A teoria dos seis graus de separação - Psicologia - 2023


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Desde o início da humanidade, as pessoas precisam se unir para sobreviver. De grupos familiares pré-históricos às megacidades atuais com milhões de pessoas habitando-as, nossa história e desenvolvimento como espécie se deve ao esforço coletivo para sobreviver e prosperar. E neste esforço, cada um de nós está tecendo nossa própria rede de contatos, que por sua vez tem a sua própria. E hoje, quando vivemos em uma sociedade globalizada e interconectada por meio de redes, não é impossível chegar a pensar que poderíamos realmente entrar em contato com qualquer pessoa.

Esse pensamento fez com que alguns pesquisadores gerassem diferentes teorias que tentam refletir a possibilidade de que na realidade estamos todos interligados. Uma das teorias que foram tratadas a esse respeito é a teoria dos seis graus de separação, sobre o qual falaremos a seguir.


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A teoria dos seis graus de separação: origem e ideia básica

A chamada teoria dos seis graus de separação é uma teoria que afirma que qualquer pessoa pode estar interconectada com qualquer outra de qualquer parte do mundo através de uma cadeia de contatos isso não passa de seis pessoas, portanto, existem apenas cinco pontos de união entre os dois.

Embora pareça uma ideia de um mundo globalizado como o da sociedade atual, a verdade é que se trata de uma teoria que tem sua origem na proposta pela primeira vez em 1929, sendo seu autor o escritor Frigyes Karinthy e aparecendo em seu publicação Correntes (strings, em inglês).

A ideia original faz sentido e é viável: encontramos um grande número de pessoas ao longo do nosso dia a dia (propondo autores posteriores como Watts em torno de uma centena), e estes por sua vez a muitos outros, que por sua vez também terão tantos. Em última análise, o número de pessoas interconectadas cresceria exponencialmente tornando cada vez mais fácil para nós encontrarmos um contato comum com o assunto-alvo ao longo do tempo, e com o tempo, se quiséssemos enviar-lhe uma mensagem, bastaria seguir essa cadeia.


Pontos de conexão social

Agora, o fato de que apenas seis agudos são necessários é mais difícil de demonstrar. O número específico de "saltos" foi objeto de árduo debate até 1967, em que o conhecido psicólogo Stanley Milgram (o mesmo do experimento de Milgram de obediência à autoridade), realizou uma série de experimentos tentando resolver o desconhecido, no que foi chamado de "problema do pequeno mundo".

Em um deles, Milgram deu aleatoriamente a diferentes pessoas uma série de cartas para passar a uma pessoa desconhecida localizada em Massachusetts, apenas por meio de seus conhecidos. Embora muitas das cartas nunca tenham chegado, até porque muitos participantes não as aprovaram ou os seus contactos não continuaram a tentar, nos casos em que o fizeram, foi contabilizada uma média de seis passos.

Os experimentos de Milgram a esse respeito podem não ser representativos, mas mais tarde, outras investigações foram realizadas (e alguns relativamente recentes, como o de 2001) que parecem mostrar que o número de saltos necessários, embora não absoluto, ainda gira em torno de seis saltos em média.


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Teoria na sociedade da informação: seis passos (ou cliques) de distância

O tempo passou desde que a teoria foi proposta pela primeira vez, e vários avanços sociais e tecnológicos surgiram desde então. Entre eles podemos encontrar o surgimento da Internet e das redes sociais, que facilitam a interação entre pessoas de todo o mundo. Assim, hoje pode ser ainda mais fácil estabelecer contato entre pessoas muito distantes e diferentes umas das outras.

Além disso, o uso dessas redes permite não só o contato, mas também o cálculo da separação entre as pessoas: LinkedIn ou Facebook são exemplos disso. No entanto, os dados obtidos mostram que a teoria dos seis graus de separação pode ter evoluído com o tempo, sendo a distância muito menor hoje. Por exemplo, um estudo da Universitá degli Studi di Milano e vários pesquisadores da Cornell de 2011 mostra que a distância entre duas pessoas no Facebook é 3,74 pessoas.

Outras dificuldades

Não podemos deixar de indicar que apesar de esta teoria poder ser relativamente suportada, deve-se levar em conta que há um grande número de variáveis ​​que podem interferir no número específico de saltos: não é a mesma coisa entrar em contato com alguém da sua natureza, cidade do que de outro continente, ou que tenha outro idioma.

A dificuldade também irá variar dependendo se a pessoa é mais ou menos popularmente conhecida, ou se ela compartilha ou não um hobby ou um trabalho. Outro problema é encontrado na mídia: hoje podemos gerar contatos mais diversificados graças às novas tecnologias, mas quem não os tem não tem essa opção.

Enfim, é diferente entrar em contato com alguém em uma cidade do que em uma vila com poucos habitantes, e se formos ao extremo podemos encontrar muito mais dificuldade em contate um assunto em situações como guerra, pobreza extrema ou fome.Ou se um dos dois extremos (aquele que inicia a busca pelo contato ou o objetivo deste) é um membro de uma tribo indígena ou de uma cultura isolada do resto do mundo

A utilidade desta teoria

É possível que a leitura desta teoria pareça interessante a nível informativo, mas a verdade é que não é apenas uma curiosidade: tem a sua utilidade em múltiplos setores.

Uma delas é redes de trabalho no mundo dos negócios, de forma a permitir estudar a formação de carteiras e contactos de clientes que os facilitem. Também pode ser aplicado em marketing e publicidade, quando se leva em consideração a formação de cadeias de contatos na promoção da venda de um serviço ou produto. O boca a boca bem conhecido também pode estar ligado a esse fator

Por fim, também podemos encontrar utilidade para a teoria dos seis graus de separação em nível educacional: ela pode ser usada e levada em consideração na transmissão de valores pró-sociais, programas de prevenção (por exemplo, educação sexual, prevenção de drogas ou prevenção de violência de gênero) ou informação.