Hiperconexão: 3 consequências do uso excessivo da Internet - Psicologia - 2023


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Hiperconexão: 3 consequências psicológicas do uso excessivo da Internet - Psicologia
Hiperconexão: 3 consequências psicológicas do uso excessivo da Internet - Psicologia

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Ninguém duvida que A Internet revolucionou o mundo das relações interpessoais e outros aspectos do nosso dia a dia: hoje é possível fazer compras com um só clique do nosso smartphone, estudar no conforto da nossa casa com o nosso computador e até receber sessões de psicoterapia com uma psicóloga que está a milhares de quilômetros de nós. Graças à oferta tecnológica, é possível trabalhar, estudar, divertir-se e até encontrar um parceiro através da ligação à Internet.

As novas tecnologias têm representado um novo paradigma de comunicação, e isso tem suas vantagens, mas também suas consequências negativas, pois o dia-a-dia de milhões de pessoas pode ser absorvido pela “hiperconexão”, termo que se refere a como somos pessoas. constantemente conectado ao mundo digital.


E embora a Internet não deva ser ruim, seu uso inadequado pode ter sérias repercussões para o bem-estar das pessoas e até mesmo na formação da identidade de crianças e adolescentes. Quais riscos a hiperconexão traz? Como o uso excessivo da Internet afeta nossa auto-estima e nossa exposição pessoal? Neste artigo, falarei sobre as consequências psicológicas do uso excessivo da Internet.

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O nascimento da "cultura digital"

Há apenas algumas décadas, entramos em uma nova era com grandes repercussões para a humanidade, a chamada “era digital”. Os avanços tecnológicos, o surgimento da computação e a conexão com a Internet mudaram todo o futuro de nosso tempo. Não faz muito tempo, desde o início do novo século, a maioria da população espanhola começou a usar a Internet. Foi então que pousamos no mundo interconectado, algo que ficou mais perceptível com o surgimento dos smartphones.


O mundo interconectado traz consigo mudanças nas relações entre estados, empresas e até mesmo pessoas. Não estamos testemunhando um tempo de mudança, mas estamos enfrentando uma mudança de tempo. Algumas pessoas nasceram no mundo analógico e outras no mundo digital. Seja como for, hoje todos vivemos imersos na revolução digital e todos nós temos contato diário com TICs: fóruns, chats, blogs ...

Nesse contexto, nossos hábitos, nosso modo de vida, nossos costumes e até nossa linguagem foram transformados. Nossa cultura é a “cultura digital”.

Overdose de conexão com a Internet e redes sociais: hiperconexão

É ruim estar conectado à Internet? Logicamente, não. O surgimento da Internet permitiu grandes avanços para nossa civilização: ela fornece acesso a uma grande quantidade de informações de forma gratuita e gratuita, facilita o acesso à ciência, cultura e lazer, possibilita o contato com outras pessoas de praticamente qualquer lugar do mundo, facilita o processo de aprendizagem ao oferecer novas oportunidades educacionais, permite novas formas de comércio, etc.


No entanto, muitos psicólogos e educadores alertam para o uso nocivo desse fenômeno, e destacam alguns riscos e algumas consequências negativas do uso excessivo da Internet. Na visão de Alejandro Artopoulos, professor da Escola de Educação, “a hiperconexão pode trazer efeitos prejudiciais à saúde de muitas disciplinas”. Na mesma linha, meu parceiro e amigo, o psicólogo Juan Armando Corbin ”, em seu artigo“ Nomofobia: o vício crescente do celular ”, analisa a influência que os smartphones têm em nossa saúde mental e equilíbrio emocional.


Em seu texto, ele fornece dados de algumas pesquisas a esse respeito, com destaque para o estudo realizado em conjunto pelos Correios do Reino Unido e pelo YouGo Demoscopic Institute, realizado em 2011. Esta pesquisa contou com 2.163 sujeitos, e os resultados revelaram que 53% dos usuários de telefones celulares neste país sentem ansiedade (comparável ao que uma pessoa pode ter no dia anterior ao casamento) se o celular ficar sem bateria, quebrar ou se perder. Além disso, 55% dos sujeitos expressaram “sentimento de isolamento” quando não possuíam telefone celular. Os especialistas afirmam que esses sintomas são característicos da nomofobia ou do vício em telefones celulares.

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Riscos de hiperconexão

As novas tecnologias nos proporcionam novas formas de relacionamento e comunicação e nos proporcionam acesso à informação em tempo recorde. Mas quais são os riscos da hiperconexão?


Os psicólogos identificaram algumas consequências negativas associadas ao uso excessivo da Internet.

1. Em relação ao tipo e acesso às informações

O acesso à informação ou ao conhecimento é uma das grandes vantagens do uso da Internet; entretanto, o excesso de informação de qualquer natureza pode gerar estresse e ter consequências no nível funcional, conforme explicado neste artigo: “Infoxicação: como combater o excesso de informação”.

Deve-se destacar também que as TIC são uma fonte de educação em valores, e nem todas as informações que recebemos por meio desse meio são de qualidade. Nesse sentido, a comunidade educacional leva tempo envidando esforços para tentar minimizar o impacto das novas tecnologias na educação de crianças e jovens. Os menores dispõem de uma grande quantidade de informação de todo o tipo (conteúdos violentos, pornografia, etc.), sem qualquer tipo de controlo. Estar hiperconectado, sim, pode nos esgotar psicologicamente, e pode ser um problema se não educarmos os mais pequenos no uso das novas tecnologias. Não que as novas tecnologias sejam prejudiciais, mas o uso indevido delas pode ter consequências para o bem-estar das pessoas.


2. Relacionado a relacionamentos pessoais

É possível afirmar que a Internet favorece muitos relacionamentos interpessoais e que aproxima muitas pessoas que, de outra forma, dificilmente teriam contato com outras pessoas. No entanto, a hiperconexão também está favorecendo a criação de vínculos fracos entre muitas pessoas, vínculos superficiais e líquidos, que podem causar grande desconforto e sensação de vazio. No artigo "3 maneiras pelas quais as redes sociais destroem nossos relacionamentos" você pode encontrar exemplos desse fenômeno.

No caso das relações de casal, as infidelidades e separações aumentaram como resultado da hiperconexão às redes sociais. O que mais, Instagram, Facebook ou WhatsApp podem causar muitos conflitos e interpretações errôneas nas relações de casal, conforme mostrado por algumas pesquisas.

Conforme afirmado em um estudo publicado na revista Ciberpsicologia e comportamento, existe a possibilidade de o Facebook estar atuando como motor de conflitos de casais e episódios de entrelaçamento.

3. Relacionado à criação de identidade e auto-estima

Uma das grandes mudanças que ocorreram nos últimos anos devido ao acesso à Internet tem a ver com o relacionamento interpessoal, como mencionei no ponto anterior. E é que, especialmente na adolescência, o contato com amigos tem uma grande implicação na formação da identidade.

Em uma vitrine como as redes sociais, que expõem uma imagem fictícia de si e dos outros, e que promovem uma sociedade em que o virtual se confunde com o real, é fácil que a insegurança e a maldade apareçam nessas idades a autoimagem, algo que pode continuar pelo resto da vida. A formação da identidade está ligada à personalidade, e nestes anos é fundamental construir uma identidade saudável e uma personalidade resistente.

Na verdade, ao usar as redes sociais, é comum pensar que a vida dos outros é mais interessante do que a nossa, o que impacta consideravelmente a nossa autoestima. Isso é conhecido como síndrome FOMO (medo de perder) ou medo de perder algo.