Telarmachay: Principais Características e História - Ciência - 2023


science
Telarmachay: Principais Características e História - Ciência
Telarmachay: Principais Características e História - Ciência

Contente

Telarmachay É um sítio arqueológico que se encontra na Cordilheira dos Andes do Peru. Evidências de vida humana foram encontradas nele entre 7.000 aC. e 1.700 AC aproximadamente, podendo determinar que teve seu grande pico no período lítico tardio e no início do período arcaico.

A civilização humana se desenvolveu ao longo deste período e acredita-se que o homem Telarmachay se desenvolveu durante o período glacial holoceno, que começa com a retirada das últimas geleiras do pleistoceno.

O homem de Telarmachay é considerado o primeiro pastor dos auquénidos (também conhecidos como camelídeos). Presume-se que nessa região tenham se iniciado trabalhos com fibra de camelídeo.

O pastoreio se espalhou como um costume pelos planaltos andinos de Pasco, Huánuco e Áncash. Da mesma forma, a escavação deixou inúmeros fogões em seu rastro, onde se presume que os homens cozinhavam ou aqueciam seus alimentos, e também caçavam animais.


Principais características do Telarmachay

A escavação e os estudos arqueológicos do local foram realizados em 1974 pela arqueóloga francesa Danièlle Lavallèe e sua equipe de pesquisa.

Essas escavações revelam uma civilização impressionante de seus fósseis, além de outras características principais de Telarmachay.

Criação de camelídeos

Pesquisadores franceses que realizaram vários testes arqueológicos descobriram que Telarmachay era um povoado muito mais sedentário do que os das culturas predecessoras.

O telarmachay não foi a outro lugar em busca de comida, pois não teve grande dificuldade em conseguir sua comida.

De acordo com as evidências encontradas em restos fósseis, acredita-se que os camelídeos fizessem parte do povoado de Telarmachay e animais como a alpaca ou a lhama fossem pastados nas alturas da área. Tarucas, guanacos e outros camelídeos também foram criados e caçados.


Os camelídeos não foram criados para domesticação como um cão, eles foram cuidados até ficarem grandes e então foram mortos para obter casacos de pele para o frio, carne para comida, lã para tecer e ossos para fazer ferramentas e armas.

Porém, em seu último período, o povo Telarmachay também domesticou outros tipos de animais além dos camelídeos.

Fogões

Em Telarmachay, a primeira evidência de lareiras foi encontrada por volta de 4.500 AC. Eram ferramentas pequenas e úteis, utilizadas para cozinhar ou aquecer alimentos e se espalharam amplamente por toda a região peruana e em grande parte da região continental da América, mesmo após a colonização espanhola.

Se, por exemplo, um homem caçava uma alpaca e a esfolava, mas a deixava no chão para atender a outras necessidades, com o fogão ele esquentava a carne apesar de não ser comestível por causa do frio.

Os fogões também podem ser usados ​​como lareiras para aquecer o corpo à noite.


Geografia benéfica

Pela época da história em que Telarmachay foi povoada, sabe-se que era um local seguro que podia servir de refúgio a pessoas que não eram combatentes, mas sim caçadores e pastores.

Essas terras altas estão a mais de 4.000 metros acima do nível do mar, a mais de 7,5 quilômetros de San Pedro de Cajas.

O que hoje é conhecido como lagoa de Parpacocha, foi na época motivo de povoamento de caçadores furtivos que migravam de norte a sul pelas grandes geleiras que derreteram no final do Holoceno.

O lugar, geograficamente falando, era perfeito para a sobrevivência. Tinha uma fonte de água próxima onde os moradores podiam matar a sede, lavar suas roupas e levar os camelídeos para beber água. Além disso, possuía uma fauna variada que lhe dava grandes possibilidades de alimentação.

Por sua vez, por possuir vales e planaltos, a geografia do local permitiu ao homem construir casas com materiais mais resistentes e nelas viver, dando lugar a uma época em que o homem deixou de ser nómada e passou a praticar o sedentarismo.

Existem recursos arqueológicos que determinam que o homem Telarmachay viveu sem se mudar do assentamento por pelo menos 2.000 anos.

Fabricação de instrumentos

Como os homens que habitavam Telarmachay eram sedentários, eles tiveram que criar ferramentas, utensílios e instrumentos para sua sobrevivência.

Há evidências históricas de que os homens usavam raspadores unifaciais para coletar a carne dos animais que matavam.

Da mesma forma, descobriu-se que os habitantes dessa área costumavam fabricar armas e ferramentas com ossos. De grandes tigelas e facas às pontas de lanças feitas com os ossos dos camelídeos que eles ergueram. Tudo para sobreviver nessas terras.

Há também informações arqueológicas que revelam que os homens de Telarmachay criavam escovas, mas não eram para uso pessoal, ou seja, não eram usadas para pentear o cabelo de homens, mulheres ou crianças.

As escovas serviam para extrair e trabalhar a lã previamente extraída dos camelídeos.

Outras fontes indicam que um dos instrumentos mais interessantes e extraordinários criados para a época foram as ferramentas de tecelagem.

A importância dessas ferramentas era vital, pois se os homens de Telarmachay não pudessem usar casacos, teriam morrido de frio.

Cemitério dentro do assentamento

Uma perspectiva interessante sobre a criação de animais foi amplamente discutida por arqueólogos que afirmam que durante algum tempo houve grandes mortes na área de Telarmachay.

O motivo das mortes é atribuído à criação de lhamas, alpacas, vicunhas e guanacos. Como os animais podem causar centenas de mortes?

Os arqueólogos estudaram o terreno e afirmam que, na estação de reprodução dos camelídeos, a inclusão de longo prazo dos animais em pequenos currais fazia com que os animais excretassem repetidamente.

Quanto mais animais eles colocavam nos currais, mais animais morriam e algumas cepas bacterianas ficavam mais fortes.

Alguns registros indicam que muitos homens de Telarmachay morreram dessas doenças bacterianas devido à forte exposição a excrementos de camelídeos.

Pessoas que morreram foram enterradas ali mesmo em Telarmachay, e registros fósseis revelam que mulheres idosas, homens e até crianças morreram.

Referências

  1. Cardich, Augusto: Origem do homem e da cultura andina. Volume I da História do Peru. Lima, Editorial Juan Mejía Baca, 1982. Quarta edição. ISBN 84-499-1606-2.
  2. Kauffmann Doig, Federico: História e arte do antigo Peru. Volume 1, pág. 117. Lima, Ediciones PEISA, 2002. ISBN 9972-40-213-4.
  3. Jane Wheeler. (2003). Evolução e origem dos camelídeos domésticos. 21 de agosto de 2017, no site da CONOPA: Conopa.org.
  4. Benjamin Alberti, Gustavo G. Politis. (2005). Arqueologia na América Latina. Livros do Google: Routledge.
  5. Carlos Tejada, Chantal Connaughton, Rachel Christina Lewis, José Pulido Mata, Nuria Sanz, Anjelica Young. (2015). Sítios de Origem Humana e a Convenção do Patrimônio Mundial nas Américas. UNESCO, II, 1-140. ISBN 978-92-3-100141-3.
  6. Barbara R. Bocek, John W. Rick. (1984). O período pré-cerâmico na puna Junín. Revista Chungará, Vol. 13, 109-127.
  7. Tania Delabarde, Danièle Lavallée, Aldo Bolaños, Michèle Julien. (2009). Descoberta de um antigo cemitério arcaico no sul do Peru. Bulletin de l’Institut Français d’Études Andines, Vol. III, 939-946.