Panofobia: sintomas, causas e tratamento - Ciência - 2023
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Contente
- Causas da Panofobia
- Experiência de um evento traumático
- Herança genética
- Herança aprendida
- Sintomas
- Tratamentos
- Dessensibilização sistemática
- Terapia cognitiva comportamental
- Auto-instruções
- Hipnose
- Atenção plena ou atenção plena
- Drogas
- Bloqueadores beta
- Benzodiazepínicos
- Antidepressivos
- Bibliografia
o panofobia é uma ameaça vaga e persistente ou medo de algum mal desconhecido. É um medo irracional, ou seja, não existe uma causa lógica que o desencadeie. Essa fobia é mais conhecida como medo não específico ou medo de tudo.
O termo panofobia vem do grego panto,o que todos querem dizer, e de fobos, o que significa medo. Considera-se que esta palavra também pode vir do deus grego Pã, que instilou sentimentos de medo ou pânico.
Não existe uma classificação específica para esta fobia em manuais de transtornos mentais como o DSM ou o CID, mas considera-se que ela pode fazer parte de outras patologias como esquizofrenia, transtorno de personalidade borderline ou, principalmente, transtorno de ansiedade generalizada.
Neste último, uma das principais características que o definem é a preocupação excessiva com a ocorrência de uma série de eventos, como ocorre no caso da panofobia.
É uma fobia muito limitante e prejudicial para a pessoa que a sofre, porque ao contrário de outras fobias que são especificadas em algum evento específico, objeto ou animal, neste caso a gama de medos é muito mais ampla.
Causas da Panofobia
Muitas vezes é difícil saber as causas que originam a panofobia, porque muitas vezes a pessoa não se lembra quando ou antes de qual evento específico o medo começou. Mas a maioria dos estudos concorda que a origem da panofobia acontece porque a pessoa já desenvolveu outras fobias específicas.
Por exemplo, uma pessoa que tem medo de voar de avião (aerofobia), de falar em público (fobia social), de aranhas (aracnofobia), pode acabar extrapolando esse medo para os sintomas causados pelo enfrentamento dessas situações.
Ter esses medos anteriores torna a pessoa mais vulnerável e, com o tempo, eventos ou lugares diferentes podem causar o mesmo medo que as primeiras fobias.
Dessa forma, o medo se generaliza e a pessoa passa a evitar e fugir de tudo o que o medo produz nela, fazendo com que o medo aumente, tornando-se um círculo vicioso.
Experiência de um evento traumático
Outra possível causa para o desenvolvimento dessa fobia é ter vivenciado um evento ou evento traumático durante a infância ou adolescência.
Em decorrência dessa situação, a pessoa desenvolve um medo intenso de que isso aconteça novamente e, portanto, gera um medo dessa situação e impede que ela volte a acontecer a todo custo. Essa evitação aumenta novamente o medo.
Herança genética
Outra causa para o desenvolvimento da panofobia está relacionada à herança genética. Alguns estudos mostram que os sentimentos de medo e ansiedade podem ser transmitidos por genes, assim como alguns traços de personalidade.
Segundo pesquisas, essa transmissão não significa que a pessoa necessariamente desenvolverá a fobia, mas sim que ficará mais vulnerável ou terá maior predisposição para desenvolvê-la se ocorrer em conjunto com outro conjunto de fatores, como exposição a uma situação traumática.
Herança aprendida
E, finalmente, podemos apontar a herança aprendida como outra causa para o desenvolvimento da fobia. Numerosos estudos mostram que ao observar o comportamento temeroso de pais ou figuras de referência em determinadas situações, eventos, animais, etc. a pessoa aprende a ter esse mesmo medo.
A criança aprende a incorporar a mesma reação que observa nos pais. Quando uma criança ainda não atingiu a capacidade de raciocínio e vê que suas figuras de referência reagem constantemente com medo e ansiedade diante de diferentes situações, ela passa a acreditar que há algo real a temer nelas. Este processo de aprendizagem contribui para a fobia.
O desenvolvimento da fobia é diferente em cada pessoa, mas geralmente aumenta com o tempo se não for corrigida e se iniciar o tratamento adequado.
Sintomas
O principal sintoma da panofobia é o medo persistente ou pavor de praticamente tudo. Inclui o medo de objetos, animais, situações, pessoas, etc.
A pessoa que sofre dessa fobia costuma ter um sentimento constante de medo, o que a leva a evitar situações e contatos. Um dos primeiros sintomas, portanto, é o isolamento social.
A nível psicológico, os principais sintomas são depressão, ansiedade, tristeza ou choro constante, baixa autoestima e sentimentos de impotência ou culpa. Pensamentos obsessivos e recorrentes sobre o medo também aparecem, o que impede a pessoa de pensar ou se concentrar em outras tarefas.
Em alguns casos, o medo de perder o controle ou enlouquecer também aparece. A pessoa tem um medo intenso e persistente e, por isso, o desejo de fugir ou escapar da situação também é constante.
No nível físico, aparecem sintomas como tonturas, palpitações, tremores, sudorese excessiva, dor no peito, respiração rápida, dor e / ou tensão corporal, vômitos ou dor abdominal.
Um sintoma específico dessa fobia são as constantes descargas de adrenalina que a pessoa sofre devido ao estado de alerta permanente. Esses choques são sempre seguidos de um período de fadiga em que o corpo precisa se recuperar do esforço. Por terem essas descargas constantes, o estado de fadiga dessas pessoas é praticamente permanente.
Tratamentos
Existem diferentes tratamentos específicos para a panofobia. A aplicação de um ou de outro será definida pelas características do paciente, pela gravidade da fobia ou pela orientação do terapeuta.
Dessensibilização sistemática
A dessensibilização sistemática é uma das técnicas mais eficazes no tratamento da panofobia. Essa estratégia, que se tornou uma das mais utilizadas, foi criada por Wolpe em 1958.
Destina-se a reduzir as respostas de ansiedade produzidas pela exposição a objetos ou situações temidas e a eliminar as respostas de evitação ou fuga. Baseia-se no início de respostas incompatíveis com o medo no momento em que surge, impedindo que se desenvolva.
A resposta incompatível com o medo é o relaxamento, portanto uma das principais ações será treinar essa resposta de relaxamento para poder iniciá-la quando a pessoa se deparar com o objeto ou situação que produz a fobia.
E por outro lado, faz-se uma lista de tudo o que causa medo à pessoa e sob a supervisão do terapeuta, todos esses medos vão sendo expostos progressivamente, começando pelos que produzem menos medo até chegar aos que geram maior desconforto. Assim que os anteriores forem superados.
A exposição pode ser ao vivo (de frente para o objeto de desconforto) ou na imaginação. Ao mesmo tempo que a exposição é realizada, são iniciadas as técnicas de relaxamento previamente aprendidas e ensaiadas.
Terapia cognitiva comportamental
A terapia cognitivo-comportamental também se mostrou eficaz no tratamento da panofobia. Essa terapia é baseada no fato de que o que uma pessoa pensa ou diz não é tão importante quanto o que ela acredita.
Se as crenças são irracionais ou distorcidas, isso leva a pessoa a desenvolver distúrbios como o medo irracional. Assim como a pessoa aprendeu a distorcer a realidade e tem medo excessivo de objetos que não deveriam produzi-la, ela pode aprender a deixar de ter esse medo se as crenças que a levaram a isso forem discutidas e questionadas.
A pessoa que tem panofobia percebe tudo ao seu redor como perigoso e ameaçador e também antecipa a todo o momento que algo ruim vai acontecer.
Com este tratamento o terapeuta visa eliminar este tipo de pensamentos perturbadores e substituí-los por outros que sejam realistas, racionais e, portanto, não produzam o medo ou a ativação fisiológica dos anteriores.
Auto-instruções
Derivado da terapia cognitivo-comportamental, outra técnica que se mostrou eficaz no tratamento da panofobia é o treinamento de autoinstrução.
Consiste em uma mudança de comportamento em que se modificam as autoverbalizações que a pessoa faz em qualquer situação que cause desconforto. O objetivo dessa técnica é introduzir uma mudança no que a pessoa diz para si mesma antes de se deparar com a situação temida, durante e depois. Por exemplo, antes do pensamento típico dessa fobia.
“Algo ruim está vindo, algo terrível vai acontecer e eu não estarei preparado para enfrentar isso. Vai ser horrível ”. O terapeuta propõe que o sujeito o modifique por outro pensamento mais realista e adaptativo, como “se ocorrer a situação que ele teme, estarei preparado para enfrentá-la.
Não é tão horrível, já vivi outras vezes e não foi tão prejudicial. Esses tipos de instruções são previamente ensaiados para que no momento de exposição à situação temida a pessoa as tenha internalizado corretamente.
Hipnose
Outro tratamento comumente usado para a panofobia é a hipnose. A tarefa fundamental da hipnose é localizar no subconsciente da pessoa a primeira manifestação desse medo e o motivo que o desencadeou, uma vez que normalmente o sujeito não é capaz de reconhecer conscientemente quando esse evento ocorreu.
Conhecidos esses dados, a hipnose permite associar as reações de medo às positivas, fazendo com que o medo irracional daquele objeto ou situação diminua gradativamente até desaparecer por completo.
. Graças à hipnose, as associações negativas que fazem a pessoa que sofre de panofobia continuam a sustentar aquele medo irracional e desproporcional de um animal, uma situação, um objeto, etc.
Atenção plena ou atenção plena
Atenção plena ou atenção plena é uma técnica usada atualmente com regularidade para o tratamento da panofonia. Os principais componentes dessa estratégia são focar no momento presente, focar no que está acontecendo, eliminando a interpretação que cada um pode fazer daquele fato, aceitar o desagradável como parte da experiência e abrir mão do controle direto sobre o que acontece.
Desse modo, a pessoa é ensinada a parar de antecipar que algo ruim pode estar por vir, porque ela se concentra apenas no momento presente, no que está acontecendo aqui e agora.
Ele também tenta neutralizar o medo irracional porque aceita que um leve medo ou ansiedade em certas situações pode ser desagradável, mas aceita. Quando a pessoa aprende a aceitar essa parte desagradável da experiência, ela não a rejeita nem teme.
Drogas
Por fim, os medicamentos são considerados nos casos mais graves de fobia e são usados para controlar os sintomas quando são excessivamente incapacitantes.
Eles são eficazes a curto prazo e fornecem alívio temporário, mas não tratam a causa subjacente da doença. Existem três tipos de medicamentos usados para tratar a panofobia.
Bloqueadores beta
De um lado, os chamados beta-bloqueadores, cuja função principal é bloquear o fluxo de adrenalina que surge em situações de medo ou ansiedade. Desta forma, os sintomas físicos, como suor excessivo ou palpitações, são controlados.
Benzodiazepínicos
Outro tipo de medicamento de uso frequente são os chamados benzodiazepínicos, que proporcionam um certo nível de sedação sem ser muito alto ou perigoso para a saúde.
Eles também funcionam como relaxantes musculares e seu efeito é imediato. Ao contrário, apresentam alto risco de dependência em tratamentos longos.
Isso torna necessário o uso racional desses medicamentos, avaliando quanto tempo levará o tratamento medicamentoso, dependendo do diagnóstico e do prognóstico esperado, e se os benefícios decorrentes desse tratamento superam os riscos assumidos.
Antidepressivos
E, por último, o uso de antidepressivos pode ser útil quando os sentimentos de medo são especialmente graves e debilitantes. Em qualquer caso, o tratamento médico deve ser controlado e supervisionado por um especialista além de não ser um tratamento único, pois sempre será combinado com terapia psicológica para resolver o medo de sua origem.
Bibliografia
- Olesen, J. Fear of Everything Phobia. A lista definitiva de fobias e medos.
- Maharjan, R. Panophobia: Fear of Everything- Causes, Symptoms and Treatment. Healthtopia
- Crocq, M. (2015) Uma história de ansiedade: de Hipócrates a DSM. Dialogues in Clinical Neuroscience.
- A panofonia sempre pode ser superada. CTRN: Mude isso agora.
- Dryden-Edwards, R. (2016) Phobias. Medicinenet.
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