Sinal de Dunphy: o que é, diagnóstico de apendicite - Ciência - 2023


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Sinal de Dunphy: o que é, diagnóstico de apendicite - Ciência
Sinal de Dunphy: o que é, diagnóstico de apendicite - Ciência

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o Sinal de Dunphy, ou teste de tosse, é a dor abdominal que se torna evidente quando o paciente é instruído a tossir. Este teste é feito em pessoas com suspeita de apendicite aguda. É um dos testes mais fáceis de realizar, pois não requer nenhum preparo especial ou toque no abdômen do paciente.

Pode ser realizado por qualquer profissional de saúde treinado e apresenta grande sensibilidade na abordagem diagnóstica da apendicite aguda no paciente com dor abdominal.

Existem muitos exames para o médico suspeitar de apendicite aguda em um paciente que chega ao pronto-socorro por dor abdominal. É importante conhecê-los, visto que o diagnóstico dessa patologia é, basicamente, clínico. Ou seja, o médico assistente pode ter um alto nível de suspeita apenas avaliando os sintomas e o exame físico do paciente.


Embora o sinal de Dunphy não seja específico para apendicite aguda, é um indicador confiável de que existe um processo inflamatório significativo no abdome.

Qual é o sinal de Dunphy?

O sinal de Dunphy também é conhecido como teste de tosse. A ideia do teste é mostrar a dor na fossa ilíaca direita do paciente no momento da tosse.

Sua descrição é atribuída a dois cirurgiões sem estar claramente estabelecido quem explicou e utilizou esta técnica pela primeira vez. Esses profissionais foram o médico inglês Osborne Joby Dunphy (1898-1989) e o cirurgião americano John Englebert Dunphy (1908-1981).

Há uma publicação de 1953 do Dr. John Dunphy na qual ele descreve a técnica de causar dor na fossa ilíaca direita do paciente, pedindo-lhe para tossir.


O médico deve instruir o paciente a tossir com força algumas vezes. Se o paciente manifestar dor na fossa ilíaca direita, levar as mãos em direção à fossa ilíaca direita indicando desconforto naquele local ou interromper abruptamente a ação devido à dor, o sinal é considerado positivo.

A tosse provoca dor porque faz com que a camada peritoneal (lençol que cobre a cavidade abdominal) se recupere, causando dor onde está inflamada.

A manobra para revelar o sinal de Dunphy é um teste indireto, ou seja, não é necessário tocar o paciente para avaliar a dor. Isso o torna um sinal mais preciso e difícil de fingir, pois o paciente não espera dor.

Embora um resultado negativo não exclua apendicite, um resultado positivo, juntamente com o resto dos dados clínicos e testes laboratoriais, orienta o médico para esse diagnóstico.

Apêndice Cecal

O apêndice vermiforme ou apêndice cecal é um órgão que se localiza no lado direito do abdome, topograficamente na fossa ilíaca, diretamente conectado ao ceco. O ceco é a primeira parte do cólon direito ou cólon ascendente.


É conhecido como apêndice vermiforme, devido ao seu formato alongado semelhante ao de um verme. Palavra vermiforme vem do latim vermis = verme.

O apêndice é um órgão alongado e cego (sem saída), que pode ter até 10 cm de comprimento. Possui um lúmen interno de alguns milímetros de diâmetro e se conecta à borda inferior do ceco. Sua função é controversa, mas demonstrou ser um órgão linfático.

Realmente carece de função significativa e é considerado um órgão vestigial, de fato, em uma pequena porcentagem da população mundial há ausência do apêndice cecal sem interferir na saúde desses indivíduos.

A inflamação do apêndice é a causa mais comum de dor abdominal aguda em pacientes jovens. Essa patologia é conhecida como apendicite aguda.

Apendicite aguda

A inflamação do apêndice cecal é o processo inflamatório mais comum no abdômen em pacientes jovens e é o principal desencadeador da patologia abdominal aguda conhecida como peritonite.

Essa condição pode ocorrer por vários motivos, sendo o mais comum a obstrução do lúmen apendicular por um pequeno pedaço duro de fezes chamado fecalite.

Quando o fecalith bloqueia o lúmen do apêndice, as bactérias normalmente encontradas no intestino começam a proliferar. Por não ter saída, inicia-se um processo inflamatório que acaba irritando o apêndice e, assim, inicia o primeiro estágio da apendicite.

É um processo agudo que se estabelece totalmente em 6 a 8 horas e pode ser fatal quando não tratado em tempo hábil.

Suas complicações são graves e variam desde a formação de abscesso na gordura ao redor do apêndice até a perfuração e contaminação da cavidade abdominal com fezes, sepse, infecção do sangue e até morte.

O diagnóstico de apendicite aguda é clínico. Isso significa que o médico deve se basear no questionamento, na apresentação da doença, nos sintomas do paciente e dar atenção especial ao exame físico e aos exames laboratoriais.

No exame físico que o médico realiza em pacientes com dor abdominal e suspeita de apendicite aguda, diferentes manobras clínicas foram descritas. Esses testes são usados ​​para revelar dor na fossa ilíaca direita, típica de apendicite aguda.

Diagnóstico

Para chegar ao diagnóstico de apendicite é importante saber que se trata de um processo agudo que pode levar até 8 horas para se estabelecer completamente. Portanto, no início o paciente pode apresentar sintomas muito vagos relacionados a um processo digestivo inespecífico e estes se tornam mais específicos com o tempo.

A tríade de dor abdominal que migra do umbigo para a fossa ilíaca direita, falta de apetite e exames de sangue alterados orientam o médico para o diagnóstico definitivo.

A palpação abdominal é difícil e requer experiência para verificar ou descartar um diagnóstico.

O médico deve conhecer bem a anatomia dos órgãos intra-abdominais, bem como o processo fisiopatológico das doenças mais comuns do abdômen para chegar a um diagnóstico.

Por esse motivo, já foram descritas mais de vinte manobras, a maioria de fácil execução, para evidenciar dor apendicular. O objetivo de todas essas manobras é provocar no paciente a dor típica da apendicite aguda, que é uma dor forte localizada na fossa ilíaca direita do abdome.

Embora nenhuma dessas manobras seja totalmente específica para apendicite, é importante conhecê-las e saber executá-las corretamente para se chegar ao diagnóstico.

Referências

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