de sua obra “Fervor de Buenos Aires. Isso devido ao uso de recursos como a rima e a estrutura métrica do soneto.
Nesta região, o movimento atraiu poetas chilenos como Pablo Neruda e Vicente Huidobro e poetas mexicanos como Jaime Torres Bodet e Carlos Pellicer.
Após o fim do movimento, suas nuances sobreviveram na poesia marxista. Mais tarde, suas técnicas verbais foram revividas por outros escritores de vanguarda após a Segunda Guerra Mundial.
Caracteristicas
O elemento mais importante da poesia ultraísta era a metáfora. Esse traço foi emprestado dos expressionistas alemães que Borges havia lido na Suíça, onde morou com sua família durante a Primeira Guerra Mundial.
Outra característica importante foi a rejeição de conjunções e adjetivos que consideravam inúteis. Isso fez com que os poemas fossem construídos como uma série de metáforas puras, uma após a outra.
A construção dessas imagens não se referiu exclusivamente à criação de metáforas escritas. Os poetas ultraístas também se interessaram pelo tratamento gráfico de seus versos na tentativa de fundir a poesia com as artes plásticas.
Por isso, diz-se que o ultraismo "esqueletizou" a poesia, reduzindo-a à sua expressão mais pura e menos ornamentada. A poesia mordernista era caracterizada por ornamentos e adjetivos, que é exatamente o que desaparece no ultraismo.
Os poetas ultraístas se empenharam em eliminar os artifícios ornamentais e com eles os versos bombásticos, eliminando até mesmo a rima e a pontuação.
Da mesma forma, opunham-se à poesia confessional, ou seja, à transmissão de valores ideológicos ou religiosos por meio dela.
Por isso, evitaram narrativas, anedotas ou pregações. Em geral, eram orientados para a poesia pura, o que contradizia a possibilidade de transmitir uma mensagem social.
Borges expressou que essa poesia não estava comprometida com problemas sociais, mas com as experiências emocionais do poeta. Angústia, solidão e pessimismo, por exemplo, são as emoções que caracterizam a obra deste escritor argentino.
A poesia ultraísta é frequentemente vista como hermética e enigmática, pois se afasta da observação da realidade para entrar no sentimento do poeta.
Suas expressões eram puras manifestações de sensações, o que surpreendeu um público acostumado à poesia modernista.
Representantes
Guillermo de la Torre
Guillermo de la Torre nasceu em Madrid em 1900 e morreu em Buenos Aires em 1971. Foi crítico literário, ensaísta e poeta reconhecido pela sua ligação com as vanguardas do início do século XX e por ter sido o fundador e principal promotor do ultraismo.
Em 1920 publicou o "Ultraist Vertical Manifesto" na revista Grecia, onde fundou o movimento e criou o termo "ultraismo".
Nessa publicação, ele defendeu a união de tendências de vanguarda em uma que promoveu a poesia pura a partir de imagens e metáforas.
Alguns anos depois, em 1925, ele se dedicou quase exclusivamente à crítica literária, enquanto os ultraístas se desviaram para o criacionismo. Por este motivo, considera-se que o movimento como tal teve uma duração muito curta.
Jorge luis borges
Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires em 1899 e morreu na Suíça em 1986. É considerado uma das grandes figuras da literatura hispânica do século XX.
Sua obra cruza diferentes gêneros, porém, seu maior reconhecimento se deve aos seus contos.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Borges, na companhia de sua família, percorreu diversos países europeus até finalmente se estabelecer em Genebra.
Em 1921 ele finalmente voltou à Argentina e fundou as revistas ultraístas Prismas e Proa, e posteriormente assinou o primeiro manifesto ultraísta argentino.
Borges se caracterizou por uma visão de mundo muito particular e uma forma única de abordar o tempo, o espaço, o destino e a realidade em suas obras.
Essas características contrastam com seu formalismo, característica que se refletiu na precisão com que construiu suas ficções.
Rafael Cansinos Assens
Rafael Cansinos Assens nasceu em Sevilha em novembro de 1883 e morreu em julho de 1964 em Madrid. Aos quinze anos, após a morte de seu pai, mudou-se para Madrid na companhia de sua família.
Aí começou a ter contacto com o Modernismo e a frequentar encontros políticos onde iniciou a sua abordagem às letras.
Participou de revistas modernistas, ultraístas e dadaístas. Escreveu críticas literárias e ensaios críticos com grande sucesso, atividades que lhe deram reconhecimento dentro da literatura espanhola no início do século.
Referências
- Biografias e vidas. (S.F.). Biografia de Guillermo de la Torre. Recuperado de: biografiasyvidas.com
- Poesías.cl. (S.F.). O Ultraism. Recuperado de: poesias.cl
- Poetas andaluzes. (S.F.). Rafael Cansinos Assens. Recuperado de: poetasandaluces.com
- Revolvy. (S.F.). Movimento Ultraista. Recuperado de: revolvy.com
- Os editores da Encyclopaedia Britannica. (2016). Ultraism. Recuperado de: britannica.com