Rio Paraná: características, percurso, foz, afluentes - Ciência - 2023
science
Contente
- Características gerais
- Rio cosmopolita
- Marco de fronteira
- Motor hidroelétrico
- Hidrovia
- Reserva de água doce
- Nascimento
- Rota e boca
- Alto Paraná
- Curso médio
- Curso inferior
- Delta do Paraná
- Afluentes
- Flora
- Espécies em Alto Paraná
- Tipos no meio do caminho
- Tipos no curso inferior
- Diversidade no delta do Paraná
- Fauna
- Pesca no rio Paraná
- Perigos ambientais
- Referências
o Rio parana Está localizada no centro da América do Sul, de onde percorre territórios de três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Como muitos de seus rios vizinhos, faz parte da Bacia do Prata, a segunda maior do continente atrás apenas do Amazonas.
Os governos das três regiões que banham o Paraná fazem uso comercial e industrial de seu canal, o que o coloca na categoria de rio internacional. Essas atividades são reguladas por tratados e acordos que garantem o uso razoável e eqüitativo de seus recursos.
Sua extensão exclusiva é de 2.570 km, que somada à extensão do rio Paranaíba, seu principal afluente, chega a aproximadamente 3.740 km. Isso o torna merecedor do segundo lugar entre os maiores rios da América do Sul, sendo superado apenas pelo rio Amazonas.
Características gerais
O Paraná é um rio multifacetado que possui características que o diferenciam dos demais riachos da região:
Rio cosmopolita
É caracterizada por banhar com suas águas algumas das cidades mais populosas da América do Sul, com um fator de crescimento anual de mais de 1.000.000 de habitantes.
Entre os mais importantes estão: Três Lagoas, Foz do Iguaçu, Encarnación, Ciudad del Este, Posadas, Puerto Iguazú, Rosário e Buenos Aires.
Marco de fronteira
O Paraná em seu percurso sinuoso serve de marco para delimitar fronteiras nacionais e internacionais. Por exemplo, em sua passagem pelo Brasil separa os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. A caminho do sul, separa o território dos países que atravessa, servindo inclusive como tríplice fronteira.
Motor hidroelétrico
A bacia do Paraná é a que possui a maior capacidade instalada do Brasil. Nos 820.000 km2 Na exclusiva bacia deste país existem mais de 57 barragens. Este número considera apenas aqueles que ultrapassam 10 m.
Graças às barragens instaladas no rio Paraná, o Paraguai é o quarto maior exportador de eletricidade do mundo, fornecendo o valioso recurso aos países vizinhos. Ao longo de todo o seu percurso, foram instaladas mais de 100 barragens, algumas delas de controle binacional, que fornecem energia elétrica para a região.
Hidrovia
O Paraná está dividido em dois setores de navegação devido à interrupção produzida pela barragem binacional Itaipu, localizada na divisa entre o Brasil e o Paraguai, especificamente entre o município brasileiro de Foz do Iguaçul e o município paraguaio de Hernandarias.
De norte a sul existem duas hidrovias: Paraná-Tietê e Paraná-Paraguai. O Paraná-Tietê é uma malha exclusiva no Brasil que permite a embarcações de até três metros navegar em todo o seu trajeto, já que as barragens existentes possuem eclusas.
O Paraná-Paraguai é internacional e dá acesso ao mar a cidades do interior do Paraguai e da Argentina por meio de sua confluência no Río de la Plata. Permite a navegação de navios oceânicos de até 1.500 toneladas até portos do rio Paraná.
Essa característica faz do Rio Paraná um motor da economia e do comércio nacional e internacional da região, servindo como meio de integração para o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Reserva de água doce
O rio Paraná faz parte do Aquífero Guarani, considerado a terceira reserva mundial de água doce com uma superfície estimada em 1.194.000 km².
É uma acumulação de água doce principalmente subterrânea que se encontra sob o território do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Somam-se a essas águas subterrâneas as bacias dos rios Uruguai, Paraná, Pilcomayo, Paraguai, Salado e Bermejo.
Este recurso compartilhado é explorado pelos países para uso comercial, industrial, irrigação e recreativo.
Nascimento
O rio Paraná nasce em território brasileiro a 1.448 metros acima do nível do mar, resultado da confluência do Rio Grande e do Paranaíba na tríplice fronteira entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso del Sur.
Rota e boca
Desde sua nascente no Brasil até sua foz na Argentina, no Río de la Plata, o Paraná segue um curso sinuoso de norte a sul. Sua silhueta desenha inúmeras curvas e dobras cuja causa aumenta e diminui, formando ilhas na planície de inundação.
É considerado o sexto rio de planície do mundo. Seu roteiro é dividido em quatro partes para o seu estudo: alto Paraná, médio curso, baixo curso e Delta do Paraná.
Alto Paraná
Vai desde sua nascente na confluência do Rio Grande com o Paranaíba, no Brasil, até sua confluência com o rio Paraguai, na fronteira entre Paraguai e Argentina. Possui 1.550 km de extensão e percorre o maciço brasiliense. É caracterizada pela presença de corredeiras e saltos que têm sido utilizados para a instalação de barragens.
Curso médio
Com extensão aproximada de 722 km, vai desde a confluência com o rio Paraguai até a cidade de Diamante em território argentino. Neste trecho, o Paraná se transforma em um rio de planície no sentido estrito, com suas ilhas e meandros característicos sobre um vale de inundação. As quedas do alto Paraná dão lugar neste trecho a uma inclinação aproximada de 3 a 4 centímetros.
Curso inferior
Vai da cidade de Diamante (Argentina) até sua confluência com o rio Uruguai. Neste trecho, o Paraná apresenta ravinas ativas e mortas. O canal regular atravessa as ravinas ativas a caminho de sua foz. Ravinas mortas são inundadas apenas por enchentes de rios.
Uma característica que se destaca nesse curso é a presença de uma rede labiríntica de ilhas e restinga que se formam com os sedimentos que chegam ao Paraná por seus afluentes.
Delta do Paraná
Vai desde sua confluência com o rio Uruguai até sua foz no Río de la Plata, tem uma extensão linear aproximada de 320 km em uma área de 14.100 km².
Como o próprio nome indica, é caracterizada pela presença de ilhas fluviais atravessadas por canais em terreno alagado. A largura de seus braços varia de 18 a 65 km, tornando-se uma importante atração turística da região. Ao contrário de outros deltas, o do Paraná é feito exclusivamente de água doce.
Neste mapa você pode ver a foz deste rio:
Afluentes
O Paraná possui vazão média de 17.300 m³ / s que pode atingir no máximo 65.000 m³ / s devido à influência das chuvas em sua nascente, seu trajeto e de seus afluentes. Apresenta vazão máxima entre fevereiro e março e mínima entre agosto e setembro.
Seus afluentes incluem os rios Verde, Carcarañá, Bermejo, Pardo, Monday, Ivinhema, Tieté, Paranaíba, Ivaí, Negro, Gualeguay, Iguazú, Guayquiraró, Piquirí, Corriente, Paraguai, Santa Lucía e Salado.
Flora
Em seu trajeto, o rio Paraná atravessa várias biorregiões que, juntas, lhe proporcionam grande biodiversidade.
Espécies em Alto Paraná
Este trecho está localizado na Mata Atlântica, mais conhecida como Mata Atlântica, bioma declarado reserva da biosfera em 1992 pela UNESCO devido à grande diversidade de fauna e flora que abriga.
Essa floresta apresenta espécies de plantas que ultrapassam os 35 metros de altura, com grande variedade de orquídeas, cipós e samambaias que cobrem a cúpula das árvores buscando aproveitar a luz solar.
Espécies representativas da região são o cedro, o pinheiro-do-parana, o anchicho, o guayaibí, o timbó, o guatambu, o papagaio-preto, o lapacho, a vilca, o ibirapitá e a folha de coca.
Devido ao desmatamento provocado pela indústria madeireira e gerado pela criação de espaços de cultivo, algumas espécies endêmicas estão ameaçadas pela perda de seu habitat.
Tipos no meio do caminho
Nesta seção, florestas abertas, florestas xerófilas, pastagens e áreas inundadas são combinadas. A presença de uma grande planície e a sua pouca inclinação tornam a zona sujeita a inundações, esta característica reflecte-se na flora que predomina no troço.
As espécies comuns são juncos, salgueiros, ceibos, ñandubay, totora pajonales, camalotales, espécies flutuantes, palmeiras caranday, alfarrobeiras, canaviais e palmeiras yatay.
Tipos no curso inferior
Neste trecho encontram-se as mesmas espécies do curso médio, dando lugar gradativamente à vegetação do delta. Destacam-se as seguintes espécies: amieiro, salgueiro crioulo, timbó branco e vermelho, curupí, ceibo e louro, além de pastagens em solos bem drenados.
Diversidade no delta do Paraná
80% da superfície é coberta por formações herbáceas. Plantas vasculares, pastagens, canaviais e pastagens são abundantes. Nas matas nativas, encontram-se alfarrobeiras, toras e cravos pretos. Grande parte da floresta nativa foi eliminada para o desenvolvimento da monocultura e da fruticultura.
Fauna
O rio Paraná possui uma grande diversidade de espécies, algumas delas endógenas e protegidas. Seu estudo e descrição são extensos e sua observação constitui um dos principais atrativos turísticos da região. Existem parques nacionais como o Pré Delta, localizado na província argentina de Entre Ríos, criado no leito do rio Paraná para a proteção da flora e da fauna.
Entre os répteis destacam-se a tartaruga aquática de pescoço comprido, a tartaruga terrestre, o yarará, o jacaré preto e o ñato, o lagarto overo, a cobra coral e a cascavel.
Também existe um grande número de aves, tanto nativas como migratórias, entre as quais poderíamos analisar:
O hornero, a aranha-cara-preta, o tordo-preto, o cardeal, o bico prateado, a cabeça-preta, a pombinha, o pintassilgo, o tacuarita azul, o benteveo, o pica-pau real, o chingolo, o sabiá-ruivo, o cardeal , o caraú, a garça-real, a garça-bruxa, a garça-azul, o galeirão, o galo d'água e o pato pampa sirirí, a andorinha doméstica e parda, o suiriri real e a lacraia.
Em seu percurso, são apreciados refúgios naturais como o estabelecido na província argentina de Misiones, onde se promove a observação de aves silvestres para incentivar a proteção ambiental.
Os mamíferos mais característicos são o tatú, a onça, o lobo do rio, a capivara, o cervo do pântano, o puma, o gato-do-mato, o rato d'água e o rato vermelho, o camundongo, a culinária comum, nutria, red and overa weasel, pampas shorttail, morcego com cauda de rato, morcego marrom, jaguatirica, anta, capivara, koati, caititu, caititu, raposa do vinagre e bugio Preto.
Pesca no rio Paraná
A pesca esportiva, artesanal e comercial é abundante no rio Paraná, por isso representa uma importante atividade econômica na região.
Estima-se que existam cerca de 212 espécies de peixes em suas águas, entre as quais a carpa comum e herbívora, o bagre, o surubíes, o patíes, o dourado, o mojarras, o dentuço, a velha, a ricola, a corvina, o tarpão e o bogas. A espécie mais explorada comercialmente é o tarpão, pescado para consumo regional e para exportação.
Várias competições de pesca de grande atrativo turístico para a região são realizadas no rio Paraná, entre as maiores o Festival Nacional de Dourado, o Festival Nacional de Pesca Fluvial variada e o Festival Nacional de Surubí.
Perigos ambientais
Sua localização o torna uma fonte de água acessível para centros populacionais, indústrias e terras agrícolas. Infelizmente, há um aproveitamento irresponsável dos resíduos produzidos nessas instâncias e eles acabam no leito do rio.
O desenvolvimento econômico da região, principalmente o desmatamento da flora nativa para criar terras para cultivo e pastagem, tem modificado o perfil das margens do Paraná.
Isso impacta diretamente a quantidade de sedimento que chega às suas águas devido à pouca proteção que o solo tem contra fatores ambientais como a precipitação.
O excesso de sedimentos impacta na qualidade da água, afetando a fauna e a vegetação que dela dependem para sua subsistência. A baixa qualidade da água produz um efeito dominó devastador para a diversidade da região, uma vez que cada elo depende do outro, quando uma espécie está em perigo, toda a cadeia é afetada pela impossibilidade de se ajustar à mudança.
Outro perigo decorrente do desenvolvimento econômico da região se manifesta nas obras de novas barragens no leito do rio. Isso implica na inundação de áreas virgens que ocupam mais espaço dos já esgotados ambientes nativos da espécie, que estão irremediavelmente deslocados.
Referências
- Bacia do rio Paraná a Confluência, Ministério do Interior do Governo da Argentina, retirado de mininterior.gov.ar
- Hidrovia Paraguai-Paraná: Como é a saída para o mar pelo Atlântico que a Bolívia passou a usar como alternativa em sua disputa histórica com o Chile, publicada pela BBC News Mundo em 7 de abril de 2019 em versão digital, retirada do site bbc.com
- A importância do Rio Paraná, divulgada pela Comissão Mista do Rio Paraná em seu site, extraído de comip.org.ar
- Bacia do Médio Paraná, Ministério do Interior do Governo da Argentina, retirado de mininterior.gov.ar
- Linha de Base Ambiental PIECAS DP (Plano Estratégico Integral para Conservação e Uso Sustentável no Delta do Paraná), novembro de 2011, retirado de cauceecologico.org