A escala de avaliação de psicopatia da lebre - Psicologia - 2023


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A escala de avaliação de psicopatia da lebre - Psicologia
A escala de avaliação de psicopatia da lebre - Psicologia

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Ao pensar sobre o conceito de "psicopata", a imagem de um assassino vem à mente para a maioria das pessoas, alguém que mata por prazer e cuja atuação obedece apenas aos seus próprios interesses, sem traço de empatia e desprezando as necessidades, sentimentos e desejos dos que o cercam (a quem também usa como objetos para atingir seus fins). Esta imagem parece muito clara ... mas detectar essas características não é tão fácil na vida real.

Até tempos relativamente recentes, não foram desenvolvidas ferramentas que possam medir esta alteração com precisão, distinguindo-a das patologias mentais e médicas. Nesse sentido, uma das principais contribuições na detecção e avaliação das características psicopáticas é a de Hare, criadora a Escala de Avaliação de Psicopatia Hare ou PCL (Lista de verificação de psicopatia).


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Psicopatia: do que estamos falando?

Para compreender a escala de avaliação de psicopatia Hare, será necessário primeiro estabelecer uma definição do que entendemos por psicopatia.

O conceito psicopatia refere-se a uma alteração da personalidade em que há uma ausência mais ou menos completa de empatia e preocupação com o outro e um foco profundo em si mesmo e nas próprias necessidades. Não é considerada uma entidade clínica, ou seja, não é um transtorno mental. E é que a definição feita desse construto pode variar muito dependendo dos autores que a expressam e do tipo de psicopatia de que estamos falando (na verdade, podem haver tipos de psicopatas muito diferentes, alguns autores propõem até nove).

Embora a imagem que a maioria das pessoas tem deles seja a mencionada na introdução, a verdade é que nem todos são criminosos ou cometem crimes: Existem psicopatas integrados na sociedade e de fato em muitos casos eles se tornam líderes políticos (alguns dos quais cometeram grandes abusos) ou grandes empresários.


Porém, há uma série de características comuns à maioria dos psicopatas: o fator mais definidor e determinante é a incapacidade de desenvolver relações afetivas, a falta de empatia e a indiferença pelos sentimentos dos outros. Além disso, é frequente o uso de outras pessoas para atingir seus fins, a ausência de culpa e senso de responsabilidade pelas próprias ações, a baixa intensidade da maioria de suas emoções, arrogância e egocentrismo, capacidade de Sedução e superficialidade relacionamentos em que o outro não é valorizado e a manipulação costumam ser algumas das características mais comuns.

Também existem * * problemas para planejar ou avaliar o futuro ou as consequências de suas próprias ações * *, a necessidade de buscar sensações, a impulsividade, o descompasso entre linguagem e comportamento e a necessidade de gratificação imediata.

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Quais são suas causas?

É importante observar que tecnicamente a psicopatia não é considerada um transtorno mental. É uma condição de causa desconhecida mas em que fortes componentes genéticos foram detectados (por exemplo, é frequente que no estudo de gêmeos se observe que ambos possuem traços psicopáticos), embora pelo menos metade da variância no momento do sofrimento ou não esta alteração esteja ligada aos fatores ambientais.


Algumas diferenças têm sido observadas no nível biológico e temperamental que complicam os processos de socialização durante o crescimento, não integrando as experiências primárias de socialização de forma adaptativa. São pessoas que estão totalmente cientes de suas ações, não apresentando alterações na capacidade volitiva e não havendo comprometimento das funções cognitivas básicas (além da esfera emocional).

PCL: The Hare Psychopathy Assessment Scale

A Lista de Verificação da Psicopatia, PCL ou escala de avaliação de psicopatia de Hare é um dos instrumentos de avaliação mais amplamente utilizados para avaliar a existência de psicopatia.

Originada e baseada no agrupamento de fatores e critérios previamente propostos por Cleckley, é uma escala criada por Hare que avalia por meio de 20 itens (embora originalmente fossem 22), os principais traços de personalidade e características dos sujeitos com psicopatia.

É uma escala que deve ser preenchida a partir das informações obtidas durante a entrevista semiestruturada com o sujeito, a observação e análise de seu comportamento, as entrevistas com seu ambiente e os conhecimentos obtidos em seu arquivo. A entrevista em si pode durar cerca de duas horas, embora dependa de cada caso. Cada item é pontuado com 0, 1 ou 2 dependendo se o item em questão não pode ser aplicado ao assunto (0), pode ser aplicado em um certo sentido (1) ou pode ser aplicado ao assunto como algo consistente em seu comportamento (2). A pontuação máxima é de 40 e considera-se a existência de psicopatia os casos que ultrapassam os 30 pontos (embora deva ser contrastada com entrevistas com os que estão ao seu redor e verificando outras possíveis entrevistas e registros relativos ao assunto. Pontuações superiores a 25 são consideradas preditores de comportamentos anti-sociais e violentos.

É importante lembrar que se trata de um instrumento criado a partir da população carcerária, na prática clínica e forense, que se mostrou útil para prever a probabilidade de reincidência, avaliar possíveis violações de condenação e prever comportamentos anti-sociais.

O que é valorizado? Itens de escala

Como vimos, no PCL (em sua versão revisada) ou na escala de avaliação de psicopatia elaborada por Hare, encontramos um total de 20 itens que buscam avaliar a existência de diferentes características da psicopatia. Especificamente, os seguintes itens ou elementos são avaliados.

1. Charme / loquacidade superficial

Uma das características mais comuns dos psicopatas é sua facilidade de lidar e sua atratividade superficial. sendo frequentemente muito sedutor. Eles são considerados divertidos e divertidos e parecem ser fluentes em muitos assuntos e tópicos de conversação.

2. Egocentrismo e sentimentos de grandiosidade

O psicopata tende a ter uma visão superestimada de si mesmo, com grande autoconfiança e com uma atitude egocêntrica. Além disso, você tende a ver apenas sua própria visão das coisas e se concentrar em suas próprias necessidades. Você pode se sentir admirado e invejado.

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3. Procure sensações

Outra característica frequente das pessoas com psicopatia é a tendência de se entediar facilmente e procuram realizar atividades que os estimulem, em busca de ação, competição e oportunidades.

4. Mentira patológica

Mentir e trapacear são elementos frequentes no comportamento do psicopata. Você pode fazer histórias facilmente críveis e geralmente não se preocupe em ser pego. É fácil para ele quebrar suas promessas.

5. Manuseio

Os psicopatas geralmente têm uma tendência a ser manipuladores, usando suas habilidades e habilidades de sedução para tornar mais fácil para os outros obter e atingir seus objetivos, frequentemente sem se preocupar com os efeitos na pessoa manipulada.

6. Ausência de culpa

Aspecto ligado à falta de empatia, o psicopata tende a não se sentir culpado pelo que acontece ao seu redor, bem como pelas consequências de seus atos.

7. superficialidade emocional

Muitos psicopatas são conhecidos por mostrar um espectro emocional plano, sem mostrar grandes reações e resultando em sua expressão emocional muitas vezes superficial e até encenada. Sim, eles podem sentir emoções, mas geralmente são considerados de baixa intensidade e superficiais.

8. Falta de empatia

Uma das características mais fundamentais dos psicopatas é sua falta de empatia. O sujeito psicopata é geralmente incapaz de se colocar no lugar dos outros, ou não apreciar o que os outros podem estar sentindo ou desejando. Juntamente com essa alta capacidade de manipulação que geralmente possuem, muitas vezes usam outros apenas para atingir seus objetivos.

9. Estilo de vida parasita

Esse critério pressupõe que muitos psicopatas usam seus familiares e o ambiente de forma utilitária para sobreviver sem ter que fazer esforços, a menos que esse trabalho envolva uma motivação que lhes permita se destacar e ser o número um.

10. Falta de autocontrole

Pessoas com personalidade psicopática podem não ter emoções profundas, mas suas reações comportamentais imediatas podem ser extremas. O uso da violência pode ser um deles, breve e geralmente sem causar uma reação posterior.

11. Promiscuidade

O alto nível de loquacidade e atratividade superficial de muitos psicopatas torna mais fácil para eles ter relações sexuais esporádicas. Da mesma forma, a ausência de empatia e responsabilidade junto com a busca por sensações torna difícil manter relacionamentos mais estáveis.

12. Problemas de comportamento anteriores

Não é estranho que o sujeito psicopata tenha manifestado problemas de comportamento já na infância. Neste sentido é frequentemente associado a transtorno de conduta, por exemplo, ser capaz de exercer comportamentos sádicos e torturar animais.

13. Problemas de planejamento de longo prazo

Outro elemento comum na psicopatia é o fato de que tendem a se concentrar no curto prazo e obter gratificação imediata. Geralmente não consideram o futuro (algo que também afeta a falta de consideração pelas consequências de suas ações), ou podem ter algum tipo de objetivo que não consideraram como realizar.

14. Impulsividade

Refere-se a conduta não intencional, agindo imediatamente de acordo com a oportunidade e o próprio desejo sem considerar alternativas ou possíveis consequências.

15. Irresponsabilidade

Este item se refere à falta de comprometimento com os outros. Você pode ter um certo nível de lealdade para com sua família e círculo social próximo, mas geralmente não presta muita atenção às obrigações e deveres para com os outros.

16. Não aceitação de responsabilidades pela conduta

Atrelado à irresponsabilidade, o sujeito com psicopatia não costuma se responsabilizar por seus próprios atos. Embora ele não sinta culpa por eles, geralmente os justifica e usa desculpas diferentes.

17. Relacionamentos breves

As relações de casal de um sujeito com psicopatia geralmente não são estáveis. Embora possam ter um parceiro, como já dissemos, geralmente não há compromisso que perdure. Eles podem ter um casamento ou até filhos, mas geralmente são negligenciados e frequentemente se envolvem em infidelidade e outras atividades.

18. Delinquência juvenil

Já mencionamos que, desde a infância, o sujeito com psicopatia manifesta um grande número de características dessa condição. Não é incomum que crimes mais ou menos graves ocorram na adolescência que pode ter diferentes repercussões para si ou para terceiros, podendo levar a crimes graves e até crimes de sangue.

19. Revogação da liberdade condicional

Este é um item reservado apenas para aqueles sujeitos que foram presos e podem ter optado pela liberdade condicional.

20. Versatilidade criminosa

Este último item nos fala sobre a existência de vários tipos de crimes cometidos pelo sujeito, que podem variar desde roubos, tráfico de drogas, assassinato, agressão, ofensa sexual, sequestro ou direção imprudente, entre outros.

Aspectos gerais a considerar

No PCL ou escala de avaliação de psicopatia de Hare, como vimos, a personalidade e o comportamento das pessoas analisadas são avaliados por meio dela em busca de características da psicopatia. Os itens em questão podem ser agrupados em diferentes facetas para análise. Especificamente, propõe-se a existência de dois fatores principais, havendo quatro fatores a serem considerados dentro deles.

Fator 1: Interpessoal / Afetivo

Esse primeiro fator refere-se principalmente aos aspectos mais propriamente internos do sujeito, como sua personalidade, a forma de abordar as relações interpessoais, a afetividade e a cognição. Está relacionado a traços narcisistas. Nele podemos encontrar duas dimensões básicas, a interpessoal e a afetiva.

Dimensão interpessoal

Esta dimensão avalia o tipo de relação que o sujeito mantém com seu ambiente e como você se relaciona com os outros. Inclui principalmente os itens de charme superficial, sentimento de grandeza, mentira, manipulação, falta de sentimento de culpa, emocionalidade superficial, falta de empatia e não reconhecimento da própria responsabilidade.

Dimensão afetiva

Esta segunda dimensão refere-se à gestão e a experiência de emoções pelo sujeito. A busca de sensações, falta de autocontrole e empatia, emocionalidade superficial, falta de sensibilidade e empatia entrariam nele.

Fator 2: desvio social

Este segundo fator se refere principalmente a elementos que nos informam de como o sujeito se relaciona com o mundo ao seu redor e como se comporta nele. Está mais ligado a fatores relacionados ao cometimento de comportamento anti-social. Dentro disso podemos encontrar o estilo de vida e o aspecto anti-social de sua personalidade.

Estilo de vida

Refere-se ao tipo de vida que o sujeito costuma levar no seu dia a dia. Itens como promiscuidade, relacionamento breve, falta de compromisso ou versatilidade criminosa estão incluídos. A necessidade de estimulação ou a ausência de objetivos de longo prazo também podem ser incluídos., a busca por sensações e egocentrismo.

Anti-social

Esta seção inclui os comportamentos que o sujeito teve ao longo de sua vida, como a presença de crimes na juventude, se esteve preso e se sua liberdade condicional foi revogada ou a falta de responsabilidade pelos próprios atos.

Referências bibliográficas

  • Folino, J.O. e Castillo, J.L. (2006). As facetas da psicopatia de acordo com a Lista de Verificação da Psicopatia Hare revisada e sua confiabilidade. Jornal Argentino de Psiquiatria, Vol. XVII: 325-330.
  • Lykken, D. (1994) Antisocial personalities. Barcelona: Herder.