Francisco I. Madero: Biografia - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Estudos e primeiro emprego
- O porfiriato
- Entrada na política
- Publicação da Sucessão Presidencial de 1910
- Prisão de madero
- Plano de San Luis
- Derrubada de Porfirio Díaz
- Presidência madero
- Oposição
- Começo do Tragic Ten
- A traição de Huerta
- Prisão de madero
- Morte
- Reações à morte
- Referências
Francisco I. Madero (1873-1913) foi o político que iniciou a Revolução Mexicana em 1910. Nascido no estado de Coahuila, chegou ao cargo de Presidente da República após derrubar Porfirio Díaz, que estava no poder há mais de 30 anos. .
Madero começou sua carreira política fundando o Partido Anti-reeleição. A longa ditadura de Díaz começou a dar sinais de fraqueza e, até mesmo, o próprio Porfírio se declarou disposto a se candidatar a eleições livres.
Porém, pouco antes da votação, Díaz mudou de idéia e ordenou a prisão de Madero, que havia sido nomeado candidato à presidência. Isso fez com que, uma vez livre, proclamasse o Plano de San Luis. O apelo à insurreição contra o Porfiriato foi um sucesso e, em poucos meses, ocorreu a mudança de governo.
As eleições realizadas viram o triunfo de Madero. No entanto, o novo presidente encontrou oposição de seus ex-aliados revolucionários, que o chamavam de moderado, e do setor conservador da política mexicana. Este último acabou encenando um golpe, que culminou no assassinato de Madero e seu vice-presidente.
Biografia
Francisco Ignacio Madero veio ao mundo em 30 de outubro de 1873 na fazenda “El Rosario”, em Parras de la Fuente (Coahuila). Ele pertencia a uma família rica, que possuía várias fazendas, minas e outros negócios.
Estudos e primeiro emprego
Como era costume em muitas famílias abastadas, Francisco começou seu treinamento com professores particulares. Mais tarde, ele continuou seus estudos em Saltillo, no centro San Juan de Nepomuceno, um colégio jesuíta.
Ao final dessa etapa, ele viajou para os Estados Unidos para estudar agricultura. Posteriormente, mudou-se para a França, onde se formou em especialização comercial na École des Hautes Études Commerciales (HEC) em Jouy-en-Josas.
Finalmente, ele retornou aos Estados Unidos para concluir seu treinamento em agricultura na Universidade de Berkeley, Califórnia.
Em 1892 ele voltou ao México para assumir a fazenda que sua família possuía em San Pedro de las Colonias. Seus biógrafos destacam que já nesses anos ele deu mostras de suas idéias progressistas e tentou melhorar as condições dos trabalhadores.
Quanto à sua vida privada, iniciou o namoro com Sara Pérez Romero em 1897, casando-se com ela em 1903.
O porfiriato
A vida política no México daquela época era marcada pelo Porfiriato, nome dado à ditadura de Porfirio Díaz. Este havia chegado ao poder em 1876 com o lema de manter a ordem no país e aumentar seu crescimento econômico.
Para isso, contou com o apoio dos setores mais privilegiados da sociedade: a igreja, o exército e os donos das fazendas.
Porfírio conseguiu estabilizar o país, bem como uma melhora da economia em termos de grandes números. No entanto, ele fez a primeira coisa à custa de acabar com a democracia e reprimir qualquer indício de oposição.
A segunda, por sua vez, atingia apenas as camadas superiores da sociedade, enquanto as desigualdades aumentavam e grande parte da população vivia na pobreza.
Já nos últimos anos de sua presidência, quando Madero atingiu a maturidade, o regime começava a se enfraquecer. As reclamações não vinham mais apenas dos setores desfavorecidos, mas parte das elites começou a se rebelar.
Entrada na política
Madero demorou muito para entrar na política. Antes disso, fundou a Escola Comercial San Pedro, o que lhe deu alguma influência em alguns círculos.
Foi em 1905, como reação ao abuso de poder do governador de Coahuila, que deu o passo e fundou seu próprio partido: o Partido Democrata Independente. Ao mesmo tempo, começou a divulgar suas idéias no jornal El Demócrata. O objetivo principal de sua formação política era acabar com o reeleicionismo.
Sua participação no jornal Regeneración também data dessa data. Da mesma forma, fez contato com a Mesa Organizadora do Partido Liberal Mexicano. Seu desacordo com Flores Magón o levou a retirar seu apoio a esse movimento.
Publicação da Sucessão Presidencial de 1910
O cenário político no país parecia estar mudando. O próprio Porfirio Díaz parecia disposto a democratizar o México quando, em 1908, declarou em uma entrevista que outros concorrentes poderiam participar das eleições seguintes.
Depois dessa entrevista, Madero aproveitou para publicar um livro intitulado A Sucessão Presidencial de 1910. Nesse trabalho, ele expôs suas ideias para melhorar o país e democratizá-lo. Embora de alcance moderado, atingiu muitos setores influentes da sociedade.
A boa recepção de seu livro o encorajou a fundar o Partido Nacional Anti-reeleição em 1909. Madero foi proclamado candidato e começou a se preparar para as eleições de 1910.
No entanto, Diaz mudou de ideia. Ele não apenas iria concorrer novamente, como também iniciou uma campanha de perseguição ao candidato que o sucedeu.
Prisão de madero
A popularidade crescente de Madero levou Diaz a ordenar sua prisão. Assim, acusado de rebelião e indignação, o político foi preso em 7 de junho e transferido para San Luis Potosí.
Incapaz de estar presente, Madero observou Díaz ser novamente proclamado presidente. Segundo algumas fontes, o futuro revolucionário tentou negociar uma solução pacífica para a situação com o ditador, mas Díaz não aceitou nenhuma possível solução de diálogo.
Em outubro de 1910, Madero conseguiu escapar da prisão e foi para os Estados Unidos.
Plano de San Luis
O documento conhecido como Plano de San Luis é, de fato, datado dessa cidade. Especificamente, 5 de outubro de 1910, o último dia que Madero passou na prisão. No entanto, muitos historiadores consideram que foi realmente escrito durante seu exílio nos EUA.
Em resumo, neste recurso, Madero denunciou os abusos cometidos pela ditadura, pedindo a derrubada de Porfirio Díaz. Além disso, ele detalhou alguns de seus projetos, como a intenção de ajudar os camponeses com a reforma agrária.
Madero fixou uma data para o início da revolta contra Díaz: 20 de novembro de 1910, início da Revolução Mexicana.
Derrubada de Porfirio Díaz
O chamado de Madero às armas encontrou apoio em boa parte da sociedade mexicana. Em vários estados do país eclodiram rebeliões no dia indicado no Plano.
Entre os que apoiaram a insurreição estavam alguns dos líderes que se tornariam parte da história mexicana. Entre eles, Pascual Orozco, Emiliano Zapata e Pancho Villa.
No início, a rebelião sofreu várias derrotas. Porém, o Porfiriato estava muito debilitado e o exército pouco preparado. Em poucos meses, a Revolução se espalhou por todos os cantos do país.
Apenas seis meses após o início do levante, em maio, os rebeldes tomaram Ciudad Juárez. No dia 25 do mesmo mês, eles conseguiram sitiar a Cidade do México. Diante da derrota iminente, Porfirio Díaz renunciou ao cargo e foi para o exílio.
Presidência madero
Os revolucionários formaram um governo interino após a saída de Porfirio Díaz. As discrepâncias entre eles logo começaram a surgir e as eleições de outubro de 1911 não conseguiram acalmar a situação. Nessas eleições, Madero conseguiu ser eleito presidente da república.
O programa de sua formação, o recém-criado Partido Constitucional Progressista, atendia aos problemas sociais, mas era mais moderado do que as propostas, por exemplo, de Emiliano Zapata.
Durante os meses em que esteve no poder, Francisco I. Madero tentou reconciliar o país. Mesmo assim, desde o início, ele se viu preso entre seus ex-aliados revolucionários e conservadores, incluindo a poderosa Igreja Católica.
Uma das medidas aprovadas foi uma lei de redistribuição de terras, embora os camponeses e Zapata a considerassem insuficiente. Por outro lado, os mineiros iniciaram uma série de greves para exigir melhorias no emprego. Madero reduziu a jornada de trabalho de 12 para 10 horas diárias.
Oposição
O bloco conservador se uniu contra o governo, algo que todos esperavam. O que, segundo os historiadores, mais prejudicou Madero foi a grande desunião entre liberais e progressistas.
Os agraristas de Zapata pegaram em armas, promulgando no Plano de Ayala em 25 de novembro de 1911. Além de criticar o presidente, chamando-o de traidor, propôs Orozco como substituto. No documento, Zapata delineou as propostas de uma ambiciosa reforma agrária que teria grande influência nas décadas subsequentes.
Durante um ano, os zapatistas e os maderistas se enfrentaram militarmente, sem vitória de nenhum dos lados. No entanto, isso causou um enfraquecimento do governo.
Enquanto isso, os conservadores também organizaram alguns levantes. A primeira, do general Bernardo Reyes, ex-ministro de Porfirio Díaz.
Começo do Tragic Ten
Essas insurreições fizeram com que um soldado, a princípio confiado por Madero, ganhasse muito prestígio por suas ações: Victoriano Huerta.
Porém, Huerta tinha muito mais ambição e, no final, acabou traindo Madero. Ele foi o protagonista da Decena Tragica, dez violentos dias de golpe que começou em 9 de fevereiro de 1913.
Huerta, apesar de ter lutado pelo governo, manteve muito boas relações com Bernardo Reyes e Félix Díaz, sobrinho de Porfírio. Os encontros entre eles e com o embaixador americano Henry Wilson foram contínuos. O objetivo era derrubar o governo constitucional de Madero.
O líder da insurreição, o chefe militar, deixou a Cidade do México desprotegida para que Madero não pudesse se defender e facilitar sua revolta.
A traição de Huerta
Quando a revolta começou, Madero estava no Castillo de Chapultepec. Ao saber, ele reuniu as poucas tropas leais que conseguiu encontrar e se dirigiu ao Palácio Nacional, no que é conhecido como Marcha da Lealdade.
No dia 12, o presidente se reuniu com vários embaixadores estrangeiros, inclusive o americano. Este último, que apoiou o golpe, informou-o por meio de terceiros que a única forma de salvar sua vida era com sua renúncia.
O mesmo foi dito por alguns senadores, convocados por Pedro Lascuráin. Madero, apesar das advertências, declarou que “só sairei do Palácio Nacional morto ou por ordem do povo”.
Somente no dia 17 os partidários do presidente descobriram que Huerta era o líder da insurreição. O irmão de Madero decidiu prender o soldado, que negou sua participação nos eventos. O presidente acreditou nele e o soltou, dando-lhe 24 horas para provar sua lealdade.
No dia seguinte, Huerta e Félix Díaz assinaram o Pacto da Cidadela. Com isso, eles não conheceram Madero e deram 72 horas para sua demissão. Depois disso, informaram a alguns governadores que Maduro estava na prisão e que Huertas era o novo presidente.
Prisão de madero
A prisão de Madero ocorreu no mesmo dia 18 de fevereiro. Huerta e outros generais garantiram-lhe que permaneceram leais e o aconselharam a se mudar para um lugar mais seguro. González Garza, que era fiel ao presidente, percebeu as intenções dos golpistas e gritou: "Eles estão vindo para prender o presidente Madero!"
No Palácio havia apenas um pequeno grupo de soldados leais a Madero e não podiam enfrentar o batalhão enviado pelos conspiradores do golpe para o prender. Madero não teve escolha a não ser se render. Junto com o vice-presidente Pino Suárez, seus irmãos e outros apoiadores, ele passou a noite preso no mesmo Palácio Nacional.
Quando a notícia se espalhou, vários embaixadores estrangeiros pediram que se respeitasse a vida de Madero e seus seguidores, e o de Cuba ofereceu-lhe asilo político. Lascuráin, que segundo a Constituição deveria substituir Madero, pediu ao presidente a renúncia para salvar sua vida.
Após horas de tensão, Francisco Madero assinou a sua demissão do cargo. Lascuráin entrou para o seu lugar, mas apenas por 45 minutos. Sua única medida foi nomear Huerta como secretário de governo e renunciar para ocupar a presidência. Uma das primeiras decisões de Huerta como presidente foi ordenar a morte de Madero.
Morte
Segundo as crônicas, Madero e Pino Suárez acreditaram nas promessas de Huerta de deixá-los vivos e permitir que fossem para o exílio. O que eles não sabiam é que, naquela época, o irmão de Madero já havia sido assassinado.
No dia 22 de fevereiro, os dois políticos foram informados de que seriam transferidos para a penitenciária.As palavras de Madero, despedindo-se de Garza com um "adeus, meu general, nunca mais voltarei a usar véu", parecem indicar que, finalmente, percebeu que Huertas não os deixaria partir.
Ambos foram levados para o Palácio Lecumberri e levados para os fundos. Lá, o major Francisco Cárdenas atirou em Francisco I. Madero, matando-o na hora. Mais tarde, Pino Suárez também foi executado.
As novas autoridades disseram que Madero e Pino sofreram uma emboscada durante a transferência. Ainda demorou alguns anos para que a verdade fosse revelada.
Os assassinos enterraram os corpos na retaguarda da penitenciária e, no dia seguinte, divulgaram a versão oficial.
Reações à morte
A morte de Francisco Madero provocou reações em todo o mundo. O New York Times, em 23 de fevereiro, já publicou a informação de que ele havia sido morto com dois tiros na cabeça. Por fim, o governo dos Estados Unidos se recusou a reconhecer o governo de Huerta por ter chegado ao poder por meio da violência.
No resto do continente também houve reações contra a execução e no interior do México começaram pequenas revoltas. Carranza, oponente de Madero, mas politicamente mais próximo do que Huerta, acusou o novo governo de morte.
Referências
- Biografias e vidas. Francisco I. Madero. Obtido em biografiasyvidas.com
- Bicentenario.gob.mx. Francisco I. Madero 1873-1913. Obtido em gob.mx
- México 2010. Don Francisco I. Madero “O Apóstolo da Democracia”. Obtido em filehistorico2010.sedena.gob.mx
- Os editores da Encyclopaedia Britannica. Francisco Madero. Obtido em britannica.com
- Redes de televisão A&E. Biografia de Francisco Madero. Obtido em biography.com
- Minster, Christopher. Biografia de Francisco Madero. Obtido em Thoughtco.com
- Biblioteca do Congresso. A presidência de Madero ao seu assassinato. Obtido em loc.gov