Philemaphobia: sintomas, causas e tratamentos - Ciência - 2023
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Contente
- Um exemplo para esclarecer o problema
- Características da filemafobia
- Causas
- Teorias cognitivo-comportamentais
- Crenças e estilos educacionais
- Trauma
- Tratamento
- Tratamento cognitivo comportamental
- Referências
o filemafobia é o medo irracional e excessivo de beijos. Nem todos os medos de beijar implicam esse tipo de fobia, pois o medo que se experimenta nesse transtorno de ansiedade deve ter certas características.
Em primeiro lugar, deve-se destacar que, para falar de arquivomafobia, é necessário vivenciar altos níveis de ansiedade e sentimentos de medo ao se expor a um beijo. Essa primeira avaliação pode parecer supérflua e desnecessária, pois desde o início já se comentou que a filemafobia é isso, uma fobia de beijos.
No entanto, é importante esclarecer esse primeiro ponto, uma vez que a filemafobia é um transtorno de ansiedade em que o medo irracional é sentido quando a pessoa é exposta a um beijo, mas não o faz quando exposta a qualquer outra situação.
Desta forma, é importante que o objeto temido seja examinado e detalhado com muita precisão. As pessoas podem ter medo de muitas coisas, e esses medos podem ser extrapolados para a ação do beijo, entretanto, a filemafobia não possui essas características.
Um exemplo para esclarecer o problema
Uma pessoa pode ficar muito nervosa ao ter que beijar alguém pela primeira vez, a ponto de ficar bloqueada e não conseguir realizar a ação. Nessa situação, a pessoa sente muita ansiedade ao dar um beijo, mas o beijo é realmente o elemento fóbico?
Provavelmente não, pois nessa situação a pessoa provavelmente sentirá ansiedade por outros motivos.
Ela está nervosa porque quer começar um relacionamento com aquela pessoa, ela tem medo de ser rejeitada, de que a outra pessoa não queira beijá-la ou que a outra pessoa não queira manter um relacionamento com ela.
Nesse caso, vemos que a ansiedade é vivenciada antes da ação do beijo, mas o elemento temido não é o beijo em si, mas tudo o que o ato de beijar representa.
Ou seja, a pessoa não tem medo de beijar, mas tem medo de ser rejeitada ou de descobrir que a outra pessoa não tem as mesmas intenções amorosas que ela.
Nesse caso, não falaríamos em filemafobia (em princípio), pois os medos não estão sujeitos à ação do beijo, mas a outros aspectos.
Características da filemafobia
Quando falamos em arquivomafobia, o próprio objeto temido é o beijo, então a pessoa tem medo de beijar, de ser beijada e até de ver outras pessoas fazendo isso.
Para que esse medo experimentado seja considerado correspondente a um transtorno de ansiedade, ele deve ter outras características principais. Estes são:
- O medo que é experimentado quando exposto a uma situação de beijo é desproporcional às demandas da situação.
- A pessoa não consegue explicar ou raciocinar o medo que experimenta nessas situações, ela não consegue entender isso, ela sabe que é irracional, mas não pode evitá-lo
- O medo que você sente quando beija ou é beijado está além do seu controle voluntário, você não consegue controlar os sentimentos de terror e o medo o governa totalmente.
- O medo que a pessoa experimenta é tão grande que a leva, de forma sistemática, a evitar qualquer situação em que possa ocorrer a ação do beijo.
- O medo que surge antes das ações de beijar persiste com o tempo e não aparece apenas esporadicamente ou ocasionalmente.
- O medo é totalmente desadaptativo, não traz benefícios e causa problemas de relacionamento na pessoa.
- O medo vivido nessas situações não é específico de uma determinada fase ou idade, por isso persiste nas diferentes etapas da vida.
Com essas 7 características principais do medo vivenciado na arquivomafobia, já percebemos claramente que nem todas as angústias que podem surgir em uma situação de beijo correspondem ao sofrimento desse tipo de fobia específica.
Se você fica nervoso ao beijar, tem medo de ser beijado inesperadamente ou tem medo de beijar alguém de uma maneira específica, isso não significa que você tenha fobia de beijar.
Da mesma forma, pessoas com arquivomafobia não tendem a temer o beijo apenas quando o experimentam na primeira pessoa, mas também apresentam aumento exagerado da ansiedade ao ver outras pessoas se beijando.
Por fim, cabe destacar que, por mais óbvio que possa parecer, as pessoas com arquivomafobia são totalmente incapazes de desfrutar quando se beijam ou são beijadas, embora essa ação tenha elementos gratificantes para a maioria das pessoas.
Quando uma pessoa que sofre de filemafobia é exposta a um beijo, ela automaticamente responde com sentimentos de medo e terror, por isso vive o momento extremamente desagradável e tudo o que deseja é evitar essa situação.
Causas
As causas dos transtornos de ansiedade são controversas e, no caso da filemafobia, não se conhece hoje um único fator que possa explicar o aparecimento do transtorno.
Teorias cognitivo-comportamentais
Uma boa abordagem que tenta explicar o surgimento desse tipo de fobias são as teorias cognitivo-comportamentais.
Essas teorias tentam explicar como um estímulo antes neutro (como o beijo) pode ser associado a estímulos aversivos a ponto de acabar com medo deles.
Uma abordagem bastante explicativa para a resolução dessa formulação é a teoria dos dois fatores de Mowrer. Essa teoria postula que o estímulo neutro (o beijo) torna-se aversivo (medo do beijo) por meio de propriedades motivacionais.
Além disso, ele explica que o medo é mantido devido ao comportamento de evitação que é realizado. Quando uma pessoa que tem fobia de beijos evita situações em que possa ser exposta a um beijo, essa evitação é o principal fator que mantém a fobia.
Da mesma forma, postula-se que a filemafobia pode ser consequência de outras fobias relacionadas, como o medo da intimidade ou de relações sexuais.
Crenças e estilos educacionais
Em relação aos fatores motivacionais que tornam o estímulo neutro em um estímulo fóbico e muito temido, postula-se que as crenças religiosas ou culturais podem desempenhar um papel importante.
Dessa forma, estilos educacionais e experiências iniciais podem ser os principais fatores no desenvolvimento desses tipos de medos.
Trauma
Da mesma forma, a vivência de algum trauma relacionado à esfera sexual, como ser estuprado ou ter relações sexuais desagradáveis, podem ser outros fatores que explicam o aparecimento da filemafobia.
A causa dessa alteração psicológica é entendida de um ponto de vista multifatorial, no qual tanto os aspectos educacionais, as aprendizagens, as crenças, as primeiras experiências e os traços de personalidade se retroalimentam para dar origem à fobia de beijos.
Tratamento
O aspecto mais positivo das fobias é que podem ser tratadas e gerenciadas de maneira relativamente eficaz, portanto, pode-se dizer que a filemafobia tem uma solução.
Em geral, existem muitos tipos de fobias específicas que não requerem tratamento, uma vez que o impacto que têm na vida quotidiana de quem as sofre é mínimo.
Um exemplo claro pode ser a fobia de aranhas ou outros animais, que interferem muito pouco na qualidade de vida das pessoas e um indivíduo pode conviver com essas fobias praticamente sem problemas.
O caso da filemafobia é diferente porque, devido às características do objeto temido, é uma doença que pode ter muito mais impacto na vida da pessoa.
Na verdade, beijar é um dos comportamentos mais especiais e gratificantes que as pessoas têm, bem como um dos nossos principais recursos para expressar sentimentos e apreço por nossos entes queridos.
Uma pessoa com arquivomafobia possui padrões emocionais iguais aos que uma pessoa possui sem essa alteração, portanto é capaz de amar, valorizar e amar as outras pessoas.
Porém, o que o limita é uma das ações de expressão emocional que os humanos possuem, o beijo. Portanto, é conveniente para as pessoas com fobia de arquivo tratar seu medo por meio de psicoterapia para eliminar suas fobias.
Tratamento cognitivo comportamental
A intervenção psicológica que se tem mostrado mais eficaz nesses casos é o tratamento cognitivo-comportamental, pois permite remediar praticamente todos os casos de fobia específica.
Esses tratamentos são caracterizados pela aplicação de técnicas cognitivas (tratam do pensamento) e técnicas comportamentais (tratam das ações). No caso da filemafobia, as duas técnicas principais são o relaxamento e a exposição.
Com o relaxamento é possível reduzir os níveis de ansiedade e proporcionar à pessoa um estado de calma que lhe permite desenvolver habilidades para controlar o medo.
Com a exposição, a pessoa é exposta a um elemento temido (o beijo) quando este foi previamente relaxado e se pretende que a pessoa se acostume com o estímulo temido até que pare de temê-lo.
Finalmente, técnicas cognitivas podem ser aplicadas para reestruturar crenças distorcidas sobre beijos que podem ser importantes para manter a fobia.
Referências
- Becker E, Rinck M, Tu ¨rke V, et al. Epidemiologia de tipos específicos de fobia: descobertas do Estudo de Saúde Mental de Dresden. Eur Psychiatry 2007; 22: 69–7.
- Ost LG, Svensson L, Hellstrom K, Lindwall R. Tratamento de uma sessão de fobias específicas na juventude: um ensaio clínico randomizado. J Consult Clin Psychol 2001; 69: 814–824.
- Peurifoy, R.Z.(2007). Supere seus medos. Ansiedade, fobias e pânico. Barcelona: Robin Book.
- Peurifoy, R.Z. (1999). Como superar a ansiedade. Um programa revolucionário para eliminá-lo permanentemente. Bilbao: Desclée De Brouwer.
- Suinn, R.M. (1993). Treinamento de gerenciamento de ansiedade. Bilbao: Desclée de Brouwer
- Ballester, R. e Gil Llafrio, M.D. (2002). Habilidades sociais. Madrid: Síntesi