Rio Amazonas: características, nascente, percurso, flora, fauna - Ciência - 2023


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Rio Amazonas: características, nascente, percurso, flora, fauna - Ciência
Rio Amazonas: características, nascente, percurso, flora, fauna - Ciência

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o Rio Amazonas É o maior rio do planeta. Localizada no sul do continente americano, nasce no Peru a uma altitude de cerca de 6.000 metros e contém ramos que a conectam com afluentes do Equador, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, para atravessar o Brasil e desaguar no Oceano Atlântico.

Sua bacia hidrográfica é de pouco mais de 6 milhões de km², o que representa quase 40% da América do Sul. Alguns pesquisadores propõem que há milhões de anos ele corria para leste, em direção ao oceano Pacífico, mas com as mudanças geológicas pelas quais a Terra passou, há cerca de 11 milhões de anos mudou de direção para oeste.

Descoberta

- Pré-colombiano

Estudos do pesquisador Michael Heckenberger mostram que a vida sedentária no ambiente da selva, às margens do rio, era possível antes da chegada dos espanhóis. Achados arqueológicos mostram pelo menos uma população murada de aproximadamente 50.000 habitantes com desenvolvimento tecnológico suficiente para usar o rio por meio de irrigação em suas plantações.


Da mesma forma, as crônicas do padre Gaspar de Carvajal, cronista de Orellana, dão testemunho das tribos assentadas ao longo do rio.

- europeu

Américo Vespucio

O florentino Américo Vespucio foi o primeiro a cruzar a foz do rio numa viagem durante o ano de 1499, na qual acompanhou Alonso de Ojeda. Lá ele aproveitou para fazer observações da flora e da fauna, porém, elas não adentraram o curso da Amazônia.

Este explorador e mercador destacou-se como fornecedor das mercadorias dos navios que partiam para as Índias. Mapas e descrições do novo mundo também são atribuídos a ele, pelo que um renomado cartógrafo deu o nome dele ao novo continente em 1507.

Francisco de orellana

Quarenta e dois anos depois, o conquistador e explorador Francisco de Orellana, iniciou uma expedição junto com outro espanhol, Gonzalo Pizarro, em busca do país da canela, El Dorado e talvez um novo vice-reino. Eles partiram de Los Andes e antes do fracasso da excursão, Orellana decidiu ir em frente com cerca de setenta homens para tentar uma cidade próxima.


A força do rio Napo complicou o retorno dos peregrinos, empurrando-os liga por liga para navegar rio abaixo. No caminho, encontraram algumas aldeias nativas amigáveis ​​e outras nem tanto. Quando desistiu de voltar para avisar os que ficaram para trás, o fluxo os carregou pelo que seria o maior rio do planeta.

Essa etapa durou cerca de nove meses, ceifando a vida de quase todos os homens que o acompanhavam e a perda de todos os suprimentos. No entanto, eles alcançaram a foz do rio e conseguiram contornar o continente em direção ao norte e então retornar ao Reino da Espanha. Lá ele ficou preso por algum tempo até que a denúncia de traição apresentada por Gonzalo Pizarro foi indeferida.

Durante a viagem, ocorreu um confronto em que o cronista da expedição garantiu que se tratava de mulheres corpulentas e muito valentes, semelhantes às amazonas narradas pela mitologia grega. E embora em princípio o rio levasse o nome de seu primeiro navegador europeu, Orellana, posteriormente foi alterado para o dos guerreiros mitológicos, Amazonas.


Algum tempo depois, o conquistador voltaria com uma frota de 4 navios, material para construir outros barcos fluviais e cerca de 300 soldados, entre infantaria e cavalaria, na tentativa de subir o rio até os Andes e colonizar seu curso. Acabou sendo uma jornada acidentada na estrada, que acabou morrendo tentando encontrar o curso d'água principal.

Um século depois, o português Pedro Texeira, junto com os frades jesuítas, seria o primeiro navegador e cartógrafo a percorrer o caminho que Orellana fez de forma invertida, seguindo o rio Napo para chegar a Quito.

Características do Rio Amazonas

A Amazônia percorre uma distância de 7.025 km, com profundidades que variam de acordo com a geografia e podem variar de 20 a 50 metros, até 90 a 100 metros nas áreas mais profundas. O volume de sua vazão pode variar entre 80.000 e 12.0000 metros cúbicos de água por segundo. Todos os anos, este rio deposita 209.000 m no Oceano Atlântico.3/ s de água doce.

- Contaminação

A contaminação com minerais pesados, como resultado da exploração de petróleo nas cabeceiras do rio no Peru, é um dos principais problemas que enfrenta hoje.

Lixo tóxico

Em estudo publicado em 2017 com 2.951 coletas de água de 1987 a 2013, constata-se que por quase trinta anos uma média de 8 toneladas de cromo hexavalente, 5 toneladas de chumbo e 3,7 toneladas de cromo hexavalente continuam a ser depositados no rio. sal por ano.

A exploração de hidrocarbonetos também gera água de formação, ou seja, um tipo de água tóxica proveniente dos poços de extração de petróleo contendo, no caso, cloreto (13.379 vezes mais acima do nível normal das águas do rio), cromo, cádmio, chumbo, bário e sódio que também supera os níveis naturais da Amazônia.

Esse tipo de água tóxica deve retornar aos poços perfurados ou ser tratada em usinas especializadas, porém, é descartada na Amazônia, o que gera altos níveis de risco à saúde de quem ainda usufrui dos benefícios do rio. Essas substâncias foram rastreadas até 36 km ao redor das empresas operadoras.

Os riscos para a população indígena, que se alimenta da fauna terrestre e fluvial, são neurotóxicos e carcinogênicos, embora ainda não existam estudos específicos a esse respeito que evidenciem a incidência nessa população. Da mesma forma, a diversidade da fauna das áreas circundantes ao rio também é diretamente afetada.

O estudo, publicado pela revista Poluição ambiental, chama a atenção para a preocupação existente com a mudança química que as águas do rio em sua cabeceira sofrem devido à ação humana, problema que poderia ser reversível caso fossem tomadas medidas rígidas de segurança e saúde.

Resíduos e pesticidas

Outras causas de poluição têm a ver com o aproveitamento industrial do entorno para plantações de café ou soja, em que são utilizados agrotóxicos que acabam sendo despejados no rio, além de centenas de toneladas de resíduos sólidos por ano devido ao mau manejo da o mesmo em comunidades periféricas.

É o caso da cidade de Nauta, próxima às cabeceiras do rio Amazonas. É um dos 23 lixões públicos do país, financiado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.

Federico Meléndez Torres, seu gerente, garante que a unidade recebe 12 toneladas por dia das 16 toneladas de resíduos produzidos pela população. O resto vai para o rio.

Outras

Em outra pesquisa apoiada pela Fundação Nacional Suíça para a Ciência e pelo Centro para Cooperação e Desenvolvimento da Escola Politécnica Federal de Lausanne, eles descobriram que os níveis de arsênio são até 70 vezes maiores do que os recomendados pela OMS, assim como o alumínio e manganês.

- Dados históricos relevantes

Segundo os estudos da Dra. Carina Hoorn, há 11 milhões de anos esse rio era transcontinental: cruzava o continente de Gondwana na direção oeste, no Mioceno. Posteriormente, com o surgimento da cordilheira dos Andes, foi forçado a mudar de direção para o leste em busca de uma saída para o mar.

Está comprovado que sua vazão representa 20% da água doce do planeta, com média de 100.000 m3 de água por segundo. E dada a corrente do Oceano Atlântico, nenhum sedimento se forma em sua foz.

- Atividade comercial

A bacia hidrográfica caracteriza-se por ser uma região extensa e com terras virgens conservadas há milênios. Sua temperatura e umidade médias permitem a subsistência da floresta e sua grande diversidade de espécies, tanto na fauna quanto na flora.

O solo e o subsolo são então usados ​​em diferentes áreas como pecuária, agricultura, mineração, silvicultura e aquífero para exploração econômica. Algumas dessas práticas podem ser consideradas prejudiciais no sistema fluvial devido a processos sem o controle das autoridades competentes.

Me sentindo

Um exemplo disso é o desmatamento realizado na bacia. Nos últimos 60 anos, perdeu quase um milhão de quilômetros quadrados, o que tem múltiplas consequências para a biodiversidade da região, para a vida dos seres humanos, do planeta e do equilíbrio climático global.

Soja

Seguido pela extração de madeira, os solos usados ​​para plantações agrícolas representam outro problema para este ecossistema. Por exemplo, no caso do Brasil, seu principal item de exportação é a soja com 12% acima das indústrias madeireira e petrolífera, entre outras, e representa uma contribuição de quase 26 bilhões de dólares para a economia deste. nação, mas ao mesmo tempo, a dedicação de 34,90 milhões de hectares para o cultivo.

Produção mineira

No caso do Peru, quarto do mundo no índice de potencial mineiro, a exploração dos minerais representa 60% do valor das exportações do país, 10% da produção total do seu PIB e 5% da mão-de-obra.

No departamento de Loreto, que pertence à bacia amazônica, constatou-se que a ação de garimpeiros ilegais destruiu 20 hectares de floresta, com a conseqüente contaminação por mercúrio dos rios Marañón e Santiago, principais afluentes do rio Amazonas.

Outras

Entre outras atividades comerciais, vale citar sua utilização como meio de transporte de produtos extraídos da bacia amazônica, a atividade pesqueira que distribui diversas espécies de peixes para toda a região, a exportação de gado e produtos agrícolas (milho, mandioca, banana e frutas endêmicas) e madeireiros.

Proporciona ainda emprego a uma significativa percentagem da população que vive nas grandes e pequenas cidades ribeirinhas, dinamizando a economia e a troca de serviços.

- Importância

Conforme mencionado acima, a bacia do rio Amazonas representa 20% da água doce do planeta. É a maior quantidade acumulada em um só lugar e, devido às atuais mudanças climáticas, tem despertado muito interesse de diversos organismos em favor de sua conservação.

Estima-se também que a floresta da região é considerada o pulmão da humanidade, pois contém 40% das florestas tropicais do planeta, o que gera milhões de toneladas de dióxido de carbono para serem transformados em oxigênio graças à processo de fotossíntese.

Funciona como órgão regulador do próprio clima e acredita-se que também regula o clima sul-americano, resfriando a terra, fornecendo umidade e chuvas, evitando a erosão e purificando a água. Observe que, embora cubra apenas 1% da superfície planetária, conserva 10% das espécies silvestres conhecidas.

Em números publicados pela ONU, 33 milhões de pessoas vivem na bacia do rio, distribuídas em cerca de 380 comunidades indígenas que falam 86 línguas e 650 dialetos diferentes. Assim, além de sua importância natural, econômica e ambiental, é preciso destacar a importância que representa para seus habitantes.

- Turismo

Os países sobre os quais se estende a bacia do rio Amazonas possuem infraestrutura turística à disposição de quem deseja entrar na vida da floresta tropical. No Equador, Colômbia, Brasil e Peru é possível descobrir ofertas que prometem aventuras com paisagens irrepetíveis.

Atividades de passeio na selva, navegação fluvial, contato com animais resgatados de caça, voos, contato com comunidades indígenas e suas atividades tradicionais, consumo de alimentos típicos da região, avistamento de fauna endêmica e desligamento do ruído e A poluição da cidade faz parte das promessas das diversas agências de turismo que atuam na região.

Nascimento

O comprimento do rio é considerado a partir das últimas medições feitas em 2007. A Sociedade Geográfica Limeña afirma que o rio nasce na Apacheta Quebrada, a cerca de 5.170 metros acima do nível do mar no departamento de Arequipa, e depois viaja a parte do Peru, outra da Colômbia e cruza o Brasil até o Atlântico.

Rota e boca

Seção inicial

Desde as encostas do Nevado Quehuisha, no Peru, atravessa o departamento de Loreto para passar pelo porto relevante de Iquitos, depois Caballococha e finalmente Santa Rosa del Yaraví, enquanto seu canal o direciona para o norte do continente, passando pela fronteira com a Colômbia. e toque no importante porto de Letícia.

Seção intermediária

Após a tríplice fronteira entre Peru, Colômbia e Brasil, mais tarde se junta ao rio Negro, onde a coloração escura deste afluente pode ser apreciada sem se misturar com as águas marrons características dos sedimentos amazônicos por um bom trecho.

Trecho final

O trecho final poderia ser considerado a rota do porto de Manaus até o Oceano Atlântico, passando por Macapá e Santarém. Este último percurso é feito através de planaltos em forma de socalcos com cerca de 240 km de extensão, o que dificulta a navegação.

Cidades que viajam

Historicamente, o rio tem servido de fonte de vida para muitas populações desde muito antes da descoberta de Francisco de Orellana. Atualmente, cerca de onze cidades permanecem ativas às margens do rio, aproveitando as atividades comerciais para as quais subsistem.

No Brasil, as cidades com mais população são Manaus, com um total de pouco mais de dois milhões de habitantes; e Belém, também com população superior a 2 milhões de habitantes.

Um dos atrativos para os turistas é o porto franco que funciona na primeira cidade, bem como sua localização geográfica. Já no Peru, a cidade mais populosa localizada às margens do rio é Iquitos, com quase meio milhão de habitantes. As cidades brasileiras são as mais antigas fundadas na região.

Em geral, os habitantes das margens dos rios pertencem a diferentes e variadas etnias indígenas, que mantiveram sua ligação natural com a floresta amazônica ao longo dos séculos. Mas a vida das cidades está cada vez mais presente na dinâmica do cotidiano.

Por outro lado, existe uma população de colonos e seus descendentes, entre brancos, mestiços e indígenas também assentados nas margens do rio que preferem a cidade para viver.

Afluentes

Por ser uma bacia hidrográfica tão extensa, o rio Amazonas recebe água de múltiplas convergências, umas mais poderosas que outras, mas poderia ser garantido que suas águas são constituídas por rios dos nove países que a constituem e que alimentam seus principais afluentes.

Entre os mais importantes podem ser contados, do Peru o rio Marañón e o Ucayali, do Equador o rio Napo, onde Francisco de Orellana desceu; da Colômbia os rios Putumayo e Caquetá, da Bolívia o rio Madre de Dios e do Brasil o rio Negro, o rio Tapajós, o rio Xingú e o rio Madeira.

Flora

Como o solo da floresta recebe muito pouca luz solar e o espaço para crescer é muito limitado, cada árvore do ecossistema se torna um portador de plantas que crescem nele para se beneficiar dos raios solares. Atualmente, os pesquisadores não pararam de descobrir novas espécies de plantas, embora já excedam 60.000 espécies de plantas.

De acordo com estudos, as árvores podem ter em média cerca de 16.000 espécies, sendo a mais comum a Euterpe precatoria, a Cupressus lusitánica, a Protiumaltissimum e ele Eschweilera coriáceaÁrvores muito altas, frondosas e de grande porte. Nelas vivem outras plantas que buscam o benefício da luz solar.

Essas plantas são chamadas de epífitas e se adaptam a troncos, folhas, galhos, podendo até crescer em outras epífitas. Entre eles estão orquídeas, bromélias, samambaias, cactos, musgos, aráceas e líquenes.

As flores da orquídea tendem a ter uma vida mais longa do que outras, razão pela qual são altamente valorizadas entre os horticultores de todo o mundo. Outro dado interessante é que só na Amazônia existem mais de 20 mil espécies desse grupo de plantas com diferentes cores, formas e tamanhos.

As bromélias também costumam ser muito marcantes devido às cores de suas folhas. Eles crescem ao redor do caule e, portanto, podem conter vários litros de água da chuva. Assim, diferentes espécimes de insetos e espécies aquáticas como os anfíbios encontram um lugar seguro onde podem se reproduzir e se abastecer do líquido vital. Então, quando morrem, tornam-se uma fonte de energia para a própria planta.

Fauna

Por outro lado, a fauna amazônica engloba 80% da diversidade de classes existente no mundo, segundo pesquisadores desse território, catalogando cerca de 326 espécies correspondentes a 67 mamíferos, 326 aves, 28 répteis, 36 anfíbios. e 185 peixes.

Mamíferos

Entre os mais conhecidos estão os macacos, com destaque para o macaco-aranha, o macaco saquê voador, o macaco tamarindo, o sagui, o bugio e o golfinho rosa. Dos felinos destacam-se a onça-pintada, o puma, a pantera, o tamanduá e uma grande variedade de morcegos.

Pássaros

Entre as aves mais comuns de avistar estão o tucano, o pica-pau, o cuco-esquilo, a arara-azul e amarela, o periquito-alikobalt, o papagaio-de-cara-amarela, o pica-pau-cinzento e os beija-flores.

Peixes

Um dos peixes mais representativos da Amazônia é a piranha, cujos dentes são tão afiados que em segundos conseguem separar a carne do osso. Eles são atraídos pelo cheiro de sangue e sua comida favorita são peixes-boi e sucuris. Também aqui se encontram os maiores peixes de água doce do mundo, o Piracurú, e a famosa enguia elétrica.

Répteis

Existem três espécies de tartarugas: Podocnemiserythrocephala, Podocnemissextuberculata Y Podocnemisunifilis, todos endêmicos do território, assim como o crocodilo Paleosuchustrigonatus, conhecida como a segunda menor espécie deste réptil no mundo.

Referências

  1. A poluição do petróleo na Amazônia está modificando a composição química da água, Universidade de Barcelona, ​​publicado em julho de 2017. Retirado de uab.cat.
  2. Amazônia possível e sustentável, artigo publicado pela CEPAL. Retirado de cepal.org
  3. O mau hábito de sujar a Amazônia, publicado no jornal El País da Espanha, abril de 2018. Retirado de elpais.com.
  4. Contaminação da Amazônia: Quem está por trás da destruição da maior floresta tropical do mundo?, RT, junho de 2018. Retirado de actuality.rt.com.
  5. Amazon Fires: 3 Reasons This Region Is Tão Importante (Mesmo Que Não seja Realmente "The Lung Of The World"), BBC News, agosto de 2019. Retirado de bbc.com.