Pêssego: origem, características, habitat, benefícios, cuidado - Ciência - 2023
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Contente
- Origem
- Características gerais
- Morfologia
- Taxonomia
- Habitat e distribuição
- Benefícios para a saúde
- Aspectos nutricionais
- Aspectos medicinais
- Formulários
- Cuidado
- Semeadura
- Fertilização
- Tipos de irrigação
- Poda
- Colheita
- Pragas e doenças
- Pragas
- Anarsia (Anarsia lineatella Zell.)
- Aranha vermelha (Pamonychus ulmi Koch.)
- Mariposa pêssego oriental (Cydia irritante Busck)
- Pulgões
- Doenças
- Dent (Taphrina deformans (Berk), Tul.)
- Moniliose (Monilia laxa Y Monilia Fructigena)
- Oídio (Sphaerotecha pannosa (Wallr.) Lév.)
- Referências
o pêssego ou pêssegoPrunus persica), é uma espécie frutífera de clima temperado pertencente à família Rosaceae. Seu nome específico (persica) tem sua origem na antiga Pérsia, embora sua variabilidade genética confirme sua origem na China.
Esta espécie é uma árvore caducifólia curva e altamente ramificada com caules que atingem 8 m de altura. Com folhas lanceoladas, alternadas e bordas dentadas, possui abundantes flores axilares de tons rosados ou brancos.
Seu fruto, o mundialmente famoso pêssego ou pêssego, é uma drupa carnuda de sabor e aroma agradáveis. Nas variedades comerciais são geralmente grandes, suculentos e perfumados, mas nas variedades ornamentais são pequenos e compactos.
Sua área de cultivo é restrita por condições ambientais, exigindo ambientes com temperaturas particulares. Exige baixas temperaturas, mas não tolera geadas, e no verão requer altas temperaturas que favorecem o amadurecimento dos frutos.
Atualmente, o pêssego é a espécie frutífera com maior número de cultivares e variedades comercializadas mundialmente. Estes vêm principalmente de programas de melhoramento e seleção genética realizados nos EUA.
A este respeito, a produção comercial de pêssego ocupa o terceiro lugar globalmente, precedida por maçãs e peras. Nos últimos anos, sua produção dobrou devido à utilização de padrões e variedades mais adaptadas aos climas intertropicais, vindos da América e da Europa.
Origem
As espécies Prunus persica É nativo da China, onde evidências de seu cultivo foram descobertas por mais de 4.000 anos. Da China, o pessegueiro foi introduzido na Pérsia pela Rota da Seda, e de lá foi para a Grécia por volta de 400-300 aC. C.
Durante os séculos I e II d. C. o cultivo se espalhou pelo Império Romano e, mais tarde, pela Espanha. No século 16 foi introduzido pelos portugueses e espanhóis na América do Sul, México, Flórida e toda a América do Norte.
A propagação por sementes foi o principal meio de multiplicação na Europa e nos EUA durante o século XIX, assim como na América do Sul e Central em meados do século XX. Sendo este o principal motivo da grande variedade de cultivares adaptadas às diversas condições agroecológicas.
Em seu local de origem (China, Taiwan e Tailândia), a grande expansão de cultivares permitiu a criação de germoplasma adaptado aos climas intertropicais. Estas foram as variedades introduzidas em meados dos anos 70 na Flórida, América do Sul, Norte da África e Sul da Europa.
A China é o maior produtor e reservatório mundial de pêssego nativo e germoplasma de pêssego. As províncias de Pequim, Nanjing e Zhengzhou são os locais onde se encontra o maior número de variedades e padrões selvagens.
Características gerais
Morfologia
O pessegueiro é uma espécie de árvore caducifólia que pode atingir de 6 a 8 m de altura. Possui folhas lanceoladas, elípticas ou oblongas, ligeiramente acuminadas, de textura glabra e dentes glandulares, bem como estípulas denticuladas.
As flores com numerosas brácteas são dispostas aos pares ou individualmente. Caracterizam-se pelas pétalas dentadas nas extremidades, de cor rosa forte, sépalas direitas e inteiras, com ovários glabros ou pubescentes.
O fruto é uma drupa globular de 4 a 8 cm de diâmetro recoberta por um mesocarpo carnoso, amarelo e aromático, com casca aveludada e comestível. Dentro do fruto está localizada a semente, protegida por um endocarpo ósseo fortemente estriado de cor marrom.
Taxonomia
- Reino: Plantae.
- Divisão: Magnoliophyta.
- Classe: Magnoliopsida.
- Ordem: Rosales.
- Família: Rosaceae.
- Subfamília: Amygdaloideae.
- Tribo: Amygdaleae.
- Gênero: Prunus.
- Espécies: Prunus persica (L.) Stokes, 1812 não Batsch, 1801.
Habitat e distribuição
O pessegueiro é uma árvore adaptada a ecossistemas de clima temperado originalmente habilitado para solos profundos e soltos. No entanto, atualmente é cultivada em uma ampla variedade de solos, incluindo alguns pesados e argilosos, bem como solos arenosos e áridos.
É uma árvore que tem vida útil ou produção de 8 a 10 anos. Geralmente as plantações são renovadas e substituídas por novas cultivares adaptadas às condições locais de cada plantação.
O pessegueiro é tolerante à geada e requer condições frias de inverno para seu desenvolvimento ideal, condições que muitas vezes não são obtidas em climas subtropicais. No entanto, variedades e cultivares com baixa necessidade de frio já foram desenvolvidas.
Durante o verão a planta necessita de temperaturas entre 20-25ºC que favoreçam o desenvolvimento de novos brotos. Desta forma, aumenta o crescimento da planta, a floração e o amadurecimento dos frutos.
Seu cultivo é distribuído em todo o sul da Europa, na Espanha, França, Itália e Grécia, incluindo Turquia e Israel. Também está localizado na América do Sul e América do Norte, Norte da África (Marrocos) e Ásia, incluindo seu local de origem na China.
Benefícios para a saúde
Aspectos nutricionais
O pêssego possui alto percentual de fibras e carotenóides, associado ao alto teor de água (85%). É ideal para manter dietas e dietas para emagrecer, devido ao seu baixo nível calórico e alto teor de carboidratos.
O pêssego contém vitaminas A, B1, B2, B6 e C, e os minerais enxofre, cálcio, cloro, cobre, fósforo, ferro, magnésio, manganês e potássio. Além de b-caronet e antioxidantes naturais, como ácido cítrico, ácido nicotínico, ácido málico e ácido pantotênico.
Nutricionistas recomendam o consumo de pêssegos frescos para fortalecer os tecidos ósseos e musculares, bem como o sistema nervoso de jovens e crianças. Além disso, essa fruta possui propriedades digestivas e laxantes, regulando o trânsito intestinal e aliviando a constipação.
Aspectos medicinais
A nível medicinal, o pêssego é uma fruta recomendada para melhorar a visão, dar resistência aos cabelos e às unhas, cicatrizar mucosas e fortalecer ossos e dentes. É recomendado para combater o estresse e aliviar a inflamação nas articulações ou gota.
Por outro lado, existem evidências científicas que garantem o benefício dos pêssegos no sistema nervoso, prevenindo doenças cardiovasculares e degenerativas. Da mesma forma, contribui para a regulação do sistema imunológico, controlando os níveis de glicose no sangue e colesterol.
O seu consumo frequente protege as paredes intestinais evitando a formação de úlceras, uma vez que regula o efeito nocivo dos radicais livres. Graças ao seu alto teor de carotenóides, vitamina C e selênio, os pêssegos são considerados um excelente antioxidante.
Do ponto de vista digestivo, os pêssegos são um alimento leve que apoia a função digestiva do fígado. Nesse sentido, contribui para a produção de bile, facilitando também a absorção e a quebra das gorduras.
O pêssego é uma fruta colerética, pois ativa a produção de bile durante a função hepática, ajudando a melhorar a insuficiência biliar. Por outro lado, o suco de pêssego tem propriedades ácidas e diuréticas, sendo usado para dissolver cálculos biliares e renais.
Da mesma forma, os pêssegos têm propriedades laxantes, tornando-os eficazes no alívio da constipação. Em geral, o pêssego é considerado um dos principais alimentos essenciais para se manter saudável.
Formulários
O pêssego aproveita tanto as folhas, a casca e as flores quanto os frutos e sementes. Na verdade, infusões de folhas, cascas e flores são recomendadas para expulsar parasitas intestinais, aliviar dores no peito e acalmar a prisão de ventre.
Ao pêssego são atribuídas várias propriedades medicinais como diurético, laxante, adstringente e sedativo. Na medicina tradicional, a decocção das folhas é usada como remédio caseiro para combater erupções cutâneas ou eczema na pele e hemorróidas.
Da mesma forma, é usado para combater os sintomas da malária. No entanto, deve-se ter cuidado com as sementes, pois contêm glicosídeos cianogênicos tóxicos que podem ser prejudiciais à saúde.
O pêssego é uma fruta altamente desejável para consumo in natura e como matéria-prima para a produção de conservas, néctares e sucos. Por outro lado, é utilizado no preparo de bolos e sobremesas, como na destilação de licores e aguardentes de pêssego.
As flores do pessegueiro são utilizadas como temperos para saladas e guarnições. Além disso, o pêssego em lata em calda é uma das sobremesas mais populares nos supermercados.
O pêssego é um alimento muito digerível, com grande contribuição de vitaminas, minerais e fibras alimentares. Na verdade, a maior concentração de nutrientes está localizada na pele, por isso é recomendável lavá-la e comê-la diretamente sem descascar.
Cuidado
Semeadura
A plantação comercial de pessegueiro requer plena exposição ao sol e espaçamento suficiente para garantir uma boa aeração, a fim de permitir que o ar frio circule à noite e mantenha a safra fresca no verão.
A melhor época para estabelecer a safra é o início do inverno. Assim, neste período de tempo as raízes têm tempo de se consolidar para nutrir os rebentos que se produzem na primavera.
Fertilização
A obtenção da produção ideal em uma safra de pêssego requer altas doses de fertilizantes, principalmente fertilizantes de nitrogênio durante a fase de floração. O manejo agronômico da cultura requer aplicações freqüentes de fertilizantes químicos com alto teor de nitrogênio, fósforo e potássio.
Da mesma forma, é aconselhável fazer uma contribuição complementar de adubo orgânico à base de esterco bovino compostado ao final de cada safra. Em lavouras com irrigação localizada ou gota a gota, a fertilização pode ser feita por fertirrigação fracionada durante os meses de primavera e verão.
No caso de plantio em terra firme associada à irrigação por inundação, é conveniente realizar duas ou três fertilizações. Nesse sentido, uma é feita na primavera e duas no verão, sendo aconselhável aplicar 80-140 U.F. de N, 50-60 U.F. de P e 100-140 U.F. de que.
Tipos de irrigação
O pessegueiro requer rega contínua, que deve ser aumentada 15 a 30 dias antes da colheita. A irrigação gota-a-gota é a melhor forma de trabalhar esta cultura: os frutos com melhor aroma e sabor são obtidos em campos com irrigação permanente.
As tubulações do sistema de irrigação por gotejamento são distribuídas no campo por toda a lavoura, mantendo uma separação de 80-120 cm. A quantidade de água varia de acordo com o tipo de solo e as condições ambientais, com uma vazão frequente de 2-3 m3/ Ha com uma pressão de 1-1,5 atm.
Em solos solos e secos, a irrigação constante garante uniformidade, produtividade e qualidade dos frutos. Sendo as necessidades anuais de água de 2.500-4.000 m3/ Ha durante o período vegetativo.
No caso de utilização de irrigação por inundação, sulco ou manta, a lâmina efetiva de irrigação é de 80 cm de profundidade. O volume de água para este método varia de 10.000-12.000 m3/ Ha, principalmente para obter um calibre comercial do fruto em cultivares tardias.
A irrigação por aspersão é utilizada de acordo com o tipo de terreno, sendo adequada em áreas com altas temperaturas durante o verão. Na verdade, esse tipo de irrigação favorece o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular, embora às vezes aumente a incidência de patógenos.
Poda
O pessegueiro requer uma poda de formação para promover o crescimento, além de potencializar a floração e a produção de frutos. Existem dois tipos de poda de treino: vidro ou palmeta. Ambos são trabalhosos e tendem a atrasar o início da produção.
Outros sistemas utilizados em plantios de média e alta densidade, são a poda em palmete livre, ypsilon e fusseto. A palmeira simples representa um menor custo de produção, aumenta a produção inicial e é necessária a poda verde.
A poda Ypsilon aumenta a precocidade da colheita e sua produção inicial, e a poda verde é essencial. O sistema Fusseto é usado em altas densidades, é muito produtivo e requer pouca manutenção, mas é difícil de controlar a longo prazo.
A tendência no cultivo do pêssego é usar padrões anões de cereja ou ameixa. Isso tem o objetivo de obter plantas vigorosas, de alta produção e de estrutura foliar administrável.
A poda de regeneração é realizada quando a planta sofre danos mecânicos ou quando há incidência de pragas ou doenças. Nesse sentido, são eliminados 60-75% dos ramos e folhagens, sendo necessária a aplicação posterior de macro e micronutrientes que promovam novos brotos.
Colheita
Não é aconselhável deixar todos os frutos no pessegueiro, pois serão de menor tamanho e qualidade, faltando aroma e sabor. Para evitar essa situação, é realizada uma prática agronômica denominada "desbaste" ou "desbaste", que consiste em eliminar certos frutos da planta.
Assim, com o desbaste, selecionam-se os frutos firmes menores que 3 cm de diâmetro e que apresentam menor vigor ou sintomas de fraqueza. Em algumas plantações, o desbaste é realizado na época de floração, eliminando flores agrupadas para substituir os frutos maduros.
Com essa prática, quanto maior o número de frutos solidificados ou retirada de flores, maior será o tamanho, o aroma e o sabor serão obtidos. Na aplicação deste método é fundamental manter a irrigação em ambiente seco para promover o crescimento do fruto.
Pragas e doenças
Pragas
Anarsia (Anarsia lineatella Zell.)
A larva desse lepidóptero é a causa de danos às folhas e botões, prejudicando os brotos tenros e causando seu murchamento. Além disso, causa a deformação dos botões recém-formados e, muitas vezes, causa a deterioração dos frutos.
Aranha vermelha (Pamonychus ulmi Koch.)
Os picadores das folhas causados por esta praga produzem manchas de cor ocre, causando a deformação dos folíolos e dos tecidos vegetais. O controle é feito com pesticidas químicos para eliminar ovos e adultos da espécie.
Mariposa pêssego oriental (Cydia irritante Busck)
A larva desta pequena borboleta marrom-cinza é um verme rosa-amarelado de 10 mm de comprimento.É considerada uma praga nociva para o pêssego, pois danifica os botões e os frutos tenros.
Pulgões
Os principais pulgões que afetam os pêssegos são os Myzus persicae (pulgão verde do pêssego), Hyalopterus pruni (pulgão do pêssego) e Brachycaudus persicae (pulgão do pêssego preto). A maioria das lesões desses insetos atinge botões, brotos, folhas, flores e frutos.
Doenças
Dent (Taphrina deformans (Berk), Tul.)
Os sintomas aparecem nas folhas, que assumem um aspecto amassado ou achatado, geralmente ao longo das nervuras. Conforme o ataque aumenta, os amassados se expandem na superfície da lâmina, adquirindo uma cor avermelhada.
Os danos podem causar a deformação de brotos e botões, o aborto das flores e que os frutos não se fixem. O controle é feito através da aplicação de um produto à base de cobre.
Moniliose (Monilia laxa Y Monilia Fructigena)
Os sintomas geralmente aparecem nas folhas, botões, flores e frutos, causando cancro ou exsudações cancerosas que causam a morte do tecido. O dano se manifesta quando as condições ambientais apresentam alta umidade relativa.
Os frutos desenvolvem um micélio marrom no qual se desenvolvem granulações acinzentadas. O controle é feito por meio da eliminação das fontes de contaminação, controle de vetores de doenças, regulação da umidade ambiental e controles de manutenção química.
Oídio (Sphaerotecha pannosa (Wallr.) Lév.)
O ataque se manifesta como um pó branco compacto que cobre a área foliar no nível do viveiro ou em plantações frágeis. Posteriormente, os brotos tendem a se deformar e secar, ocorre uma desfolha prematura e os frutos se partem longitudinalmente.
Altas temperaturas, umidade e pouca ventilação são condições adequadas para o desenvolvimento desta doença. O melhor controle é o manejo da cultura, eliminando brotos doentes, clareando os frutos afetados, regulando a irrigação e utilizando padrões resistentes.
Referências
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